quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Descoberto planeta habitável



Quem não sonha com a possibilidade de se encontrar um planeta habitável ou mesmo habitado? E como serão os seres ali à espreita, como nós, de outros mundos? E serão mais inteligentes do que os terrenos? E possuirão tecnologias impensáveis para os humanos?
O planeta agora descoberto, situado a 20 anos-luz da Terra, é o primeiro que parece ser habitável, dizem cientistas norte-americanos. Já agora, gostaria de conhecer outros mundos, antes de ir para o outro mundo...

“A Barra e os Portos da Ria de Aveiro” no Casino Figueira

INAUGURA DIA 7 DE OUTUBRO


No próximo dia 7 de Outubro vai proceder-se, no Casino Figueira, à inauguração da exposição “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”.
A presença da exposição na Figueira da Foz acontece sob o Alto Patrocínio da empresa anfitriã.
Patente no Hall do Casino Figueira até 24 de Outubro de 2010, a exposição comissariada por João Carlos Garcia e Inês Amorim (ambos professores da Faculdade de Letras do Porto), cumpre na Figueira da Foz a sétima etapa de um circuito de itinerância pela Península Ibérica. Após a inauguração, a 3 de Abril de 2008, em Aveiro, a exposição já esteve patente em Lisboa (Museu de Marinha), Coimbra (Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra), Madrid, Valladolid e Ovar.
Originalmente integrada no programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro (03.04.1808), é composta por documentos do Arquivo Histórico do Porto de Aveiro, empresa que, em boa hora decidiu libertar o seu património histórico-documental da clausura que o agrilhoava em inútil penumbra, fomentando-se o seu usufruto pela comunidade.

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Palavrões: há cada ideia que nem ao diabo lembra!

Princípios, valores e... palavrões


António Marcelino

O senhor deputado na Europa, que também é professor universitário, na sua tribuna semanal dissertou sobre Princípios e Valores. Lá foi dizendo que os princípios são mais libertários e progressistas e os valores mais autoritários e conservadores; que os princípios abrem horizontes e são o começo da história e os valores são a resistência à mudança, o temor do novo, a expressão da insegurança… Concluiu, logicamente, que ele é pelos princípios. Nem se esperava de outra maneira.
No mesmo dia os jornais anunciavam que um novo dicionário escolar para o ensino básico trazia todos os palavrões que as crianças no terceiro ano, portanto aí pelos oito anos, devem saber e dizer para estarem ao nível das pessoas grandes e serem cidadãos instruídos. Os pais reagiram e quem mais defendia a necessidade de tal aprendizagem eram professores. Por cinco euros, o novo dicionário põe nas mãos dos miúdos essa informação. Nem era preciso, porque na rua, na televisão, nas capas de livros esse palavreado já abunda.
Com alguns princípios “libertários”, sem valores “conservadores”, mas com palavrões ilustrativos, está aberto caminho às novas gerações.
Por mim, acho que é bem mais urgente ensinar palavras mais comuns, que traduzem valores, ou sentimentos que valem, como respeito pelos outros, amor ao trabalho, honestidade, verdade, gratidão para com os pais, acolhimento dos idosos, solidariedade fraterna, justiça… Mas isto, para os ilustrados deste país, cheira a mofo. O Ministério da Educação limitou-se a dizer que não é obrigatório comprar esse dicionário…

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Filarmónica Gafanhense, com Carlos Sarabando, presidente da direcção

No próximo dia 9 de Outubro, a Filarmónica Gafanhense vai celebrar o seu 174.º aniversário, sendo, tanto quanto posso afirmar, a mais antiga instituição musical do concelho de Ílhavo. Da festa de comemoração, consta uma romagem ao cemitério da Gafanha da Nazaré, às 17 horas, a participação na missa das 19 horas, na igreja matriz, e um concerto no Centro Cultural da cidade, pelas 21.30 horas.

Crise provoca medidas drásticas

A crise de que todos falamos já provocou estragos. Descida de salários, subida de um imposto, cortes nas prestações sociais, congelamento de pensões, reduções em grande parte dos sectores do Estado. Como de costume, muitos portugueses protestam. Uns com razão, sobretudo os mais pobres e de fracos recursos, e outros por razões políticas.
Portugal está a cair no grupo dos países com ameaça de bancarrota ou lá perto. Todos acham que é preciso evitar cair-se no descrédito internacional. Todos clamam que é preciso tomar medidas urgentes e capazes de suster o descalabro iminente. Todos apontam soluções e muitos falam sem dizer nada de jeito.
Uma coisa é certa: é preciso avançar antes que seja tarde, na esperança de que o clima melhore. Na esperança de que a qualidade de vida se recomponha. Os sacrifícios de agora podem ser compensados num futuro próximo. Os que podem, que mostrem a sua solidariedade para com os mais frágeis. Não podemos alinhar com os que gritam por medidas corajosas, desde que sejam os outros a sofrer as consequências.

FM

REPÚBLICA: Iniciam-se hoje as celebrações oficiais

Ouvi, nos noticiários da manhã, que começam hoje as celebrações oficiais promovidas para recordar a instauração da República, em 5 de Outubro de 1910. Há precisamente 100 anos.
Sou dos que defendem a comemoração de datas que fazem parte da nossa história, não só para reavivarmos memórias testemunhadas ou estudadas, mas também para colhermos ensinamentos quanto ao futuro.
Ainda defendo que a verdade histórica deve ser contada sem complexos, não vá dar-se o caso de sublinharmos alguns aspectos, esquecendo outros, conforme as conveniências ideológicas ou as motivações políticas de quem os relata.
Portanto, não podemos falar da República contando e cantando tão-só virtudes, que as houve, mas também temos a obrigação de revelar o que de menos bom existiu. Não para denegrir quem quer que seja, mas simplesmente pelo amor à verdade histórica.
Ontem na livraria que visitei pude apreciar o muitíssimo que tem sido publicado sobre o período vivido pelos nossos antepassados nos finais do século XIX e primeiras décadas do século XX, isto é, da monarquia da Regeneração e do Rotativismo até à terceira República.
Por aquilo que tenho lido, há honestidade intelectual e cultural da parte dos nossos historiadores, obviamente cada um deixando transparecer as suas posições, argumentando o melhor que podem e sabem. Lendo-os, só teremos a ganhar.
As celebrações da República podem ser, então, um forte motivo para nos valorizarmos, ficando a conhecer um pouco melhor as raízes e os fundamentos das nossas vivências como nação livre e independente, com direito a permanecer na história universal.

Fernando Martins

REPÚBLICA: A força do poder redundou em fraqueza



Os bispos da República
e a fidelidade à sua missão

António Marcelino

Foram vários os bispos do início da República expulsos das suas dioceses pelo poder político. Por vezes, porque as dioceses não coincidiam com os distritos, sem que o advertissem os governantes, ficavam a viver dentro da mesma, mas noutro distrito, como aconteceu, por exemplo com o arcebispo de Évora, com residência forçada em Elvas, e o com bispo de Portalegre, exilado em Proença-a-Nova. Das expulsões havidas, o caso então mais falado, dada a sua importância, foi o do bispo de Porto, D. António Barroso. Exilado primeiro em Cernache do Bonjardim (Sertã), depois na Covilhã e, finalmente, na sua terra natal, Remelhe (Barcelos). Um dia, pelo facto de ter entrado na sua diocese para celebrar um baptismo, foi julgado em tribunal, por desobediência, mas logo absolvido por juiz sensato e corajoso.
O objectivo do poder ao ferir o pastor era separar os bispos do seu povo, obrigá-los ao silêncio, e fazer tudo para que o rebanho se tresmalhasse.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: Marés de Música 2010


Na sexta-feira, 1 de Outubro, às 22 horas

O projecto Musical Travel nasceu fruto da reunião de um conjunto de músicos e poetas, filhos da terra, que já há algum tempo vêm tocando e partilhando experiências de palco comuns. De caminhos e rotas diferentes, eis que surge a oportunidade de comunicar e juntar sonoridades, notas e acordes, poemas, ideias e conceitos. Das muitas viagens que estes fizeram por esse mundo, cada elemento traz à luz as suas vivências e o gosto infindável pela música, poesia e dança.

Fonte CMI

O centenário da República, a 5 de Outubro

O poder da memória

Octávio Carmo


Pontualmente, surgem no nosso quotidiano momentos de celebração das mais diversas datas, seja no plano pessoal, seja numa dimensão comunitária, institucional, se quisermos, em que tudo à nossa volta se orienta para determinado dia.
O centenário da República, a 5 de Outubro deste ano, não poderia deixar de ser um desses momentos, em que todas as atenções se concentram para um dos momentos fundamentais da nossa história recente, uma data que figurará sempre nos manuais de história portuguesa, o dia em que um novo regime nasceu.
Conscientes da importância da comemoração, várias foram as pessoas e organizações que promoveram uma revisitação a factos, pessoas, acontecimentos, a tudo o que ajudou a formar aquele momento em que uma nova República surgiu no mundo.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cavaco Silva no Concelho de Ílhavo

Cavaco Silva recebe um bacalhau de Ribau Esteves


Alegria na sala nova

Cavaco Silva fala a alunos numa sala

Economia do mar deve ser
prioridade da agenda política

Durante a sua visita a Aveiro e Ílhavo, o Presidente da República, Cavaco Silva, lançou um desafio para que se invista na economia do mar, reforçando a ideia de essa deve ser «a prioridade da agenda política».
Cavaco Silva visitou hoje o Museu Marítimo de Ílhavo, a Universidade de Aveiro, o Porto de Aveiro e o navio Santa Maria Manuela, culminando a sua passagem pelo nosso concelho com a inauguração do Centro Escolar Santa Maria Manuela, na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré.
Uma pequena multidão saudou o Presidente da República junto ao novo edifício, moderno e dotado das mais sofisticadas tecnologias, e na despedida foi-lhe oferecido um bacalhau especial, bom motivo para Cavaco Silva afirmar, com convicção, ser um grande apreciador do “fiel amigo”.
Referindo que não podemos desperdiçar este activo tão valioso para a construção de um futuro melhor do nosso país, o Presidente lembrou o imenso recurso que é o mar, «com uma zona económica exclusiva que é das maiores de toda a Europa».
Afirmou, entretanto, que está a ser feito um caminho que tem que ser consolidado na sociedade portuguesa, para que o reencontro dos portugueses com o mar seja uma realidade.

domingo, 26 de setembro de 2010

Minutos muitos agradáveis

CUBA: A sociedade igualitária será possível?

Parece que a utopia da sociedade igualitária vai acabar em Cuba. Nos tempos áureos da Revolução de Fidel Castro, quando nos seus horizontes estava a luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais humana, esses ideais contagiaram imensa gente um pouco por todo o mundo. Décadas depois, a sociedade utópica (não é de utopias que os sonhos se alimentam?) já deu o que tinha a dar. Não há, afinal, possibilidades de implantar na terra qualquer sociedade perfeita. Ruiu o socialismo, ruiu o capitalismo e chegámos a um beco sem saída garantida à vista.
Os sábios deste mundo não são capazes de adiantar propostas e o povo não sabe para onde olhar...
Em Cuba vão ser despedidos pelo Estado 500 mil quadros nos próximos meses. A iniciativa privada vai ter de renascer e de criar saídas para a sobrevivência. E, segundo notícias anunciadas hoje no PÚBLICO, «a decisão de alargar as regras para o emprego privado é uma das medidas que vão permitir aumentar os níveis de produção e eficiência da economia». Acrescenta-se ainda que «É assim que defendemos e aperfeiçoamos o socialismo». Será  que a utopia ainda acredita no socialismo real?

FM

Cavaco Silva vai ouvir partidos políticos

Penso que já todos percebemos que o nosso País e os portugueses estão a passar um mau bocado. É óbvio que os partidos políticos não se entendem sobre a melhor maneira de ultrapassar a crise que se abateu sobre nós. Caímos num impasse de assustar, mas nem assim há acordo para fazer aprovar o OE (Orçamento de Estado), fundamental para a governação. A dívida externa continua a subir e não tem havido quem a trave. As acusações mútuas e contínuas são o triste exemplo da falta do sentido de Estado dos nossos governantes. Gente medíocre está nos lugares cimeiros da nossa democracia. O espectáculo é degradante.
O Presidente Cavaco Silva vai ouvir na próxima terça-feira os partidos políticos. Será que teremos de ir para eleições para se resolver a situação? E quando? Será que vai sair daqui um Governo de base parlamentar ou de iniciativa presidencial? E o que poderá acontecer durante tanto tempo de espera?

Livro da I República


No próximo domingo, 3 de Outrubro, o PÚBLICO vai vender um livro, juntamente com o jornal,  por 4,90 €, que inclui 25 artigos, do republicanismo ao 28 de Maio, já publicados naquele diário, durante algum tempo. São 25 textos de historiadores desse conturbado período da nossa História, que serão uma boa ajuda para quem gosta de ser elucidado.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 203

PELO QUINTAL ALÉM – 40


O MARMELEIRO

A
Maria José Costeira e
José Vitorino Magalhães


Caríssima/o:

a. Marmeleiros há muitos no quintal mas, quando chega a altura da colheita, a maioria dos marmelos apresenta-se com ar de quem não quer ir para a panela ou para o forno: mazelas, picadas, podridão. Verdade que, adeptos da cultura biológica, não nos espantamos; porém, as moscas e outros agentes patogénicos podiam usar de um pouco mais de parcimónia... Em todo o caso, os que se aproveitam ainda dão para assar e para a tradicional marmelada (muito trabalha a colher de pau!...)

e. Também pela nossa Gafanha eram frequentes os troncos torcidos dos marmeleiros... Raramente nossas mães nos presenteavam com marmelos assados e a marmelada exigia açúcar que não abundava... Comê-los crus era um martírio: tentávamos por um lado e por outro, mais amarelo ou mais verde, mas não era convidativo e, o marmelo mordido e rejeitado, era atirado para o poço da Cambeia.

i. Este fruto não se come cru, como se concluiu pelo que se diz acima. É consumido cozido, em compotas, marmelada e geleia. O marmelo cozido é um fruto seguro contra as diarreias infantis.
As flores são comestíveis e podem utilizar-se em saladas e na confecção e decoração de diversos pratos.
Do marmeleiro extrai-se a vara de marmelo, instrumento de punição muito usado no passado e ... ainda em uso em algumas localidades.

Para começar este domingo


«Somente quando tiverdes bebido do rio do silêncio é que verdadeiramente cantareis.
E quando tiverdes chegado ao cume da montanha é que começareis a escalada.
E quando a terra reclamar os vossos membros, então dançareis.»

Khalil Gibran
“O Profeta”

sábado, 25 de setembro de 2010

Confraria Gastronómica do Bacalhau nas Noites Brancas em Coimbra


A convite da Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, esteve recentemente na cidade do Mondego uma delegação da Confraria Gastronómica do Bacalhau, para participar num evento de gastronomia, com a colaboração de 25 restaurantes de Coimbra, integrado nas Noites Brancas da cidade.
Com o apoio do cozinheiro oficial da Confraria, que demonstrou como se cozinha o Bacalhau à Confraria, de um industrial de transformação do “fiel amigo” e de outros Confrades, foi a Confraria recebida por diversas entidades Coimbrãs com quem visitaram a maioria dos estabelecimentos de restauração, onde o Bacalhau foi prato obrigatório.

Papa defendeu diálogo entre a razão e a fé



Bento XVI no Reino Unido
Anselmo Borges

Contra todas as previsões, a visita de Bento XVI ao Reino Unido foi um êxito. Os próprios media britânicos foram unânimes nesse reconhecimento. Até a sua imagem pessoal saiu suavizada: já não "Rottweiler de Deus" nem um intelectual frio, mas um ancião sábio e simpático.
Porquê? Explica o teólogo José M. Castillo: "Porque, nesta viagem, o Papa não condenou nada nem ninguém. Não proibiu nem censurou. Pelo contrário, reconheceu as suas falhas, pediu perdão, mostrou-se próximo das pessoas. Fê-lo por política, diplomacia ou talvez outros interesses? Fê-lo. E basta. É isso que as pessoas esperam, é disso que as pessoas precisam. O que todos queremos que os outros tenham connosco: respeito, tolerância, humanidade, compreensão e bondade."
De qualquer modo, a figura do intelectual eminente não deixou, mais uma vez, de impressionar. "Obrigado por ter-nos feito sentar e reflectir", disse-lhe o primeiro- -ministro, David Cameron, ao despedir-se no aeroporto. "Foram quatro dias incrivelmente emocionantes para o nosso país", garantindo-lhe que "foi escutado por um país de 60 milhões de cidadãos". E foi mais longe: "A fé é parte integrante do tecido do nosso país."

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Visita do Presidente da República ao Município de Ílhavo

Ainda a visita de Cavaco Silva


Santa Maria Manuela

Na próxima segunda-feira, 27 de Setembro de 2010, o Município de Ílhavo recebe a visita do Presidente da República, Cavaco Silva, numa ambiência de reforço da importância da aposta no conhecimento e economia do Mar.
Sendo este o Município que tem “O Mar por Tradição”, a visita do Presidente da República inicia-se pelo Museu Marítimo de Ílhavo, marco incontornável na história e cultura de um povo ligado à pesca do bacalhau, com um almoço de recepção oferecido pela CMI a toda a comitiva e demais convidados.
Sempre tendo como tema o Mar, o Presidente Cavaco Silva fará uma visita à Universidade de Aveiro, tomando conhecimento dos projectos de investigação científica desenvolvidos e de todo o trabalho realizado na temática do Mar.

Baptismo de Ria e Mar para algumas crianças


Pequenos gestos, com pequenas despesas,
podem ter um valor incalculável



Ontem, Dia Mundial do Mar, algumas crianças puderam viajar de barco pela ria, podendo ver, não muito perto, o oceano. A iniciativa pertenceu à APA (administração do Porto de Aveiro) e contou com a prestimosa colaboração da UIPSS, da EcoRia e da CMI. As crianças vieram do interior do Distrito, nomeadamente dos concelhos de Santa Maria da Feira e Anadia, privilegiando quem nunca andou de barco ou nem sequer viu a ria e o mar. Foram, certamente, momentos de muita alegria para todas as que participaram.
Depois da viagem pela ria, com os coletes salva-vidas enfiados à cautela, as crianças visitaram o Porto de Aveiro e o Navio-museu Santo André, tendo ficado com algumas histórias para contar.
Importa agora sublinhar a importância da iniciativa, que proporcionou vivências raras em crianças que, por viverem longe ou oriundas de famílias de mais baixos recursos, ainda não tinham sentido o gosto de apreciar paisagens diferentes das que as enquadram no dia-a-dia.
Fez bem a APA em promover esta iniciativa. Porém, lembro que outras entidades também poderiam contribuir para a valorização das nossas crianças e até de adultos que, certamente, não têm hipóteses de fazer experiências fora do comum. Pequenos gestos, com pequenas despesas, podem ter um valor incalculável.

FM

Centenário da República: acontecimento para aprender e reflectir


As comemorações de qualquer data histórica suscitam-nos sempre a virtude de revisitar acontecimentos com o distanciamento que os anos nos oferecem. É assim com as celebrações da República, instaurada entre nós em 5 de Outubro de 1910. Já lá vão 100 anos. Oficialmente foram programadas acções diversas para todo o país, que nos levam a aprofundar conhecimentos ou, para muitos, a estudar o assunto. E do muito que tem sido escrito e dito, sobre a República portuguesa, é justo verificar que há um sem-número de pontos de vista, leituras as mais diversas, tendo sempre em conta os vários ângulos de observação e as análises feitas por ideólogos e historiadores de muitas cores.
O observador normal, como é o meu caso e o caso de muitos, só tem a ganhar com a riqueza da diversidade da oferta.

Veja aqui e aqui

Presidente da República na Gafanha da Nazaré

Presidente da CMI em visita ao novo centro escolar, na Cale da Vila,
 para se inteirar do andamento dos trabalhos de conclusão das obras


No próximo dia 27 de Setembro, segunda-feira, o Presidente da República, Cavaco Silva, presidirá, a convite do autarca ilhavense, Ribau Esteves, à inauguração do Centro Escolar Santa Maria Manuela, na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré. Este Centro Escolar tem a particularidade de ter o nome de um lugre bacalhoeiro reabilitado para uma nova vida ligada à actividade marítimo-turística, no início de um Ano Lectivo dedicado ao tema “A Cultura do Mar e as Actividades Náuticas”.
Motivo de festa para todos os que acreditam e apostam na Educação e no Ensino, como molas reais de uma sociedade mais livre, mais culta e mais feliz.
Depois desta inauguração, outras se sucedem: Centro Escolar da Coutada (28 de Setembro), Centro Escolar de Vale-de-Ílhavo (29), Centro Escolar da Légua (1 de Outubro), Centro Escolar N.ª Senhora do Pranto (5).
Em nota da CMI, sublinha-se que os centros escolares a inaugurar «permitem que as nossas crianças e profissionais da educação possam trabalhar em melhores condições e, por essa via, alcançar melhor realização e sucesso, verdadeiros catalisadores para o desenvolvimento da nossa terra». A nota refere ainda que já se preparam novos investimentos no Parque Escolar do Município.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Papa conseguiu superar ódios seculares

Europa, terra de missão

Francisco Sarsfield Cabral

A visita de Bento XVI à Grã-Bretanha correu muito bem, melhor do que se esperava. O Papa conseguiu superar alguns seculares ódios anti-católicos dos britânicos. Uma das raízes da hostilidade britânica ao catolicismo está no protestantismo, ali tornado religião oficial há cinco séculos. Outra, e porventura mais importante, é a quebra da prática religiosa. Mais de metade dos cidadãos britânicos não frequenta qualquer serviço religioso.
É manifesta a preocupação deste Papa com o crescente abandono da religião nas democracias europeias. Em França, um velho país católico, a percentagem dos que não vão à igreja (qualquer igreja, incluindo mesquitas) é superior à britânica. Na República Checa quase dois terços não frequentam serviços religiosos, excepto em ocasiões especiais, como casamentos.
Bento XVI tem desenvolvido um notável esforço para mostrar que a fé se articula com a razão. E para tornar claro como os valores éticos do Evangelho são importantes para as sociedades modernas.
Daí o empenho que manifesta no diálogo com não crentes. A Europa é, hoje, uma terra de missão.

In RR

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

«Não temos o direito de pedir nada aos portugueses»

«Paulo Bento afirmou, na sua primeira conferência de imprensa como seleccionador nacional, que depois dos recentes resultados de Portugal para o apuramento do Euro2012, a equipa de Portugal não tem o direito de pedir nada aos adeptos portugueses mas sim a obrigação de devolver o orgulho aos portugueses na sua equipa.»

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Criança parodia ministra da Educação, com graça

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: "Retratos de Gentes da Terra e do Mar”

No próximo dia 26, domingo, pelas 17 horas, vai ter lugar no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré um espectáculo dinamizado pelo grupo de cidadãos seniores do Espaço de Convívio da Junta de Freguesia, subordinado ao tema "Retratos de Gentes da Terra e do Mar", que tem por inspiração o centenário da freguesia e paróquia.

Dia Europeu Sem Carro


Mais carros na rua que gente a caminhar
na marginal da Figueira da Foz

Celebra-se hoje, quarta-feira, o Dia Europeu Sem Carro.  Logo de manhã, da varanda da minha residência, olhei e vi que estava tudo como dantes, isto é, como se tal dia nem existisse. É verdade. Fala-se imenso da necessidade de utilizarmos menos o automóvel, por razões várias, mas a dependência desse meio de transporte está-nos no sangue. É sabido que, se pudéssemos ir de carro para a cama, não deixaríamos de o fazer. Até para tomar café a umas curtas dezenas de  metros não dispensamos o carrinho. Então, como alterar esta dependência? Não sei. Julgo que somente teremos juízo se a gasolina for para preços exorbitantes. Eu cá por mim vou tentar utilizá-lo menos. Se me virem a caminhar, tomem-me como exemplo a seguir. Bom Dia Europeu Sem Carro é o que desejo a todos.

23 DE SETEMBRO – DIA MUNDIAL DO MAR

Jardim Oudinot, com Santo André ao fundo

Baptismos de mar no Porto de Aveiro

Esta quinta-feira, 23 de Setembro, em iniciativa integrada nas comemorações do Dia Mundial do Mar, o Porto de Aveiro vai proporcionar baptismos de mar a quatro dezenas de crianças e jovens carenciados, residentes em Instituições Particulares de Solidariedade Social do interior do distrito.
O passeio terá a duração aproximada de uma hora, com partida do Rossio, Aveiro (10:00), junto às instalações da Eco Ria e paragem intermédia no cais do Jardim Oudinot.
A escala servirá para uma aliciante visita ao Navio-Museu Santo André. O regresso far-se-á com destino ao local de partida, no Rossio.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Barcos Mutilados - 2

A propósito do meu texto intitulado Barcos Mutilados, o meu amigo Armando Cravo enviou-me um comentário pertinente. Ele aqui fica:

Sobre o artigo do teu blogue “Barcos Mutilados”, quero dizer-te que nos meus tempos de criança, eu  às vezes andava na ria com o meu pai na sua bateira mercantel; cheguei a ver o cimo da proa de alguns, com umas dobradiças, que permitiam a sua dobragem para resolver essas situações de maré alta e pontes baixas.

Cavaco Silva alerta para a deficiente exploração económica do mar

Porto de Aveiro

«O Presidente da República alertou hoje para a deficiente exploração económica do mar, sublinhando o trabalho que ainda há a fazer em muitos domínios, nomeadamente, no caso dos portos.
Cavaco Silva desvaloriza o TGV ou o novo aeroporto, defendendo que o transporte marítimo pode e deve ser uma alternativa viável ao transporte rodoviário. “Dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa, sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro”, afi rmou o Presidente da República numa intervenção na abertura do Congresso dos Portos e dos Transportes Marítimos, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.
O Chefe de Estado defende que é necessário “identificar um conjunto de soluções concretas que possam ser aplicadas aos sectores dos portos e dos transportes marítimos, impulsionando estas actividades económicas em benefício das empresas e da economia portuguesa no seu todo”.»
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Figueira da Foz: Fotos de Casimiro Madail no CAE

Roda do Leme

Até 3 de Outubro vai estar patente ao público, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), Figueira da Foz, uma exposição de fotografias, a preto e branco, de Casimiro Madail.
Quando entrei na sala de exposições de fotografias, fiquei agradavelmente surpreendido com a arte deste nosso concidadão, natural do concelho de Aveiro, mas radicado no nosso. Artista amador, não pode ser ignorado, pela riqueza das expressões com que nos brinda.
No cartaz de divulgação e apresentação da exposição, o historiador Álvaro Garrido, responsável pelo Museu Marítimo de Ílhavo, diz: «Quando do mar se avista a terra, prenunciam-se eternos retornos. Mais do que partidas e viagens, é de regressos que as narrativas marítimas se alimentam. De regressos consumados e imaginários, de viagens concretas e fabulosas.»
Pelos meus olhos e pela minha alma passaram imagens e mais imagens que me são familiares, tal a beleza de que se revestem. Roda do Leme e seu enquadramento, “Sagres” e “Creoula” com toda a sua história, Jardim Oudinot e Forte da Barra, Praia da Barra e Costa Nova, regata de moliceiros e rostos de gente da beira-ria e do mar, proa enfeitada e arte da xávega, a “Bruxa” de tantas conversas e vivências…
Valeu a pena passar hoje pelo CAE, visita frequente nas minhas andanças pela Figueira da Foz.

BENTO XVI no Reino Unido



Bento XVI
- uma viagem quase impossível

António Rego

Cinco meses depois de vir a Portugal, Bento XVI empreende uma viagem completamente diferente ao Reino Unido. Foi Chefe de Estado, Sucessor de Pedro, Pastor, ecuménico, penitente, corajoso, cordial, amigo. Tal como aconteceu em Portugal a Comunicação Social não foi benigna antes do acontecimento. Profetizou um fracasso, um pretexto para protestos e até uma oportunidade para o Papa receber ordem de prisão. O balanço final nada teve a ver com os agoiros.
A Inglaterra é indiscutivelmente uma referência no nosso tempo, de história, cultura, liberdade e comunicação. Mas raramente se diz que no Império de Sua Majestade ser católico é ter um estatuto menor, como que infiel a um país que há quinhentos anos escolheu o seu "Papa" e lhe presta fidelidade, onde o político e o religioso se misturam com ar benigno e natural. Noutro país seria considerado subdesenvolvimento ou terceiro-mundismo.

Barcos mutilados


Na Festa da Ria de domingo vi estas embarcações tradicionais da nossa laguna com o pescoço cortado. Ficaram sem vida. Tive pena de ver isto. Disseram-me que esta degola foi executada para permitir a passagem, em maré cheia, por debaixo das pontes. Penso que poderiam estudar o assunto, recolocando o que foi cortado, com a aplicação de uma qualquer sistema que permita mostrar as embarcações na sua plenitude. Vejam isso, amigos, porque assim enganam os turistas e ofendem os que gostam de manter as nossas belezas intactas.

Os trajes tradicionais dos árabes

Os povos do mundo inteiro criaram as suas formas de vestir e de viver. É um direito que lhes assiste e que temos de respeitar, na sociedade pluralista em que vivemos. Não me choca, por isso, ver chegar a uma escola, aqui na Figueira da Foz, uma muçulmana com os seus dois filhos pela mão. Ela toda de preto, apenas se via o rosto em parte. As crianças apresentavam-se como as portuguesas, com roupas normalíssimas para os nossos costumes. Gostei de ver. Incomoda-me é que um qualquer Estado da Europa possa pôr, e ponha,  restrições ao uso dos trajes tradicionais de qualquer pessoa, seja ele de onde for.
Já imaginaram o que seria se nos obrigassem a andar com os trajes dos outros, quando viajamos?

Uma brochura de João Gonçalves Gaspar


“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial”

“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial” é uma brochura de 82 páginas da autoria de João Gonçalves Gaspar, publicada como separata da Universidade de Aveiro, coordenada por Carlos Morais. Inserido no enquadramento do V Centenário do nascimento do autor da primeira gramática da linguagem portuguesa, este trabalho de João Gaspar oferece aos estudiosos e demais interessados por personagens históricas uma súmula muito bem documentada sobre um dos nossos maiores, com raízes aveirenses.
Como é timbre do autor, João Gaspar não escreveu de cor, mas buscou fontes credíveis, onde se baseou para nos caracterizar, passo a passo, com transcrições sempre oportunas, este padre e humanista, que se destacou «como pioneiro na sistematização dos princípios gramáticos da nossa linguagem, na descrição da táctica militar marítima, na divulgação da arquitectura náutica e na história portuguesa». E diz mais: «Se a sua vida de sacerdote dominicano, de escritor, de filólogo, de cartógrafo, de historiador, de diplomata, de marinheiro, de soldado, de aventureiro e de perseguido é tão cheia de episódios díspares e de aventuras diversificadas, os seus conhecimentos surgem-nos multiformes e manifestam uma invulgar sabedoria, com base tanto em conhecimentos humanistas e cristãos, como na experiência vivencial, colhida de muitas maneiras.»

domingo, 19 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: A Grande festa da Ria

Na hora na partida



Milhares de pessoas viveram
a festa da Senhora dos Navegantes



A Ria em festa foi um espectáculo. Foi e é sempre, como válvula de escape para as agruras da vida de cada um. Milhares de pessoas encheram as margens da laguna aveirense durante a procissão da Senhora dos Navegantes que hoje se realizou entre o porto de Pesca Longínqua, na Cale da Vila, e o porto Comercial, no Forte da Barra. Mas do outro lado, em S. Jacinto, o entusiasmo não foi menor, também com milhares de pessoas com fanfarra e música, o que levou, segundo a tradição, o barco “Jesus nas Oliveiras”, de mestre Adelino Palão, que transportava o andor de Nossa Senhora dos Navegantes, a fazer uma aproximação oportuna, com o cortejo de todas as embarcações acompanhantes, para que a Mãe de Deus abençoasse aquela gente toda. E dela e de quantos estavam nos barcos não faltaram os aplausos.


A procissão em andamento moderado



A Ria, com todos os seus encantos, de águas límpidas e serenas e paisagens únicas, merece que esta alegria perdure no tempo. Gente houve que fez o seu baptismo de laguna, em ambiente de alegria. Olhos fixos em horizontes diferentes, ilhas desertas e sem vida humana de um lado, e vida industrial e urbana do outro, com secas, casario, Porto de Aveiro, Forte da Barra e Farol a ver tudo, lá ao longe, assim viveram os que em boa hora aproveitaram a oportunidade de conhecer melhor esta riqueza ímpar que possuímos.


Barcos cheios com gente feliz

Manuel Serra e Margarida Alves, presidente da Junta e presidente da Assembleia de Freguesia, respectivamente,  manifestaram o seu regozijo pela festa que estavam a reviver e a experimentar , enquanto chamaram a atenção para a riqueza inexplorada que é a Ria de Aveiro.
O presidente da Junta ainda lembrou que toda esta festa se deve ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré e ao seu fundador, Alfredo Ferreira da Silva, repetindo o que tantas vezes tem dito que urge «valorizar as potencialidades da nossa Ria», aproveitando turisticamente as «ilhas que têm estado ao abandono». Também referiu que o povo participou activamente nesta procissão «com intensidade, sem que fosse intimado a vir».


S. Jacinto presente

Paulo Costa, vereador da CMI, frisou «a espontaneidade do povo de S. Jacinto ao associar-se a esta festa», sublinhando que «só a religião consegue esta unidade». Conhecedor da Ria que usufruiu desde menino, Paulo Costa adiantou que, de facto, esta movimentação e esta partilha são extraordinárias.


O Farol viu tudo

No Forte da Barra, na missa campal que se celebrou frente à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, o Padre Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré, assentando a sua homilia nos textos deste domingo, afirmou que «vivemos num mundo em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, indefesos e incapazes de saírem da sua miséria». Denunciou que os sistemas financeiros e económicos deixaram de ter rosto e nome neste mundo globalizado, permitindo que «em qualquer gabinete do outro lado do mundo se possa decidir o destino de milhões de pessoas», cuja dor e miséria nunca irão conhecer.

Povo em todo o lado

O Prior da Gafanha da Nazaré fez a apologia «da revolta da solidariedade e da fraternidade», alicerçada «no trabalho e na responsabilidade pessoal e colectiva», não na praça pública, mas no «coração e na vida de cada um de nós».


Nossa Senhora dos Navegantes chega à sua residência

A mole de gente, bem visível em terra, em todos os recantos possíveis voltados para a laguna, e nos barcos que se incorporaram na procissão, mostrava frequentemente a sua satisfação. E tenho cá para mim que no próximo ano todos e outros voltarão à procura de um lugar para esquecer mágoas ou para partilhar emoções temperadas pelos odores salinos da Ria de Aveiro. Tudo sob a bênção de Nossa Senhora dos Navegantes.

Depois da missa, houve música pela Filarmónica Gafanhense, seguindo-se o Festival de Folclore, como havia sido anunciado. O arraial estava em marcha, com bolos festeiros a despertarem-nos o apetite. Um folar e uma regueifa mostraram-me em casa que estavam saborosos. No Jardim Oudinot os farnéis abriram apetites, até mais não. Para o ano há mais...

Fernando Martins

Jardim Oudinot: Falta de civismo



Ontem fui visitar o Jardim Oudinot. Caminhei um pouco, à semelhança de outros que por lá andavam, e tomei um café no bar. Fui olhando o jornal para mais tarde ler os temas seleccionados. Uma funcionária da limpeza, de saco plástico na mão, ia apanhando lixo que outros deitaram no chão. Copos de iogurte, latas de cerveja, restos de gelados, maços de tabaco, lenços de papel...
O que vi deixou-me perplexo. Em pleno século XXI, ainda há gente capaz de menosprezar as mais elementares regras da boa educação, desrespeitando também as leis do civismo.  É incrível, mas é verdade.  

Folha no meio do livro


Enquanto folheava um velho livro, à cata de uma informação histórica, encontrei esta folha ressequida pelo tempo e pela pressão que suportou. Confesso que me não recordo do ano em que a coloquei ali, nem sei com que intenção o fiz. Mas houve, de certeza, alguma motivação. Os anos passaram, mas a beleza da folha permaneceu, quiçá melhorou. O tempo sublimou a expressão, valorizou a forma e salientou as nervuras e as serrilhas do contorno. A velhice, afinal, continua a ser  bela...

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 202

PELO QUINTAL ALÉM – 39



A FISÁLIS


A
Bernardino Venâncio e
Joana Rosa de Jesus

Caríssima/o:

a. Ora aqui está uma planta que muitos não conhecerão, mas que abunda no nosso quintal. Como muitas outras, foi levada pela curiosidade e gosto de minha Mulher e adaptou-se de tal forma que temos mesmo de tomar certas medidas: não se ensaia muito para ocupar zonas que lhe não pertencem.

e. Não me ocorre que a tenha visto nos jardins ou quintais da Gafanha, nos tempos da nossa meninice.

i. A fisális é uma planta herbácea, arbustiva, anual; pode variar de 60 centímetros a 2 metros de altura. É apropriada para a formação de maciços e bordaduras, podendo ser plantada em vasos e jardineiras. As folhas são grandes, delicadas, triangulares e com bordas recortadas. As flores hermafroditas (têm os dois sexos na mesma flor) são pequenas, brancas a amareladas. A fruta madura é arredondada, amarelada, alaranjada ou avermelhada, brilhante, macia, suculenta, de sabor doce, levemente ácida e contém grande quantidade de sementes pequenas. Todos os frutos são cobertos por uma capa esverdeada que depois passa a amarelada e finalmente palha, com textura de papel, quando madura.
A propagação é feita através de sementes, muitas vezes, espontaneamente e com tendência a ser um pouco invasora.
A maioria das espécies é oriunda de regiões equatoriais, tropicais e subtropicais, sendo certo que algumas variedades toleram bem o frio ou mesmo geadas leves.
O seu cultivo para fins comerciais assemelha-se ao dos tomates, quer na preparação do solo, na fertilização, na aplicação de tutores, na colheita e demais cuidados.

Utilidade: os frutos maduros podem ser consumidos ao natural ou na forma de sucos, doces, sorvetes, geleias, em molhos de saladas e carnes, compotas e conservas. São também usados como tira-gosto para degustação de vinhos e no fondue de chocolate.

sábado, 18 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: Amanhã, com procissão pela ria



Amanhã vai realizar-se a festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. Organizei a minha vida para também me integrar na procissão, fundamentalmente para sentir a importância de uma manifestação de fé como esta. Amanhã, ao fim do dia, darei conta do que vi e experimentei.

A nuvem e os chefes


Hoje encontrei num espaço que costumo frequentar uma foto de nuvem com uma  legenda interessante. Vale sobretudo pela graça que encerra. Quanto a ser verdade a comparação, nem sei se hei-de acreditar ou não... Diz assim:

«A  nuvem é como os chefes: quando desaparece é que o dia fica lindo!»

Os crentes não habitam todos no asilo da ignorância e da superstição

Stephen Hawking

Hawking e Deus

Anselmo Borges

Ainda não a li, mas posso supor que a nova obra de Stephen Hawking, escrita em conjunto com o físico norte-americano Leonard Mlodinow, The Grand Design (O grandioso plano), terá um êxito enorme, como há anos aconteceu com o seu bestseller A Brief History of Time (Uma breve história do tempo).
Hawking, que sofre há décadas dessa terrível doença do foro neurológico que dá pelo nome de esclerose lateral amiotrófica, é um astrofísico de renome mundial, detentor até há pouco da célebre Cátedra Lucasiana de Matemáticas da Universidade de Cambridge, outrora ocupada por Isaac Newton, e que deu contributos fundamentais no domínio da física teórica, nomeadamente em questões de cosmologia, buracos negros e gravitação quântica.
Nesta obra, afirma que as novas teorias da física podem explicar de modo cabal o aparecimento do universo, tornando supérfluo o papel de um Deus criador. Segundo The Times, escreve que, "o universo pôde criar-se a si mesmo - e de facto fê-lo - do nada. A criação espontânea é a razão de existir algo, de existir o universo, de existirmos nós". Concretamente, a descoberta do primeiro planeta extra-solar ajudaria a desmontar a visão de Newton, que afirmava o Deus criador, pois o universo não poderia surgir do caos. A descoberta abre a possibilidade de outros planetas e outros universos, que seriam redundantes, se a intenção de Deus fosse criar o homem.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A harmonia nas férias e fora delas...


É sempre interessante apreciar o jogo da instabilidade e a busca de estabilidade. Tudo aqui mostra esse jogo e o seu resultado adivinhado. Quem passa, não deixa de se imaginar a procurar a forma ideal para estabelecer equilíbrios na vida, com as pessoas e com as coisas. Gostei de ver essa preocupação em quem criou este convite dirigido aos que  entram em casa. Não há nada melhor do que a harmonia, a partir, tantas vezes, quase do impossível.

Bento XVI no Reino Unido


«O Papa Bento XVI criticou ontem a hierarquia da Igreja Católica por não ter estado suficientemente vigilante em relação aos casos de abusos e violência sexuais durante várias décadas. Na viagem para o Reino Unido, onde permanece até domingo, o Papa repetiu o que já fizera no voo que o trouxe a Portugal, em Maio, mas desta vez com uma crítica à atitude dos responsáveis católicos.»

António Marujo no PÚBLICO

Pobreza: "uma consequência lógica do modo como a sociedade e a economia estão organizadas e funcionam"

«Bruto da Costa diz que combate à pobreza não toca verdadeiras causas do problema e não ataca "privilégios intoleráveis".»
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Os “queques” riram-se de desprezo, e o professor respondeu “Arranjem-se”.

Gente com os pés fora do chão

António Marcelino


A ordem vem do Ministério. As pessoas, mesmo as do rendimento mínimo ou de inserção, se recebem apoios sociais devem comunicar pela net aos serviços oficiais a sua situação, ou então os apoios são-lhe cortados. Por net? Mas os senhores de Lisboa, ao darem tal orientação ameaçadora, conhecem acaso o país real?
Há dias vi num programa de televisão o professor dizer aos alunos que tinham de ver em casa um determinado programa de televisão, confrontá-lo com a matéria dada e fazer o seu comentário pessoal. Um miúdo, que se lhe via no rosto a angústia e que não mentia, perguntou, a medo, como faziam os que não têm televisão. Os “queques” riram-se de desprezo, e o professor respondeu “Arranjem-se”.
É assim. Por isso é que tudo por cá está emperrado. Os disparates justificam-se, as verdades abafam-se, os pobres calam-se e os abastados riem-se.

Pensionistas de baixos rendimentos vão deixar de ter medicamentos grátis




«Mais de um milhão de pensionistas de baixos rendimentos vão deixar de ter medicamentos grátis, um benefício que lhes foi atribuído há pouco mais de um ano. Também a comparticipação de alguns dos remédios que são dos mais usados em Portugal, como antiácidos e anti-inflamatórios, vai diminuir para quase metade (baixa de de 69 para 37 por cento), já a partir de segunda-feira. E muitos doentes crónicos passarão a pagar mais pelos medicamentos de que necessitam até ao fim da vida, a não ser que optem pelos fármacos mais baratos do mercado.»

In PÚBLICO

Sou testemunha ocular e auricular

Diversas vezes já, assisti nas farmácias à dificuldade que alguns idosos sentiram na hora de aviar a receita médica. «Este não posso levar porque é muito caro; vai para o mês que vem.» É triste ver e ouvir este drama de quem não pode levar os medicamentos que fazem falta, apesar de serem comparticipados. Vem agora a ministra Ana Jorge com duas notícias: uma boa, a descida do preço dos medicamentos; outra desagradável, o corte dos medicamentos grátis para os pensionistas de mais fracos recursos.
Esta medida vai ser, com certeza, dolorosa para os que já têm que suportar o peso dos anos com doenças. Alguns, os mais pobres, ficarão mesmo sem essa ajuda. Não seria possível evitar mais esta dor para quem tanto sofre?

FM


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Para pensar: Taparam os pobres com as vitórias dos ricos

O Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, afirmou na homilia de encerramento da XXVI Semana da Pastoral Social, decorreu em Fátima, de 14 a 16 de Setembro, que “a grande contaminação do individualismo e do domínio sobre os outros atinge-nos”. “Taparam os pobres com as vitórias dos ricos” – referiu.

Na visita à Grã-Bretanha: Bento XVI alerta para o secularismo



Num ambiente hostil, Bento XVI iniciou a anunciada visita à Grã-Bretanha, tendo sido recebido pela Rainha Isabel II, num gesto histórico, já que este foi o primeiro encontro entre um Papa e um soberano inglês, desde a separação que levou à formação da Igreja Anglicana, levada a cabo por Henrique XVII.
Sua Santidade frisou no seu primeiro discurso: “Hoje, o Reino Unido esforça-se por ser uma sociedade moderna e multicultural. Que neste nobre desafio ele guarde sempre o seu respeito pelos valores tradicionais e as expressões da cultura que formas mais agressivas de secularismo não apreciam nem sequer toleram”, assinalou o Papa.

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Gafanha do Carmo: Freguesia há 50 anos


Amanhã, Sexta-feira, 17, a Câmara de Ílhavo e a Junta de Freguesia assinalam o 50.º aniversário da Criação da Freguesia da Gafanha do Carmo, com a realização de uma Sessão Solene Evocativa,  a realizar no Salão Cultural da Gafanha do Carmo, pelas 18.30 horas, dando assim início a um programa comemorativo que nesse dia será publicamente apresentado.

Desmoronamento da família é dos acontecimentos mais graves da nossa história



Desmoronamento da família

António Marcelino

Cada dia que passa somos confrontados com estatísticas que nos dizem do número crescente de divórcios, da queda acentuada de casamentos civis e religiosos, da subida vertiginosa de uniões de facto. Também não deixam os jornais, e mesmo as televisões, de dar conta, aqui ou ali, de novos casamento de homossexuais e até já de seus divórcios.
Deixar de tomar a sério o casamento e a família, pela maneira fácil e rápida de as leis a desfazerem, constitui uma tragédia de muitas consequências à vista, e de outras, não menos graves, que o tempo irá revelando. A família que nasce de uma decisão livre de gente adulta e, presume-se, responsável será sempre o alicerce de uma sociedade com futuro. O contrário significa inquinar o ambiente social, tornando o casamento objecto de contrato de reduzida importância, rescindível ao menor capricho ou à incapacidade progressiva de assumir as responsabilidades inerentes.
Se fizermos a contagem dos governantes, deputados, magistrados, gente da telenovela, fazedores de opinião e tantos outros de nome e profissão conhecidos que já não estão no primeiro casamento e, por vezes, já nem no segundo, percebemos o que se passa neste em país em crise. Dificilmente poderá falar do casamento e da família, com apreço e respeito, quem não tem uma experiência gratificante da vida conjugal e familiar. São muitos destes que interferem no modelo de casamento e família, impostos arbitrariamente à sociedade.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O peregrino conserva alguma coisa do turista


O Turista e o Peregrino

José Tolentino Mendonça

O turista e o peregrino têm mais em comum do que possa parecer. Um pelo caminho do lazer, outro pela volta do sagrado: é, contudo, um impulso antropológico semelhante que os move. A experiência da saída de si, o desejo de outras paisagens, a busca de alteridade são traços reconhecíveis tanto num como noutro. O peregrino conserva alguma coisa do turista. O caminho de peregrinação, mesmo quando assume um carácter penitencial, não perde um tom festivo, uma quase ligeireza, que não é distracção, mas celebração. Tal como o turista conserva coisas do peregrino. Qualquer viagem pressupõe, por exemplo, uma reflexividade, uma experimentação sobre si mesmo, um saber de si. Mesmo se o que vemos são linhas, digressões por cidades ou trilhos, mesmo se nos parece estar apenas perante a representação objectiva da paisagem diurna ou do deslumbramento nocturno: por detrás de cada fragmento solto do mundo encontra-se uma pergunta maior.

Senhora dos Navegantes em procissão pela Ria

Senhora dos Navegantes na hora da partida para a procissão

Alegria para toda a gente

É já no próximo dia 19 de Setembro que se realiza a Festa em Honra de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos marítimos e suas famílias. A festa, que outrora foi romaria, atraindo gentes das redondezas, até obrigava a feriado em Aveiro, cujo comércio fechava para proporcionar o passeio ao Forte da Barra, em cuja capelinha, com sinais de fortaleza, fazia adivinhar segurança para toda a gente.
A festa tinha o ponto alto na segunda-feira, já que no domingo anterior tinha lugar, na Costa Nova, a romaria da Senhora da Saúde, também Ela venerada pelos trabalhadores do mar e da ria e veraneantes. Estas duas romarias tinham uma marca comum: o encerramento da época balnear nas duas praias do concelho de Ílhavo em terras gafanhoas – Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação.
Mas o fim da época balnear, afinal, não encerrava com aquelas romarias. Os bairradinos, depois das vindimas, vinham a seguir para recuperar do desgaste provocado pelas canseiras das uvas e do vinho, que ficaria, este, em sono de cura até ao S. Martinho.
Voltando à Senhora dos Navegantes, é oportuno referir que, para além das cerimónias religiosas, com missa solene a procissão até ao mar, havia música e foguetes a condizer, mas ainda é justo sublinhar que o convívio familiar e entre famílias era nota dominante. Farnel preparado a tempo e horas, onde não faltavam acepipes para dias de festa, acompanhados com bebidas que alegrassem a alma de quem não se esquiva a canseiras para levar uma vida “direitinha”, como então se dizia, tudo se conjugava para se experimentar um dia diferente. E de rancho para rancho, nos relvados do Jardim Oudinot, não faltava quem partilhasse farnéis e brindasse à saúde de cada um e de todos, do garrafão erguido que chegava para todos.

23 DE SETEMBRO – DIA MUNDIAL DO MAR

Canal Central, em Aveiro
Jardim Oudinot

Baptismos de mar no Porto de Aveiro

No próximo dia 23 de Setembro, em iniciativa integrada nas comemorações do Dia Mundial do Mar, o Porto de Aveiro vai proporcionar baptismos de mar a quatro dezenas de crianças e jovens carenciados, residentes em Instituições Particulares de Solidariedade Social do interior do distrito.
Trata-se de iniciativa de âmbito nacional, envolvendo a quase totalidade dos portos portugueses, desencadeada pela Associação dos Portos de Portugal (APP) (http://www.portosdeportugal.pt/), em estreita parceria com o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (http://www.imarpor.pt/).
Em Aveiro, esta iniciativa solidária conta com a prestimosa colaboração da União Distrital das IPSS de Aveiro (UDIPSS AVEIRO) (http://www.udipss-aveiro.com/), e da empresa Eco Ria (http://www.ecoria.pt/), que disponibiliza, gratuitamente, uma embarcação para o efeito.
Participam, nesta iniciativa, os Centros Sociais de Avelãs de Cima, Argoncilhe e Arrifana. Foram critérios desta escolha, Instituições Associadas na UDIPSS AVEIRO que, pela sua especificidade geográfica estão menos conciliadas com o mar e também a escolha de crianças que por razões várias não conhecem a Ria.
O passeio, pela Ria de Aveiro, terá a duração aproximada de uma hora, partida do Rossio, Aveiro (10:00), junto às instalações da Eco Ria e chegada ao cais do Jardim Oudinot.
Pelas 11:00, e findo o passeio, as crianças e jovens visitarão o Edifício dos Pilotos do Porto de Aveiro, na Barra, aqui se procedendo à visita às instalações e a uma explicação sumária da actividade destes profissionais.
O Porto de Aveiro dá assim, também, o seu contributo para as comemorações do Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social.


Um livro do Padre Tomás Marques Afonso


“O Meu Navegar no Mar da Vida”


“O Meu Navegar no Mar da Vida” é um livro da autoria do Padre Tomás Marques Afonso, publicado no âmbito das celebrações das Bodas de Ouro da sua ordenação sacerdotal. Escrito em verso, o Padre Tomás conta-nos a sua vida, passo a passo, ao jeito cadenciado de quem aprendeu a marchar, segundo as regras que ele tão bem absorveu como Capelão Militar.
«Nunca na vida passou pela minha mente escrever um livro, mas o encontro com os amigos que me incitaram a publicar algo sobre os trinta anos dedicados ao apostolado castrense, como Capelão Militar, levou-me a decidir, e aqui estou para satisfazer a sua vontade, aproveitando a coincidência de estarmos a iniciar o Ano Sacerdotal, publicando, de uma maneira salteada, acções, qualidades, partidas, peripécias, divertimentos, reparos, vivências, humorismo, alpinismo, desporto, etc.,etc., não em prosa, mas em verso de decassílabos, desde menino de escola primária até aos meus 75 anos e ao meu Jubileu Sacerdotal.» Dito isto no Prólogo, o Padre Tomás deixa claro que foi motivado por amigos. Ainda bem que há amigos assim, capazes de manter viva a amizade e o desejo de a ver plasmada em forma de livro.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um poema de Licínio Amador para amenizar o calor

Ser outro ser

Ah! Se eu pudesse ser, outro ser,
Sendo o mesmo!
Nasceria novamente
Seria outro ser,
Com nova vida
Mas vida totalmente diferente!

Teria outra infância,
Meus brinquedos
Seriam as estrelas, os planetas,
Todas as vias lácteas
Com quem brincaria
Brincadeiras de fantasia
De tolerância!


Viveria depois outra mocidade,
Iria conhecer novas culturas,
Novas tradições
Que não têm idade,
Tão cheias de belas civilizações!


Namoraria com o mar;
Pedir-lhe-ia bonanças eternas,
Bonanças azuis esverdeadas,
Por onde deslizariam,
Por onde flutuariam
Suaves e rutilantes fadas!


Pediria também namoro ao céu;
Com ele, voaria nas alturas,
Acima das montanhas,
Acima das planuras,
Descansando de quando em quando
Nas leves e sonhadoras nuvens
Que por nós passam carregadas de ternuras
Carregadas de brancuras!


E depois qual escolheria?
Os dois possuem os infinitos
Por onde sempre amei voar,
Por onde sempre amei navegar
Por onde vagueiam meus sonhos
Por onde vagueiam meus mitos!

Pedi então ajuda à vida
Que com a sua experiência,
Me aconselhou a ficar com os dois,
Porque o céu dar-me-á guarida
E, o mar, esse, alimentará a minha essência!

Licínio Ferreira Amador