quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ao sabor da maré — 4


1. Algo vai mal neste “reino” de Portugal, nomeadamente numa das suas Regiões Autónomas, a Madeira. Desde há mais de 30 anos que o “rei” da Pérola do Atlântico” não se cansa de ofender o continente, bem como os seus políticos e residentes. Usa uma linguagem desbragada, ofensiva da dignidade de adversários políticos, que toma como inimigos. Exige, reclama, chantageia, ameaça com a independência, sem que haja qualquer poder, político ou judiciário, capaz de deter as arremetidas do homem, contra todos os que não lhe dizem amem. É isto.
Por outro lado, os Açores, que estão no mesmo Atlântico, vão vivendo, democrática e respeitosamente, trilhando caminhos de progresso e de bem-estar, sem barulhos, nem ameaças, nem chantagens. O arquipélago já foi governado pelo PSD e de há anos a esta parte pelo PS. Que eu saiba, sem precisar de fantochadas e no respeito pelos demais autarcas, tenham eles as cores que tiverem.

2. No continente, está estabelecido que o Presidente da República só pode ser reeleito uma vez, para um segundo mandato seguido, e os presidentes das Câmara e das Juntas apenas podem desempenhar essas funções durante três mandatos seguidos. Mas nas Regiões Autónomas não é assim. Podem os presidentes do Governo Regional eternizar-se no poder, com todos os inconvenientes que daí podem advir. Afinal, num país democrático, não será possível decretar leis para todo o território nacional?

3. Diz o primeiro-ministro, Passos Coelho, a propósito das dívidas escondidas, de má-fé, pelo “rei” da Madeira, que não pode fazer nada, porque o povo madeirense é que tem a faca e o queijo na mão para condenar, votando noutros, ou para apoiar a candidatura do Presidente Alberto João Jardim. Penso que Passos Coelho não teria outra alternativa, porque não haverá leis que possam resolver o problema. Face a esta situação, há que aguardar pelos resultados eleitorais. Contudo, estou em crer que ficará tudo na mesma. Quem ousará votar contra, mesmo sendo o voto secreto, numa região onde o “rei” manda em tudo e em quase todos?

Fernando Martins

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