quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Liberdade, liberdade, cada um chama-lhe sua


D. António Marcelino


O espetáculo não é nem interessante, nem edificante. Sobretudo quando se trata de políticos a divergir entre si e a discutir tricas. Não só no Parlamento. Os outros nunca têm razão, não sabem o que estão a dizer, devem demitir-se uns e calar-se outros.
Um político do velho regime dizia que os portugueses são incapazes de viver em democracia. Exagero, claro. Mas talvez se possa dizer isso de alguns políticos da nossa praça. Pela ânsia do poder e limite de horizontes de bem comum, tornaram-se incapazes de ouvir os outros, de respeitar a sua opinião, de captar o que nela pode enriquecer. Uma série de dogmáticos, ditos democratas, que não devem nada à humildade. Essa sim, é a verdade e o caminho para progredir nela. Quando os que estão na ribalta temperarem, com o respeito pelo outro, as suas opiniões livres, a sociedade fica mais rica e mais habitável.
Na política abundam os pequenos e escasseiam os de dimensão normal, que outra não é precisa. Mas, também, nos aficionados do futebol, nos debates públicos sobre temas diversos, nos fanáticos religiosos, que ainda os há por aí. 
Liberdade nunca é direito a agredir e ser diferente não é o mesmo que ser adversário. Uma sociedade, toda da mesma cor, é monótona e pobre.

António Marcelino

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