segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

NATAL: Notas do Meu Diário

14 de Dezembro A rádio anuncia as ceias de consoada para os sem-abrigo, como sinal da generosidade do povo. Não falta quem ofereça tudo e mais alguma coisa. Haverá bacalhau com batatas e couves, tudo bem azeitado, bolo-rei e rabanadas, vinho e outras guloseimas. E até lembranças embrulhadas em coloridos papéis. Nisto todos podem colaborar. Fica bem e sabe melhor a quem nada tem. Concordo. Ao menos, uma vez por ano, por esta altura, todos teremos oportunidade de dizer quanto e como estamos ao lado dos pobres dos pobres. Depois, quando passar a quadra que ainda envolve o ano novo, toda ela capaz de nos sensibilizar para o bem-fazer, voltaremos a não ter qualquer ocasião de olhar para o lado. As tarefas do quotidiano, profissionais, culturais, sociais, religiosas e familiares, não nos deixam tempo livre. Mas no próximo Natal, aí si, vamos ter que agendar um espaço para dedicar aos outros. Para nos darmos aos outros, como enfaticamente costumamos sublinhar. Importa, na minha perspectiva, prolongar o Natal por todos os dias do ano, sem sinais de lugar-comum.

Sem comentários:

Enviar um comentário