domingo, 31 de agosto de 2008

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 92

A SOLETRAÇÃO
Caríssima/o:
Há muito, muito tempo, tanto que lhe perdi a conta (vejo no registo que foi em Março de 1976!), escrevi no Timoneiro, no «Postal do Porto»: “A propósito, talvez aches piada a este caso que parece... anedota: Aula de leitura da primeira classe. (A escola tinha as quatro classes e eu, por exemplo, tive de levar o banco para me sentar!) Estava a praticar uma de nós: Ia dizendo: «H-agá, não se lê; E i; e um Rê e um O – ru; e um I; e um Nê e um A – na: OIRINA.» O que aí fica é autêntico...” E acrescentava em jeito de rodapé: “P.S.- O que a nossa companheira estava a ler era aquela lição do H e a palavra era: ...HEROÍNA. Como nos rimos, inocentemente, Oliveiros!” Início de aprendizagem atribulada! Mas um outro exemplo ilustra uma bem conseguida... Tarde de domingo; leitura atenta do Correio de Vouga por um nosso Ancião que muito respeitávamos. Ouvimos então um gaguejar que nos fez parar a brincadeira e erguer os ouvidos: - Olhem lá, esta palavra é esquisita, o que quer dizer: FON-TAI-NE-BLE-AU! E ele silabou toda a palavra com um AU aberto, tal como em BACALHAU! Os que tínhamos aprendido uns rudimentos da língua francesa no liceu fomos espreitar e sorrimos, porque era evocado o célebre “tratado de Fontainebleau”. Demos umas pinceladas de história e ouvimos como resposta: - Mas por que é que não escrevem em português? Com o pedido de desculpa pela sensaboria das estórias fica à espera das vossas, essas sim..., o Manuel

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