sexta-feira, 31 de maio de 2013

Padre Miguel Lencastre


Uma visita rápida e inesperada

Padre Miguel

Ontem, recebi a visita rápida e inesperada do Padre Miguel Lencastre, de passagem pela Gafanha da Nazaré e sempre envolvido em projetos que o animam e nos animam. Veio para um abraço, como sublinhou, e para um dedo de conversa sempre agradável. Falou de viagens, peregrinações e encontros, onde a qualidade de padre de Schoenstatt casa bem com a sua visão histórica, eclesial e espiritual de Portugal e do mundo, em profunda maré de transformações que necessitam da mão de Deus para endireitar os caminhos que homens e mulheres do nosso tempo têm de trilhar.


O Padre Miguel Lencastre, que completa os 84 anos em 12 de junho, foi pároco da Gafanha da Nazaré entre 3 abril de 1973 e outubro de 1982, tendo exercido o seu múnus sacerdotal entre nós cultivando o sentido da proximidade em elevado grau de entrega. Deixou saudades e continua com muitos amigos na nossa terra e em todos os sítios por onde tem passado nas suas andanças ao  serviço da fé e dos homens e mulheres de boa vontade.

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Padre Miguel 

Natural de Paços de Ferreira, onde nasceu em 12 de junho de 1929, foi o último dos dez filhos de D. José Maria de Queiroz e Lencastre e de D. Maria Aidé da Silva Cardoso e Lencastre. Entrou na Universidade de Lisboa em 1949 para estudar engenharia, mas no ano seguinte transferiu-se para Coimbra, instalando-se da República “Os Kágados”, onde fez inúmeros amigos. Depois volta a Lisboa, faz a tropa e vive intensamente a vida. 
Porém, o seu futuro já estava traçado nos livros de Deus. Em 1959 matricula-se em economia na Universidade de Lausanne, Suíça, e nesse mesmo ano descobre a sua vocação religiosa. A partir daí, assume a espiritualidade mariana e em 15 de outubro de 1966 é ordenado presbítero, ingressando logo no Instituto dos Padres de Schoenstatt.
Ligado ao Padre Domingos por afinidades schoenstattianas, vem para a Gafanha da Nazaré como coadjutor. Em abril de 1973 passa a Prior da nossa terra.
Para além dos trabalhos pastorais que desenvolveu entre nós, os quais, direta ou indiretamente, não deixarão de ser referidos, embora sucintamente, neste meu trabalho [Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida], importa salientar que o Padre Miguel convidou, para trabalhar com ele na nossa paróquia, outros padres de Schoenstatt, todos eles impregnados duma vivência mariana muito forte.
Foi um Prior próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades. Teve uma relação cativante com a juventude e com os idosos, que visitava frequentemente. 
Outra faceta em que se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja e delas, muitas vezes, conseguiu colaborações que à comunidade diziam respeito.
Paralelamente, implementou, de forma intensa, a implantação de Schoenstatt entre nós.


Fernando Martins

Do livro "Gafanha da Nazaré  —  100 anos de vida"


1 comentário:

  1. Já que não me foi possível faze-lo pessoalmente até porque desconhecia a sua presença na Gafanha da Nazaré, aqui deixo aquele abraço de amizade bem apertado, ao "nosso" Padre Miguel!

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