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domingo, 17 de dezembro de 2017

Detesto ser enganado




Eu nunca gostei de ser enganado, mas há quem goste. Frequentemente deparo-me com gente que me quer impingir publicidade de alguém que faz curas milagrosas com «resultados máximos em 7 dias». E vai mais longe, o próprio ou o empregado do “espiritualista”: ajuda a resolver casos, «graves ou de difícil solução», tais como «saúde, amor, negócios, união familiar, desviar ou prender, afastar ou aproximar pessoas amadas, exames, doenças, vícios de alcoolismo e droga, impotência sexual, maus olhados, invejas, etc…» Também lê a sorte e faz trabalho à distância. Garante que o pagamento é feito após resultados. No papelinho, que encontrei preso no limpa-vidros do meu carro, estão bem claros os seus contactos, que não reproduzo para não alimentar tais publicidades.
Confesso que fico perplexo perante a indiferença das autoridades que permitem estes negócios, que também aparecem em alguns jornais, revistas e até televisões, dando pelo nome de cartomantes, horóscopos, tarot, búzios, bolas de cristal, pulseiras magnéticas, astrologia e equiparados, poderes de falar com o diabo ou com as almas do outro mundo, que nada têm de científico. E o povo, na sua ignorância, infantilidade mental, talvez desesperado, decerto à procura de sorte ou de riqueza sem trabalhar, vingativo e desejoso de fazer mal a alguém, procurando passar nos exames sem estudar, etc… etc…, vai na onda. 
Há tempos, uma dessas “artistas” que põem cartas na mesa, numa televisão, em resposta a uma pergunta de um consulente, disse: a menina Carolina (nome fictício) está bem de amores, há uns desentendidos, mas tudo vai ficar bem, brevemente. E o consulente atira: Olhe que a menina só tem quatro anos. A “artista” ficou atrapalhada… sorriu, e continuou o trabalhinho. E assim se ganha a vida à custa dos papalvos. E as autoridades, caladinhas. Será que essa gente paga impostos? Se calhar, é por isso. 

Fernando Martins