quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Governo de Salvação Nacional

Estou convencido de que os portugueses votaram em massa no PS, dando-lhe a maioria absoluta, porque estão cientes de que José Sócrates não vai obrigar ninguém a apertar o cinto, que foi a política levada a cabo pela coligação PSD/PP. Política necessária, porque o Estado estava a gastar muito mais do que tinha para gastar. Como em qualquer casa de família, se as despesas normais excedem os rendimentos mensais, é certo e sabido que o endividamento não pode deixar de surgir. Como é óbvio, o novo Governo vai ter como obrigação urgente controlar o défice das contas públicas, e isto vai reflectir-se na vida de toda a gente. Só com muitas dificuldades é que poderá ser evitado. Mas como ninguém faz milagres, atributo exclusivo de Deus, é certo e sabido que a política de apertar o cinto vai aparecer, mais dia, menos dia. Tenho para mim que os descontentamentos saltarão para a praça pública muito em breve, se o Governo não agir com determinação e com justiça social, nunca prejudicando as classes que vivem apenas do seu salário. José Sócrates tem muito por onde escolher, assim os mais competentes aceitem trabalhar num Governo como este, que é, sem sombra de dúvidas, um Governo de Salvação Nacional. É que Portugal ainda não deixou de estar de “tanga”, como um dia denunciou Durão Barroso. Mas também é verdade que um Governo de Salvação Nacional tem de contar com a colaboração de todos os portugueses. Trabalhadores e empresários, governantes e governados, funcionários públicos e dirigentes de todos os quadrantes. Caso contrário, permaneceremos na cauda da tabela da UE. F.M.

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