sábado, 28 de março de 2009

Um Poema de Oliveiros Louro

Vaga a origem, futuro incerto Ur-Mesopomâmia, talvez a origem... Talvez a origem dos barcos moliceiros. Talvez Tartessos dos velhos marinheiros, Névoas de génese que não me afligem. Mais me atormenta o porto da viagem, O passado recente das Gafanhas, Murtosas, Os painéis e legendas, ingénuos, escabrosas, Cisnes, pastos bravos, maçaricos, miragens. O chiste, os pés doridos, a vela, a gaivota, Moliço, maresia, o lodo e o patacho, Ancinho na lama mole... Mas eu acho Que tão vária imagem meus sonhos enxota. Como a um bando de belos flamingos Tão leves, esbeltos, talvez comendo crico. E as viagens-miragens passam e eu fico A cismar no futuro... desses barcos lindos. O.L. Timoneiro, Janeiro de 1989

1 comentário:

  1. Parabéns, Oliveiros!
    A veia poética que sempre te conheci, aqui está, com toda a garra! Mostra o que tens de bom, de sublime nessa linguagem que usas com toda a mestria. Não escondas o teu lado ascético, que produziu poemas tão belos! Até a prosa que escreves está eivada de poesia. Gosto imenso de te ler!
    Continua e não deixes esmorecer o génio que está enclausurado em ti!
    Os tempos que passámos em Coimbra deram frutos que estão a amadurecer! Força, sempre!
    DA

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