quarta-feira, 30 de maio de 2012

Recordando o Boris




Boris 

Não é apoucar a importância do soneto, a sua utilização para enaltecer uma criaturinha de quatro patas! Foi intencional o recurso à mais nobre categoria do género clássico, o soneto petrarquiano. Só assim, se poderá elevar ao nível da imortalidade, esta humilde mas grandiosa criatura, na passagem de um mês, da sua partida!


A âncora que à vida me prendia,
Com um sopro de vento se partiu.
À deriva este barco se sentiu
Na procela da vida que fuia.

Uma alegria sempre renovada!
A cada instante, o amor se pressentia.
Nele, o apego à vida, a energia
Vinha sendo, dia a dia conquistada.

Tão cedo, tu partiste deste mundo
Deixando, neste ser, pesar profundo
Que tão difícil é de mitigar!

Boris, meu amigo Cãopanheiro,
Tenho bem impregnado o teu cheiro,
Teus gestos... e a cauda a abanar!

Mª Donzília Almeida
02.05.2012


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