sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Gafanha da Nazaré, Praia da Barra, Avenida Infante D. Henrique


Av. Infante D. Henrique com o Farol ao fundo

Homenagem justa ao “pai”
dos nossos descobrimentos

Na Praia da Barra, há uma avenida dedicada ao Infante D. Henrique, o Navegador, como é conhecido da nossa história. Há personalidades históricas que têm merecido, com justiça, a honra de figurar na toponímia das diversas povoações. E em terras com ligações marítimas, o Infante D. Henrique é uma figura indispensável, pois povoa o nosso imaginário histórico da era gloriosa dos Descobrimentos Portugueses, de que ele foi um dos grandes impulsionadores. A avenida estende-se, paralelamente, ao longo do molhe da Meia-Laranja.
Curioso é o facto de o Infante D. Henrique ter recebido o cognome de navegador, sem nunca, que saibamos, ter exercido, com propriedade, a função de “comandante” de qualquer esquadra. Mas que orientou e se envolveu, de forma indesmentível, na gesta marítima dos princípios do século XV, lá isso fez e, ao que julgamos, bem.
Filho de D. João I, o de Boa Memória, e de D. Filipa de Lencastre, pertenceu com seus irmãos a Ínclita Geração, no dizer de Luís de Camões, pelas elevadas qualidades de amor pátrio e de honrosos comportamentos dentro dos valores da cavalaria medieval. Nasceu em 4 de Março de 1394 e faleceu a 13 de novembro de 1460.
O Infante D. Henrique começou cedo a envolver-se nas lides marítimas. Em 1415 participou na conquista de Ceuta, que abriria portas a outras investidas portuguesas no Norte de África e mais para além. E depois, em 1419-1420, João Gonçalves Zardo, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo ocupam o arquipélago da Madeira. Também em 1420 foi nomeado grão-mestre da Ordem de Cristo (que substituiu a Ordem dos Templários), organização religiosa e militar que se envolveu nos Descobrimentos.
O navegador Gonçalo Velho Cabral, provavelmente, em 1427, chega aos Açores, e em 1434 Gil Eanes transpôs o Cabo Bojador, vencendo medos até então intransponíveis. E as aventuras das descobertas prosseguiram, com a orientação do Infante e o apoio da Ordem de Cristo, chegando os portugueses à Guiné e a Cabo Verde, entre muitas outras terras, onde ainda hoje perduram memórias dos nossos feitos gloriosos.
O Infante, contudo, não contou na sua vida apenas vitórias. Houve fracassos, de que sublinhamos o desastre de Tânger, praça que não conseguimos conquistar. Ali ficou prisioneiro seu irmão, o Infante D. Fernando, que ficou na história como Infante Santo, pela forma como suportou e aceitou, em nome do seu amor à pátria, durante 11 anos. A Avenida Infante D. Henrique é, como todas as ruas e avenidas de qualquer vila ou cidade, e mesmo aldeia, uma lição de história, que as gerações actuais poderiam e deveriam tornar mais viva, junto das populações.

Fernando Martins

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