quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ser solidário é um grito que não se pode sufocar


A eloquência das lágrimas sentidas

Não vi em directo, e tenho pena. Vi e li, depois, os ecos de quem viu e da comunicação social, tocada por aquele testemunho inesperado. Trata-se do gesto da ministra dos Assuntos Sociais de Itália, que, ao ter de anunciar restrições aos idosos, exigidas pela crise económica do país, chorou à vista de toda a gente. Os governantes têm coração e devem dar largas ao sentimento, quando é caso. Não se anunciam sacrifícios, como se anunciam festas. Também é maneira de convencer, mostrar que as coisas passam por dentro de nós. Os insensíveis geram insensibilidade. E desta, já chega. Ser solidário sempre e nas dificuldades é um grito que não se pode sufocar.

António Marcelino

Fonte: "Correio do Vouga"

1 comentário:

  1. A atitude desta senhora, foi verdadeiramente, exemplar, no mundo insensível em que vivemos. Apesar de alguns considerarem este ato de chorar em público, um sinal de fraqueza, eu acho-o, pelo contrário, uma prova de grandeza de alma. E, se "um homem não deve chorar", dizia-se numa sociedade machista, posso informar que já vi homens, muito dignos e prestigiados, chorarem, em público. O Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva Dr Paulo....ficou na memória dos Portugueses, quando esteve no meio do seu povo, partilhando da tragégia que sobre ele se abatera!
    Chorar, em público, é revelador de uma nobreza de alma, apanágio, só de alguns!

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