sábado, 31 de janeiro de 2015

O riso e a transcendência

Crónica de Anselmo Borges 
no DN


Anselmo Borges

1. Uma vez, uma jovem estudante pediu-me para fazer um trabalho sobre o riso. Porquê? Queria entender porque é que a mãe, entrando na igreja para a celebração da missa de corpo presente da avó, ao deparar-se com o cadáver, começou a rir.
Diferença essencial entre o ser humano e os outros animais é o riso e o sorriso. Eles são manifestação da inteligência superior e de transcendência.
Perante o cadáver, seja ele de quem for, mas sobretudo de um ente próximo e querido, íntimo, há um choque de emoção e razão, sobrepondo-se a razão. De um modo ou outro, acabamos por nos rever no cadáver, a nossa posição futura está ali, desabando então, frente àquela figura coisificada, toda a vaidade e todo o ridículo da soberba e grandeza imaginada, que vão ser pó ou cinza. E aí está a tensão que obriga a transcender. Por outro lado, antes ainda, depois ou em concomitância, está aí a revolta: a minha mãe não foi nem é esta coisa cadavérica aí em frente. No limite do trágico, sobrevém o riso, clamando transcendência. É a explosão do conflito entre o intolerável do que se mostra e uma transcendência para que se aponta.

Jesus ensina com autoridade

Reflexão de Georgino Rocha


Cafarnaum (ruínas)

«E hoje, que forças ocultas ou evidentes mantém as pessoas manietadas e oprimidas, as sociedades fragilizadas, os estados impotentes, as confissões religiosas ensonadas e a(s) Igreja(s) incomodada(s)?»

Chegado a Cafarnaum, Jesus vai à sinagoga, como bom judeu, e, convidado a comentar as leituras, adopta um estilo próprio, distanciando-se do método tradicional. Mc 1, 21-28. Não cita nenhum dos famosos rabis, como era de “bom-tom” para credenciar a sua homilia. O que disse, Marcos não o regista, mas não andará longe, como noutras passagens se afirma, de algo parecido com o que Mateus conserva na sequência do sermão da montanha (5, 21-48). Jesus reinterpreta, com autoridade pessoal — e que autoridade! — , o sentido das escrituras e manifesta o seu conteúdo oculto e inédito. Autoridade que é liberdade de ensino e relação, poder de comunicação, legitimidade de acção. Autoridade que lhe vem não do apoio popular nem da força das armas ou do prestígio social ou do voto democrático, tantas vezes manipulado. A fonte é outra como se verá a seguir.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Faleceu o professor Adérito Tomé

Adérito Tomé

Faleceu ontem, no Hospital de Aveiro, um conhecido de longa data, Adérito Francisco Tomé, de 76 anos, natural da Gafanha da Boa Hora, Vagos, e residente na Gafanha da Nazaré. Acamado há quatro anos, por força de um AVC, não resistiu a uma pneumonia que sofreu há cerca de um mês. Casado com Maria Fernanda Martins da Silva Tomé, pai de Fernanda Manuela de Silva Tomé e avô de Mafalda e Rita, o professor Tomé, como era mais conhecido, foi um amigo que apreciei pela simplicidade do seu coração e modo de ser e estar na vida, sempre aberto e cordial com toda a gente.
Licenciado em Física e Química pela Universidade de Coimbra, foi professor daquelas áreas e ainda de matemática, durante 40 anos, na Escola Secundária de Amadora, Colégio de Albergaria e Liceu José Estêvão, pautando o seu relacionamento com os alunos por uma proximidade muito grande e por uma dedicação própria de quem gosta de ensinar e encaminhar na vida quantos o conheceram e procuraram.
Filho de lavradores abastados, o professor Tomé jamais perdeu o amor à agricultura, pautando as suas atitudes pela educação e ambientes que recebeu dos seus progenitores e demais antepassados. Gostava dos trabalhos agrícolas, cujas tarefas sabia executar, chegando inclusive a cultivar produtos diversos, embora sabendo que pouco ou nada lucraria. Como é costume dizer-se, amava as suas raízes com bonomia, simplicidade e paixão.
Como orientador, o professor Tomé suscitou nos alunos o gosto pelo estudo, levando-os à descoberta de que as disciplinas de Física, Química e Matemática não eram, como não são, tão difíceis como tantos as viam, mas fáceis. Bastava para isso terem a sorte de se cruzar com docentes que suscitassem vocações e indicassem caminhos de compreensão e interesse.
Daí os testemunhos de alguns, que afirmaram ter sido graças ao professor Tomé que criaram o gosto pelo ensino e por outras profissões, que tiveram por matriz aquelas áreas do saber.
O funeral do professor Tomé terá lugar amanhã, sábado, pelas 15.30 horas, com cerimónia na capela mortuária da Gafanha da Nazaré, seguindo depois para o cemitério da cidade.

Fernando Martins

A viagem da vida

Crónica de Maria Donzília Almeida


"No entardecer da vida, 
só o amor permanece"

São João da Cruz

A vida é uma grande viagem que empreendemos desde a nossa chegada a este mundo cruel. Mais ou menos atribulada, consoante os acidentes de percurso que nos vão surgindo pelo trilho, lá vamos caminhando, vencendo obstáculos, tropeçando em pedras... com elas se erguerá um castelo, na premonição de Fernando Pessoa!
À medida que vamos calcorreando a estrada, as nossas forças vão ficando depauperadas e cada vez é necessário mais dispêndio de energias para prosseguir o caminho.
Com os avanços da medicina, cada vez se atingem idades mais avançadas tornando-se a viagem mais longa, mas também mais penosa. E, quando as condições de saúde se tornam precárias, mais necessidade de apoio precisamos nesse patamar da vida.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

As flores e a primavera

«Podes cortar todas as flores mas não podes 
impedir a Primavera de aparecer.»

Pablo Neruda

Os crónicos comentadores


Já não suporto com facilidade os comentadores de alguma da nossa comunicação social. Fazem-me nervos pela forma como pretendem mostrar que sabem tudo e mais alguma coisa. Falam de política, de partidos políticos, de programas de governo de Portugal, da Grécia e do mundo conhecido e desconhecido, de temas importantes e de banalidades, opinando com ares de sabedoria. E se têm opções políticas, desancam sem dó nem piedade nos adversários como se de inimigos a abater se tratasse. E até de futebol, claro. Nesta área, ainda nos fazem rir porque, normalmente, só veem numa direção. Um dia ouvi um fanático nestas coisas, que até é moderado na política, que nunca viu razão em qualquer grande penalidade contra o seu Benfica.
Cortei com os comentadores profissionais quando comecei a perceber que a maioria não era independente. Tudo quanto lhes dizia respeito, por interesses pessoais, partidários e familiares, não merecia qualquer comentário, fugindo deliberadamente à questão. E o mais curiosos é que se desdizem com frequência, arranjando sempre  maneira de se justificarem.
Eu não sei se ganham muito ou pouco, mas acho que a comunicação social devia convidar técnicos que soubessem dos temas em notícia, procurando evitar os crónicos, cujas opiniões já são conhecidas mesmo antes de se pronunciarem.
Estarei a exagerar? Penso que não.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

«O padre das prisões» reflete sobre Deus, excluídos e reclusão

Irmãs Inês e Daniela Leitão apresentam documentário 
sobre o trabalho do coordenador nacional 
da Pastoral Penitenciária, Padre João Gonçalves


Padre João Gonçalves (Foto do meu arquivo)

«As irmãs Inês e Daniela Leitão, respetivamente argumentista e realizadora, vão apresentar o seu novo documentário, "O padre das prisões", a 20 de fevereiro, Dia Internacional da Justiça Social.
O trabalho, com imagem de Ricardo Vieira, parte do trabalho do padre João Gonçalves, da Diocese de Aveiro, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária da Igreja católica.
A argumentista Inês Leitão revelou o interesse no tema da pastoral das prisões onde mostra o trabalho de um “sacerdote visitador” há mais de 40 anos e alerta para a realidade prisional portuguesa e a falta de condições.
“O que não vês não está presente na tua vida, então mostro pessoas que vivem nas prisões. É preciso ver como vivem, ter atenção porque estamos a fazer um trabalho sobre pessoas e às vezes esquecemos isso”, explicou hoje à Agência ECCLESIA.»

Fonte: Ecclesia

Feira de Março — Um evento de referência na região

Feira de Março com farturas

A Câmara de Aveiro garante que a próxima Feira de Março vai ser um evento de referência da cidade e região. Artistas de renome (José Cid, DAMA, Irmãos Verdade, Berg, Mikael Carreira, Agir, UHF, Carminho, D8, Dengaz e Emanuel) prometem 11 grandes concertos da edição deste ano, que vai realizar-se de 25 de março a 26 de abril, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro.
Para além dos concertos à sexta-feira à noite, outra das novidades da edição de 2015 é a não cobrança de bilhetes aos domingos, um dia em que se pretende promover o encontro de famílias e amigos na Feira de Março.

3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo




Tema: Arrastões de Pesca do Bacalhau
Candidaturas de 17 de janeiro a 28 de fevereiro de 2015
Entrega de prémios a 14 de novembro de 2015

De periodicidade bienal, o Concurso de Modelismo Náutico MMI tem como objetivo promover a cultura náutica como forma de expansão da Cultura Marítima, em geral, e a consolidação do projeto sociocultural do Museu Marítimo, em especial. 
A Câmara Municipal de Ílhavo atribuirá, através da decisão do júri constituído para o efeito, o Prémio de Modelismo MMI no valor de 3500 euros, ficando a obra premiada a constituir propriedade da Câmara Municipal de Ílhavo e integrada no espólio do Museu Marítimo.


Fonte: MMI

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Leitura tradicional

«A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional.»

Umberto Eco


Grécia... e agora?

O novo primeiro-ministro Alexis Tsipras 
«A questão seguinte é como vai responder a Europa. E aí todos os cenários são ainda possíveis, incluindo aquele em que nem os gregos nem a maioria dos governos europeus querem pensar em voz alta: um default que implicaria uma saída do euro (o que os Tratados não permitem, mesmo que permitam a saída da União Europeia). A questão pode colocar-se de outra maneira: que conclusões vão tirar os líderes europeus sobre as consequências políticas da austeridade que não quiseram prever? Que abertura pode haver para uma negociação mais flexível com Atenas e, sobretudo, sobre a reestruturação da sua dívida?»

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NOTA: Tenho para mim que esta vitória da esquerda mais dura na Grécia será um bem para toda a Europa, pela simples razão de que tudo foi posto em questão. Os vencedores, que garantiam um corte radical com a Tróika, já admitem negociar  e a UE até já tem dinheiro para dinamizar a economia da zona euro. Às vezes, abanões como este dão jeito. E como será em Portugal nas próximas eleições?

Foto do Dia: Ponte da Barra

Ponte da Barra

Um dia destes dei-me ao cuidado de ir ver a Ponte da Barra que nos liga às nossas praias. Não ao longe nem por cima, que por ela passam centenas de veículos e pessoas, de noite e de dia. Preferi observá-la da parte inferior para sentir toda a sua capacidade de resistência,
A entrada faz-se pelo Porto de Pesca Costeira, pelo que temos a vida facilitada. Já a tinha visto desse ângulo, mas é sempre agradável recordar paisagens difetrentes.

«Ecumenismo de sangue» une Igrejas perseguidas

Francisco encerra Semana de Oração 
pela Unidade dos Cristãos



“Neste momento de oração pela unidade, gostaria de recordar os nossos mártires hoje. Eles dão testemunho de Jesus Cristo e são perseguidos e mortos, porque são cristãos, sem fazer distinção, por parte dos perseguidores, da confissão à que pertencem: são cristãos e por isso são perseguidos. Este é, irmãos e irmãs, o ecumenismo do sangue”, declarou, na homilia que proferiu na Basílica de São Paulo fora de muros.

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Catitinha mais uma vez


Já me referi ao Catitinha nos meus blogues, por se tratar de uma figura com o seu quê de original e mesmo mítico durante a minha meninice. Direi até que se fixou no meu imaginário como personagem misteriosa ou lendária. Depois, fui colhendo informações até me encontrar com a pessoa real. E disso dei conta no ciberespaço. Recebi, por isso, diversas achegas  com palavras de simpatia. Faltava-me, porém, visitar a sua campa em Avanca, o que fiz no passado sábado. E fiquei a saber que, afinal, foi seu desejo ficar sepultado naquela vila, bem perto do seu amigo Egas Moniz.




Podem ler mais aqui

domingo, 25 de janeiro de 2015

Egas Moniz em Avanca

Quando passo por Avanca, vem-me sempre à memória o sábio Egas Moniz, o nosso primeiro Prémio Nobel, prémio partilhado com outro cientista. A história do eminente sábio português está bem documentada  na Internet e noutras fontes, a última da quais, ao que suponho,  do neurocirurgião João Lobo Antunes. Não sou capaz de passar sem olhar, com  atenção, o monumento, e de vez em quando também visito a Casa do Marinheiro, transformada em casa-museu do seu espólio científico, literário e de variadíssimas peças que ao longo da vida recolheu e selecionou com esmero.
Ontem fiquei-me pelo  monumento, perto da igreja matriz de Avanca, e pelo cemitério, onde repousam os seus restos mortais bem como de sua esposa. 

Monumento junto à igreja matriz
Legenda extraordinariamente feliz
Homenagem do povo de Avanca
Legenda Lateral
Lápide tumular


Nota: Clicar nas imagens para ampliar

Perguntas com respostas



O dia mais belo? Hoje. 
O maior obstáculo? O medo. 
A coisa mais difícil? Equivocar-se. 
A raiz de todos os males? O egoísmo. 
A pior derrota? O desalento. 
O maior mistério? A morte.
O pior defeito? O mau humor. 
A pessoa mais perigosa? A mentirosa. 
O pior sentimento? O rancor. 
O presente mais belo? O perdão. 
A força mais poderosa do mundo? A fé. 
A coisa mais bela do mundo? O AMOR. 

(Revista Síntese, 2004)

Acredite no que quiser, mas não seja idiota

Crónica de Frei Bento Domingues 

Bento Domingues



Deveremos considerar como falsa
toda a afirmação acerca de Deus
que despreze a liberdade humana,
a sua responsabilidade e a sua alegria.







1. Deparei com este título num artigo de R. F. Machado, O desencantamento da experiência de Deus em House, dedicado a estudar as relações entre fé e ciência, a partir de uma conhecida série norte-americana. O autor já tinha consagrado uma tese de doutoramento ao mesmo tema[1]. Numa das conversas entre House e uma freira doente – que disfarçava uma complicada história pessoal com a vontade de Deus –, o médico acabou por explodir: acredite no que quiser, mas não seja idiota. Mesmo sob a protecção divina, ao atravessar a rua, se não quiser ser atropelada, olhe bem para os dois lados.

Clube dos Galitos desde 1904

Efeméride — 25 de janeiro



1904 — Aos 25 dias deste mês de Janeiro, achando-se reunidos, no andar superior ao ocupado pelo Clube Mário Duarte, no edifício situado na Praça Luís Cipriano, para cima de setenta indivíduos sem distinção de classe, foi constituída a comissão instaladora do Clube dos Galitos, formada por Manuel Gonçalves Moreira (Presidente da Assembleia Geral), António Maria Ferreira (Vice-Presidente da Assembleia Geral), Francisco Ferreira da Encarnação (Primeiro Secretário), António Augusto de Sousa (Segundo Secretário), Manuel Lopes da Silva Guimarães (Presidente da Direcção), Eugénio Ferreira da Costa (Vice-Presidente da Direcção), Augusto Carvalho dos Reis (Tesoureiro), Paulo Gonçalves Moreira (Primeiro Secretário), Alfredo Gaspar d’Oliveira (Segundo Secretário), José de Pinho (Vogal), Francisco Maria dos Santos Freire (Vogal), Manuel Fernandes Lopes (Vogal), Pompeu da Costa Pereira (Vogal), estando na Comissão Fiscal – João da Cruz Bento, João Maria da Naia Graça, e Domingos Martins Villaça, conforme consta da acta da respectiva reunião. – AMCSG

Calendário Histórico de Aveiro, 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

sábado, 24 de janeiro de 2015

Egas Moniz, o colecionador



Ontem, quando disse à minha Aidinha que tinha de ir a Avanca, lembrei-me duma história do Egas Moniz, o nosso Prémio Nobel da Medicina e experiente colecionador. A história, contada pelo sábio, fala do poeta Guerra Junqueiro, também colecionador. Admiravam-se mutuamente e a disputa pela posse de um serviço de chá é contada pelo nosso primeiro Nobel.  


Foto do dia: Peixes no Furadouro

Praia do Furadouro

Hoje passámos pelo Furadouro, praia famosa do concelho de Ovar. Não íamos lá há muito tempo, pelo que estávamos curiosos de apreciar uma praia que nos era familiar em tempos de férias em Pardilhó. Antes de partir, falei a alguém do meu propósito de querer ver o mar do Furadouro e logo ouvi a recomendação de que tivesse cuidado, porque as ondas poderiam galgar a proteção da esplanada e fazer estragos. Nada de mal aconteceu, apenas o frio agreste, cortante e ameaçador nos obrigou a procurar abrigo. Na esplanada fronteira à praia vimos, de facto, uns peixes, que se deixam comer apenas com os olhos, sem perderem o sonho de voltar ao oceano. 

RESPOSTA IMEDIATA AO CONVITE FEITO

Reflexão de Georgino Rocha



Jesus vive uma “hora” complexa. A prisão de João Baptista não augura nada de bom. Risco semelhante pode correr em qualquer momento. Mc 1, 14-20. É tempo de pensar no futuro e começar a preparar as suas bases. Caminha à beira-mar e vai sonhando. Vê uns homens na faina da pesca que, diligentemente, lançam as redes. Parece-lhe ter encontrado a possível solução e a desejada oportunidade: Iniciar “a pesca de homens” a quem, mais tarde, entregaria a sua missão. Entretanto, andariam consigo, veriam o que fazia, estabeleceriam laços de comunhão fraterna, tentariam compreender os ensinamentos e, sobretudo, beneficiariam do seu estilo de vida itinerante, sóbrio e confiante em Deus-Pai. “Habilitavam-se”, tanto quanto pudessem, para o serviço a realizar.

Reproduzir-se como coelhos?

Crónica de Anselmo Borges 
no DN

Anselmo Borges
Regressava Francisco de uma viagem à Ásia, onde visitou o Sri Lanka e as Filipinas - aqui, teve, na última missa, mais de seis milhões de participantes, um aglomerado de gente nunca visto numa celebração religiosa -, e deu, como é hábito, uma conferência de imprensa no avião. A afirmação que chamou mais a atenção tem que ver com o título em epígrafe, sendo sobre ela que ficam aí algumas reflexões.

1. "Perdoem a expressão, mas há quem pense que, para sermos bons católicos, devemos ser como coelhos. É evidente que não." Esta foi a declaração de Francisco, no contexto da família e da procriação, fazendo apelo à "paternidade responsável": "Eu penso que o número de três filhos por família, segundo o que dizem os técnicos, é o número importante para manter a população. A palavra-chave para responder é a paternidade responsável, e cada pessoa, no diálogo com o seu pastor, busca como levar a cabo essa paternidade." E, naquele seu jeito pastoral, atirou: "Repreendi uma mulher que se encontrava na sua oitava gravidez e tinha feito sete cesarianas: "Quer deixar órfãos os seus filhos? Não se deve tentar a Deus"."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Foto do dia: Fios e cabos



Hoje, passaram pela minha rua para montar mais um poste. Não de madeira, como antigamente, mas de cimento armado, para substituir um mais idoso. Na era das altas tecnologias, os cabos elétricos, telefónicos e de parabólicas constituem uma rede que desfeia o ambiente. Se quisermos registar imagens de qualquer edifício, temos de fazer uma ginástica enorme para evitarmos os fios que se cruzam de todos os lados. Há, decerto, artistas que tiram partido dessa realidade, mas cá para mim não há nada como um céu livre de fios e cabos que baloiçam ao sabor das ventanias. Um dia, alguém há de descobrir um processo para os substituir de vez.

Vontade de servir

"O Mundo pode ser muito melhor se olharmos para ele com o olhar da fraternidade, onde todos tenham pão, todos tenham esperança e todos tenham dentro do coração a vontade de servir."

Zilda Arns Neumann 
(1934-2010)

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Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


D.Manuel Linda


Unidade não se faz por decreto


O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização encara a semana de oração pela unidade dos cristãos, que começa este domingo [começou no passado domingo] como uma oportunidade de fortalecer o percurso ecuménico em Portugal.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Linda sublinha o sentido da frase bíblica que vai “dar o tom” a estes oito dias, “Dá-me de beber”, retirada do diálogo entre Jesus e a samaritana.
Para o prelado católico, num tempo em que judeus e samaritanos não se davam, o gesto de aproximação de Cristo àquela mulher continua hoje a ser um “símbolo de abertura” e um convite a que todas as pessoas tenham a “capacidade” de não se fecharem aos outros, “mesmo nos momentos difíceis”.
No caso das Igrejas cristãs, esta passagem do Evangelho apela a que elas continuem a estreitar laços, ainda que “a cultura, as tradições, os hábitos digam que não é possível”, salienta aquele responsável.
Num olhar para a caminhada ecuménica em Portugal, D. Manuel Linda diz que “oficialmente, formalmente”, têm sido dados no país “passos significativos na ordem da unidade”.
Isto depois de “um tempo em que a Igreja Católica era praticamente a única existente na sociedade” e os “grupos minoritários”, as outras confissões religiosas “porventura não eram tão respeitados como deveriam ser”.

Porto de Aveiro continua a crescer

Porto de Aveiro 
alcança novo máximo 
no tráfego de mercadorias


O site do Porto de Aveiro continua a divulgar o seu crescimento, que será um bem para a nossa economia, tanto a nível regional como nacional, pese embora algum descontentamento entre a população local, motivado pela poluição que deverá ser muito atenuada ou até eliminada. Saudamos o crescimento, mas desejamos que a área portuária esteja atenta ao que deve ser feito para bem das populações.

Ler notícia aqui

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A ciência e a poesia

"A ciência desenha a onda; a poesia enche-a de água."

Teixeira de Pascoaes
(1877-1952)

Mais de seis milhões!

Um texto de Helena Sacadura Cabral



«Foram mais de seis milhões de fiéis que assistiram, em Manila, à missa papal de Francisco. Mais de metade da população de Portugal. Confesso que me impressionou a capacidade de mobilização do actual Papa e me comoveram as palavras da criança que vivia nas ruas até a Igreja a ter recolhido, apelando a que cuidassem daquelas que não tinham tido a sua sorte.»

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Cópia mais antiga de um Evangelho

DESCOBERTA NUMA MÚMIA UM PAPIRO 



«Cientistas canadianos encontraram a cópia mais antiga que se conhece de um evangelho num papiro, que foi reutilizado para criar a máscara de uma múmia egípcia, revelou à agência Efe um dos responsáveis pela descoberta.
Trata-se de um excerto do Evangelho de São Marcos, descoberto há três anos, e que, agora, um grupo de peritos da Universidade Acadia, no Canadá, reporta como o primeiro manuscrito do Novo Testamentoda Bíblia.
Os cientistas acreditam que a sua origem remonta ao século I da era de Cristo, entre os anos 80 e 90 d.C. Até agora, as cópias mais antigas dos evangelhos datavam do século II d.C.»

Li aqui 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Foto do dia: A salamandra



Quando o sol frouxo se foi, tão depressa quanto veio, o frio voltou a impor-se como senhor e rei da quadra invernosa. E está para ficar, que a natureza é mesmo assim e não gosta de ser contrariada. Sendo como é, há que lutar contra ela, porque é na luta que aquecemos.
Ligada a salamandra, com o cuidado que se impõe, o aconchego chegou à minha tebaida, que o fogo vivo é uma excelente companhia em dias friorentos. De tal forma, que nem dá tréguas ao nosso descanso. Olho no livro ou no computador, olho na fogueira, não vá ela diluir-se na cinza que os cavacos deixam no fim da labareda. É companhia por isso, porque não nos deixa parar, porque exige atenção, escolha da acha certa para a boca do fogo, umas mais finas e frágeis para atear o brasido, outras mais grossas para aturar a chama noite adentro. 
Com esta foto do dia vieram à memória outras fogueiras cheias de histórias. Era à roda da fogueira que vinham as lendas com lobisomens e diabos à solta, em tempos sem rádio nem televisões. Agora, as histórias são outras. E algumas até nem têm piada nenhuma. Outros tempos. E deixem-me lá ir, que a salamandra não me dá descanso.


Papa defende paternidade responsável



«O Papa Francisco disse esta segunda-feira que a Igreja Católica propõe uma “paternidade responsável”, com recurso aos “meios lícitos”, os métodos naturais de planeamento familiar.
“Alguns pensam que - desculpem a expressão - para ser bons católicos é preciso ser como os coelhos, não é? Não. Paternidade responsável: isso é claro e por isso há na Igreja grupos de casais, peritos nesta matéria”, declarou, no voo entre Manila e Roma, em conferência de imprensa.
Francisco mostrou-se preocupado com a quebra demográfica e sublinhou o trabalho feito pela Igreja Católica para travar o que denominou como “neomalthusianismo”, que “procurava um controlo da humanidade por parte das grandes potências”.»

Li aqui

Nota: A teoria (chamemos-lhe assim) da paternidade responsável não é de agora. É conhecida há décadas e o Papa Francisco limitou-se a recordá-la, de forma muito expressiva, quando diz que os católicos não precisam de ser como os coelhos, isto é, com filhos e mais filhos. A paternidade responsável implica ter filhos à medida da capacidade dos casais para os sustentar e educar. O exemplo  dado pelo Papa é contundente, decerto para todos o ouvirem, e tenho para mim que não faltará quem o conteste por mais esta ousadia de linguagem no seio da Igreja. Mas eu gosto dum Papa assim, frontal, sem papas na língua. capaz de dialogar e certamente de ouvir, sem hipocrisias. 
Isto não significa que, de forma egoísta, em alguns casos, os casais evitem sistematicamente os filhos. Em Portugal, como é sabido, há défice de nascimentos, o que conduz a um certo desnível demográfico, com o país a ficar cada vez mais envelhecido. E não haverá  casais pobres com mais filhos do que os  casais ricos?  Crises e mais crises, dificuldades de emprego e salários baixíssimos, desemprego e emprego precário ditarão esta realidade. 

Memórias...

Um soneto de Maria Donzília Almeida



Memórias...
Erguendo ao céu clemente desnudos braços,
Evoca a tempestade de há dois anos
Que arrebatou do mundo dos humanos,
Aquele a quem me uniam fortes laços.

Cá na terra ficaram estilhaços,
Sinais claros: a perda e os danos.
Vamos ultrapassar os desenganos
Vencendo todos estes embaraços!

A natureza aqui se associou
Carpindo duma forma clamorosa
O homem que da vida nos privou.

Assim e nesta pose caprichosa
Para a posteridade se gravou
A memória do nosso Zé da Rosa!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Stella Maris com outro rumo



«A Diocese de Aveiro decidiu ceder o emblemático edifício ao ISCIA, de Aveiro, instituição de ensino superior superior que precisava de um local de acolhimento de jovens dos PALOP que vão frequentar cursos ligados às pescas e marinha mercante.»

Li aqui 

Nota: Já sabia que o edifício do Stella Maris de Aveiro, localizado na Gafanha da Nazaré, estaria condenado a morrer sem glória. A construção dos Portos de Pesca Costeira,  Comercial e Industrial nos espaços que agora ocupam, associada ao desmantelamento da frota de pesca longínqua, ditaram a sentença de morte daquele clube da Obra do Apostolado do Mar. O edifício vai ser utilizado para outros fins, também ligados aos mar. Ainda bem. Antes assim que deixá-lo cair de velhice. 

A vida já é curta

"A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo."

Victor Hugo (1802-1885)


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Foto do Dia: Tempo triste


O tempo está triste como estas pedras do molhe sul da Praia da Barra. Com frio e chuva, com sol de fugida, nem as pessoas dão sinais de alegria. É um  tempo de recolhimento, de agasalhos, de aquecedores, de fogueiras acesas, de bebidas quentes, de constipações que incomodam, de tristezas. Nós, felizmente, somos dos que ainda temos recursos para nos defendermos dos invernos rigorosos, mas outros, no nosso país e pelo mundo fora, que nada têm, como hão de resistir à agressividade do tempo? É a vida, dirão alguns. Pois é.

O sal e a religião

Crónica de Anselmo Borges 
no DN de sábado

Anselmo Borges


A propósito dos trágicos e bárbaros 
acontecimentos em Paris 
ficam aí algumas reflexões

1. Estamos confrontados com a questão do outro. Somos, por natureza, sociais: fazemo-nos uns aos outros, a nossa identidade é sempre atravessada pela alteridade. Mas o outro enquanto diferença é ao mesmo tempo espaço de fascínio — quem não gosta de viajar para conhecer outros povos, outras culturas? — e de perigo — o outro é o desconhecido perante o qual é preciso prevenir-se.
Viveremos cada vez mais em sociedades multiculturais e multi-religiosas. Aí está a riqueza da diferença, mas, simultaneamente, o sobressalto dessa mesma diferença. Isto impõe o conhecimento mútuo, o diálogo intercultural e inter-religioso. É cada vez mais claro, como há muito repete o teólogo Hans Küng: não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões; não haverá paz entre as religiões sem o seu conhecimento e o diálogo entre elas; urge um consenso ético mínimo global.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Papa nas Filipinas

Francisco apela à luta contra a pobreza 
e à defesa da família,
em Missa com seis milhões de pessoas

Papa nas Filipinas

«O Papa presidiu hoje em Manila à Missa conclusiva da sua viagem às Filipinas, perante uma multidão de vários milhões de pessoas, e desafiou os católicos a lutar contra a pobreza e defender a família.
“Pelo pecado, o homem destruiu a unidade e a beleza da nossa família humana, criando estruturas sociais que perpetuam a pobreza, a ignorância e a corrupção”, denunciou Francisco, durante a maior celebração do atual pontificado, junto ao estádio ‘Quirino Grandstand’, na área do Parque Rizal.
A Autoridade Metropolitana para o Desenvolvimento de Manila avançou oficialmente com o número de seis milhões de participantes, o que representa um recorde na história dos pontificados.
Como fizera esta sexta-feira, o Papa alertou para a necessidade de promover a família e a natalidade.»

Ler mais na Ecclesia

Medo da Luz

«Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, mas a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz»

Platão


No PÚBLICO de hoje

Suster e prevenir a barbárie

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
Bento Domingues


1. Repetiu-se, muitas vezes, que tanto a religião como a irreligião dos portugueses eram bastante analfabetas. Basta, porém, um acontecimento relevante para que os meios de comunicação social mostrem a nossa abundância em peritos do vasto e complexo mundo das religiões. Uns espantam-se, outros duvidam, mas o nosso génio repentino tem destas coisas. Seria, porém, injusto não reconhecer que o panorama da nossa iliteracia religiosa não se tenha vindo a alterar.
Importa, no entanto, não esquecer de onde vimos, se quisermos compreender a alergia do Papa Francisco ao clericalismo e ao proselitismo, assim como as resistências ao espírito das suas reformas. A espantosa entrevista à jornalista argentina Elisabeta Piqué merecia uma demorada visita que terei de adiar [1]. Mas acima de tudo, se não quisermos confundir o combate aos movimentos terroristas do “Estado islâmico” com o Islão, importa compreender a calda de cultura religiosa de que ele se reclama. Uma viagem ao nosso passado católico pode ajudar-nos a compreender o outro e a ser exigentes no diálogo inter-religioso.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Museu de Ílhavo foi dos mais visitados

Aquário dos Bacalhaus

O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) recebeu no último ano 66 500 visitantes, o segundo melhor registo da sua história, tendo sido um dos museus municipais mais visitados de Portugal, anunciou a instituição. Graças decerto à sua mais recente atração, o Aquário dos Bacalhaus, o MMI foi a estrutura museológica que atraiu mais público no distrito de Aveiro, tendo-se registado mesmo um número de visitantes superior à média dos museus portugueses.

Fonte: PÚBLICO

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António Barreto fala da emigração

Números atuais da emigração 
são inaceitáveis, 
considera António Barreto


«“Em cinco anos terão emigrado cerca de 600 mil pessoas. É um número demagógico, avançado com intenções políticas ou de vender jornais. Será inferior, 100 ou mesmo 200 mil, o que é sempre muito, muitíssimo”, afirmou o sociólogo no cineteatro de Palmela.
“Estamos com números de emigração que nos aproximam dos anos 60, mas isso não é aceitável”, sustentou António Barreto, considerando que “é possível fazer diferente, melhor e evitar que a emigração atinja os números atuais”.»

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Aceitar o impossível

"Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer."

 William Shakespeare

O sal e a religião

Crónica de Anselmo Borges no DN

A propósito dos trágicos e bárbaros 
acontecimentos em Paris 
ficam aí algumas reflexões


1 Estamos confrontados com a questão do outro. Somos, por natureza, sociais: fazemo-nos uns aos outros, a nossa identidade é sempre atravessada pela alteridade. Mas o outro enquanto diferença é ao mesmo tempo espaço de fascínio - quem não gosta de viajar para conhecer outros povos, outras culturas? - e de perigo - o outro é o desconhecido perante o qual é preciso prevenir-se.
Viveremos cada vez mais em sociedades multiculturais e multi-religiosas. Aí está a riqueza da diferença, mas, simultaneamente, o sobressalto dessa mesma diferença. Isto impõe o conhecimento mútuo, o diálogo intercultural e inter-religioso.

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Dr. Lourenço Peixinho

Efeméride: 17 de janeiro


1918 — Tomou posse do lugar de presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal o ilustre aveirense Dr. Lourenço Simões Peixinho, que serviu o Município durante mais de vinte e quatro anos consecutivos, realizando uma obra notabilíssima (Câmara Municipal de Aveiro, Livro das Actas das Sessões, anos de 1910-1926, fls. 121v-122) – A.

"Calendário Histórico de Aveiro", 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

MESTRE, ONDE MORAS?

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha


A pergunta habita no coração humano. A respeito de tudo e em todas as circunstâncias. Atesta-o a experiência pessoal, documenta-o a história, confirma-o o relato bíblico. O rosto da pergunta surge no alvor das origens com aquele célebre: “Adão, onde estás? Que fizeste do teu Irmão?”; no templo de Silo no diálogo do jovem Samuel com sacerdote Helí, nas proximidades do rio Jordão com dois discípulos de João a Jesus de Nazaré: “Mestre, onde moras”? Jo 1, 35-42.
Também, hoje, a pergunta bate “à porta” da nossa consciência: Que queres da vida? Que sentido dás ao tempo? Como geres o instante no todo na tua história pessoal? Tens presente o teu futuro definitivo? 
E o teu contributo para o bem de todos? Cada um de nós saberá continuar a lista sem dificuldade.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

“Crescer na Fé e Anunciar a Alegria do Evangelho”

Um livro de Georgino Rocha

Georgino Rocha


No próximo dia 20, 3.ª feira, pelas 21 horas, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), junto à Universidade de Aveiro, vai ser feita a apresentação do mais recente livro do Padre Georgino Rocha, que insere reflexões dominicais e festivas dos Anos Litúrgicos A, B e C. A apresentação conta com intervenções de D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, Eduardo Conde, Pastor da Igreja Metodista, e Oliveira de Sousa, presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz.
Este livro do Padre Georgino reveste-se de grande importância para quem participa nas eucaristias dominicais e festivas, pela preciosa ajuda que presta a quem gosta de se debruçar antecipadamente sobre a Palavra de Deus que vai ser proclamada, mas não só. Também representa uma mais-valia para quem tem de preparar homilias, sem perturbar o cunho pessoal de cada um.
O lançamento da obra “Crescer na Fé e anunciar a Alegria do Evangelho” vai acontecer precisamente na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro), não sendo por acaso a participação do Pastor Eduardo Conde, que abordará o tema «a Palavra [de Deus] na dimensão ecuménica», como referiu Georgino Rocha em entrevista que concedeu ao Correio do Vouga. D. António Moiteiro falará de «a Palavra como ela é» e Oliveira de Sousa debruçar-se-á sobre «as incidências sociais da Palavra a partir do que está escrito no livro».
Na mesma entrevista, o autor afirma que não vê a Palavra de Deus «afunilada, mas encarnada nas situações concretas, nos desafios que nos vão surgindo na forma dos sinais dos tempos, sejam germinais, sejam na sua exuberância…»

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Lourdes Almeida em entrevista ao Timoneiro

Um catequista que não se alimente da Palavra de Deus 
não será certamente um bom catequista

Lourdes Almeida

Lourdes Almeida, professora aposentada do 1.º Ciclo do Ensino Básico, casada com Joaquim Almeida, três filhos e três netos, de Lisboa mas com raízes em Leiria, vive há 17 anos na Gafanha da Nazaré por questões familiares. Trata-se de uma família católica, comprometida na comunidade eclesial, assumindo uma militância ativa.
Lourdes Almeida começou a colaborar na catequese aos 15 anos na paróquia de Benfica e garante que a missão de educadora da fé surgiu no seu espírito por influência de uma catequista que muito a marcou pela forma como catequizava, testemunhando na vida o que transmitia às crianças.
A viver em Algueirão, Sintra, depois de casada, suspendeu por uns tempos aquelas tarefas e quando sua filha Neide ingressou na catequese paroquial, soube que não havia catequista para o grupo. Ofereceu-se então para colaborar, agora com redobrado entusiasmo, por motivos compreensíveis. «Não foi uma novidade, mas uma continuação do que vinha fazendo há anos», com um gosto que nunca mais perdeu. Até hoje. E sua filha Neide seguiu-lhe o exemplo.
Para além do prazer que sente como educadora da fé, Lourdes Almeida reconhece que ser catequista é também uma necessidade que experimenta no dia a dia, como batizada, o que a leva a transmitir aos outros «o amor que sente por Deus». E acrescenta: «Só podemos transmitir as verdades em que acreditamos quando nos sentimos próximos de Deus; não podemos ficar com essa riqueza só para nós.» 
Lourdes Almeida diz que gosta mais de dar catequese aos primeiros anos talvez pela profissão docente que teve ao longo de tantos anos. E sobre a formação dos catequistas, importante para desempenharem com autenticidade a sua missão, frisa que tem de ser permanente. 
Adianta que, para além dessa formação, «é preciso viver, é preciso acreditar», porque, sem essa realidade, «ninguém consegue transmitir a mensagem com verdade». Sublinha a mais-valia que representa a leitura da Bíblia», porque «um catequista que não se alimente da Palavra de Deus não será certamente um bom catequista».

Joana Pontes apoia instituições

Um exemplo 
a seguir e a apoiar

A Joana continua, com toda a generosidade, na sua caminhada solidária. A recolha das tampinhas é tarefa que leva à prática no seu dia a dia, mas não se fica por aí. Estimula as pessoas que se cruzam com ela, desafia outras e tem pena das que falam e falam, mas nada fazem pelos que precisam.
Desta feita, com a sua campanha, beneficiou o CASCI, a Fundação Prior Sardo, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, o Lar de São José, o Lar Nossa Senhora da Nazaré, o Lar da Gafanha do Carmo e, ainda, uma Escola da Gafanha da Nazaré e outra da Gafanha do Carmo. 
Os meus parabéns para a Joana Pontes, com votos de que não lhe faltem apoios e colaboradores para prosseguir na sua vida de bem-fazer.

Cooperativa Cultural da Gafanha da Nazaré

Oliveiros Louro


LUA(R) DE MEL

Era uma vez uma menina branquinha,
de luz vestida, de rosto iluminado,
que entrou em festa na nossa casinha
e fez guardar o candeeiro enfarruscado.

Bateu à porta fazendo truz, truz
e entrou por recantos, salas e cozinhas.
Em qualquer sítio se pôs a dar à luz
iluminando presépios  e palhinhas.

Mas eis que agora, mais altiva,
essa menina casou e é senhora
vai a teatros, concertos, é doutora…

Cultural mas também recreativa,
é dinâmica, rica, acolhedora,
e da luz de pensamento promotora.

Oliveiros Louro

No Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré,
Ano 1, N.º 1


 NOTA: Em janeiro de 1939, tinha eu dois meses de vida, realizou-se a primeira Assembleia  Geral da Cooperativa Eléctrica da Gafanha da Nazaré (CEGN). Mais tarde, já depois do 25 de Abril e na sequência da revolução dos cravos, a Cooperativa Eléctrica foi extinta, dando lugar à Cooperativa Cultural e Recreativa da Gafanha da Nazaré. Esta Cooperativa, onde nasceu a Rádio Terra Nova, como que desapareceu do mapa, por força de circunstâncias várias, que não queremos escalpelizar hoje e aqui. Mas ainda editou um Boletim Cultural de que saíram apenas três números. No primeiro, dedicado um pouco à história da CEGN, está o poema de Oliveiros Louro, que aqui reproduzo. O Oliveiros é um amigo que revejo esporadicamente. É uma pessoa muito sensível e culta. É um poeta também. Um pouco reservado, o Oliveiros merece ser referenciado porque, julgo eu, pode dar muito de si às nossas Gafanhas. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Padre Miguel faleceu há um ano

Padre Miguel (Foto do meu arquivo)

Faz hoje, 13 de janeiro, um ano que recebi a notícia do falecimento do nosso Padre Miguel Lencastre no Brasil, onde desejou ficar sepultado. Recordo-o agora por imperativo de saudade do seu exemplo de presbítero e amigo de tantas momentos de trabalhos eclesiais e outros.
Há pessoas que nos marcam indelevelmente pela sua postura e  serviço aos outros, através de gestos de caridade e bondade. Com ele, veio também, em grande medida, a espiritualidade de Schoenstatt, movimento que assentou raízes profundas entre nós. 
De espírito aberto, generoso e simples, com todos soube dialogar, independentemente das convicções religiosas, políticas, culturais e sociais de cada um. E na Gafanha da Nazaré, onde foi coadjutor e pároco, fez obra que a história da nossa terra não poderá olvidar.
Paz à sua alma.

Aniversário do Aquário dos Bacalhaus



No dia 17 de janeiro de 2015, sábado, assinala-se o segundo aniversário do Aquário dos Bacalhaus do Museu Marítimo de Ílhavo. O edifício, da autoria do Gabinete de Arquitetura ARX, dos irmãos Nuno e José Mateus, inaugurado a 13 de janeiro de 2013, foi recentemente nomeado para o conceituado prémio de arquitectura europeu Mies Van Der Rohe.

Fonte: MMI

Ver Programa 

De cada popa se vê um Portugal diferente

Ver transformar em húmus 
as dunas da Gafanha




«É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba no fundo. Camponeses de branqueta e soeste a apanhar sargaço na Apúlia, marnotos a arquitectar brancura em Aveiro, saloios a hortelar em Caneças, ganhões de pelico a lavrar em Odemira, árabes a apanhar figos em Loulé. Metendo o barco pela terra dentro, é mesmo possível ir mais além. Assistir, em Gaia, à chegada do suor do Doiro, ver transformar em húmus as dunas da Gafanha, ter miragens nos campos de Coimbra, quando a cheia afoga os choupos, fotografar as tercenas abandonadas do Lis, contemplar, no cenário da Arrábida, a face mística da nossa poesia, ou cansar os olhos na tristeza dos sobreirais do Sado. Mas são vistas… Imagens variegadas dum caleidoscópio que vai mudando no fundo da mesma luneta de observação.»

Miguel Torga
In "PORTUGAL"

Mentira e Verdade

"Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo 
antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir."

Winston  Churchill


 Nota: Talvez seja por isso que os mentirosos teimam em mentir, mas às vezes sai-lhes o tiro pela culatra  e são apanhados com a boca na botija. 

Bairro do Alboi

Efeméride — 13 de janeiro

Bairro do Alboi

1933 — Faleceu Domingos João dos Reis que, apesar de oriundo de família humilde, conseguiu meios de fortuna e tornou-se notável em obras altruístas. Fundou o bairro do Albói, fazendo edificar aí sessenta moradias, que arrendou a casais de modesta economia, apenas pelo prazo de vinte anos; findo este prazo, eles ficariam proprietários dos edifícios. Também concorreu para a transformação do bairro do Rossio, adquirindo os barracões da Companhia do Braçal (O Debate, 19-1-1933) – J.

No "Calendário Histórico de Aveiro",
 de António  Christo e João Gaspar


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O tempo da falta de tempo

Crónica de Anselmo Borges 
no DN de sábado

Anselmo Borges


Como é que ganhamos cada vez mais tempo e todos se queixam de terem cada vez menos tempo? Recentemente, a revista DerSpiegel dedicou um interessante estudo precisamente a este paradoxo, e é nele que me inspiro.
Claro que nos tempos que correm se poupa imenso tempo. Por exemplo, desde o século XIX, foram tiradas, em média, duas horas ao tempo do sono. Dada a velocidade crescente dos meios de transporte, deslocamo-nos mais rapidamente. Poupa-se tempo na criação de animais. Poupa-se tempo na aprendizagem. Também na comida, que já se compra feita, e nos encontros, que se dão cada vez mais através das novas tecnologias, e, mesmo aí, por abreviaturas na escrita (por exemplo, K (que), PF (por favor). Espantosa a diminuição do tempo de trabalho: o que são as actuais 35 ou 40 horas teoricamente dedicadas ao trabalho por semana comparadas com as 57 a mourejar, há cem anos, e 82, em 1825? Até para a morte já se pensa, para poupar tempo, em serviços de funeral a acompanhar pela internet.