segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Iraquianos assumem democracia

Iraquianos derrubam estátua de Saddam

Mais de oito milhões dos 14 milhões de iraquianos inscritos votaram pela primeira vez depois do derrube do regime da Saddam, sendo estas as primeiras eleições multipartidárias em mais de meio século. Sessenta por cento dos iraquianos saíram à rua para exercerem o seu direito de voto, apesar das ameaças terroristas e dos ataques dos extremistas, que nada querem com a democracia. Esta resposta dos iraquianos, como recusa firme a voltar aos tempos de Saddam, provou à saciedade que os homens, quando em liberdade, são capazes de aderir a projectos justos e com futuro. Em regimes tirânicos, nada disso é possível.
Independentemente dos resultados eleitorais, o que importa sublinhar é que o Iraque está a caminhar para adquirir o estatuto de país livre e unido, mas também com capacidade para assumir o seu futuro. Obviamente, com a indispensável colaboração das nações democráticas do mundo, que não podem deixar aquele povo sem ajuda, até à consolidação da democracia. Importa, ainda, que as diversas etnias e grupos islâmicos saibam dar as mãos para, em conjunto, reconstruírem o seu país, devastado por uma ditadura férrea e pela guerra que os donos do mundo não souberam ou não quiseram evitar.

F.M.

Informa o EXPRESSO: João Paulo II está com gripe


O Papa João Paulo II, de 84 anos, está com gripe e suspendeu todas as audiências previstas para hoje, 31, anunciou o Vaticano. «Devido a uma gripe, que começou ontem, o Santo Padre foi aconselhado suspender todas as audiências previstas para hoje», disse o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro Valls. No entanto, Navarro acrescentou que foi entregue ao Pontífice o Anuário Pontifício de 2005, uma audiência que já estava prevista.
No domingo, durante a oração do Angelus, João Paulo II já dera mostras de não estar, ao falar com uma voz mais rouca e cansada, com dificuldades em falar e respirar. Segundo os médicos, o Bispo de Roma estava com sintomas de gripe, que nas últimas semanas afectou milhares de pessoas. A última vez que o Papa suspendeu uma audiência por doença foi em Setembro de 2003, quando cancelou a audiência pública semanal devido a problemas intestinais.

SANTO SUDÁRIO

Um novo estudo sobre o Santo Sudário afirma que o pano é muito mais antigo do que foi sugerido por testes com carbono-14, realizados em 1988. A nova pesquisa foi publicada na revista especializada "Termochimica Acta" e afirma que sudário tem entre 1.300 a 3.000 anos, considerando "inválidos" os teste anteriormente referidos por causa do fenómeno denominado "intromissão de material". 
O Santo Sudário, uma das relíquias mais famosas do Cristianismo, é o pano de linho puro, que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação. Mede 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura. Há notícia dele desde 1353, quando um pano que supostamente serviu de mortalha para Cristo apareceu em Lirey (França), levado pelas expedições que estiveram na Terra Santa. 
Um século depois, chegou às mãos dos duques de Savóia, que o guardaram em Chambéry. Em 1532, foi danificado num incêndio e, em 1694, foi transferido para a capela do Duomo (Catedral) de Turim. Os testes para provar se realmente envolveu o corpo de Cristo começaram em 1898, depois de um fotógrafo de Turim ter feito uma foto do manto e, na revelação, descoberto que os negativos mostravam o corpo e o rosto de um homem crucificado. 
Em 1989, o Sudário foi submetido ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido. Os resultados dos testes datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390. Vários especialistas criticaram os testes, considerando que foi mal feito: os três pedaços do tecido que foram cortados, naquela ocasião, para servir de amostra para o teste, eram das pontas, ou seja, a parte pela qual o manto foi suspenso nas inúmeras ocasiões em que foi apresentado aos fiéis ao longo dos séculos. 
Em Abril de 1997, um incêndio destruiu a capela Guarini, onde o Santo Sudário é guardado, mas a relíquia foi resgatada sem sofrer danos. Meses mais tardes, foi estendida e não enrolada como até então, numa caixa à prova de incêndios e atentados. A impressão no lençol de Turim deu-se por uma radiação luminosa-térmica: há vestígios de uma anormal produção de energia, que se pode comparar a uma explosão atómica, controlada e em relevo, segundo a profundidade da queimadura. 
A NASA confirmou que a impressão está de acordo ponto por ponto, com a distância do corpo que "explodiu atomicamente": a impressão, tridimensional (caso único de entre todos os objectos analisados pela NASA até hoje) do Sudário, deu-se por radiação de um milionésimo de segundo. A impressão é uniforme e dependendo da distância, maior ou menor, do corpo. Não há contacto nem marcas de decomposição.

Octávio Carmo 

 Fonte: Ecclesia 

Erros e mais erros

Num canal televisivo, uma finalista de Filosofia pronunciou, com todas as letras, quaisqueres (quaisquer) e num café, na mesa do lado, ouvi, claramente, que a questã (questão) já estava ultrapassada. Num outro canal de televisão, o apresentador do noticiário afirmou que … o jogador era um dos que quer (querem) chegar à equipa principal. Entre parêntesis o certo.

Entre o Tolerável e o «Direito à Indignação»

«Na vida social e política, se a tolerância deixar de ser justiça e igualdade de tratamento equitativo, passará a ser joguete retórico. Só na ordem espiritual, a tolerância pode significar que, por amor (caritas), se tolere o que, por justiça, seria intolerável.» Isto é um desafio a que se leia, no PÚBLICO, o artigo de Mário Pinto, professor universitário.

domingo, 30 de janeiro de 2005

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA

Mensagem do Papa para a Quaresma «Todos os anos a Quaresma se apresenta como um tempo propício para intensificar a nossa oração e penitência, abrindo o coração à dócil aceitação da vontade divina. Nela, é-nos indicado um percurso espiritual que nos prepara para reviver o grande mistério da morte e ressurreição de Cristo, sobretudo mediante a escuta mais assídua da Palavra de Deus e da prática mais generosa da mortificação, graças à qual podemos ajudar em maior medida o próximo necessitado.» Assim abriu o Santo Padre a sua Mensagem Quaresmal, dirigida a todos os homens e mulheres de boa vontade. Para ler na íntegra, clique aqui. Posted by Hello

Ler FREI BENTO DOMINGUES

Nunca devemos perder a oportunidade de reflectir, porque isso dignifica o ser humano. Olhar para o mundo sem o ver atira-nos para a marginalidade. Ora, uma boa ocasião para olhar o mundo, com olhos de gente atenta e interessada, pode passar pela leitura de bons pensadores.
Hoje proponho Frei Bento Domingues, que escreve todos os domingos no PÚBLICO. O seu artigo tem por título «Felizes Os Esquecidos e Oprimidos» e
termina assim:
«Os católicos escutam hoje na Missa a proclamação das Bem-aventuranças segundo S. Mateus. Jesus fala às multidões rodeado dos discípulos. São palavras de subversão e de esperança: felizes os oprimidos e esquecidos, porque vão ter quem olha para eles, os alivie e os salve. Esta é a palavra de Cristo, a verdadeira palavra da Igreja à qual todas as outras se devem submeter.»
Para o ler, clique aqui.

POESIA NA CIDADE

A Figueira da Foz é uma boa sugestão, no meu entender, para um passeio de domingo. Mesmo no Inverno, há sempre algo de bonito para ver. O mar e a grande marginal, sempre com gente a desfrutar a paisagem, a Serra da Boa Viagem, donde se abarcam horizontes a perder de vista, bons restaurantes que oferecem pratos típicos, muitos dos quais ao gosto das gentes da beira mar Na marginal, há um monumento a João de Barros (1881 - 1960), inspirado poeta figueirense, de que lhe deixamos um excerto poético, oferecido, com gosto, a quem passa: Aquele mar da minha infância bom camarada e meu irmão...
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eu sorrirei, calmo e contente se ouvir e vir, perto, bem perto O mar fraterno, o mar eterno, o livre mar...
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GRUPO ETNOGRÁFICO CANTA «JANEIRAS»

Na noite de sábado para domingo, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré cantou as «Janeiras», de casa em casa, na Gafanha da Nazaré. Cumpriu mais uma vez a tradição para a reavivar, já que esteve perdida bastante tempo. Jovens e menos jovens, bem agasalhados que o frio apertava, instrumentos afinados e vozes ainda muito frescas, muito vivas, muito alegres, sem mostrarem cansaço, pararam à minha porta, como sempre o fizeram e porque sabem como aprecio tudo quanto diz respeito ao nosso povo e à sua história, feita esta de muito suor e de muitas canseiras e amores. Os cânticos que me ofereceram e que vêm dos nossos avós, de autores desconhecidos e cuja música muitos ainda conhecem, são de uma beleza ímpar. Perdê-los seria uma grande pena cultural. Ano após ano, porém, no Cortejo dos Reis, todos eles podem ser ouvidos e entoados pelas ruas da Gafanha da Nazaré. Nesta referência às «Janeiras», bem ao gosto do que alguns emigrantes me pediram, por e.mail, aqui fica também a letra de um desses cânticos:
DEUS NOS DÊ FESTAS ALEGRES

Deus nos dê Festas Alegres 
Com Seu divino amor 
A Virgem Nossa Senhora 
Deu à luz o Redentor 

Cantemos nossas canções 
Para visitar Jesus 
Vamos ver Sua lapinha
Cheia da divina luz


 Coro

A Gafanha da Nazaré 
É esta sedutora 
Damos graças ao Menino 
E à Virgem Nossa Senhora

O presépio enfeitado 
Nos espera e nos seduz 
Para prestar homenagem 
Ao que a Virgem deu à luz 

Vamos indo pastorinhos 
Com toda a nossa alegria 
Visitar o Deus Menino 
Filho da Virgem Maria 

Vamos indo piedosos 
Cada qual com sua oferta 
Oferecer ao Menino 
Que é dia da Sua festa 

É o nosso Deus Menino 
O Rei dos pobrezinhos 
Oferecer-lhe ofertas 
Dos humildes pastorinhos 

Do livro "Cortejo dos Reis - Um apontamento histórico" 
de Padre José Fidalgo e Prof. Fernando Martins

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sábado, 29 de janeiro de 2005

Dia Mundial dos LEPROSOS: 30 de Janeiro

A Santa Sé exige mobilização pela erradicação total da lepra, em mais um Dia Mundial dos Leprosos que se celebra amanhã, 30 de Janeiro, porque considera que é preciso acabar com a «marca de infâmia» de que ainda padecem os leprosos em todo o mundo. «Até que não se elimine a concepção de uma indelével marca de infâmia , a luta final por uma vitória contra a lepra ainda demorará muito», assinala o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde (CPPS), Cardeal Javier Lozano Barragán, como se pode ler na Agência Ecclesia. Posted by Hello

ERROS E MAIS ERROS

Um autarca brasileiro resolveu, há tempos, aplicar coimas aos publicitários e a todos os que escrevem textos, com erros de Português, para afixar nas ruas da cidade. Porque achamos correcta a ideia, aqui deixamos a sugestão. Para já, vamos dando conta neste espaço dos erros que vamos encontrando pelas ruas. Errado ---------------------Certo Estevão---------------------Estêvão Flôr-------------------------Flor Garret----------------------Garrett Secadura Cabral-------------Sacadura Cabral F.M.

Um livro de MIGUEL SOUSA TAVARES

SUL - Viagens


Por estes dias andei de viagem com o escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares. Como guia, levei o seu livro «SUL - Viagens» e a inspiração de um poema de sua mãe, a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, com que o autor abriu as suas descrições e vivências, neste seu livro, que saiu recentemente em edição renovada. O poema aqui fica para enriquecer, também, neste meu diário, as minhas memórias:




DERIVA 

Vi as águas lobos vi as ilhas 
E o longo baloiçar dos coqueirais 
Vi lagunas azuis como safiras 
Rápidas aves furtivos animais 
Vi prodígios espantos maravilhas 
Vi homens nus bailando nos areais 
E ouvi o fundo som das suas falas 
Que já nenhum de nós entendeu mais 
Vi ferros e vi setas e vi lanças 
Oiro também à flor das ondas finas 
E o diverso fulgor de outros metais 
Vi pérolas e conchas e corais 
Desertos fontes trémulas campinas 
Vi o frescor das coisas naturais 
Só do Preste João não vi sinais 
As ordens que levava não cumpri 
E assim contando tudo quanto vi 
Não sei se tudo errei ou descobri


Do princípio ao fim da leitura foi um deleite, no contacto com paisagens, gentes e culturas muito distantes das nossas. Nalgumas, lá estavam, porém, as marcas do império e da passagem e estada dos portugueses. Marcas que já são, em muitos casos, ruínas, como em S. Tomé e Príncipe. 
Segui, depois, para a misteriosa Amazónia, onde me senti engolido «pelos índios e pela selva» e onde contactei com tribos que desconhecem as vidas que vamos alimentando. Embrenhei-me um pouquinho na selva impenetrável para estranhos, naveguei e nadei em rios de águas límpidas e vi costumes inimagináveis. 
Saltei para o Egipto e para uma civilização que um povo de escravos e reis construiu. Contemplei o deserto e construções que têm atravessado o tempo, dando largas à imaginação de arqueólogos e historiadores. Andei por Goa, que os portugueses ocuparam durante 450 anos, e pude sentir que a alma lusa por lá ficou, nas casas e nas pessoas, algumas das quais ainda não esqueceram totalmente o Português e a fé cristã. 
Estive em Cabo Verde, que é o país do Terceiro Mundo que «melhor aproveita a ajuda externa». Paisagens e pessoas a convidarem-nos para novos encontros. Estive em contacto com o mundo árabe e com os restos de civilizações que atingiram o auge e depois decaíram. Alhandra: Os jardins de Alá, Marráquexe e as suas muralhas vermelhas. 
Depois andei pela Costa do Marfim, o coração de África, mas não deixei de passar por Veneza e de navegar pelos seus canais de encanto. O mágico Nordeste brasileiro, a Tunísia azul e branca, a pista para Tamanrasset, temerária e para gente corajosa, entre outras visitas, aí ficam para quem quiser ler este livro de Miguel Sousa Tavares. Para quem gostar de viajar com alma.

Fernando Martins

Efemérides aveirenses

29 de Janeiro 1949 – Foi inaugurada a magnífica sala de espectáculos «Cine-Teatro Avenida», que neste dia apresentou o filme «Não há rapazes maus”, onde se focava a vida e obra do padre Américo Monteiro de Aguiar», fundador da Obra da Rua, também conhecida por Casa do Gaiato. 1933 – Foi prestada uma grandiosa homenagem ao ilustre aveirense dr. Lourenço Simões Peixinho, dinâmico presidente da Câmara Municipal, que nessa altura recebeu as insígnias da Ordem Militar de Cristo, com que fora agraciado, adquiridas por subscrição entre os seus amigos e admiradores. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Construir a memória

Na rubrica Educar...hoje, do Correio do Vouga, Teresa Soares Correia publicou no último número um artigo que vale a pena ler. Não perca.

A CASA DO GAIATO

Todos os portugueses cresceram a ouvir falar de Obra dos Meninos da Rua fundada pelo Padre Américo. A Casa do Gaiato fez parte da nossa família e da nossa identidade. Toda a gente pelo Pais fora colaborava regularmente, uma ou várias vezes por ano para uma obra que se sabia não vivia do Estado, nem do Orçamento, mas dos contributos dos portugueses que voluntariamente colaboravam. Antes do Estado Providência era a Casa do Gaiato que recebia meninos e lhes dava Muro. Pela Obra do Padre Américo passaram milhares de meninos que escaparam da marginalidade e da miséria e se fizeram homens, pelas casas de cá e pelas casas de África. Para que esta obra sem paralelo tenha resistido ao tempo e seja acarinhada por todos os que lá vieram e pelos muitos, muitos portugueses que a conheciam, visitavam e apoiavam, foi lá trabalharam. Dedicação sem limites, sem horários, sem ordenados e sem empregos, dedicação desinteressada a uma causa, a mais nobre das causas: os meninos da rua. No entanto, em vez do reconhecimento da sociedade portuguesa, do muito obrigado aos que lá passaram a vida a dar o seu melhor, convivendo com situações dificílimas de marginalidade, de luta pela vitória do Bem, de repente esses poucos, que não são profissionais da Segurança Social, apanham com um ataque desleal feito em nome não se sabe bem de quê. Esse mesmo Estado, que não soube tratar dos meninos que estavam a seu cargo na Casa Pia (uma vergonha), que tem instituições chamadas de reinserção social, que só o são de nome, que tem escolas públicas cheias de problemas e de violência, devia deixar trabalhar em sossego quem a uma obra dedicou a vida. Sejamos claros: foram à Casa do Gaiato procurar casas parecidas com as da Casa Pia e não encontraram. Encontraram uma Obra criada pelo Padre Américo, cujo processo de beatificação corre no Vaticano. Estiveram lá meses a fio, nunca falaram com nenhum dos padres que lá vive e lá trabalha, e fizeram um ridículo relatório que alimenta jornais em cada falta de assunto. Por mim, confesso que a minha acusação preferida desse relatório contra a Casa do Gaiato de Paços de Sousa, é aquela da piscina ao ar livre que lá tem (e eu vi recentemente) não ter água quente, mas apenas água fria... Que horror piscina ao ar livre... Também me parece muito mal que não deixem os meninos ter telemóvel. Alias, comuniquei imediatamente o facto à directora do Colégio Moderno, onde o meu filho mais novo tem aulas, porque lá também não os deixam fazer igual uso... Tudo isto seria profundamente ridículo se tal ataque não estivesse a pôr em perigo a Casa do Gaiato. Já nem falo da injustiça profunda de uma sociedade que não sabe reconhecer e agradecer a quem faz o Bem. Mas, num país com a segurança social falida e tanta gente a precisar de apoio do Estado, ao menos não ataquem e não ponham em perigo uma obra que vive sem subsídios e apenas de contributos de portugueses e da dedicação de quem lhe oferece a vida. ZITA SEABRA in "Vidas" (suplemento do Correio da Manhã) de 22 de Janeiro de 2005 Posted by Hello NB: Ausente por uns dias, regresso hoje ao contacto com os cibernautas. E começo com um texto, oportuno, de Zita Seabra, publicado no Correio da Manhã. Um amigo atento fez-mo chegar, o que agradeço. Fico à espera de novas sugestões. F.M.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Efemérides aveirenses

27 de Janeiro 1536 - Na casa de Germam Galhard, em Lisboa, e por mandado de D. Fernando de Almada, acabou de imprimir-se a primeira Grammatica da Lingoagem Portuguesa, escrita pelo insigne aveirense padre Fernão de Oliveira. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Francisco Sarsfield Cabral: uma voz sempre oportuna

Há muito que gosto de ler Francisco Sarsfield Cabral no DN, e não só. Em textos pequenos e simples ensina-nos sempre qualquer coisa que pode ser de grande utilidade. Ontem, dizia assim: «O Exito de empresas e de profissionais estrangeiros em Portugal poderá ensinar-nos coisas decisivas, como ser pontual, organizado, cumpridor, ou apostar na qualidade e no longo prazo.» Ora aqui está um conselho importante para muitos portugueses.

AUSCHWITZ : Campo de morte

Em 27 de Janeiro de 1945, copmpletam-se hoje, precisamente, 60 anos, o Exército Vermelho da URSS entrou no campo de morte nazi de Auschwitz, para libertar os judeus que esperavam a hora de um sacrifício horrendo. Nesse lugar, que a história não poderá apagar, foram assassinados mais de um milhãos de judeus, polacos e outros, que a ideologia nazi considerava inimigos da sua raça. Foi o HOLOCAUSTO que muitos, infelizmente, tentam ignorar e que foi, sem dúvida, uma das maiores ofensas à humanidade. Lamentavelmente, com essa atitude e com a falta de esclarecimentos vão crescendo o racismo e a xenofobia numa Europa que se quer justa e solidária para todos os povos que a integram, qualquer que seja a sua raça, religião, ideologia política e opções artísticas e sociais. Que as cerimónias que hoje se vão realizar, de homenagem às vítimas e de repúdio pelos agressores, que todos fiquemos sensibilizados para a importância de lutar, com determinação, contra as ideias e projectos políticos os outros, que não respeitem a dignidade humana. São os nossos votos. F.M.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

Efemérides aveirenses

26 de Janeiro 1979 - Foram aprovados pelo Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade, os primeiros estatutos da Obra do Apostolado do Mar, em Aveiro, a qual, tendo embora a sua sede na freguesia da Gafanha da Nazaré, exerce a sua actividade social junto dos marítimos que demandam o Porto de Aveiro ou nele se ocupam em quaisquer profissões. 959 - Nesta data, a condessa Mumadona Dias, já viúva de Mendo Gonçalves, senhora de grande nobreza e muito rica de bens e virtudes, conjuntamente com os seus seis filhos, fez doação ao Mosteiro de Guimarães de muitas propriedades, entre as quais as suas "terras in alauario et salinas que ibidem comparauimus". Fonte:Calendário Histórico de Aveiro

OS SEM-ABRIGO

Não posso deixar de reconhecer que o problema dos sem-abrigo é um problema muito complexo. Se há gente que foi marginalizada pela sociedade e pela própria família, caindo na rua, também há os que se automarginalizaram Sei de muitas tentativas que apostaram no apoio aos sem-abrigo, procurando reintegrá-los e procurando desenvolver neles a sua capacidade de auto-estima, mas a verdade é que eles continuam para escãndalo de todos nós. A anunciada vaga de frio para o nosso país mobilizou muita gente e muitas instituições para os ajudar, fornecendo-lhes espaços para pernoitar, comida quente, roupas e outros agasalhos. Ainda bem. Porém, não possso deixar de pensar que esta seria uma boa oportunidade para toda a gente se organizar, para recomeçar todos os esforços no sentido de os acolher, retirando-os da rua. Fazê-lo só no Natal e quando está frio, penso que é pouco. Que todas as instituições de voluntários venham a apostar nisso, são os meus votos. F.M. NB: Fora do meu local de trabalho, a falta de recursos obriga-me a ser mais breve e mais simples.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Cuidado com o frio

Usar roupa quente, calçado adequado, vedar portas e janelas e evitar actividades físicas intensas. É esta a fórmula de resistência ao frio, recomendada pelo Serviço Nacional de Protecção Civil. Usar várias camadas de roupa, em vez de uma única peça de tecido grosso, e evitar roupas muito justas ou que façam transpirar, são algumas das recomendações da Protecção Civil para situações de descida da temperatura. Vedar portas e janelas por onde possa entrar o frio é outro dos conselhos, sublinha-se no SOLIDARIEDADE

Há por aí muita confusão sobre promessas e milagres

No domingo, vi e ouvi num noticiário televisivo uma daquelas reportagens que pecam por se apresentarem incompletas, mostrando ao mesmo tempo alguma falta de cultura religiosa dos seus intervenientes: católicos e jornalistas. Os primeiros, por estarem agarrados a tradições e hábitos muitas vezes sem sentido, e os segundos por aproveitarem a ignorância do povo para os seus trabalhos, sem ouvirem quem sabe do assunto. Vamos ao que vi e ouvi: Uma senhora, com um filho doente, pediu a uma santa que lhe curasse o filho, prometendo levá-la, num andor, numa procissão da paróquia, para depois ficar à veneração das pessoas na igreja. Ora acontece que nas igrejas há, de facto, imagens de santos para veneração dos fiéis, segundo os interesses catequéticos, pastorais e da tradição dos paroquianos. Não pode, pois, um qualquer católico chegar à paróquia e dizer que fez uma promessa que o obriga a colocar imagens de um qualquer santo ou santa no templo, por mais artísticas que elas sejam. A colocação de imagens nas igrejas passa sempre por uma decisão do bispo, mediante proposta da comunidade, com o pároco a presidir, devidamente apoiada num parecer favorável das estruturas diocesanas vocacionadas para esse serviço, nomeadamente a comissões de arte sacra e da liturgia. As promessas dos crentes, que são livres de as fazer, não podem nunca colidir com as normas estabelecidas e com a liberdade de quem tem de decidir. Se não houvesse normas, teríamos as igrejas cheias de santos, o que poderia contribuir para desviar ainda mais a atenção dos fiéis do culto que é devido a Deus. Que as pessoas façam promessas de colocar uma imagem de um santo ou santa num recanto da sua casa ou do seu jardim, isso é lá com elas. Mas já não o podem fazer na casa ou no jardim do vizinho e muito menos na igreja, que é de todos. Aí tem de haver normas. Se não fosse assim, qualquer um se acharia no direito de ter lá o seu santo ou santa preferidos Um outro aspecto merece duas simples palavras. É tempo de se educar o povo para a verdade que só Deus pode fazer milagres. Todos os santos e santas do céu, e mesmo Nossa Senhora, por muita devoção que nos mereçam, não fazem milagres. Apenas e só podem interceder junto de Deus por nós, para que nos conceda a graça do milagre. Ora o jornalista, depois de entrevistar o povo, devia ter tido o bom senso de ouvir um teólogo para que falasse sobre o assunto, pois só assim estaria a exercer um papel pedagógico, junto dos telespectadores. Foi pena não o ter feito, deixando passar a ideia de que o povo tem sempre razão, quando não é verdade.
Fernando Martins Foto: As igrejas não podem ter um santo para cada crente Posted by Hello

O ESTADO deve proteger a FAMÍLIA

"O Estado deve proteger e promover a família", pediram os participantes do Fórum «Mais Vida, Mais Família», segundo revelou a Ecclesia . Compete ao Estado reconhecer os direitos que cabem por natureza à família, "protegendo-a, mas depois também promovê-la, apoiando-a no desempenho das suas funções, sem a substituir, sempre, pois, no respeito pelo princípio da subsidiariedade que não se esgota mas assume particular relevo neste domínio", afirma o documento "Manifesto de Lisboa", saído do Fórum «Mais Vida, Mais Família», realizado dia 22 de Janeiro. Este texto, assinado por treze instituições, refere também que é "indispensável assumir com coragem a não discriminação da família assente no casamento, nomeadamente no campo da tributação, e a promoção da conciliação entre a vida profissional e a familiar". A família deve ser "o núcleo destas e das demais políticas públicas sectoriais — urbanísticas, de transporte, de saúde, de segurança social — reforçando-se o carácter global, transversal e integrado da política familiar, que não pode ser reduzida a uma mera componente, marcadamente assistencialista, da política social", avança o «Manifesto de Lisboa». Os participantes do Fórum pediram também que se reconheça na família "a chave para a resolução holística de muitos dos problemas que afligem actualmente a nossa sociedade, para a prevenção das situações de risco e de exclusão social", revelando-se a sua promoção "o mais eficiente investimento social numa óptica custo-benefício de longo prazo". Proteger e promover a família é, pois, e ainda, "defender a vida, toda a vida humana, quaisquer que sejam as suas circunstâncias, em qualquer fase do seu desenvolvimento, desde a concepção até à sua morte natural" — sublinha o comunicado final. Neste campo há que lutar contra "todas as ameaças" que se fazem notar especialmente no que diz respeito à "descriminalização do aborto, à legalização da eutanásia, à utilização de embriões humanos na investigação científica e noutras áreas, no campo da procriação medicamente assistida ou da clonagem". Por último — acentua o documento —, constitui um "desafio urgente para a nossa sociedade, nomeadamente nos meios de comunicação social", a promoção de uma "cultura da vida e da família, que seja sempre sinal do belo, do bom, do justo e do verdadeiro, que constituem referências universalmente reconhecidas independentemente de raça, nacionalidade ou credo". Fonte: Agência Ecclesia Posted by Hello

Efemérides aveirenses

25 de Janeiro 1904 - O CLUBE DOS GALITOS, fundado em 25 de Janeiro de 1904, em Aveiro, por um punhado de homens decididos a dotar a sua terra de uma instituição social capaz de dinamizar a cultura, o desporto e o convívio recreativo, celebrou, durante o ano de 2004, cem anos de existência. O sulco marcado pela acção do GALITOS na vida da cidade da Ria, de Santa Joana e de José Estêvão foi de tal modo indelével que se torna impossível dar, na situação presente, a sua síntese. Todavia, para quem não conhece a história do Clube, é necessário dizermos que ele foi, durante a sua já longa vida, um símbolo permanente da própria cidade, exprimindo-a e honrando-a nas suas múltiplas realizações, não só locais, como nacionais e internacionais. Do "site" do Clube dos Galitos Posted by Hello 1936 - Faleceu na vila de Eixo o egrégio aveirense e insigne pensador e escritor Dr. Jaime de Magalhães Lima, cujos restos mortais foram sepultados no dia seguinte, em campa rasa, no cemitério daquela freguesia. 1943 - Faleceu o ilustre aveirense Francisco Manuel Homem Cristo, oficial do Exército, professor universitário, deputado, paladino da imprensa popular, escritor e jornalista vigoroso, porventura o maior panfletário português de todos os tempos, a quem a causa das obras da Barra e do Porto de Aveiro ficou devendo os mais relevantes serviços. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

DA AMIZADE

“E que o melhor que haja em vós seja para o vosso amigo. E se ele tiver de conhecer o refluxo da vossa maré, que conheça também o seu fluxo. Pois para que serve o amigo se o procurais apenas para matar o tempo? Procurai-o sempre para as horas vivas. Pois ele vem para resolver as vossas necessidades, mas não o vosso vazio. E que na doçura da amizade residam as alegria e a partilha dos prazeres. Pois no orvalho das coisas pequenas o coração encontra a sua manhã e se reanima.” De O Profecta, de Khalil Gibran

PLANO NACIONAL DE LEITURA vai ser implementado

Tudo se conjuga para que um Plano Nacional de Leitura venha a ser implementado pelo Ministério da Educação, de mãos dadas com o Ministério da Cultura, durante dez anos. A premência desta medida é suficientemente conhecida e sobre ela já aqui escrevemos uma curta nota. Em Portugal lê-se pouco, lê-se mal, e nem tudo o que se lê é compreendido pelos leitores. Não vale a pena fugir a esta realidade. O Plano vai dirigir-se aos alunos das escolas de todos os graus de ensino, às famílias e às mais diversas organizações civis, numa tentativa de promover os livros e de criar hábitos de leitura, começando precisamente pelos mais novos e tendo em conta que urge combater a iliteracia (incapacidade de entender o que se lê), tão sentida pelo nosso povo. O relatório ligado a esta iniciativa sublinha que "A escola é praticamente a única instituição com possibilidades de contornar os problemas de iliteracia em Portugal", enquanto salienta que se lhe exige "que ensine a ler", mas também que "seja capaz de ensinar a gostar de ler para o resto da vida". Reconhece-se, também, que as "práticas tradicionais de ensino de leitura e da escrita, oferecidas pela escolas, não são suficientes para a aquisição de competências leitoras em qualidade e quantidade" , mas ainda com capacidade "para fazer face aos desafios das sociedades contemporâneas". O projecto será faseado e progressivo, começando pelos jardins-de-infância e escolas do 1º Ciclo, para atingir o pleno em 2009, quando chegar a todos os alunos e a todas as escolas. A "fim de evitar algum desnorte típico da introdução de novas abordagens metodológicas", o Ministério da Educação deve proceder à "elaboração de orientações muito precisas para as escolas", pode ler-se no relatório, já divulgado pela comunicação social. F.M. Posted by Hello

ECUMENISMO: passos importantes

D. Manuel Felício, Bispo Coadjutor da Guarda e membro da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé, anunciou à Agência Ecclesia que "talvez na Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, em Abril, estejam criadas as condições para fazermos a assinatura do documento sobre o Baptismo entre a Igreja Católica, Presbiteriana e Lusitana". Este é, sem dúvida, entre nós, uma boa notícia sobre a aproximação e sobre o diálogo entre Igrejas, nesta Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos que termina amanhã. Já se realizaram "trocas de redacções entre a Igreja Católica e as outras confissões cristãs" sobre o Baptismo, mas "há horizontes onde não entrámos, nomeadamente no estudo conjunto de perspectivas doutrinais que abram depois para práticas de cooperação entre as Igrejas", referiu D. Manuel Felício. Depois de sublinhar que ao nível do diálogo ecuménico ainda há um longo caminho para percorrer, o Bispo Coadjutor da Guarda adiantou que em discussão está também a questão dos "casamentos mistos" (entre fiéis de Igrejas diferentes), encontrando-se por definir o espaço de intervenção de cada uma das Igrejas. Sobre a importância do reconhecimento mútuo do Baptismo, pelas Igrejas que sobre ele têm dialogado, D. Manuel Felício frisou que é preciso lembrar que esta decisão ultrapassa em muito o plano "burocrático" de se evitar um novo Baptismo, quando alguém decide mudar de Igreja. Posted by Hello

domingo, 23 de janeiro de 2005

Ainda a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos

Frei Bento Domingues, na sua habitual crónica dominical do PÚBLICO, aborda, com toda a sua capacidade teológica e histórica, o problema da Unidade dos Cristãos, sublinhando, em dada altura, que "no interior de cada cristão e no interior de cada uma das Igrejas, ou na relação de umas com as outras, o grande obstáculo à comunhão actuante talvez seja o de a vontade de dominação se sobrepor à vontade de servir". 
Ao manifestar o desejo de que não se pode esperar pelo fim do mundo para nos aproximarmos no essencial, "em favor de toda a humanidade", Frei Bento reconhece que, "apesar das mudanças de clima entre as Igrejas, dos avanços no campo doutrinal e dos acordos ecuménicos já assinados, cada confissão cristã continua a contar, apenas, consigo mesma e a desejar que as outras não se alarguem muito na sua área de influência". 
Citando a Declaração de Camberra, de 1991, Frei Bento diz que "A finalidade da nossa procura de uma comunhão plena será alcançada quando todas as Igrejas forem capazes de reconhecer em cada uma das outras a Igreja una, santa, católica e apostólica na sua plenitude. Esta plenitude de comunhão exprimir-se-á aos níveis locais e universal em formas de vida e de acção conciliares. 
Numa comunhão deste tipo, as Igrejas estão ligadas umas às outras em todos os domínios da sua vida comum, a todos os níveis, pela confissão da mesma fé, na celebração e no testemunho, nas deliberações e na acção". Este é mais um artigo de Frei Bento Domingues que vale a pena ler. 

F.M.

NOVO PADRE NA DIOCESE DE AVEIRO

Hoje, pelas 15 horas, será ordenado presbítero (padre), na Sé de Aveiro, por D. António Marcelino, o diácono Rui Barnabé, depois de uma longa caminhada de estudo e de crescimento na fé. Com esta ordenação, a Diocese de Aveiro fica mais enriquecida, pois passará a contar com mais um jovem padre para trabalhar com e para o Povo de Deus e para toda a gente de boa vontade. Nos tempos de hoje, não tem sido fácil encontrar jovens que se disponham a deixar uma qualquer carreira profissional, talvez bastante rendosa, e uma vida familiar, com todos os encantos que ela por norma pode proporcionar, para assumirem a vivência radical do Evangelho. Um padre, que assume deixar tudo para viver e levar a viver a Boa Nova de Jesus Cristo, enfrentando uma sociedade cada vez mais secularizada, deve merecer de todos os cristãos um apoio especial e constante, tanto porque sabem que podem contar com mais um sacerdote para o serviço da Igreja (A Igreja, tal como está organizada, não pode prescindir dos padres), como porque é sua obrigação contribuir para que o eleito de Deus, para uma missão tão nobre, possa perseverar na fé. Ao Rui Barnabé, que é já responsável pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, desejamos, sinceramente, as maiores bênçãos de Deus, e prometemos a nossa humilde colaboração. Na mesma cerimónia, vai ser ordenado diácono, na esperança da ordenação presbiteral, em breve, o jovem João Alves. F.M. Posted by Hello

AVEIRO está a mudar

Aveiro está a mudar a passos largos, esperando todos os aveirenses que seja para beme para melhor. Porém, se nos descuidarmos, qualquer dia nem a conhecemos e a nossa memória esquecerá, facilmente, tudo quanto ela tinha de expressivo. Hoje aconselhamos, porque está um dia luminoso, uma visita, com os olhos bem abertos, por algumas ruas e ruelas, só para identificar edifícios, muitos deles históricos e representativos de estilos e épocas diversos. Na Avenida Dr. Lourenço Peixinho ainda pode apreciar a bela sede da Fundação Eng. António Pascoal. Posted by Hello

sábado, 22 de janeiro de 2005

Diáconos Permanentes de Aveiro celebraram o seu patrono

Diácono Luís Pelicano e esposa Marcelina

Os diáconos permanentes da diocese de Aveiro reuniram-se hoje, 22, no Seminário de Santa Joana Princesa, fundamentalmente para celebrarem o seu patrono, S. Vicente, também padroeiro do Patriarcado de Lisboa. S. Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência, Espanha, durante a perseguição de Diocleciano, depois de sofrer cruéis tormentos. O seu culto logo se propagou por toda a Igreja. 
Nesta celebração, participada por diáconos permanentes e esposas, estiveram presentes, para animar uma reflexão sobre o diaconado na Diocese de Aveiro, a Irmã Deolinda Serralheiro, directora do ISCRA, a leiga Maria da Conceição, bastante conhecida pela sua militância católica, o padre Licínio Cardoso, pároco de três paróquias no arciprestado de Sever do Vouga, e o padre Georgino Rocha, delegado episcopal para o diaconado permanente, que moderou. 
A certeza de que o diácono permanente foi ordenado para o serviço da Igreja, servindo de ponte entre os leigos, de quem estão mais próximos, e os padres e o bispo, foi bastante sublinhada neste encontro. Exercendo o seu ministério na liturgia, na catequese e na caridade, o diácono permanente tem de ser a expressão visível do serviço da Igreja junto do Povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade. Mas ainda foi referido que é sua missão organizar e dinamizar a diaconia da Igreja, bem apoiado na força libertadora do Evangelho. 
Reconheceu-se que os diáconos devem conciliar o seu múnus pastoral com a sua vida familiar e profissional, bem como têm a obrigação de procurar a formação contínua e uma espiritualidade que os ajude a ser testemunhas vivas, no mundo, da Boa Nova de Jesus Cristo. 
Os diáconos não podem ser considerados funcionários da Igreja, mas devem estar plenamente disponíveis para servir e acolher, desfazendo barreiras e criando pontes, em todas as circunstâncias, num espírito de humildade, prudência, simplicidade, competência e seriedade. 
Na Diocese de Aveiro há 28 diáconos permanentes (27 casados e um viúvo), que servem a Igreja em variadíssimos campos. 

F. M. 

A propósito de uma carta de Júlio Dinis

De quando em vez sabe bem reler os clássicos da nossa literatura, nem que daí resulte algum prejuízo, momentâneo embora, para os escritores e escritos mais na berra. E foi isso que me levou, há dias, a procurar na estante, algo desarrumada, um livro talvez pouco lido, a não ser por curiosos ou estudiosos das coisas literárias. Refiro-me a "Cartas e Esboços literários" de Júlio Dinis, com prólogo do célebre Egas Moniz, sábio que ao mundo e ao Homem muito deu no campo da medicina, mas que ainda encontrou tempo e disponibilidade interior para se dedicar a estudos sobre literatos e questões literárias, com a mesma paixão com que dissecava o cérebro humano em busca de verdades até então ignoradas. Uma das cartas, agora lida com outro sabor, talvez pelo ambiente que quis e soube criar, referia-se à Gafanha, é certo que de fugida, em termos que me apeteceu repetir para que não caíssem no esquecimento. Reza assim, na parte que interessa, a missiva dirigido de Aveiro, em 28 de Setembro de 1864, a seu amigo Custódio Passos: "Escrevo-te de Aveiro. São 7 horas da manhã do histórico dia de S. Miguel. Acabo de me levantar. Acordou-me o silvo da locomotiva. Abri de par em par as janelas a um sol desmaiado que me anuncia o Inverno. A primeira coisa que este sol alumiou para mim, foi a folha de papel em que te escrevo; aproveito-a, como vês, consagrando-te neste dia os meus primeiros pensamentos e o meu primeira quarto de hora. Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali. Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela. Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui. A casa em que eu moro fica fronteira à que pertenceu ao José Estêvão. Há ainda vestígios das obras que ele projectava fazer-lhe e que, por sua morte, ficaram incompletas. Tudo isto se vendeu, e dizem que por uma ninharia. Chequei a Aveiro um pouco dominado pela apreensão de que talvez viesse ser infeccionado pelos eflúvios pantanosos da terra e cair atacado por sezões, circunstância que não obstante o colorido local que me havia de dar, nem por isso me havia de ser muito agradável. Nada porém de novo me tem por enquanto sucedido, e continuo passando bem, e, o que é mais, engordando". Nesta carta do romancista quiçá mais lido de Portugal, há uma mão-cheia de considerações e de notas a merecerem outros tantos estudos. Interessa-me somente dizer que afinal esta terra tem sido notada e continuará a sê-lo, assim creio, por quem deambula com olhos bem abertos à magia de recantos nem sempre suficientemente divulgados. Fico-me, no entanto, por duas ou três ideias, como esta de "imaginar-se transportado à Holanda", que "deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela", e a de na "GAFANHA visitar uma elegante propriedade rural" (quem diria?). Também o propósito de "visitar hoje os túmulos de Santa Joana e de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que aqui vim". Pois é verdade. Nem sempre reparamos no que é nosso e muito menos lhe damos o valor devido, por esta ou por aquela razão. E depois ficamos embasbacados, como eu fiquei, quando há anos ouvi de um amigo descrições de tal modo ricas de pormenores, ao mesmo tempo que denunciavam uma sensibilidade apurada e um gosto especial pelos ambientes bucólicos e pelo cheiro a maresia, desta terra que o mar e a ria beijam quase sempre com sedutora carícia. O tentar descobrir as belezas relatadas foi tarefa que na altura impus ao meu bairrismo, para então me deliciar meio envergonhado. Aos que me lerem, aqui deixo a sugestão de tentarem encontrar o que a vida agitada não tem deixado ver. Fernando Martins Posted by Hello

Efemérides aveirenses

22 de Janeiro 1939 - Após a restauração da Diocese, o administrador apostólico de Aveiro, D. João Evangelista, realizou a primeira visita pastoral, que foi à catedral, e presidiu à primeira grande peregrinação ao sepulcro da Princesa Santa Joana. E por que não os aveirenses e outros visitarem hoje, no Museu de Aveiro, o precioso túmulo da padroeira da cidade e diocese? Fonte: Calendário Histórico de Aveiro Posted by Hello

DIA BONITO

Hoje, apesar do frio, está um dia bonito. Aproveite para sair de casa para um simples passeio. Vá ver o mar e caminhe, caminhe muito, para não arrefecer e para se deslumbrar com a natureza. Posted by Hello

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Efemérides aveirenses

21 de Janeiro 1985 - Após acordo com o pároco e responsáveis pela respectiva paróquia, proprietária do terreno, a Câmara Municipal de Aveiro deliberou construir o Centro Social de Nossa Senhora de Fátima, por 6 120 000$0, para servir a população da freguesia que, pouco tempo depois, seria criada. 1962 - Faleceu D. Domingos da Apresentação Fernandes, que foi Bispo Auxiliar de D. João Evangelista Vidal (1953 - 1958) e, seguidamente, Bispo Residencial de Aveiro. 1898 - Aveiro recebeu calorosamente o herói de Chaimite, Mouzinho de Albuquerque, a quem prestou significativa e patriótica homenagem. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro Posted by Hello

QUEM SOMOS?

O conhecido sociólogo, professor universitário e cronista dominical do PÚBLICO, António Barreto, está a preparar para a RTP uma série de programas, procurando fazer o retrato de Portugal dos últimos 40 anos. Para quem gosta de ficar a saber coisas importantes de País e dos portugueses, esse vai ser um programa a não perder. Entretanto, já foi adiantando à revista VISÃO desta semana, para nos abrir o apetite, que em menos de 40 anos o nosso povo "emigrou em massa, fez três guerras, uma descolonização e uma revolução", ao mesmo tempo que fez "a democracia política, a integração europeia e recebeu centenas de milhares de imigrantes". Diz António Barreto que Portugal está muito melhor do que há 20 ou 40 anos, mas que "a população portuguesa tem expectativas próprias de país rico, mas com capacidade de povo pobre". Acrescenta que Portugal "tem um enorme e persistente atraso económico, social, cultural e tecnológico", bem com "uma crónica desorganização da vida colectiva" e "uma insuportável falta de disciplina e de brio". Há, também, "um profundo abismo entre as aspirações da população e as capacidades a satisfazer". Mais ainda: "Há várias religiões, diversas etnias, múltiplas culturas, línguas diferentes, várias políticas." Vamos todos ficar atentos. F.M. Posted by Hello

quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

Com eleições à vista

CRISTÃOS têm de dar sinais de esperança Em documento publicado hoje, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) diz, a propósito das próximas eleições legislativas de 20 de Fevereiro, que é preciso propor a esperança e abrir a porta a um futuro melhor, enquanto afirma, parafraseando os Bispos Portugueses, que ao assunto já dedicaram um documento oportuno, que “empenhar-se na construção da comunidade nacional é, para os cristãos, uma forma de exprimirem a sua fidelidade cristã”. A CNJP sublinha que as eleições legislativas são um momento particularmente importante da vida democrática, ao mesmo tempo que recorda, uma vez mais, os nossos Bispos, quando frisaram que o próximo acto eleitoral “não pode limitar-se a resolver uma crise política, mas deve enfrentar, com serenidade e lucidez, os problemas de fundo do país, apresentando para eles soluções credíveis e viáveis, a serem escolhidas pelo voto dos portugueses”. Refere depois, no seu comunicado, que os cristãos têm a obrigação de anunciar a esperança. “O momento que vivemos precisa das vozes da esperança, precisa dos gestos que se pautam pelo fazer bem, precisa de corações que acarinhem sonhos de dias melhores e que os partilhem com os demais, precisa de muito investimento nas pessoas e de muita dedicação ao bem comum, precisa da cooperação como principal trampolim para a melhoria da nossa vida colectiva, precisa de cada uma e de cada um. Não há cidadãos dispensáveis, dentro e fora dos partidos políticos, quando se trata de criar uma comunidade nacional solidária, desenvolvida, apta a enfrentar com esperança os tão incertos dias que se avizinham”, lembra a CNJP. Depois de recordar o pessimismo que parece ter invadido a nossa sociedade, salienta que ainda “encontramos pessoas disponíveis, interessadas em melhorar as condições de vida dos cidadãos, o modo de gerir as suas empresas e de aplicar os seus rendimentos, de aperfeiçoar as relações de trabalho e as relações interpessoais. Em todos os ambientes encontramos pessoas construtoras”.Por isso, adianta a CNJP, “Precisamos, é certo, de criar dispositivos de valorização e de incentivo público a todos e cada um dos portugueses e portuguesas que assim agem. Dispositivos que podem ser muito diversos, mas que se deveriam nortear pela partilha do que de mais positivo se faz e se alcança, pela valorização do trabalho perseverante que tantos desenvolvem em prol de uma sociedade mais justa e fraterna, pela comunicação da esperança que tantos desencadeiam em tantos rostos angustiados e esquecidos”. F.M.

D. ANTÓNIO MARCELINO: Bispo de Aveiro há 17 anos

D. António Marcelino é Bispo de Aveiro há 17 anos, pois assumiu essa tarefa eclesial no dia 20 de Janeiro de 1988. Antes, desde 1 de Fevereiro de 1981, foi Bispo Coadjutor. E desde sempre, assumiu as terras aveirenses como seu campo de acção, com um entusiasmo fora do comum, procurando levar a todos a Boa Nova que alimenta a sua fé. D. António é, antes de tudo, um homem que vive a fé no dia-a-dia, em todos os meios e em todas as circunstâncias, sem rodeios nem complexos, entre crentes e não crentes, entre gente simples e letrada, na contemplação dos que a vivem com simplicidade ou no leito da dor. E quem o ouve com frequência pode testemunhar como ele se comove com a fé e o amor a Jesus Cristo dos que sofrem. O Bispo de Aveiro, que veio na senda de outros grandes Bispos, nomeadamente, D. João Evangelista de Lima Vidal, D. Domingos da Apresentação Fernandes e D. Manuel de Almeida Trindade, soube dar ao seu múnus pastoral um dinamismo que os tempos de hoje exigem, calcorreando a Diocese, cujos caminhos, por mais estreitos, conhece como ninguém, estimulando novas formas de evangelização e propondo vivências cristãs mais convincentes. Atento às inquietações das famílias, dos homens e mulheres, das crianças e jovens diocesanos, D. António aponta pistas de verdade e de compromisso, denuncia injustiças, prega o bem, bate-se pela liberdade e pela democracia, intervém e leva a intervir em favor de causas e de valores. Inquieta a sociedade quando fala e quando escreve, estando permanentemente ao lado dos desprotegidos da sorte, dos mais pobres dos pobres, dos sem vez e sem voz na sociedade. Com uma disponibilidade sem limites, no seu gabinete de trabalho, no telefone, no telemóvel, na rua, nas igrejas, na comunicação social, em colóquios e conferências, em retiros e mesas redondas, em visitas pastorais e encontros sociais, em assembleias e semanas de estudo, o Bispo de Aveiro nunca mostra cansaço a quem o procura e escuta. Falando como vive, sempre a correr, tem-se dado à Diocese de Aveiro e ao seu povo, sem limites, com toda a sua capacidade e ardor apostólico, recebendo, por isso, a estima de toda a gente. Fernando Martins Posted by Hello

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

EUGÉNIO DE ANDRADE FAZ HOJE ANOS

Eugénio de Andrade faz hoje 82 anos, quase todos eles alimentados pela poesia que tanto tem enriquecido a nossa literatura e até a literatura universal. Considerado por muitos como o maior poeta do amor do século XX, ofereceu ao lirismo de todos os tempos obras ímpares como, entre muitas outras, As Palavras Interditas, Até Amanhã, Mar de Setembro, Escrita da Terra e Outros Epitáfios, Ofício da Paciência e O Sal da Língua. O poeta, porém, também passou, e bem, pela prosa, em Os Afluentes do Silêncio, Rosto Precário e À Sombra da Memória, e pela literatura para crianças, com História da Égua Branca e Aquela Nuvem e Outras. Ao recordá-lo aqui, desejamos tão-só que os nossos visitantes o leiam. F.M. Um poema de Eugénio de Andrade ARCO-DA-ALIANÇA O verde da luz tímida das tílias, o amarelo solar do matinal cantar dos galos, o azul feliz das uvas de Corinto, o roxo friorento das primeiras violetas, o vermelho glorioso do grito dos falcões: de norte a sul era o arco-íris que rompia na manhã molhada, era o inverno que se ia embora, o velho e sonolento inverno que partia: da janela avistam-se as últimas barcas - De O Sal da Língua Posted by Hello

CASA DO GAIATO: foi feita justiça

Um inquérito feito pela Segurança Social à Obra do Padre Américo, sem terem sido ouvidos os seus responsáveis, apontou algumas anomalias na forma como estavam a ser tratadas as crianças nas diversas casas da instituição, também conhecida por Casa do Gaiato. Depois de muito burburinho, com os protestos de quem conhece bem a OBRA, que há 60 anos acolhe crianças abandonadas ou em risco, sem qualquer subsídio do Estado, ontem foi feita justiça. O ministro da Segurança Social, Fernando Negrão, foi visitar a casa-mãe da Obra do Padre Américo, fundamentalmente para "repor a Casa do Gaiato no seu devido sítio, o sítio da dignidade das crianças, o sítio de muitos anos de apoio às crianças mais desfavorecidas deste país", conforme noticiou o PÚBLICO de hoje. O ministro considerou a Obra da Rua (outra designação da instituição) como "das melhores instituições deste país a fazer este trabalho", tendo referido que as questões relacionadas com a estrutura interna, nomeadamente ligadas à administração, à organização e aos espaços e instalações, estão ultrapassadas, graças ao trabalho feito por pessoas da Casa do Gaiato e da Segurança Social. Fernando Negrão afirmou ainda, segundo o PÚBLICO, que em Portugal "temos instituições que funcionam exemplarmente, temos outras com problemas e outras que poderão vir a ter que fechar por não terem o mínimo de condições de funcionamento". E garantiu mesmo que, "todos os dias, os inspectores da Segurança Social estão a fazer o seu trabalho de fiscalização, em nome do bem-estar das crianças". F.M. Posted by Hello

Efemérides aveirenses

19 de Janeiro 1941 – Ao regressar a Aveiro, depois de restabelecido de um gravíssimo e nefando atentado, de que foi alvo em Lisboa e que o opôs às portas da morte, o saudoso arcebispo D. João Evangelista de Lima Vidal teve o acolhimento de uma invulgar manifestação pública de simpatia. 1970 – A Mesa Directora da Fraternidade da Ordem Terceira de S. Francisco de Assis, de Aveiro, após séria reflexão sobre o modo como se vinha fazendo nos últimos anos a procissão das Cinzas, decidiu suspender a realização deste acto litúrgico. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

POBREZA QUE MATA

Um relatório das Nações Unidas, ontem divulgado, denuncia que um sexto da população mundial, mais de mil milhões de pessoas, vive na miséria absoluta. Gente que não tem água nem alimentação adequada, e muito menos cuidados básicos de saúde. Seis milhões de crianças morrem, por ano, antes dos cinco anos de idade, com fome, e mais de 800 milhões de pessoas deitam-se, à noite, sem comer seja o que for. A lista das carências humanas, ao nível da alimentação, da saúde, da habitação e da educação, seria interminável, para escândalo de tanta gente que vive na abundância. Quando tantos têm tudo, exibindo sinais exteriores de riqueza por todo o lado, há um milhão de pessoas que tem menos de um dólar por dia para sobreviver, enquanto mais de 2,7 mil milhões tentam viver com menos de dois dólares diários. Para combater a pobreza endémica, os técnicos das Nações Unidas, através daquele relatório, sugerem que os Governos dos países ricos devem abrir os seus mercados às exportações de produtos agrícolas dos países em desenvolvimento e comprometer-se a abolir, até 2010, os impostos sobre estes produtos. As nações ricas têm de estudar a hipótese de duplicar as suas ajudas aos países mais pobres, ao mesmo tempo que têm de disponibilizar 150 mil milhões de euros, por ano, até 2015, para projectos de desenvolvimento e de ajuda aos que mais precisam. Por outro lado, os habitantes dos países pobres devem ter a oportunidade de trabalhar, ainda que temporariamente, nos países desenvolvidos. Entretanto, os Governos devem reconhecer que os pobres também são gente e não apenas beneficiários do desenvolvimento. Quando falamos da pobreza no mundo, não podemos ignorar que Portugal também faz parte desse mundo. Aqui também há mais de um milhão de pessoas que passam fome e um número indeterminado que está no limiar na pobreza. A maioria das vezes com a nossa indiferença. Um dia, Madre Teresa respondeu a quem lhe perguntou como é que se podia erradicar a fome do mundo: "repartindo o teu pão pelo primeiro pobre que encontrares no caminho." Aqui está uma boa receita, para começar. F.M. Posted by Hello

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

De hoje até 25 próximo, vai decorrer em todo o mundo a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano subordinada ao tema "Cristo único fundamento da Igreja". Cristãos das diversas denominações vão ter uma preciosa oportunidade de orar para que todos se amem e testemunhem, no dia-a-dia, que Jesus Cristo é, de facto, o único Salvador. O diálogo ecuménico precisa, realmente, de gestos significativos, como recomendou o Santo Padre, que frisou a urgência de se "implorar de Deus o dom da plena unidade de todos os discípulos de Cristo". Mas se é verdade que o caminho da plena unidade tem de contar com a oração, também é correcto pensar que os cristãos podem ensaiar a aproximação organizando e participando em iniciativas conjuntas, salutar forma de mostrar vivências fraternas, nomeadamente, na resposta à pobreza ofensiva da dignidade humana, na defesa de valores perenes que o cristianismo nos ofereceu, em especial a justiça, a verdade, a paz, a liberdade e o amor. Durante esta Semana, por todo o mundo cristão, não hão-de faltar celebrações, com promessas de que vamos ser mais irmãos e de que no dia-a-dia todos saberão mostrar isso mesmo, tanto em gestos simples como em realizações concretas levadas à prática de mãos dadas. Aliás, isso mesmo vai acontecendo, como o provam os testemunhos da Comunidade Ecuménica de Taizé, onde monges de várias Igrejas cristãs conseguem rezar e viver juntos, tal como foi visto e sentido no recente Encontro de Lisboa, que contou com a participação de mais de 40 mil jovens da Europa. Um outro bom testemunho de unidade e de solidariedade mundial está no esforço de ajudar as vítimas do maremoto que massacrou o sudeste asiático. É premente, porém, fazer-se mais, tanto nas respostas aos grandes problemas das comunidades como na defesa de causas comuns, sem proselitismos nem demagogias, mas convictos de que assim estaremos a caminhar em trajectos convergentes, cujo fulcro único é Jesus Cristo. A celebração mundial deste tempo de oração começou na Igreja Episcopal [anglicana], nos EUA, em 1908, por iniciativa do Reverendo Padre Paul Wattson. Actualmente, a Semana de Oração é celebrada por milhões de cristãos no mundo e o decreto sobre o ecumenismo, saído do Vaticano II e promulgado em 1964, considerou a oração como a "alma" do movimento ecuménico. Contudo, não podemos ficar somente pelas celebrações, sendo imperioso aproveitar oportunidades como esta para educar as comunidades cristãs, no caminho da reconciliação, planeando acções ecuménicas durante todo o ano. Mas isso implica a necessidade de todos nos envolvermos nelas, cada um à sua medida. O contributo de cada um é fundamental. A nossa indiferença e falta de oração torna-nos cúmplices da separação escandalosa que há séculos alimentamos. E nunca como hoje o "vede como eles se amam", do evangelho, se mostra tão urgente. Fernando Martins Posted by Hello

No fim do dia

No fim do dia, cá estarei para duas curtas reflexões: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e Pobreza no Mundo. E algo mais que seja boa notícia. Fernando Martins

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Um poema de MIGUEL TORGA

Êxtase Terra, minha medida! Com que ternura te encontro Sempre inteira nos sentidos, Sempre redonda nos olhos, Sempre segura nos pés, Sempre a cheirar a fermento! Terra amada! Em qualquer sítio e momento, Enrugada ou descampada, Nunca te desconheci! Berço do meu sofrimento, Cabes em mim, e eu em ti! Monforte do Alentejo, 28 de Dezembro de 1968 In Diário XI

MIGUEL TORGA morreu há dez anos

Miguel Torga morreu há dez anos, precisamente no dia 17 de Janeiro de 1995. No dia seguinte, foi sepultado em campa rasa no cemitério de S. Martinho de Anta, sua terra natal. O autor de "A Criação do Mundo", dos "Contos da Montanha", do "Senhor Ventura", das peças de teatro "Mar" e "Terra Firme", do "Diário" e de tantas outras obras, marcadas todas elas por um sentido poético raro e pela dureza da montanha agreste que viu nascer Torga e que ele tanto amou e cantou, enriqueceu a literatura portuguesa e universal como poucos. Eterno indigitado ao Prémio Nobel da Literatura, nunca o recebeu, porém, por lhe faltar, decerto, o lóbi de grupos e de correntes literárias e políticas a que sempre foi avesso. Neste dia em que os seus admiradores lembram a sua morte, mas também a sua extensa e riquíssima obra, que se estendeu da poesia ao romance, passando pelo conto, pelo teatro e pelo ensaio, mas ainda pelas memórias que tão expressivamente registou sob a forma de diário, vale a pena ler ou reler "MIGUEL TORGA - FOTOBIOGRAFIA", obra organizada por sua filha Clara Rocha, com prefácio de Manuel Alegre. E se é justo sublinhar o texto com que Manuel Alegre homenageou Miguel Torga, por tão rico ele ser, e que tem por título "O rosto de Viriato", outros há, não menos singulares, nesta FOTOBIOGRAFIA, sob a forma de depoimentos. São eles de António Almeida Santos, António Arnaut, Claire Cayron, Jorge Amado, Mário Soares e Sophia Mello Breyner Andresen. "MIGUEL TORGA - FOTOBIOGRAFIA" é um livro obviamente cheio de fotos que retratam a vida do poeta, bem enquadradas por textos de sua lavra e por legendas que nos ensinam os caminhos que ele percorreu e que nos ajudam a compreendê-lo melhor. "O espírito de Torga não é só o que está nos textos, não é só o verbo que se fez obra, como corpo, como terra, como língua, como pátria. Quando o poeta morreu, quando o seu caixão baixava à cova no cemitério de S. Martinho / Agarez, eu disse que era um pedaço de Portugal que estava a ser enterrado. Talvez o que procuro sempre que volto a Torga seja este pedaço de Portugal ressuscitado, esse espírito de fidelidade à raiz, esse modo inconfundível de ser do mundo sem trair o berço e de ser tanto mais universal quanto mais coerentemente e profundamente português." Assim fechou Manuel Alegre o texto "O rosto de Viriato", com que abriu a FOTOBIOGRAFIA do poeta. E assim, também, nos abriu a porta a um livro que deve ser lido pelos portugueses que amam os poetas lusos. Fernando Martins Posted by Hello