quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Bispo de Aveiro apelou à “ousadia profética e determinação cultural”


Estarreja: Debate integrado na “Missão Jubilar” 
juntou Jorge Sampaio e D. António Couto

Ecumenismo vai ser 
«muito mais rico e cheio de alegria»
D. António Couto



«Fator religioso tanto pode ser 
de afastamento como de aproximação»
Jorge Sampaio


Jorge Sampaio, Carlos Daniel e D. António Couto

«O responsável pelo ecumenismo no episcopado católico, o bispo D. António Couto, expressou ontem, quarta-feira, em Estarreja, o seu otimismo quanto à aproximação dos cristãos de diferentes Igrejas em Portugal. 
Durante um debate sobre ecumenismo e diálogo inter-religioso com Jorge Sampaio, antigo presidente da República, o prelado vaticinou que no futuro o ecumenismo em Portugal “será muito mais rico e cheio de alegria e amizade”. 
Perante centenas de pessoas reunidas no Cineteatro local para assistir à iniciativa programada pela Diocese de Aveiro, D. António Couto afirmou que vê com “muito gosto” que os jovens portugueses “lutam” e “estão a dar passos belos” pela unidade dos cristãos. 
“Estamos no tempo do diálogo, do coração a coração, da fraternidade”, sublinhou o bispo de Lamego, que ao recordar o tempo passado em Israel para estudar a Bíblia falou do relacionamento que estabeleceu, enquanto padre católico, com judeus e palestinianos. 
D. António Couto testemunhou que “fações diversas não lutam apenas entre si mas também estabelecem laços de amizade. E quando há amizade quebra-se o gelo e a rigidez”. 

Jorge Sampaio mencionou igualmente o conflito entre Israel e a Palestina, assim como a disputa por Jerusalém, onde se cruzam várias religiões, e revelou que foi recentemente realizado em Lisboa um encontro do Conselho das Igrejas da ‘Cidade da Paz’ para facilitar o diálogo, a que não foi dado divulgação. 
O Alto Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, citado pela Lusa, frisou que "as religiões estão a voltar à ordem do dia e o fator religioso tanto pode ser de afastamento como de aproximação entre as pessoas”. 
“Muitas vezes há manipulação da fé”, disse o antigo presidente da República, para quem a “capacidade de falar entre religiões é absolutamente imperiosa". 
Face ao crescimento das migrações e das segundas gerações de migrantes, nomeadamente na Europa, é preciso “enquadrar a diversidade cultural e saber lidar com as minorias”, tarefas que competem às comunidades crentes, à diplomacia e à educação, que deve privilegiar a História e as Religiões. 
O bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, encerrou o encontro com um apelo à “ousadia profética e determinação cultural”. 
“Partimos daqui mais conscientes do imperativo comum de que devemos ser todos mensageiros das bem-aventuranças e obreiros de um mundo onde a dignidade humana se afirme e o direito à verdade da fé e a experiência pelo sentido religioso da vida se respeite”, salientou. 
A sessão enquadrou-se no programa da ‘Missão Jubilar’ correspondente aos 75 anos da restauração da diocese, que se assinalam em 2013.»

RJM 



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