quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Desporto pode fazer bons vizinhos




A força educativa do desporto


1. Está em fase final o campeonato africano de nações, a decorrer em Angola. Após o atentado inicial em Cabinda contra a selecção do Togo, o jogo passou a ser jogado dentro do campo de futebol. A este caso contra a selecção do Togo podem-se juntar tantos outros onde o desporto é usado para outras finalidades nada desportivas. Pelas multidões que se juntam, pela representatividade dos países e, por isso, pela força sócio-política que o desporto tem, ele é usado desmedidamente como bandeira ora de orgulho nacional, ora de combate intolerante. Não passam muitas décadas em que no centro da própria Europa as modalidades dos jogos olímpicos ou os campeonatos de futebol, quando havia paz e segurança para se realizarem, esses torneios espelhavam bem as lutas “frias” entre os países em jogo.

Alexandre Cruz



2. A história está toda unida, uns acontecimentos inter-cruzam-se com outros; a história das grandes manifestações desportivas inscreve-se na mesma história ou de passos de desenvolvimento humano ou de recuo intolerante de uns para com os outros. Hoje, em cada mega iniciativa desportiva, ao mesmo tempo todos os países (ou mesmo em parceria) o querem, e quando organizam o batalhão de segurança bate recordes de ano para ano…não vá o atentado atingir um estádio ou uma prova. Sabe-se que na antiguidade, quando dos jogos olímpicos, a guerra “parava” para essa realização cultural; reza a história do século XX que os jogos é que pararam para deixar passar e acabar a mísera guerra. Os acontecimentos desportivos não deixam ninguém indiferente; quem dera que sejam sempre vividos no chamado “fair play”, dos bastidores ao espaço público!

3. Numa entrevista recente o alemão Wilfried Lemke, assessor da ONU para o Desporto ao Serviço do Desenvolvimento disse que «o desporto pode fazer bons vizinhos». Da recente vivência do jogo solidário para com o Haiti, ele testemunha como, lá longe, as crianças e jovens se juntam «para jogar em Israel e na Palestina». Urgentes, estes sejam os jogos onde todos saem vencedores para um futuro de segurança e paz!


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