quinta-feira, 19 de outubro de 2006

ABORTO - 1

AO CORRER DA PENA...
OU DO TECLADO
HIPOCRISIA: Esta palavra está muito em voga quando se fala de Aborto. Alguns defensores do aborto gostam muito de a aplicar quando se referem a quem o condena. Estará certo? Penso que não. E penso que não porque as pessoas são livres de ter opiniões, tal como são livres de as manifestar, desde que essas opiniões não colidam com os direitos dos outros, ao nível dos direitos fundamentais que a democracia consagra. Por isso, não gostei nada de ouvir o nosso primeiro-ministro a classificar de hipócritas quem procura, dentro do PS, descobrir uma solução para evitar a condenação das mulheres que são forçadas a abortar. Então, que cada um defenda as suas ideias, sempre no respeito pelas ideias dos outros. : ABORTO VAI ACABAR: Diz-se para aí que o aborto clandestino vai acabar com a descriminalização das mulheres que abortam. Penso que não. Porquê? Porque a mulher, por norma, sabe que o aborto é coisa má. Que deixa traumas para toda a vida em quem o faz. Por isso, muitas mulheres hão-de continuar a procurar, na clandestinidade, quem as ajude a abortar. É da condição humana fazer na sombra aquilo que, na realidade, bem no fundo da sua consciência, sabe que é contra a natureza e que é coisa má. Fernando Martins : (Continua)

2 comentários:

  1. É cientificamente falso que um aborto "deixa traumas para toda a vida em quem o faz".

    Um parto é muito mais traumatizante (em termos físicos e de risco de vida), embora não tenha a carga emocional de culpabilização que é ideologicamente inculcada a quem aborta.

    Devemos tentar utilizar uma linguagem com conceitos precisos e sustentados em estudos filosóficos, éticos, mas também médicos e científicos (de que "traumas" estamos a falar?)e não embarcar em meras impressões ou conceitos ambíguos.

    Falar da "natureza" é outro conceito falacioso, porque na natureza, uma parte significativa das fecudações redundam em abortos espontâneos. Aliás, na própria gestação de um embrião, produzem-se fenómenos naturais de destruição de outros potenciais embriões.

    Estudar e investigar os diferentes aspectos do assunto em discussão ajudam a enquadrar melhor o problema.

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  2. Meu caro

    Gostei da sua participação no diálogo que se pretende animar à volta deste tema tão complexo. O silêncio é que é perigoso.
    Tenho ouvido e lido, de alguns testemunhos de mulheres que provocaram ou aceitaram o aborto (Hoje mesmo o ouvi na rádio), que jamais esquecerão o dia em que se dirigiram à casa onde abortaram.
    Claro que haverá gente que aborta e se fica a rir. Também admito que muitas ficarão alegres por se verem livres do feto.
    Também se sabe que há abortos não desejados, espontâneos. Mas não é desses que estamos a falar. Estamos a falar dos que são desejados e feitos, conscientemente, pelas mulheres, decerto por razões muito fortes... ou simplesmente porque não querem ter os filhos...
    O diálogo vai continuar...
    F.M.

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