quarta-feira, 25 de maio de 2005

Bispos do Centro querem combater a desertificação

D. Manuel Felício Combater a desertificação através de uma pastoral interdiocesana
Combater a desertificação através de uma pastoral interdiocesana é uma aposta dos bispos do Centro do País, nomeadamente de Aveiro, Coimbra, Guarda, Viseu, Portalegre e Castelo Branco e Leiria-Fátima. Os problemas sociais das dioceses do centro estiveram em destaque na reunião dos bispos daquelas dioceses, realizada na cidade da Guarda. A situação que mais preocupa estes pastores é a desertificação, "um processo em marcha que despovoa muitas das nossas terras", disse à ECCLESIA D. Manuel Felício, Bispo da Guarda. Para fazer face a esta realidade - aponta o prelado - "temos alguns contributos e alguns estudos que estão a ser feitos". Mas lamenta: "damos conta de que não vamos travar este processo." Se actualmente as grandes cidades (Porto e Lisboa) têm cerca de 40 por cento da população, nos próximos dez anos "terão cerca de 60 por cento", garantiu o prelado. "A formação e a informação são essenciais nesta luta", referiu. "Temos que dar o nosso contributo para que as pessoas dêem conta de que, mesmo estando nos grandes centros, só têm vantagens em não destruir os contactos com as suas origens", afirma D. Manuel Felício. Como as pessoas foram "feitas para viver", o Bispo de Guarda refere que "a qualidade de vida dos grandes centros não atinge, nem de longe nem de perto, os níveis" destas zonas. A criação de condições, "sobretudo de carácter patrimonial", são fundamentais para a fixação destas populações. Neste processo de desertificação, " existem pontos de referência que não sofrem esta sangria". E exemplifica: "temos centros populacionais nas nossas dioceses que aumentam mas, às vezes, em prejuízo das aldeias que estão próximas." Nos programas pastorais, sobretudo na hora de redistribuir o clero, "temos de privilegiar estes lugares que continuam a ser procurados pelas pessoas". Na recta final dos anos pastorais, os bispos do centro do País têm consciência de que não podem "abandonar ninguém, nem que seja uma pessoa que esteja no cabo do mundo", mas, por outro lado, também "não podemos ignorar os movimentos populacionais", frisa D. Manuel Felício. As directivas vão para uma pastoral "muito menos por conta própria e muito mais em Igreja". E adianta: "no nosso caso uma pastoral interdiocesana." As dioceses do centro têm "toda a vantagem em apoiar-se mutuamente", disse.

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