segunda-feira, 31 de outubro de 2005

PORTUGUESES MAIS PESSIMISTAS

Sondagem revela que portugueses estão mais pessimistas
A confiança dos portugueses na situação económica pessoal e do país para 2006 está no nível mais baixo dos últimos dois anos, segundo o Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e TSF, divulgado esta segunda-feira. Invertendo a tendência de subida registada em Setembro, o estudo de opinião relativo a Outubro mostra que 56,8% dos inquiridos acha que a situação económica do país vai estar pior no próximo ano, contra 14,6% que considera que ela vai melhorar. Para 23,7% a economia do país vai ficar na mesma no período que se prolonga até ao próximo ano. Em termos de finanças pessoais e familiares, o pessimismo ainda é maior, com 58,2% a considerar que a situação vai estar pior durante o próximo ano. Pelo contrário, 10,3% dos inquiridos acha que vai estar melhor em 2007, enquanto para 23,7% não vai haver alteração. O Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e TSF foi realizado entre 18 e 21 de Outubro, com 805 entrevistas, sendo de 3,45% a margem de erro.

Não há Vida Boa sem Autodomínio

O HOMEM FAZ-SE OU DESFAZ-SE A SI MESMO
O homem faz-se ou desfaz-se a si mesmo. O homem controla as suas paixões, as suas emoções, o seu futuro. Consegue-o canalizando os seus impulsos físicos para conseguir realizações espirituais. Qualquer animal pode esbanjar a sua força realizando os impulsos físicos sempre que os sente. Compete ao homem canalizá-los para fins mais produtivos que a satisfação dos impulsos. Ninguém se tornou ilustre por fazer o que lhe apetecia. Os homens insignificantes fazem o que querem - e tornam-se nuns Zés-Ninguém. Os grandes submetem-se às leis que regem o sector em que são grandes.
O autodomínio é sempre recompensado com uma força que dá uma alegria interior inexprimível e silenciosa que se torna no tom dominante da vida. O autodomínio é a qualidade que distingue os mais aptos para sobreviverem. O mais importante atributo do homem como ser moral é a faculdade de autodomínio escreveu Herbert Spencer. Nunca houve, nem pode haver, uma vida boa sem autodomínio; sem ele a vida é inconcebível. A vitória mais importante e mais nobre do homem é a conquista de si mesmo.
Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'

FILARMONIA DAS BEIRAS ENCERRA FESTIVAIS DE OUTONO

Sábado, 5 de Novembro, 21.30 horas, Teatro Aveirense Esta semana chega ao fim os «Festivais de Outono». Para além de três recitais de canto e piano e um de música ibérica, poderá ainda assistir ao Concerto de encerramento, no próximo Sábado, 5 de Novembro, no qual a Orquestra Filarmonia das Beiras apresentará mais um dos seus fabulosos espectáculos, desta vez acompanhada pelo Coro da Fundação Conservatório Regional de Gaia e por Valerian Shiukaschvili, o vencedor do 1º Prémio da 1ª edição do Concurso Internacional de Piano «Helena Sá e Costa» em 2004. Iniciativa da Universidade de Aveiro e da Fundação João Jacinto de Magalhães, com o apoio da Câmara Municipal e do Teatro Aveirense, os Festivais de Outono estão a inundar Aveiro com uma série de concertos de diferentes géneros, épocas e estilos musicais e juntar artistas de grande relevo nacional e internacional.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

INDEPENDÊNCIA
As greves dos juízes e magistrados deram que falar, mas não tiveram grande importância. Primeiro porque, como notou há tempos Miguel Sousa Tavares, são irrelevantes alguns dias perdidos numa justiça que demora eternidades a dar qualquer passo. Depois, porque as greves não abalaram o prestígio da justiça portuguesa, pelo simples facto de que esse prestígio já não existe.
As greves foram estimuladas pelo primeiro-ministro, quando demagogicamente anunciou, logo no discurso de posse, a redução das férias judiciais. A coisa foi apresentada como se os profissionais da justiça gozassem dois meses de férias, quando se tratava de os tribunais fecharem dois meses. Os juízes e magistrados que trabalham no duro ficaram indignados. A partir daí, a questão situou-se no mero plano sindical. Apesar do estado lamentável em que se encontra a justiça em Portugal, não se viu grande preocupação dos grevistas em melhorá-la. Pior ouviram-se vozes bramando estar ameaçada a independência dos tribunais.
Decerto que a independência judicial é um valor básico do Estado de direito. Mas, por cá, ela tem significado sobretudo a autogestão pelas corporações do sector, cómoda para o poder político. O resultado está à vista - e, assim, o cidadão não tem a quem pedir contas pelo péssimo funcionamento da justiça. Por isso é positivo que se vá cumprir finalmente o preceito constitucional que atribui aos órgãos de soberania a definição da política criminal. Ao Ministério Público cabe participar na execução dessa política, não defini-la. Não chega, porém. O poder político precisa de ter uma intervenção mais activa na organização do sector. Para que a justiça portuguesa não continue a absorver meios humanos e financeiros acima da média europeia, sem lograr um mínimo aceitável de eficácia.

MAIS DE 234 MIL DOENTES EM LISTA DE ESPERA PARA CIRURGIA

Número continua a subir O número de doentes que esperam por uma cirurgia continua a subir, com os últimos dados do Ministério da Saúde a indicarem que mais de 234 mil portugueses estão nesta situação, dos quais 7785 não têm resposta nos hospitais públicos. Em entrevista à Lusa, o coordenador do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), Pedro Gomes, justificou que o elevado número de doentes em lista de espera resulta da entrada em funcionamento do SIGIC, que abrange todo o país desde o início de Outubro."Quando se cria um sistema deste género, começa por haver um aumento de doentes que, à partida, não se sabia que estavam em espera", argumentou.
Dado que o SIGIC permitiu criar "mecanismos que obrigam os hospitais a registarem" as pessoas com indicação para cirurgia, "o que dantes não era efectuado de uma forma exaustiva", é expectável que cresça o número de doentes, afirmou o coordenador.
Criado pelo anterior ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, o SIGIC entrou em funcionamento no final de 2004 a título experimental nas regiões do Alentejo e do Algarve, tendo vindo a ser alargado ao resto do país.A região centro foi a última a ser abrangida pelo SIGIC e, dado que têm surgido algumas dificuldades na integração técnica dos sistemas informáticos de alguns hospitais com este sistema de gestão das listas de espera, o número actual de portugueses identificados como aguardando por uma cirurgia é de 168.471.
Porém, Pedro Gomes estima que, incluindo os doentes dos hospitais que falta integrar tecnicamente no SIGIC, como é o caso dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o número real de utentes em espera seja de 234.463.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

Uma reflexão de Alexandre Cruz, do CUFC

Uma carta para a humildade Porque falas tão duro na Tua palavra de hoje, Senhor? Porque te indignas de maneira tão forte na Tua crítica? Que se passa para que insistas em não seres conformista, porque Te mexes tanto derrubando a passividade humana, enchendo-nos de inquietação com a Tua inquietude em postura que tão fortemente desinstala todo o mau hábito humano?!... Vendo mais fundo, lendo com olhos de ver, tens toda a razão. Era preciso ir até ao fim, chamar as coisas pelos nomes, retirar da “cadeira de Moisés” o espírito farisaico, a sua visão de Deus e do Homem. Apagar essa ‘ideia-prática’ imatura, tão desigual, turba, paralisante. Vieste até nós para recompor pela justiça o que o mundo nas suas sociedades não conseguia e não consegue. Queres purificar o autêntico Rosto de Deus (que és), queres sentar na cadeira importante os que mais sofrem, deitando por terra aqueles iludidos que, com os pés do barro da vaidade, julga(va)m-se importantes e gosta(va)m de ser tratados acima da sua própria verdade. Enche-nos de comoção, depois de tudo, a Tua insistência renovada de que “somos irmãos” e que a vida só tem significado quando tudo o que se pensa e faz é pelo serviço ao bem comum. Dizes-nos que a “prova dos 9” dos grandes sonhos e causas é a total dedicação amorosa a este mundo, onde todos somos importantes do mesmo modo e “tudo” terá de ser responsabilidade e serviço. Não nos retiras do mundo, antes pelo contrário, queres que no mundo sejamos Teu sinal… Pelo caminho do Teu exemplo e seguimento apercebemo-nos de que temos de ser servos de todos, pois todas as exaltações de poder e vanglória das coisas do mundo cairão em humilhação perdedora… Obrigado, Senhor, por nos chamares à Tua Verdade e nos fortaleceres com a Tua humilde coragem, sendo sempre mais simples ‘cientistas’ e instrumentos da Civilização do (Divino) Amor! Como um dia partilhaste connosco, será pelo poder da simplicidade e humildade que possuiremos a terra! Nessa pureza é que veremos a Deus. É por aqui!...

domingo, 30 de outubro de 2005

Um texto de Santo Agostinho

Posted by Picasa SOIS GRANDE, SENHOR
“Sois grande, Senhor, e infinitamente digno de ser louvado. É grande o vosso poder e incomensurável a vossa sabedoria. O homem, fragmentozinho da criação, quer louvar-Vos; – o homem que publica a sua mortalidade, arrastando o testemunho do seu pecado e a prova de que Vós resistis aos soberbos. Todavia, esse homem, particulazinha da criação, deseja louvar-Vos. Vós o incitais a que se deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós.”
In Confissões

Um poema de Almeida Garrett

Posted by Picasa O pescador BARCA BELA Pescador da barca bela, Onde vais pescar com ela, Que é tão bela, Ó pescador? Não vês que a última estrela No céu nublado se vela, Colhe a vela, Ó pescador! Deita o lanço com cautela, Que a sereia canta bela… Mas cautela, Ó pescador! Não se enrede a rede nela, Que perdido é remo e vela Só de vê-la, Ó pescador! Pescador da barca bela, Inda é tempo, foge dela, Foge dela Ó pescador! In Folhas Caídas

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Picasa Aveiro: Parque de lazer PARQUE DE LAZER Hoje vai ser um dia de chuva, nada favorável a um passeio. Não poderá, talvez, sair de casa, para a caminhada sempre benfazeja. Mas pode ficar com a sugestão de a fazer logo que a chuva deixe de cair.

sábado, 29 de outubro de 2005

Um artigo de José Pacheco Pereira, no PÚBLICO

TEMAS PRESIDENCIAIS ENTRE SOARES E CAVACO
Discursos presidenciais – São todos muito pobres porque são modelados pela enunciação de “propósitos”, “desígnios”, “ideias para Portugal”, tão vagos, genéricos e retóricos como os slogans de campanha. É preciso conhecer muito bem os candidatos e perceber as nuances, saber quais são os não-ditos, para entender a lógica das candidaturas. Hoje a retórica está tão estabelecida no discurso político, que é cada vez maior o seu efeito de ocultação. O que salva estas eleições do vazio discursivo, é que os candidatos principais são bem conhecidos do eleitorado, e por isso são mais facilmente “lidos” nas suas efectivas intenções.
“O que nos distingue? Estilo e conteúdo” - Disse Mário Soares e é verdade. Só que quer o estilo, quer o conteúdo, já lá estavam antes da campanha. Esta é tão dominada por convenções, que é preciso escavar mais fundo para perceber as diferenças. A pose e encenação valem hoje mais do que os discursos, fazem “falar” a coreografia dos actos de apresentação. São eles que temos que analisar para ir mais longe.
Encenações - Em nenhum momento da campanha houve uma pura encenação autónoma, e quer Soares, quer Cavaco, cada um já se constrói face ao outro: um tem apoiantes na sala, o outro só os mandatários, um entrega o cartão, o outro só entrega depois de ganhar as eleições, um aceita perguntas á cabeça, outro recusa-as, para depois as aceitar quando verifica que o adversário o faz, um intitula-se de “político profissional”, o outro recusa o epíteto, um afirma-se independente dos partidos, o outro nega a condição de “suprapartidário”. Há todo um diálogo coreográfico, como se ambos “falassem” por estes gestos quer entre si, quer connosco. E é aqui que estão efectivamente a falar.
Pose – Toda a pose é uma metáfora programática e de poder. Cada um coloca-se diante de um Portugal imaginário, feito de densidade significativa, escolhendo lugares, posturas, silêncios e falas. A solidão desejada de Cavaco, a sua pose ritualistica, a sua relação com os símbolos do poder, as bandeiras alinhadas, a perfeição do cenário, o controlo do espaço à sua volta, onde só entra a esposa, pretendem acentuar a ruptura do exercício do poder com os actos quotidianos, valorizar o sentido de estado da função presidencial.Soares, pelo contrário, chega normalmente a uma porta de hotel, conversa, acelera e recua, olha para trás, acompanha um jornalista com quem conversa, passeia mais do que anda. Soares é mais terra à terra, mais natural, menos convencional, domina melhor o espaço à sua volta, por isso sente menos necessidade de o organizar. Onde Cavaco está contido e tenso, Soares está à vontade, é mais corporal nos gestos, a qualquer momento espera-se que dê o braço a um amigo. Nesta diferença ambos são naturais, embora depois a encenação acentue artificialmente o que os separa.
Soares, a quem Cavaco irrita, tende a ainda mais acentuar a sua liberdade corporal, a dizer o que lhe apetece, a fazer o que lhe apetece. Cavaco não se pode dar a esse luxo, nem se sentiria bem nele.
Soares é um típico membro de uma elite, preparado por toda a sua vida a estar naturalmente próximo do poder, mesmo quando, antes do 25 de Abril, era perseguido. Cavaco forçou a sua entrada numa elite que não o reconhece como um dos deles, que o verá sempre, como Soares o faz, como um parvenu. Só que, quando Cavaco tem poder, tem mais poder e quando Soares o tem, tem menos.
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MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E REFUGIADO

Posted by Picasa Bento XVI denuncia tráfico de seres humanos e exploração feminina
Bento XVI denunciou hoje o tráfico de seres humanos e a exploração feminina, na sua primeira Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado. O Papa pede aos católicos que dediquem uma especial atenção às mulheres migrantes, as mais vulneráveis à exploração económica e ao tráfico humano.Apontando para a “recente tendência da feminização” do fenómeno migratório, com uma “crescente presença” das mulheres, a mensagem lamenta que elas acabem por estar presentes “sobretudo nos sectores que oferecem baixos salários”.
“Se todos os trabalhadores migrantes são particularmente vulneráveis, entre eles as mulheres são-no ainda mais.”, refere o Papa numa mensagem intitulada “Migrações, sinal dos tempos”, que marcará a celebração do 92º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, a 15 de Janeiro de 2006.
O texto sublinha que “a imigração assumiu uma forma, por assim dizer, estrutural, tornando-se uma característica importante do mercado de trabalho a nível mundial, consequência, entre outros, da profunda influência exercida pela globalização”.Bento XVI mostra-se profundamente preocupado pelo desenvolvimento do tráfico de seres humanos, sobretudo mulheres, “nos locais onde são escassas as oportunidades de melhorar as próprias condições de vida, ou simplesmente de sobreviver”.
O Papa critica duramente a exploração do trabalho feminino e a “indústria do sexo” que se aproveitam destas situações, reafirmando a condenação expressa por João Paulo II contra “a difundida cultura hedonista e comercial, que promove a exploração sistemática da sexualidade”. Aos católicos, é deixado o desafio de apresentarem “um programa de redenção e libertação” para estas mulheres. Contra a exploração da mão-de-obra feminina, Bento XVI pede aos cristãos que as empregam que “manifestem o seu compromisso em favor de um tratamento justo da mulher migrante, do respeito pela sua feminilidade e do reconhecimento dos seus direitos iguais”.
O Papa lembra, por outro lado, os dramas dos requerentes de asilo e os refugiados, pedindo à opinião pública que fixe o seu olhar não só “no problema constituído pela sua entrada”, mas também “nas razões que os levaram a fugir do seu país de origem”.“Esperança, coragem, amor e também ‘criatividade da caridade’ (Novo millennio ineunte, 50) devem impulsionar o necessário compromisso, humano e cristão, para socorrer estes irmãos e irmãs nos seus sofrimentos”, aponta.
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ABORTO: Sócrates optou pelo referendo

Aborto não será aprovado na Assembleia da República Afinal, e ao contrário do que há dias afirmou, Sócrates optou pelo referendo para alterar a legislação sobre o aborto, permitindo a despenalização das mulheres que façam a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas. E isso só acontecerá na próxima legislatura, a partir de Setembro de 2006, como determinou o Tribunal Constitucional. Assim, a Assembleia da República já não vai decidir sobre a alteração à lei que legitimou o aborto, como reclamavam o PCP, os Verdes, o BE e algumas franjas mais esquerdistas do PS. O primeiro-ministro entende, então, que o que foi aprovado por referendo só por referendo deve ser alterado, como mandam as boas regras democráticas. De qualquer forma, uma lei que despenaliza o aborto é sempre, como sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, uma imoralidade. E mal vai um País que, como referiu, opta por lei imorais. F.M.

Mudança de hora

Relógios atrasam uma hora às 3 horas de domingo
Na madrugada deste domingo termina o horário de Verão, devendo os relógios ser atrasados uma hora (às 3 horas serão 2), em cumprimento da directiva comunitária, com data de 1981, que rege a denominada Mudança de Hora e que afecta todos os Estados-membros da UE.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Um poema de João Roiz de Castelo Branco

CANTIGA, PARTINDO-SE Senhora partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tam tristes, tam saudosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora d’esperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. NB: Poema do final do século XV, início do século XVI

Um artigo de Elsa Costa e Silva, no DN

20% dos licenciados fogem de Portugal
Um quinto dos portugueses com ensino superior não trabalha em Portugal. Este número, que consta de um relatório do Banco Mundial (BM) onde é analisado o fenómeno da fuga de cérebros, dá conta de que Portugal é o país europeu de média/grande dimensão mais afectado pela saída de licenciados e quadros técnicos. Na lista dos Estados com mais de cinco milhões de habitantes, Portugal é 21.º, com a maior percentagem de licenciados a residir fora das fronteiras. Mas esta é uma realidade com traços mundiais entre 1990 e 2000, o fluxo de imigrantes qualificados cresceu a um ritmo anual de 800 mil pessoas.
Por só considerar os países de maior dimensão, este ranking onde consta Portugal deixa de fora países pequenos do Leste europeu, alguns dos quais agora membros da União Europeia, onde a emigração de quadros é também elevada. Apenas Malta, um país de 400 mil habitantes, é contabilizado na lista que inclui a totalidade dos países e que é liderada pela Guiana. Na pequena ilha do Mediterrâneo, mais de metade da sua população licenciada reside no estrangeiro.
Na lista dos países maiores (com mais de cinco milhões de habitantes), elaborada a partir de dados relativos a 2000 e liderada pelo Haiti, surgem a seguir a Portugal mais dois países europeus a Eslováquia e o Reino Unido, ambos com 16,7% da sua população qualificada emigrada. Neste panorama, convém não esquecer que Portugal é um país com forte tradição de emigração. Por outro lado, o relatório do BM não distingue entre as pessoas que emigraram depois de se licenciarem daquelas que frequentaram o ensino superior no país de destino. Uma situação onde estarão muitos jovens nascidos em Portugal, que abandonaram o país ainda crianças, acompanhando os pais emigrantes.
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Um artigo de D. António Marcelino

Vazio preocupante e perigoso
Li, há poucos dias, palavras sensatas de um conhecido e apreciado historiador italiano que analisava os políticos actuais do seu país, em confronto com os de décadas passadas. Dizia ter saudades dos tempos de luta do democrata cristão De Gasperi e do comunista Togliati. “Sabia-se o que eles queriam, o que pensavam e quais os princípios e a ideologia que inspiravam o seus projectos, decisões e lutas pelo bem comum”. Foi acrescentando que eram políticos com ideias e convicções e, apesar de adversários, se respeitavam mutuamente, como respeitavam as regras da democracia que, após o fascismo, começava a implantar-se no país. Alargava, por fim, a sua crítica ao que se estava passando nesses dias, por motivo das eleições primárias e das reacções ouvidas. “Que diferença!”
Num encontro recente com gente responsável de duas dezenas de países da Europa, foi comum reconhecer-se que parecia estar a terminar o tempo da política com conteúdos e saber, orientada por gente convicta. Por todo o lado, dominam os interesses, a ânsia do poder, o vazio ideológico, a perda do sentido de serviço à comunidade no seu conjunto. Frequentemente, os políticos de tope são pessoas com quem não é possível dialogar, porque dizem, desdizem e contradizem, segundo as circunstâncias, os interesses do momento e os jogos de poder.
De dois nossos vizinhos, cidadãos de um país que está na ribalta, ouvi, com manifesta amargura: “Os políticos que nos governam mentem, mentem vergonhosamente, e, com um sorriso descarado, negam o que acabaram de dizer e que toda a gente ouviu. Uma lástima!”Não deixo de reconhecer, porque é essa a minha convicção e a tenho repetido muitas vezes, que a política é uma actividade digna, séria e necessária, e que há muita gente a trabalhar neste campo, com reconhecida dignidade e competência, que merece o nosso respeito e gratidão. Não por mera simpatia ou motivos partidários, mas por um dever de cidadania.
Porém, a Europa parece ter sido invadida por um enxame incómodo de políticos medíocres ou pouco mais do que hábeis, que foram alcançando os postos do poder e neles se aguentam por manobras e apoios, prepotências e favores, mas que não conseguem disfarçar a pobreza das ideias, a debilidade dos critérios, a personalidade frágil, a ausência de sentido...
Deparamos, é verdade, com gente na cadeira do poder, por vezes mais no intermédio do que no cimeiro, com valores morais e éticos, ideias claras, critérios ajustados, projectos fundamentados, vontade, saber e honestidade para ir mais longe. Na hora das decisões, porém, ou é torpedeada por um funcionário de carreira, mais ou menos discreto, com secretária na sala do lado, ou esbarra com interesses de cima, a quem não faltam razões de ocasião para dizer, com um sorriso, que não pode ser assim.Entre nós, começaram já os jogos de circo, porque não se sabe se vai ou não haver referendo, e porque voltamos a um clima de pré-campanha. Sacodem-se os capotes, limpam-se as armas, aventam-se as insinuações…
Pouco se fala de bem comum, de responsabilidade política, de país acima dos partidos, de serviço público para além dos interesses privados, de subsidiariedade, onde esta é possível e mais eficaz. Este vazio tem de ser denunciado e contrariado. Dizer que é fruta do tempo, pouco ou nada resolve, porque não falta gente, dentro e fora do poder, que só gosta desta fruta de passagem. Há que apoiar ou denunciar, quando é caso disso.
O dever cívico de aplaudir ou dizer que o rei vai nu, não se pode exprimir apenas quando nos tocam ou não nos direitos pessoais ou nos interesses corporativos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Centros de Saúde vão dar aulas de ginástica a maiores de 50

Os 363 centros de saúde do país vão passar a dar aulas de ginástica e aconselhamento sobre exercício físico a maiores de 50 anos, caso adiram ao Programa Idade Maior, lançado esta quinta-feira em Lisboa e no Porto
Os responsáveis pelo programa acreditam que, em breve, cada centro de saúde aderente estará preparado para oferecer condições para a prática regular de exercício físico a 200 a 300 seniores. Conscientes de que «apenas 4% dos idosos pratica desporto», os Laboratórios Pfizer decidiram lançar este projecto com o apoio da Direcção-Geral de Saúde. Marcha, ginástica, passeios terapêuticos e exercícios de resistência são algumas das actividades que os centros deverão ter ao dispor dos utentes. Segundo Carlos Macedo, director médico da Prizer, os programas de actividade física serão desenvolvidos tendo em conta os problemas de saúde que as pessoas mais velhas possam ter, como diabetes, hipertensão, osteoporose, osteoartrite, depressão, demência e doença isquémica cardíaca. Esta quinta-feira de manhã, cerca de 200 médicos, enfermeiros e fisioterapeutas dos centros de saúde portugueses participaram nos dois encontros realizados em Lisboa e no Porto para receber formação específica. Garantindo que este projecto «não exige muitos meios financeiros», Carlos Macedo explicou que «a maior parte dos exercícios desenhados têm em conta a limitação dos centros de saúde, estando programados exercícios como marcha ou passeios». «Muitos centros de saúde têm condições para dar aulas e podem ser feitas parcerias com instituições, como os bombeiros locais ou a junta de freguesia, para dar as aulas», sublinhou Helena Santa Clara, da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, acrescentando que o importante é uma «boa gestão de recursos do estado».
Fonte: Diário Digital

O Caminho Português para Santiago

Posted by Picasa Santiago de Compostela Um livro rico em detalhes e com fotografias de grande intensidade
Escrito por um veterano peregrino de Santiago de Compostela, Lourenço de Almeida, e ilustrado com fotografias de António Homem Cardoso, «O Caminho Português para Santiago» mostra de um modo especial como uma peregrinação “pode ser o caminho certo para nos encontrarmos a nós próprios, aos outros e a Deus” – refere o comunicado de imprensa para o lançamento do livro «O Caminho Português para Santiago».
O lançamento público será no dia 3 de Novembro, às 18.30, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, com apresentação da jornalista Laurinda Alves. Editado pela Lucerna, esta obra tem cerca de 160 páginas onde os autores desafiam o leitor a percorrer com eles, a pé, o Caminho Português para Santiago de Compostela, o mesmo que é pisado por inúmeros peregrinos portugueses há já muitos séculos, à procura de algo e um tanto ou quanto inquietos, e que desejam rezar junto do túmulo do Apóstolo São Tiago, que ali é venerado ali há quase 12 séculos.
Nesse caminho que este livro desvenda em pormenor, através de um texto rico em detalhes e de fotografias de grande intensidade, abre-se ao peregrino “uma experiência deveras enriquecedora em termos espirituais mediante a qual «cada subida, cada descida, cada pontapé numa pedra e cada escorregadela numa laje molhada, cada noite dormida no chão, cada banho de água fria» se transformam nos vários passos, por vezes degraus, de «um caminho ascendente, um caminho de distanciamento do ponto de partida a caminho da Luz»” – salienta o comunicado.
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Um poema de José Tolentino Mendonça

Posted by Picasa José Tolentino Mendonça Caminho do forte, machico No caminho onde aprendi o outono sob o azul magoado os pescadores cruzavam ainda linhas províncias clareiras e esse gesto masculino de apagar a dor chegava pelos percalços da terra o carro do gelo e os miúdos tiravam bocados para comer às dentadas em retrato selvagem mas, juro-vos, havia encanto havia qualquer coisa, outra coisa nesse instante em perda as mulheres sentavam-se à porta com os bordados quando passavam estrangeiros ficavam sempre a sorrir nas suas fotografias In Longe Não Sabia(1997)

PUBLICAÇÃO TEOLÓGICA MERECE GALARDÃO

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Prémios Literários do P.E.N. Clube Português distinguem Tolentino Mendonça
O Pe. José Tolentino Mendonça foi distinguido com o Prémios Literários do P.E.N. Clube Português para prosa pela sua obra “A construção de Jesus” (Ed. Assírio & Alvim). O galardão, referente ao ano de 2004, é atribuído ex-aequo a Tolentino Mendonça e a José Gil, pelo seu best-seller “Portugal Hoje. O Medo de Existir” (Relógio d'Água).
Os prémios literários do P.E.N. Clube Português destinam-se a galardoar anualmente as melhores obras publicadas no ano anterior, em língua portuguesa e em 1ª edição, nas modalidades de poesia, ensaio e ficção. Os prémios têm o patrocínio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas.
A obra do Pe. Tolentino de Mendonça é fruto da sua tese de doutoramento, sobre o tema “A construção de Jesus. Uma leitura narrativa de Lc 7, 36-50”. Com orientação do jesuíta Jean-Noel Aletti, o trabalho deste biblista mostra que o evangelista é, verdadeiramente, um autor, abordando o modo como, pela criação literária, se expressa uma determinada visão religiosa.
Os novos caminhos de aproximação ao texto bíblico, tendo em conta a narrativa bíblica e a crise da linguagem religiosa, estão presentes nesta obra, que mistura as facetas de poeta e biblista do Pe. Tolentino Mendonça, pedindo a recuperação do espaço metafórico e narrativo na vida da Igreja.
A actual crise da linguagem religiosa, testemunho do final de um certo modo de ser cristão, faz-nos acreditar que na nossa sociedade, a Fé não mais se transmitirá pelas veias da assimilação a um determinado contexto sócio-cultural.“Tornar ao texto, respeitar os seus mecanismos” é o propósito que dá vida a este trabalho, onde Tolentino Mendonça aborda o relato de uma mulher, a que não se dá nome, que irrompe em casa de um fariseu, Simão, para chorar, lavar, ungir os pés de Jesus e pedir perdão.
Nascido no ano de 1965, em Machico, Tolentino Mendonça estudou no Seminário diocesano do Funchal e na Universidade Católica, em Lisboa, e foi ordenado sacerdote em Julho de 1990, por D. Teodoro de Faria. Prosseguiu os estudos superiores em Roma, tendo desempenhado ainda o cargo de Reitor do Colégio Pontifício Português. Poeta de eleição, José Tolentino Mendonça tem vários títulos publicados.
Além dos livros de poemas - ("Os Dias Contados", 1990; "Longe Não Sabia", 1997; "A que Distância Deixaste o Coração", 1998) e do ensaio "As Estratégias do Desejo: Um Discurso Bíblico sobre a Sexualidade" (1994), “Baldios”,(1999) - Tolentino Mendonça é autor de uma elogiada tradução do "Cântico dos Cânticos" (1997) e de "Salmos", entre outros títulos.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

Hospital de Aveiro é o quarto mais eficiente

Posted by Picasa Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro O Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, foi classificado em quarto lugar numa tabela que ordena os hospitais SA portugueses de acordo com a sua eficiência económico-social e operacional.
Apenas os hospitais de São Sebastião (Santa Maria da Feira), Barcelos e Vale do Sousa obtém melhores resultados do que a unidade de saúde aveirense, segundo dados relativos ao primeiro semestre deste ano a que o Diário de Aveiro teve acesso.O indicador global de eficiência é de 121 em Aveiro, quando a média geral dos 31 hospitais é de 103. São Sebastião obtém uma classificação de 147, ao passo que Beja, último da lista, apenas chega aos 70.
O indicador global de eficiência é calculado de acordo com um conjunto de parâmetros definido pela Unidade de Missão Hospitais SA, entre eles a demora média de internamento, o pessoal clínico por cama, os custos ou o volume de actividade.
As 31 unidades de saúde empresarializadas são hierarquizadas de acordo com a sua eficiência desde finais de 2003, altura em que a Unidade de Missão dos Hospitais SA desenvolveu uma tabela que permite a comparação dos hospitais da rede.
Segundo uma nota emitida ontem pelo Hospital Infante D. Pedro, este «instrumento de gestão» possibilita ainda «identificar as áreas de actuação prioritárias para cada hospital».
«Esta tabela mensal apresenta um conjunto de indicadores da actividade hospitalar, indicadores de eficiência, indicadores de índole económica-financeira e indicadores de qualidade e serviço, decisivos para o acompanhamento da actividade dos hospitais», avalia a unidade de saúde dirigida por Álvaro Castro.
O quarto lugar obtido pelo Hospital Infante D. Pedro demonstra, segundo a administração, «uma evolução da sua performance económica-finaceira, bem como um aumento da sua actividade produtiva e qualidade em termos globais». FONTE: Um artigo de Rui Cunha no Diário de Aveiro

LAICISMO E INDIFERENTISMO: Alexandre Cruz, do CUFC, fala ao Correio do Vouga

Posted by Picasa Alexandre Cruz
"Propostas enganadoras"
Correio do Vouga - Laicismo e Indiferentismo são a mesma coisa?
Pe. Alexandre Cruz - Não são a mesma ‘coisa’, mas são aspectos de uma mesma realidade. Trata-se da realidade do mundo, do pensamento das sociedades, da compreensão dos valores, do lugar das ideias e das movimentações do pensamento humano, que depois se manifesta em posturas, formas de estar e de compreender a vida, a sociedade e a própria liberdade.
Estando atentos, apercebemo-nos de um certo indiferentismo social, de um “deixar correr”, que vai das coisas mais simples às mais significativas, até à ordem do mundo espiritual. Indiferentismo, será, assim, um modo de estar “não estando”, onde “tanto faz”, numa vida incolor. Numa linha de indiferentismo, as opções retardam, o pensar a vida na sua grandeza dignificante esbate-se, o objectivo e o ideal perdem-se. Este é um dos gravíssimos problemas da sociedade actual; e as instâncias que caminham na área social ou da cultura sentem diariamente que a mensagem não passa, pois uma indiferença perturbante vai alastrando.
O laicismo exige uma compreensão profunda das suas raízes. A Jornada também pretende isso mesmo: revisitar estes conceitos como atitudes de vida.
Existe uma laicidade do crente que é pura, provinda da secularização. Trata-se do reconhecimento do valor das realidades terrestres e de que tudo quanto é bom contém sementes do Verbo; e não é “tirar o terreno da Igreja” – temos de redescobrir isto para conseguir falar com o mundo! Já o laicismo contém em si um carácter turvo, ideológico, perturbador, intencional, asfixiante da pureza dos valores e virtudes.
(Para ler toda a entrevista, clique aqui)

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Posted by Picasa D. Manuel Trindade Salgueiro
CENTRO DA CIDADE DE ÍLHAVO
No centro da cidade de Ílhavo, domina um jardim, onde sobressai a estátua a D. Manuel Trindade Salgueiro, que foi Arcebispo de Évora. Quem vai a Ílhavo, não pode deixar de passar por este jardim para desfrutar de uns momentos de descontracção.

Novos selos de João Paulo II em Novembro

Posted by Picasa João Paulo II João Paulo II vai voltar a ser figura de uma emissão filatélica no Vaticano, a 10 de Novembro. Nessa data sairá uma série de três selos dedicados às últimas viagens pastorais realizadas pelo Papa polaco antes da sua morte.
Ao longo de 26 anos e meio de pontificado, João Paulo II realizou 104 viagens apostólicas, visitando 129 países diferentes. Periodicamente, o departamento filatélico e numismático do Estado da Cidade do Vaticano comemorava as viagens com o lançamento de uma série de selos.
A próxima série, relativa às viagens do ano passado, concluem esta longa sequência de comemorações filatélicas. Os novos selos lembrarão a visita a Berna, na Suíça (5 e 6 de Junho de 2004), e em seguida a dois dos Santuários Marianos mais importantes da Europa: Lourdes (14 e 15 de Agosto de 2004) e Loreto (5 de Setembro de 2004).
Os três selos custarão, respectivamente, 0.45, 0.80 e 2.00 Euros. Todos mostrarão em primeiro plano o rosto de João Paulo II.Nessa mesma data será ainda emitida uma séries de selos relativa ao recente Sínodo dos Bispos.
Fonte: ECCLESIA

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Um artigo de Alexandre Cruz

Univer(sal)idades A liberdade no Mundo 1. Só haverá liberdade no pressuposto da verdade. Desta derivam a responsabilidade e dignidade humanas. A liberdade por isso, por muito que custe a algumas ideias menos ‘livres’, não pode caminhar à deriva, sem fronteiras como o vento, como se de uma simples vontade (só pessoal, individualista) se tratasse, fazendo o que apetece “sem ninguém ter nada a ver com isso.” Reparemos e apreciemos aqueles que foram dando de si por um mundo mais livre; esses, portadores da chama da Verdade trouxeram para o mundo ‘o futuro’, assumindo nas suas entranhas até ao sangue a ca(u)sa de todos, dando por ela a própria vida. Entre tantas outras figuras marcantes, onde a humildade do serviço se faz vida diária e nunca o lema é preocupação de prestígio que perdure, está ROSA PARKS, pioneira dos Direitos Cívicos na América. Morreu (a 24 de Outubro) com 92 anos a mulher que abriu novas portas nos caminhos da dignidade humana. Fica para os anais da história o gesto corajoso desta costureira negra do Alabama que a 1 de Dezembro de 1955 recusou ceder o lugar num autocarro a um passageiro branco. Sendo esta cedência uma norma legal (numa limitada e comovente visão de segregação dos negros nos EUA), esse gesto de irreverência ficaria como ícone de um ponto de partida para uma reviravolta de consciência humana posterior. Rosa Parks, a cuja memória a América prestou mais uma homenagem nesta hora da ‘despedida’, pelo seu exemplo ‘simples’ provocara uma revolta popular sem precedentes liderada na época já pelo Pastor (ainda desconhecido ao tempo) Martin Luther King, este que pelo “sonho” viria a ‘dar a vida’ por uma plena liberdade e dignidade que o seu próprio assassinato em Memphis proporcionou em 1968. Sobre a situação da prisão, escreveu Luther King (em 1958): “A prisão de Parker foi o factor que fez precipitar o protesto, e não a causa. A causa era mais profunda. Tinha a ver com a tradição de injustiças semelhantes àquela por que passou Rosa Parks.” Tendo sido coroada em Novembro de 1999 com a “Medalha da Liberdade dos EUA” (em Detroit), a reclusa nº 7053 por não ter cedido o lugar no autocarro e grande lutadora do Movimento pelos Direitos Cívicos dos anos 50-60, recebeu de Bill Clinton a admiração: “Era uma mulher de grande coragem, graça e dignidade!” 2. Relembrar os brilhantes exemplos de vidas dadas ao serviço move-nos para uma visão de como vão estes caminhos de liberdade e dignidade no mundo actual. Que ideais, que educação para eles e que distâncias do “sonho”?! E ao falar da “liberdade”, hoje, para as mais altas instâncias com preocupações quer humanitárias quer em termos de reflexão sobre os “porquês…?”, torna-se imperativo o colocar no mapa da questão sobre “como vai a liberdade religiosa no mundo?” Sendo que, ao perguntarmos desta forma, aproximamo-nos tanto de alguns problemáticos fundamentalismos religiosos como de ditaduras de estados com imposição ideológica. Vai-se tornando cada vez mais claro que na aproximação às Sociedades e Comunidades Humanas a chave de leitura da liberdade religiosa (no seu respeito ou na sua rejeição) faz vir à ribalta os índices de maturidade humana, de gestão sócio-política e colectiva justa para com todos. Quando não há um horizonte social de liberdade religiosa assumida inteiramente na sua essência e nos seus efeitos sociais criativos é porque a maturidade humana e política plena ainda não está totalmente atingida. E não pensemos só nos países longínquos…também bem mais perto há sinais de menoridades ideológicas, que na sombra movem montanhas para limitar ao silêncio essenciais referências patrimoniais comuns… A FAIS - Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (http://www.fundacao-ais.pt), criada em 1947 (no contexto pós-Guerra) tem proporcionado um trabalho da maior importância, apresentando novamente este ano o RELATÓRIO 2005 SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA NO MUNDO. Trata-se de uma abordagem e denúncia de situações de perseguição, tortura, martírio…pela não vivência da liberdade religiosa, sintoma claro de imaturidade humana a compreender, estudar, perceber e procurar desenvolver luzes iluminadoras, hoje globais. Sendo a Ásia o continente com mais tensões religiosas (não necessariamente em contextos de Cristianismo), no Irão, Paquistão, Arábia Saudita, a perseguição atinge níveis de tortura e morte. Iraque, Sri Lanka, Quénia, Nigéria, Índia, China, Coreia do Norte (aqui com 300 mil cristãos simplesmente desaparecidos sem deixar rasto nestes últimos 50 anos), são alguns dos países nomeados pela negativa nesta matéria. Como claramente sublinha o brilhante teólogo Hans Kung, na sua magnífica obra “Projecto para Uma Ética Mundial”, não haverá paz na Humanidade sem uma liberdade religiosa assumida e vivida por todas as instâncias. Apesar do alarme da Gripe das Aves, é importante compreender mais a humanidade nos seus fundamentos mais profundos…para uma melhor gestão de todas as forças para uma LIBERDADE plena. Este sonho, na Aldeia de todos nós!

GRIPE DAS AVES

Posted by Picasa MUNDO UNIDO PARA EVITAR MORTES EM CADEIA
A gripe das aves, que ameaça com uma pandemia, está a unir todo o mundo, para se tentar evitar a morte em cadeia de muitos milhares de pessoas. Não consigo recordar outra conjugação de esforços, à escala universal, para se evitar um desastre que pode ser catastrófico. Ainda bem.
Já imaginaram os meus leitores e amigos o bem que seria se houvesse empenho semelhante para erradicar a fome, a miséria e outras doenças?
F.M.

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Aveiro: parque de lazer

Para uma horas de descontração

Entre o IP5 e o canal de S. Roque, está à disposição de todos, em especial dos que sentem a necessidade do contacto com a natureza e dos que não conseguem ultrapassar o stresse, um espaço muito agradável de lazer. com zonas para peões e para ciclistas.
Ontem andei por lá para desfrutar a beleza do ambiente que tudo envolve. De um lado, o IP5 com a vida a correr; do outro, a serenidade que nos oferece o canal de S. Roque; e no parque, a calma de que bem precisamos.
Saia de casa, vá de carro até lá, se não puder ir a pé, e caminhe, caminhe, olhando à volta para sentir o cheiro que a ria, tranquila, lhe dá durante todo o percurso. Quando se cansar, pode sentar-se num banco para conversar com quem o acompanhar, para ler ou simplesmente para meditar. A vida não pode ser só agitação e pressa.

F. M.

Papel da Escola Católica tem de ser valorizado

D. António Marcelino, membro da Comissão da Educação Cristã da CEP, considera que o papel da Escola Católica tem de ser valorizado a todos os níveis
O Bispo de Aveiro esteve em Roma, na semana passada, a participar no encontro europeu dos responsáveis pela Educação Cristã, onde representantes de 20 conferências episcopais discutiram os modelos de formação de professores e líderes nas escolas católicas.
No encontro, promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), teve lugar a apresentação de um projecto de pesquisa sobre o ensino da Religião na Europa. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. António Marcelino fala da importância de se verificar a “diversidade de situações” em que a própria Escola Católica vive na Europa, sobretudo nos países de maioria muçulmana ou ortodoxa, em que são procuradas por causa “do projecto educativo, pela abertura e inclusão de todos”.
“A Escola Católica vale hoje como projecto educativo, mais do que como projecto de Evangelização, já que se nalguns sítios deve manter a linha evangelizadora, noutros locais deve estar aberta a todos os que a procuram, sem uma exposição da doutrina cristã”, explica.
No Velho Continente há países em que as escolas católicas estão em pé de igualdade com as do Estado, como serviço à própria comunidade nacional, mas noutros há uma tendência estatizante. “O projecto educativo, com o seu ideário, foi sempre uma riqueza da Escola Católica que o próprio Estado tentou imitar ou copiar”, assegura.
Sobre a situação no nosso país, D. António Marcelino espera que haja capacidade de "unir as escolas todas em acções, iniciativas de investigação e partilha". A iniciativa de Roma constituiu “uma ocasião para sensibilizar os participantes para a enorme diversidade das estruturas de educação católica na Europa, partilhando novas experiências, em particular na área da formação de professores”.
Na reunião, o Pe. Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da UCP, falará da “formação de professores através do e-learning”. Para o Bispo de Aveiro, é fundamental “preparar cada vez mais os professores para enfrentarem todas as situações, fazendo liderança através de uma comunidade educativa”.
Fonte: Ecclesia

CNJP promove audição pública por uma sociedade segura e livre de armas

É PRECISO PÔR TERMO À CRESCENTE
DISSEMINAÇÃO DESREGULADA DE ARMAMENTO
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) vai lançar uma Audição Pública sobre o tema genérico “Por uma sociedade segura e livre de armas”, com o objectivo de informar e mobilizar a opinião pública, a sociedade civil e os responsáveis políticos a participarem no esforço colectivo para pôr termo à crescente disseminação desregulada de armamento, com consequências graves para o desenvolvimento e para a paz.
É nossa intenção, ao chamarmos a atenção para o problema da proliferação das armas ligeiras, no nosso País e no Mundo, contribuir para identificar as suas causas e procurar soluções para reduzir drasticamente o número de armas ilegais, e mesmo legais, em Portugal.
Ao trazer para o espaço público o debate sobre uma questão que no nosso País se encontra pouco estudada, mal avaliada e, com frequência, escamoteada quanto ao seu contributo para o agravamento das consequências dos actos de violência, a CNJP apela aos Órgãos de Comunicação Social e aos jornalistas no sentido de promoverem a divulgação de notícias, reportagens e estudos que confrontem a opinião pública com a gravidade da actual situação.
A profundidade e o impacte público da Audição que agora se promove dependem, em boa medida, da atenção que os media dedicarem às diversas facetas de que se reveste o problema da proliferação das armas ligeiras no nosso País.
(Para ler mais, clique aqui)

terça-feira, 25 de outubro de 2005

MAGISTRADOS E JUÍZES CONVOCAM GREVE

Eu ainda sou dos que olham para os magistrados e juízes como pessoas que integram um órgão de soberania, o Poder Judicial, que deve pautar o seu comportamento por atitudes exemplares para todos os cidadãos. Eles são também cidadãos, de pleno direito, mas têm um estatuto que os coloca numa posição de destaque e de dupla responsabilidade. Por isso, qualquer descontentamento ou injustiça que possam sentir, devem levá-los a procurar as soluções com calma, no diálogo com os outros órgãos de soberania, o Governo e o Presidente da República. Penso, portanto, que a greve não faz sentido para estes altos representantes do Estado. Já imaginaram o que seria se o Presidente da República ou o Governo resolvessem, um dia destes, fazer greve? F.M.

José Sócrates: greve dos juízes e magistrados é "injusta" e "absurda"

O primeiro-ministro considerou "absolutamente absurdo" e "injusto" o motivo que está na origem da greve convocada por juízes e magistrados, defendendo a necessidade de equidade nos apoios sociais prestados pelo Estado aos funcionários públicos
"Juízes e magistrados estão a convocar a greve por um único motivo: não querem ter um sistema na protecção na doença igual ao que tenho e igual ao que têm a generalidade dos funcionários públicos", declarou José Sócrates, antes de um encontro com o Presidente da Eslováquia, Ivan Gasparovic, em Sintra.
Os magistrados do Ministério Público iniciaram hoje uma greve de dois dias e os juízes começam amanhã dois dias de paralisação. Segundo o chefe do Executivo, "os juízes e os magistrados não ficam diminuídos na sua independência por terem um sistema de protecção na doença igual ao da generalidade dos funcionários públicos".
"O Governo pede aos juízes e aos magistrados que tenham o mesmo sistema de protecção na doença que tem um engenheiro de uma câmara municipal ou um arquitecto do Instituto Nacional de Habitação. O Governo está a introduzir mudanças para uniformizar o sistema de protecção na doença em defesa do próprio Estado so cial", frisou.
Na opinião do primeiro-ministro, "os portugueses julgarão quem tem razão", mas Sócrates mostrou-se seguro de que a paralisação decretada por juízes e magistrados "irá enfraquecer as estruturas da justiça".
Na estratégia de uniformização do sistema de protecção na doença apenas há "excepções para os casos dos militares, dos agentes da Guarda Nacional Republicana, PSP e Polícia Judiciária", explicou.
Segundo o primeiro-ministro, todos estes profissionais desempenham um serviço profissional que "depende da condição física".
FONTE: PÚBLICO

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

Posted by Picasa Francisco Sarsfield Cabral LIBERAIS
Os países pobres queixam-se, com razão, de que as nações ricas fecham os mercados às suas exportações agrícolas, impedindo-os de se desenvolverem. Por isso não aceitam mais negociações para liberalizar o comércio internacional se o proteccionismo agrícola não recuar. Há 15 dias, os Estados Unidos propuseram reduzir os subsídios e - mais importante - os direitos aduaneiros que travam o acesso dos países pobres aos mercados agrícolas dos ricos. Pela voz do comissário Peter Mandelson, a União Europeia respondeu positivamente, ainda que com timidez, à proposta americana. Uma esperança para o mundo?
Infelizmente, parece que não. Obcecada como sempre pela Política Agrícola Comum, a França reagiu violentamente contra a abertura mostrada por Mandelson. Chegou mesmo a pretender retirar poderes ao Comissário nas negociações agrícolas, pretensão chumbada pela maioria dos seus parceiros na UE. Mas a França não desiste e tudo está a fazer para torpedear qualquer hipótese de redução do proteccionismo agrícola europeu. O ministro e candidato presidencial Sarkozy, considerado um liberal em economia (!), quer reforçar a "preferência comunitária", isto é, aumentar a protecção aduaneira da UE face ao exterior. Aliás, a França está em guerra geral com a Comissão Barroso, acusando-a de liberalismo económico (coisa pior do que o comunismo, para Chirac).
O mais grave é que a França não detém o exclusivo de uma visão obtusa do comércio internacional. O Japão é mais proteccionista na agricultura do que a UE. E no Congresso americano o proteccionismo está em alta, visando sobretudo a China. Parece já ter sido esquecida a terrível lição dos anos 20 e 30, quando os países se fecharam para se "protegerem" da concorrência dos outros, levando a agravar a crise económica em todos eles.

Reportagem SIC/Expresso junto dos missionários em Roraima

«Missão: sobreviver ao futuro»
Joaquim Franco e Pedro Góis, da SIC, viveram de perto com os missionários da Consolata entre os índios Yanomami e dos índios da Raposa Serra do Sol. A Reportagem é transmitida no “Jornal da Noite” de 29 de Outubro.Vivem na selva profunda. Mantêm tradições e costumes ancestrais, mas a cultura ocidental está cada vez mais perto. A preservação de um dos povos indígenas mais emblemáticos das Américas é o mote da Grande Reportagem SIC/Expresso, desta semana.
Uma equipa de reportagem da SIC foi ao coração da Amazónia e viveu de perto a experiência de missionários que permanecem junto dos índios Yanomami.Os missionários ensinam matemática e língua portuguesa mas, há 40 anos na selva, ainda não baptizaram um único índio. Assumem, como prioridade, a sobrevivência da tribo, ameaçada pelos interesses económicos que pairam sobre a Amazónia. No deve e haver do "choque cultural", garantem que aprendem mais do que ensinam.A mesma congregação missionária foi obrigada, pelas circunstâncias, a ter uma intervenção política no norte do estado de Roraima.
O presidente brasileiro homologou a Terra Indígena Raposa - Serra do Sol, contra a vontade de políticos e fazendeiros locais, e a violência contra os índios da tribo Macuxi provocou 21 mortos na última década, entre eles um padre. "Missão: sobreviver ao futuro" retrata a luta dos índios do Brasil e o trabalho arriscado dos "Missionários da Consolata", congregação católica, na defesa incondicional dos direitos do povo indígena.
Joaquim Franco, jornalista
(Para saber mais, clique ECCLESIA)

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

NA UA: 12º ENCONTRO DE ESTUDOS PORTUGUESES

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CENTENÁRIO DE BRANQUINHO DA FONSECA Dedicando o 12º Encontro de Estudos Portugueses a Branquinho da Fonseca, a Universidade de Aveiro presta homenagem a um dos escritores contemporâneos que mais contribuíram para o enriquecimento cultural dos Portugueses. Branquinho da Fonseca (1905-1974) ocupa um lugar cimeiro na cultura portuguesa do século XX. Criou o serviço de bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, colaborou activamente na fundação da revista presença e deixou-nos uma obra literária de elevado mérito.
In Portal da UA

Ainda o Sínodo dos Bispos

Mensagem final do Sínodo dos Bispos denuncia situações de pobreza e injustiça
O Sínodo dos Bispos terminou com uma forte denúncia das situações de injustiça e pobreza na América Latina, África e Ásia, pedindo ainda aos políticos para não apoiarem leis contrárias ao direito natural, ao casamento e à família. "Denunciamos as situações de injustiça e de pobreza extrema que proliferam por todo o lado, especialmente na América Latina, na África e na Ásia. Estes sofrimentos clamam à Deus e interpelam a consciência da humanidade", referem os Bispos.
Na mensagem final da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, reunida no Vaticano desde o dia 2 de Outubro sob o tema "Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja", é também reiterado o "não" à comunhão eucarística para os divorciados que voltaram a casar, mas sem incluir qualquer referência ao celibato dos presbíteros. "A falta de sacedotes para celebrar a Eucaristia do Domingo preocupa-nos enormemente e convida-nos a rezar e a promover mais activamente as vocações sacerdotais", apontam os padres sinodais.
Os 252 Bispos participantes asseguraram que os divorciados recasados não estão excluídos da vida da Igreja, pedindo-lhes que participem na missa dominical, mas reiteraram que não podem comungar devido à "situação familiar irregular" em que vivem. "Pedimos que eles participem na Missa dominical e escutem a Palavra de Deus, para que alimente a sua vida de fé, caridade e conversão. Desejamos dizer-lhes que estamos junto deles com a oração e a solicitude pastoral. Juntos rezamos ao Senhor para obedecer fielmente à sua vontade", escrevem.
No texto da mensagem final, os Bispos exprimiram a sua alegria pela presença das igrejas de rito oriental, e advogaram pelo dia em que seja atingida a "unidade plena e visível" dos cristãos. Apesar disso, consideram prematuro que os membros das diferentes igrejas comecem já a comungar juntos, partilhando a Eucaristia, que é o centro da vida evangélica. "Gestos precipitados podem dificultar ainda mais a verdadeira comunhão", exprimiram os Bispos na mensagem, na qual recordam o compromisso de Bento XVI com o ecumenismo, e indicam que a Igreja Católica tem normas "precisas" de comportamento necessário neste caso.
“A Eucaristia, pão vivo para a paz do mundo” é o título da “Mensagem do Sínodo ao Povo de Deus”, publicada no dia 22 de Outubro. O texto, com 17 páginas e 26 parágrafos foi discutido na 20ª Congregação Geral, sendo aprovado após pequenas modificações.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

COIMBRA: Monarca 'vigia' Biblioteca Joanina

Posted by Picasa Biblioteca Joanina BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Paula Almeida Cardoso
A Biblioteca Joanina transmite ainda hoje o discurso que esteve, em 1717, na origem da sua construção a exaltação do monarca fundador da obra. A tela com o retrato do D. João V, de autoria do pintor Domenico Duprá, desvia o olhar das sumptuosas estantes de dois andares, erigidas em madeiras exóticas, douradas e policromadas.
Toda a sua arquitectura, de influência barroca, envolve o tal retrato real, que, colocado na parede do topo do edifício, na última sala, acaba por ser o "ponto fuga" da biblioteca da Universidade de Coimbra, também chamada, noutros tempos, Casa da Livraria. É a glorificação do rei magnânimo, que ordenou a constituição, no interior da velha cidadela da escolástica, daquele que foi o primeiro reduto das novas ideias.
A nave central da Joanina - assim é vulgarmente designada - faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar. A dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, numa "esplendorosa composição alegórica", o rei.
Na Casa Livraria, executada pelo arquitecto Gaspar Ferreira e pelo construtor João Carvalho Ferreira e apenas concluída em 1728, tudo é, aliás, deslumbrante. Desde logo o douramento e pintura acharoada das estantes, feito por Manuel da Silva em 1723, e os frescos dos tectos em perspectiva, executados, na mesma época, pelos lisboetas António Simões Ribeiro e Vicente Nunes. Pintados em cada um dos três tectos estão motivos alusivos às artes e às ciências e, no centro, uma figura feminina simbolizando a Sapiência Divina.
Estendendo-se ao longo de elegantes varandins, as seis dezenas de estantes são decoradas com motivos chineses, talhados a ouro sobre fundos verdes, vermelhos e negros. As três salas da Joanina são ligadas por dois verdadeiros arcos de triunfo, encimados, tal como o portal que antecede o próprio monumento, pelo escudo real.
(Para ler mais, clique Diário de Notícias)

Uma reflexão do padre Gerorgino Rocha, do CUFC

Posted by Picasa Padre Georgino Rocha
A GRANDEZA DO AMOR A tendência humana é para complicar aquilo que é simples. Deus, pelo contrário, simplifica o que nós complicamos. Os judeus fizeram 613 leis, sendo 248 mandamentos e 365 proibições, tal era a ânsia de prever todas as ocorrências. A Igreja, no seu código oficial, tem 1752 cânones, sem contar outras fontes de legislação. O Estado está organizado com base numa extensíssima Constituição da República e os diversos órgãos de poder regem-se por uma incontável lista de leis, normas e regulamentos. Outrora, os fariseus perguntam a Jesus: Qual é o maior mandamento?! Põem-lhe esta questão por matreirice e não para saberem organizar a vida segundo uma escala de valores. A mesma interrogação se mantém, hoje. O que é mais importante na vida?! O que é que não pode faltar a ninguém, se realmente quer ser feliz?! E Jesus responde com uma clareza impressionante, cheia de interpelações: Ama com todo o teu ser. A grandeza do amor não tem nada que se lhe compare. Amar é a única lei que gera vida e felicidade, cria proximidade, semeia solidariedade, constrói comunhão, faz germinar a doação. A realização mais expressiva do amor é a Eucaristia. Jesus Cristo prossegue com o seu projecto, apesar dos inimigos o condenarem à morte. Ama até ao fim. Sujeita-se a tudo, tão forte é o amor que nos tem. A Eucaristia é o garante, ao longo dos tempos, desta doação generosa. Por isso, a sua celebração é tão importante para os cristãos. A doação de Jesus abre horizontes de plenitude a todas as outras doações: Os cônjuges que sabem amar-se, os pais que se doam aos filhos proporcionando-lhes uma educação integral, os professores que, sem renunciarem ao ensino e transmissão de valores, acolhem a novidade da cultura dos alunos, os missionários que fazem do sonho uma realidade, partindo para junto dos que mais precisam de ajuda para poderem crescer em todas as dimensões humanas e cristãs. O sentido da vida é simples: amar, fazer-se próximo de quem precisa, lançar pontes de contacto e de comunhão, sentir-se sempre em missão. Tal como Jesus, doar a vida por um mundo novo: a civilização do Amor.
In "Para ti", Folha Dominical do CUFC

domingo, 23 de outubro de 2005

CASA PIA, COM LICENÇA

Na sua crónica dominical, no PÚBLICO de hoje, Frei Bento Domingues chama a atenção para um texto de Manuel de Lucena, sobre a Casa Pia, publicado no Diário de Notícias, no passado dia 18 de Outubro. Diz mesmo que é "essencial". Por isso, aqui fica para os meus amigos lerem.
F.M.
::: CASA PIA, COM LICENÇA
O caso da Casa Pia arrancou sob o signo de mitos débeis e de vícios graves, cujos efeitos continuam a fazer-se sentir.
1. O primeiro desses mitos - embalados pelo qual o Ministério Público e o juiz Rui Teixeira galoparam meses - reza que entre os arguidos há poderosos personagens, que intemeratos magistrados quiseram sentar no banco dos réus. Mas a simples verdade é bem diferente e talvez oposta. a) É diferente, porque tais arguidos são só pessoas conhecidas (abastadas algumas), e para se ser mesmo poderoso é precisa uma força própria, política ou económica ou combinada, que nenhum deles tem nem tinha. A Paulo Pedroso, o único que talvez estivesse a caminho de a ter, ainda lhe faltava comer muito pão, com tantos no PS mais influentes do que ele. b) E é, talvez, oposta. Com efeito, a pedofilia campeou na Casa Pia durante décadas, era daquelas coisas mudas que muita gente murmurava; e acabou por ser denunciada há 20 anos, sem êxito. Só em 2003 é que a justiça a atacou com alguma decisão. Ora, se - considerando apenas a derradeira (?) fase - o número das vítimas ultrapassou a centena; se a própria provedora vaticinou a pronúncia de notáveis abusadores ainda oficialmente incógnitos; e se agora as testemunhas continuam a produzir nomes - inevitável se torna a convicção de que a lista dos acusáveis está incompleta; e, permanecendo oculta a parte mais volumosa do icebergue, cresce entre os maus espíritos a suspeita de que pedófilos deveras poderosos vivem, nas suas sete quintas, à sombra do processo em curso; enquanto a justiça persegue poucos bodes expiatórios, culpados ou não. Questão de comodidade? Ternura política? Temor reverencial? Certo certo é que ainda ninguém de direito tentou explicar aos portugueses porque é que a dita justiça demorou tanto tempo a mexer-se para se concentrar afinal em tão poucos!
(Para ler todo o texto, clique aqui)

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

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SEJAMOS GENEROSOS, HOJE E SEMPRE Celebra-se hoje, em todo o mundo católico, o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES. Trata-se de uma excelente oportunidade para todos os crentes reflectirem sobre as necessidades espirituais, sociais, culturais e económicas de milhões de seres humanos espalhados pelo mundo. Quando se fala de Missões, logo associamos a esta palavra imagens, repetidas imensas vezes desde a nossa meninice, de pretinhos em conversa com padres e freiras, junto de palhotas que indiciam enormes carências. A pobreza material, a doença e o analfabetismo, que estão indissociavelmente ligados às Missões de tempos recuados, perduram nos nossos dias, apesar do grande esforço oferecido que inúmeras instituições cristãs envolvidas nas tarefas eclesiais e noutras. E se assim é, há que enfrentar, com mais determinação, a aposta nas Missões, na certeza de que estaremos a contribuir para a construção de sociedades mais justas e mais fraternas. Eu sei, todos sabemos, que é difícil deixar as comodidades a que estamos habituados, mas também não ignoro que há sempre alguém que tem a coragem de deixar tudo para se dar aos outros, em terras onde a fome de pão e de Deus são realidades palpáveis, em tempos em que uns têm tudo e outros vivem na miséria mais terrível. O casal Maria Emília e Manuel Carvalhais, a que me referi um dia destes, é um exemplo extraordinário dessa doação aos que mais precisam. De qualquer forma, penso que na retaguarda poderemos fazer muito mais, ajudando quem se dedica a tempo inteiro aos mais carecidos de tudo. Por outro lado, não podemos ignorar que a fome de pão e de Deus também existe entre nós, no nosso País, nas nossas cidades, vilas e aldeias. E também, certamente, na nossa rua. Hoje é dia de partilharmos um pouco do muito que temos com os que nada têm. Sejamos generosos, hoje e sempre. Fernando Martins

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES: 23 de Oububro

OS NÚMEROS DAS MISSÕES CATÓLICAS :: A Congregação para a Evangelização dos Povos apresenta no “Guia das Missões Católicas 2005” os números da acção da Igreja, após 25 anos sem uma publicação deste género ::
Desde 1989 até hoje, foram erigidas 134 novas Circunscrições eclesiásticas, e cerca de 150 sofreram modificações. Actualmente, à Congregação para a Evangelização dos Povos são confiadas um total de 1.069 Circunscrições eclesiásticas, quase 30% de todas as Circunscrições eclesiásticas da Igreja no mundo. Nelas contam-se 180 Arquidioceses Metropolitanas, 750 Dioceses, 1 Abadia Territorial, 72 Vicariatos Apostólicos, 45 Prelatura Apostólicas, 4 Administrações Apostólicas, 11 Missões "sui iuris" e 6 Ordinariatos Militares. O maior número de Circunscrições eclesiásticas encontra-se na África, onde são 477; segue-se a Ásia, com 453; a América, com 80; a Oceania, com 45 e a Europa, com 14.
Ao serviço da "Missio ad gentes" trabalham cerca de 85.000 sacerdotes, dos quais 52.000 pertencem ao clero diocesano; 33.000 são religiosos. Relativamente à distribuição territorial, 27.000 actuam na África; 44.000 na Ásia; 6.000 na América; 5.000 na Oceania e 3.000 na Europa. A sua actividade missionaria recebe o apoio, além disso, de 28.000 religiosos não sacerdotes, 45.000 religiosas e de 1.650.000 catequistas.
O Dicastério da Cúria Romana para as missões acompanha a formação espiritual e académica de 280 Seminários Maiores interdiocesanos, e de 110 Seminários Menores, garantido-lhes também um subsídio económico.
Um último dado que emerge é o contribuição que a Congregação deu na construção de inúmeras igrejas-capelas (principalmente para as pequenas comunidades espalhadas na áreas rurais). A isso, acrescentam-se actividades educacionais (cerca de 42.000 escolas); actividades de saúde (1.600 hospitais, mais de 6.000 centros de saúde, 780 leprosários); actividades de recreação e sociais (12.000 iniciativas).
FONTE: ECCLESIA

GOMES CANOTILHO DEFENDE REVISÃO PROFUNDA DA CONSTITUIÇÃO

Constitucionalista diz que é preciso aprofundar esquemas de transparência e combate à corrupção Um artigo de Leonete Botelho
O constitucionalista Joaquim Gomes Canotilho defende a necessidade de uma "profunda revisão constitucional", mas de sentido diferente ao que "se anda a agitar no dia-a-dia nos jornais", como é a questão dos poderes do Presidente da República. "Eu penso que há problemas de organização do poder político, mas que não são estes que são agitados", afirmou ao PÚBLICO, antecipando uma intervenção que fará em breve no Porto. Em seu entender, o que necessita de intervenção são questões ligadas sobretudo à fiscalização do Estado. "É preciso aprofundar a ideia da transparência das instituições, introduzir esquemas de combate eficaz à corrupção. É todo um conjunto de esquemas que hoje fazem parte da chamada "excelência da governação" que não está a ser introduzida no país", advoga.
Um dos instrumentos que o professor de Coimbra considera essencial ser transportado para o aparelho de Estado é o controlo de avaliação das instituições. "É um controlo que está a ser experimentado em tudo, que as empresas privadas têm, que está em curso nas Universidades, mas que devia ser alargado a todos os sectores do Estado, inclusive do Governo", defende. "O engenheiro Sócrates anda a dizer que ele próprio devia ser avaliado [enquanto primeiro-ministro], mas isso deve ser feito com esquemas mais profundos, mais institucionais e formais", considera.
A "excelência da governação", especifica, passa pela consagração da ideia da responsabilidade, de avaliação das instituições, da comparabilidade das instituições. Em termos de avaliação e responsabilidade no sistema actual, dá como exemplo o sector da Justiça: "O juiz presta contas a alguém? E o procurador? Quem é que responde perante o povo", questiona. Para defender que "temos de inovar, introduzindo um sistema de perguntas que há no sistema americano. Cá está uma dimensão presidencialista".
No próprio aparelho de Estado, Gomes Canotilho considera que é preciso mexer tanto a nível central como local e regional, desde o regime de financiamento das autarquias aos objectivos do Conselho de Estado. "O Parlamento não precisa de um staff melhor para exercer as suas funções de controlo, mesmo que seja à custa da diminuição do número de deputados?", interroga. Para afirmar que "há uma série de tópicos que é preciso agitar para renovar verdadeiramente a organização do sistema político".
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Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Padre João Gonçalves


Apenas um mandamento 

Se todos os valores estivessem profundamente assumidos por todos, não seriam precisos mandamentos, nem leis, nem ordens; todos sabiam o que fazer e como fazer, para não se prejudicar a si, nem aos outros, nem ofender a Deus. Todavia, a nossa fragilidade precisa da ajuda de normas e leis. 
Para o Cristão, há uma só Lei, um só Mandamento, porque todos os outros mandamentos se resumem e vão dar apenas no Mandamento de amar. Mas, se todos andássemos atentos a Deus e aos irmãos, até este seria dispensável, por ter sido já suficientemente assumido como normal comportamento.
Amar é colocar-se num patamar que ultrapassa tudo quanto está estabelecido como regra; quem apenas cumpre normas é “servo inútil”; quem ama, de verdade, cumpre as regras todas, porque ama, mas também se coloca na dimensão da heroicidade, da entrega gratuita e total. Amar é dar-se; é procurar mais o bem dos outros do que o seu; é ir, na dedicação e na solidariedade, até à morte; como fez o Mestre... porque essa é a maior prova. 
Por isso, basta-nos um Mandamento.

In "Diálogo", 1045 - XXX DOMINGO COMUM

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Picasa ÍLHAVO: Câmara Municipal

sábado, 22 de outubro de 2005

BOMBEIROS, EXEMPLO A SEGUIR

VOLUNTARIADO: uma opção de todos os dias O Governo português homenageou hoje, em cerimónia pública, os Bombeiros de Portugal, pela sua meritória e indiscutível disponibilidade para servir quem vive momentos de aflição. Foi uma homenagem justa, oportuna e louvável, se atendermos ao muito que estes homens e mulheres dão ao portugueses e ao País, sempre que solicitados e mesmo antes de o serem. Estão sempre prontos e põem o seu voluntariado à frente dos seus interesses e dos interesses das suas famílias. Eu não sei se todos reconhecemos o trabalho dos bombeiros, mas sei que eles merecem, da parte de todos nós, o nosso apoio e o nosso respeito. Mas também sei que o seu exemplo nos deve contagiar a todos, para que saibamos, no dia-a-dia, estar ao serviço dos nossos concidadão, ajudando e acorrendo a quem mais necessidade tem da nossa disponibilidade. Penso que uma forma de nos tornarmos solidários está, ou pode estar, no nosso envolvimento em campanhas de ajuda às vítimas de catástrofes naturais, tão frequentes nos últimos tempos, um pouco por toda a parte. Quantas vezes, ao tomarmos conhecimento do que acontece no mundo, a este nível, nos ficamos pela indiferença ou pelas palavras de circunstância, quando é preciso que contribuamos, de forma concreta, para minimizar o sofrimento dos mais pobres. Urge, pois, passar das palavras aos actos, contribuindo com o que pudermos. Afinal, o voluntariado deve ser uma opção de todos os dias, seguindo, precisamente, o exemplo dos nossos bombeiros. Fernando Martins

BOMBEIROS PORTUGUESES HOMENAGEADOS

Posted by Picasa Governo assume fracasso na protecção florestal
O ministro da Administração Interna, António Costa, reconheceu hoje o fracasso das políticas de protecção florestal e assegurou um aumento de 13 por cento nas verbas do Orçamento de Estado com destino à protecção civil. O governante falava no Parque das Nações, em Lisboa, onde se realizou uma cerimónia de homenagem pública aos bombeiros portugueses, no âmbito da qual foram condecorados a título póstumo os 12 bombeiros que, este ano, perderam a vida no combate às chamas. A cerimónia contou coma presença do primeiro-ministro, José Sócrates.
António Costa revelou ainda que o Governo convocou "um conselho de ministros extraordinário para o próximo sábado com o objectivo de analisar as conclusões do relatório da Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais".
A propósito da vaga de incêndios deste ano – 35 mil fogos que queimaram cerca de 300 mil hectares de floresta – o ministro lembrou que, em 2005 ocorreram "seis dos dez dias em que, nos últimos cinco anos, o risco de incêndio foi mais elevado".
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Um poema de Luís de Camões

Posted by Picasa Luís de Camões DESCALÇA VAI PARA A FONTE Descalça vai para a fonte Leonor pela verdura; vai fermosa e não segura. Leva na cabeça o pote, o testo nas mãos de prata, cinta de fina escarlata, sainho de chamalote; traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura; vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, cabelos de ouro o trançado, fita de cor de encarnado, tão linda que o mundo espanta; chove nela graça tanta que dá graça à fermosura; vai fermosa e não segura.