terça-feira, 10 de julho de 2012

O PAÍS QUE SOMOS

O caso do ministro Relvas

O país que somos revela de quando em vez, mas com frequência, algumas bizarrias. O caso de Miguel Relvas, porventura mais grave que o de Sócrates, mostra claramente que não somos capazes de evitar disparates, embustes, enredos e outras situações semelhantes, com algumas universidades a dar certas ajudinhas, sobretudo quando lhes cheira a conveniências. Por que razão o aluno Relvas, hoje ministro do Governo de Portugal, haveria de adquirir um diploma, sem estudos compatíveis?
Sabe-se, pelo que é público, que para obter o referido diploma, que lhe desse o direito de antepor ao nome o famoso Dr., que, pelos vistos, abre tantas portas, lhe bastou apresentar o seu currículo profissional. Ora, o aluno que chegou a frequentar os cursos de Direito e História, sem ter conseguido qualquer relevância académica, nem sequer se deu ao cuidado de frequentar aulas e de se submeter a exames. Coisa difícil de entender e de admitir num estado de direito.
Pelo que podemos supor, não será caso único. Todos sabemos que houve (não sei se ainda há) cursos para inglês ver, com a complacência do Estado que fechou os olhos, quando devia pura e simplesmente cancelar tudo e castigar os infratores. Como é que se explicam as exigências dirigidas à grande maioria dos alunos, havendo todas as facilidades para uns tantos?
As bizarrias, contudo, continuam. Depois do escândalo, o braço-direito do nosso Primeiro Ministro continua impávido e sereno no pódio da governação, com a maior desfaçatez deste mundo e com a confiança de Pedro Passos Coelho.
Por mim, não haveria mal nenhum em ser ministro sem o Dr., mas já não concordo que um membro do Governo tenha comportamento semelhante ao protagonizado pelo ministro Miguel Relvas.



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