sexta-feira, 8 de março de 2013

Polo da Biblioteca de Ílhavo na Gafanha da Nazaré

A biblioteca é um espaço de cultura viva
Uma biblioteca é muito mais 
do que um sítio de prateleiras com livros 

Quem passa apressado pelo Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN) talvez nem se aperceba das atividades que lá dentro se desenvolvem. É que o CCGN não é apenas o auditório, os espaços expositivos e a sala de conferências, mas também o Fórum da Juventude e o Polo da Biblioteca Municipal de Ílhavo (BMI), que é uma referência a nível regional, com os seus projetos direcionados para a juventude de todas as idades. 
A propósito desta realidade, ouvimos o vereador Paulo Costa, que tutela a área da cultura da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), entre outras responsabilidades do executivo, com o objetivo de tornar mais conhecido o Polo da BMI, aliás, com um movimento significativo, destacando-se uma frequência de 350 utilizadores em média por mês, a que se somam 470 empréstimos para usufruto domiciliário de livros, CD e DVD, no mesmo período. E se há a noção de que estes valores traduzem um movimento significativo, é pertinente reconhecer que a fasquia tem de continuar a crescer, para bem da cultura, sublinhou o nosso entrevistado. 
Depois de recordar que a autarquia aposta na democratização da cultura, com a BMI a estender-se a todas as freguesias, através dos polos de leitura, Paulo Costa frisou que «Uma biblioteca é muito mais do que um sítio de prateleiras com livros», já que à sombra deles «se desenvolvem múltiplas iniciativas, seja com escolas, seja com a visita de escritores convidados, seja, ainda, com a Hora do Conto». No fundo, acrescentou que a BMI e os Polos «são espaços de cultura viva, com uma componente muito importante, que é o livro físico, à volta do qual tudo gira».



A biblioteca aceita ofertas de livros

Não se julgue, porém, que apenas estão disponíveis livros para leitura e empréstimos domiciliários, porque os frequentadores têm à sua disposição revistas, dois diários (Diário de Aveiro e Jornal de Notícias) e os jornais concelhios (Timoneiro e O Ilhavense), CD, DVD e a Internet. 
Quanto a livros, que são fundamentais numa qualquer biblioteca, a CMI assegura a aquisição de obras de interesse que vão sendo editadas e cuja procura se vai manifestando, mas também incentiva a publicação de autores da região. Neste caso, os seus livros «são colocados nas escolas, para que as gerações mais novas possam ler o que as gerações mais velhas vão escrevendo». «É muito importante que os alunos saibam que temos autores de poesia e prosa, que são pessoas que têm a coragem de escrever e dar a conhecer o que escreveram», disse. 
A sobrevivência de uma biblioteca pública passa pela cooperação das pessoas, leitoras ou não da BMI, que podem oferecer obras que estão esquecidas nas suas estantes, «já sem vida». «Há muita gente que possui livros em duplicado, livros que já leu, e opta por oferecê-los à BMI; livros que estão condenados a cair no esquecimento das bibliotecas particulares e que a BMI tem possibilidades de lhes proporcionar novas vidas», explicou Paulo Costa. 
O vereador da cultura falou-nos do Fundo Local, uma das preocupações da autarquia ilhavense. Neste caso, há uma atenção especial sobre o que se vai editando relacionado com as nossas terras, enquanto, dentro do possível, são apoiados «lançamentos de obras de autores locais, cedendo espaços para a sua apresentação, havendo a contrapartida da oferta à BMI de alguns exemplares», referiu. 
Paulo Costa, ao falar sobre a leitura, adianta que «ler é mais barato do que viajar; conseguir estar nos locais que os autores descrevem é uma forma de conhecer novos mundos, novas pessoas, novas culturas; e por isso ficamos mais cultos, ao mesmo tempo que ginasticamos a nossa capacidade mental, acabando por ter opinião sobre o que lemos». Reconheceu, contudo, que há muita iliteracia entre as pessoas de todas as idades, mas não deixou de afirmar que, para superar essa realidade, «a leitura representa, sem dúvida, uma mais-valia» a ter em conta.

As novidades

Para promover a leitura e o livro, o autarca ilhavense esclareceu que «as animadoras da biblioteca municipal vão às escolas, com um baú cheio de livros, onde contam histórias que suscitam ou podem suscitar a leitura. Os livros são requisitados pelos alunos, sendo esta uma maneira de mostrar aos pais, indiretamente, os projetos que existem nesta área. Referiu, entretanto, outras iniciativas programadas no âmbito da BMI, que se estendem até aos polos, nomeadamente, Clubes de Leitura para pais e filhos e Hora do Conto para os mais pequenos. Uma experiência de alguma forma inédita mereceu uma referência especial. Trata-se de um Conto Musicado pela Escola de Música Gafanhense, que foi apresentado na Biblioteca. 
O Polo da Biblioteca da Gafanha da Nazaré sugere que os frequentadores habituais se registem, bastando o comprovativo da residência e o Cartão do Cidadão ou Bilhete de Identidade, essencial para a requisição de livros, CD e DVD. Todos os livros poderão ser requisitados, salvo um ou outro caso especial. Cada pessoa pode requisitar três livros (15 dias), DVD (três dias) e CD (cinco dias). Enciclopédias e Dicionários só para consultas presenciais. 
Há muitos estudantes e curiosos que fazem buscas de temas, em livros ou enciclopédias, bem como na Net. Todos poderão contar com a disponibilidade da técnica de serviço, devidamente preparada para ajudar. 

Fernando Martins 





Sem comentários:

Enviar um comentário