quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A vivência da eucaristia é a plenitude da iniciação cristã



Padres de Aveiro pedem 
orientações comuns para iniciação cristã 

Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha


Recuperar o catecumenado a partir do que foi pedido no Concílio Vaticano II como caminho de iniciação na fé é uma urgência na Igreja Portuguesa. A afirmação é do Pe. Paulo Malícia, do Patriarcado de Lisboa, e aconteceu nas Jornadas de Formação Permanente do Clero de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, que no terceiro dia reflectiu sobre os sacramentos da iniciação cristã. O sacerdote que é director do Departamento da Catequese do Patriarcado também lamentou a “falta de unidade nacional ao nível da iniciação cristã”, facto que leva os padres de Aveiro a desejarem que os bispos portugueses, em conjunto e na medida do possível, definam critérios de unidade em relação à pastoral sacramental da Igreja. 


O sacerdote lisboeta abriu a manhã do terceiro dia de formação apresentando a visão teológico-pastoral sobre os sacramentos de iniciação cristã e convidando a uma reflexão mais profunda do caminho a propor em relação ao despertar religioso. “Passamos muito tempo a discutir a data do crisma. Se queremos propor um caminho de iniciação cristã precisamos de nos reger pelo Magistério da Igreja”, afirmou, especificando aquilo que o Vaticano II indica quanto ao catecumenado  O Pe. Paulo Malícia elencou, depois, as características da pedagogia e da dinâmica catecumenal. E afirmou: “Os sacramentos são alicerces, pontos estruturantes, meios da graça, pelos quais a iniciação cristã acontece e nunca pontos de chegada ou diplomas de assiduidade e bom comportamento na catequese”. 
O responsável pelo sector da Catequese do Patriarcado referiu-se às diferentes práticas quanto ao processo da iniciação cristã no território português e mesmo no seio da sua Diocese, lamentando a falta de unidade nos critérios e nas propostas. Apresentou, também, algumas práticas correntes no Patriarcado no que respeita à caminhada de iniciação cristã das crianças em tempo de catequese e que assentam mais na tradição oriental em que baptismo e crisma se celebram em conjunto. Fruto do seu estudo, defendeu que, em relação à iniciação cristã das crianças, é necessário uma pastoral pré-baptismal e um acompanhamento pós-baptismal, que vá mais além da mera apresentação do ritual de baptismo aos pais e padrinhos. Além disso, e a partir da Exortação Apostólica “O Sacramento da Caridade”, de Bento XVI, asseverou que no caminho de iniciação cristã é sempre importante atender à centralidade da eucaristia. “A vivência da eucaristia é a plenitude da iniciação cristã”, disse. 
Já a terminar, e depois de mostrar que durante séculos a Igreja não precisou de fazer o primeiro anúncio, defendeu que a prática da caridade, através da proximidade e do acolhimento das pessoas, e a espiritualidade dos cristãos, concretamente a oração, serão, nos tempos que correm, belas formas de fazer o primeiro anúncio. 
Durante a tarde, o Clero de Aveiro realizou uma mesa redonda procurando algumas respostas pastorais. A catequese familiar, a realidade dos padrinhos de baptismo e a integração dos grupos do crisma na vida comunitária foram os três âmbitos abordados. 
O Bispo de Aveiro encerra as Jornadas de Formação do Clero de Aveiro esta quinta-feira depois da apresentação da síntese dos trabalhos.

Fonte: Diocese de Aveiro


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