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domingo, 11 de maio de 2008

SEMANA DA VIDA


"A Semana da Vida pode ser, sem dúvida, uma ocasião privilegiada de crescimento das comunidades e famílias cristãs, e de afirmação pública da Vida como dom de Deus." Assim diz, com oportunidade, agora mais do que nunca, o Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar de Aveiro, a propósito da Semana da Vida, que hoje se inicia. É, pois, uma boa ocasião para se reflectir sobre o tema que a Igreja nos propõe para esta semana.
NB: Clicar no cartaz para ampliar

domingo, 4 de maio de 2008

GESTOS INESQUECÍVEIS


Recebi, há dias, um convite fora do comum que me deixou cheio de alegria. Um par de noivos pede-me para presidir ao seu casamento e, na celebração da eucaristia, dizer aos convidados que tinha tomado a decisão de dedicar as ofertas recolhidas na missa às famílias empobrecidas do nordeste brasileiro.
O noivo conhecia bem a situação de abandono, perseguição e fome que grassam por essas terras. Havia estado por lá em trabalho missionário cinco anos. A noiva vive há muito a simplicidade e a sobriedade de Taizé, comunidade ecuménica que difunde o seu espírito por todo o mundo.
Assim procedi, não sem uma certa emoção, vendo passar na minha imagimação os milhares de famintos deserdados pelos grandes latifundiários que se apoderam das terras para fazerem as enormes herdades. Assim correspondi, fazendo meu um pedido tão nobre e um gesto tão expressivo em ordem a atenuar um enorme problema social.
Está presente o pároco de uma dessas zonas nordestinas. Agradavelmente surpreendido pela iniciativa dos noivos, toma a palavra, após a recolha das ofertas, agradece comovidamente e deixa-nos uma linda e interpelante mensagem.
Hoje, é o dia da Mãe. Os noivos quiseram fazer-nos esta surpresa admirável. Pois, meus amigos, a oferta que pondes nas minhas mãos vai ser dedicada a satisfazer a necessidade maior sentida pelo povo de que sou responsável. Como não tem onde se reunir para tratar dos seus problemas, nem para rezar em conjunto, nem para tomar parte na celebração da missa, estamos a construir uma igreja dedicada a Santa Gianna Beretta Molla. Este dinheiro e, sobretudo, a vossa generosidade vão para esta construção que pretende ser um monumento à vida que este jovem casal está agora a iniciar.
Santa Gianna Beretta Molla foi canonizada em 2004 por João Paulo II. Era mulher casada e mãe de vários filhos. Tinha uma vida feliz, normal, simples. Uma vez, depara-se com um problema dilacerante: uma gravidez de risco. Os médicos aconselham-na a abortar. Ela pede para fazerem todo o possível para os salvar a ambos, mas sobretudo à sua filhinha nascente. E assim acontece, tendo ela sucumbido logo após o parto.
O olhar do jovem casal brilha com um fulgor intenso. A assembleia parece electrizada e irrompe numa ovação extraordinária. A admiração é visível em todos os rostos. A coincidência torna-se muito expressiva. O gesto chega mais longe do que as palavras.
O destino das ofertas recolhidas tinha um alcance sublime que o missionário apresenta de forma tão evangélica: enaltecer a coragem de quem defende a vida nascente, apoiar o sentido nobre do casal aberto à solidariedade com os mais empobrecidos no momento preciso em que mais se gasta e consome.
A assembleia assim o entende; e por isso, aplaude e colabora generosamente. E o gesto fica como uma recordação inesquecível na memória de todos.

Georgino Rocha

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cultura da Vida

COMUNICAÇÃO SOCIAL
DEVE DEDICAR TANTO ESPAÇO
À DEFESA DA VIDA
COMO O QUE DEDICA AO ABORTO 


A propósito da declaração do Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, de que a legislação sobre o aborto não seria aplicada naquela região autónoma, o Presidente da República, Cavaco Silva, adiantou que, “quando a legislação não é aplicada, os cidadãos podem recorrer a instâncias próprias, ao sistema de justiça”. 
Às destemperadas afirmações do Presidente madeirense costumam os governantes nacionais responder com um silêncio cúmplice e inquietante. Tanto os ligados ao PS como ao seu próprio partido, o PSD.
Do mesmo modo se têm comportado os Presidentes da República, que lhe têm tolerado, ao longo dos anos, as ameaças, as pressões, as indelicadezas e as bizarrias. 
Alberto João Jardim diz o que quer e o que lhe apetece, muitas vezes dando a entender que a Madeira saberá escolher o seu caminho, se continuar a ser prejudicada pelos políticos do continente. Embora não se canse de dizer que é português, e é-o de facto, a verdade é que as suas ameaças como que querem insinuar que o caminho da região que lidera poderá ser o da independência. 
O constitucionalista Vital Moreira critica, porém, Cavaco Silva, alegando que o comentário do Presidente da República “não quadra com as suas responsabilidades constitucionais, pois é evidente a gravidade política de uma situação em que uma lei da República não é respeitada numa parte do território nacional por deliberado desafio à autoridade da República, de que ele é o máximo representante”. 
Embora reconheça o muito que Alberto João Jardim fez, a nível de obras de alguma forma importantes, continuando níveis de pobreza pela ilha, não gosto da forma desbocada como vive a política, com ameaças e chantagens chocantes. As instâncias nacionais, com frontalidade, deveriam, a meu ver, tentar resolver a questão pelas vias competentes. 
Como acontece agora com o conselho do Presidente da República, indo mais além, se para isso houver coragem, por intervenção, em especial, da Assembleia da República. Na mesma altura da indicação do caminho da justiça para a resolução dos conflitos, no que diz respeito à aplicação das leis nacionais nas regiões autónomas, Cavaco Silva ainda se congratulou com as medidas do Governo para apoiar a natalidade, lembrando, com muita oportunidade, que o que está em causa é o futuro de Portugal. E disse mais: “Eu espero que a comunicação social comece a dedicar mais espaço à defesa da vida e ao estímulo à natalidade do que tem feito até agora ou, pelo menos, que dedique tanto quanto tem dedicado à interrupção da gravidez.” Também me parece. 

F.M.