sábado, 25 de junho de 2005

"O ENTRETENIMENTO: valores e contradições"

Posted by Hello D. Manuel Clemente A Igreja tem de fazer uma conversão cultural
em todas as áreas da pastoral Decorreu em Fátima, ontem e hoje, uma Jornada sobre “O entretenimento: valores e contradições”, promovida pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicação Social, com a participação de representantes de diversas dioceses do País. Uma dezena de especialistas de diversas áreas do saber deu o seu contributo à reflexão que há muito se impõe e que a Igreja católica não tem descurado, apesar de tudo, no sentido de dinamizar o diálogo entre fé e cultura. “O encontro entre cultura e fé não é apenas um desafio da cultura; é também uma exigência da fé”, sublinha-se, aliás, no “site” do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa e presidente daquela Comissão Episcopal, afirmou que a Jornada pretende motivar as pessoas da Igreja para olharem para a importância do entretenimento, no sentido de que “a vida, a festa e os tempos livres são realidades que não podemos deixar de considerar”. Referiu que “o Evangelho tem de incidir nesta área cada vez mais alargada da vida das pessoas”, tendo ainda afirmado que o entretenimento “pode ser fruto do envolvimento pessoal e criativo de cada um”. José Tolentino Mendonça, padre e poeta, mas também director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, adiantou, em jeito de mote, na abertura dos trabalhos e citando o Vaticano II, que “não há cultura que não seja do homem, pelo homem e para o homem”. Frisou que a Igreja “necessita de fazer uma conversão cultural em todas as áreas pastorais”, e disse que urge valorizar uma “rede de complementaridades”, que interligue todos os agentes empenhados nas comunidades eclesiais. Tolentino Mendonça denunciou que “é muito fácil ser pessimista quando se fala de cultura e do entretenimento”, mas logo reforçou que este “é fundamental para a transmissão de valores”, nos nossos dias. Lembrou, entretanto, que “hoje vivemos um drama muito grande, que é o da eliminação da cultura popular”, que está a ser substituída por uma “cultura suburbana, muito desenraizada, na qual há poucas expressões que traduzam a alma das pessoas”. Fernando Martins (continua amanhã)

Sem comentários:

Enviar um comentário