domingo, 24 de março de 2013

DIA MUNDIAL DO ESTUDANTE: 24 de março

Maria Donzília Almeida




É fundamental que o estudante adquira 
uma compreensão e uma percepção 
nítida dos valores. 
Tem de aprender a ter 
um sentido bem definido 
do belo e do moralmente bom.

Albert Einstein


O Dia Nacional do Estudante foi promulgado pela Assembleia da República em 1987, já eu tinha deixado de o ser, há muito tempo!
A data é celebrada pelo movimento estudantil, de forma a relembrar as dificuldades e obstáculos que os estudantes enfrentaram nas décadas de 60, que eu integrei, aquando da crise académica vivida em Portugal. Pretende ainda apelar à participação e mobilização dos estudantes em prol de um novo modelo de educação de e para todos.


Quando se chega à idade madura, é recorrente viajar ao passado, com alguma frequência e evocar os tempos que já lá vão, no recurso ao nosso álbum de recordações, que retrata a nossa história de vida!
Hoje, transportando-me aos tempos em que fui estudante, tenho bem clara a noção que... ser estudante tinha estatuto!
Na época em que muito poucos ultrapassavam a escolaridade obrigatória, a 4ª classe, era quase uma “classe social”! Dizia-se com orgulho e muita convicção, “Sou estudante”, aquando duma qualquer interpelação, sobre a atividade profissional desempenhada. E, quando se passava a barreira do 7º ano, última etapa do ensino liceal e se adquiria a “categoria” de universitário.....aí, quase se fazia uma vénia a quem fosse detentor to título!
Belos tempos, em que ser estudante tinha significado e reconhecimento social, em que o ensino estava estruturado e era de grande exigência!
Hoje, toda a gente é estudante, tendo em conta que a escolaridade obrigatória se alargou e conquistou uma vastíssima população. Perdeu o seu lugar de destaque social, tanto mais que uma grande maioria de alunos, não é estudante, isto é, não estuda nada! Assiste-se a um mero turismo escolar, já que muitos frequentadores das nossas escolas atuais, são de facto, turistas sazonais!
Mas, quando se é estudante a valer, sabe bem quando chegam as férias e as interrupções escolares! Aí, há o prémio para quem trabalha: descontrai-se, fazem-se outras coisas e arejam-se as ideias.
Há uma coisa que é transversal a todas as idades, épocas: o desabrochar para a juventude, da sua vida amorosa, no contacto direto com os seus pares. Tem vindo a antecipar-se a entrada dos estudantes, nessa vida ativa (!?) tendo vindo a constatar-se que, hoje em dia, já se começa a falar em namorado, no jardim escola!
Desde sempre que se ouvem relatos de estudantes, que manifestam dificuldade em conciliar o estudo com os amores! Ou será que a cultura dos sentimentos é muito mais absorvente, atrativa e compensadora que a cultura livresca?
Já no meu tempo de estudante, rezava assim:

Esta vida de estudante
É uma vida atribulada!
Quem estuda não pode amar,
Quem ama não estuda nada!

Em todos os tempos, todas as idades, o paradigma mantém-se!

M.ª Donzília Almeida

24.03.2013


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