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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Dia das Bruxas

Maria Donzília Almeida



Hoje, comemora-se no mundo anglo-saxónico, o famoso Hallowe'en, ou Dia das Bruxas!
As crianças andam de porta em porta, a repetir a lenga-lenga: Sweet or treat!
Smell my feet!
Give me something good to eat!

É uma tradição de longa data, muito comemorada nos países referidos.
Cá, em Portugal, como somos uns imitadores, por excelência, importámos as manifestações materiais da celebração! Somos exímios nisso, na pura imitação, mas, habitualmente, só no pior sentido.
Até aqui, nas Gafanhas vemos as bruxinhas e fantasmas, a pulular pelas ruas, à noite, a tocar às campaínhas das portas, a pedir guloseimas às pessoas! Eu que lido com as tais criancinhas no local de trabalho, em sentido de trabalho e cooperação, nem sempre na melhor relação pedagógica, tenho alguma dificuldade em lidar com o seu à vontade e até, algum atrevimento, neste particular. Algumas são acompanhadas pelos paizinhos, que vêm de carro, atrás do cortejo, dando o apoio logístico que acham necessário!?
Desvirtuação da nossa realidade e apropriação do que nada tem a ver com a nossa cultura! Quando deixaremos de ser meros imitadores de passerele e nos afirmamos nos nossos genuinos costumes e tradições, que são tão ricos?

31.10.2012


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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Halloween

Dia das Bruxas
Comemora-se, no dia 31 de Outubro, o Halloween, festividade que remonta ao povo Celta e tem a ver com rituais pagãos, entre nós, chamado Dia das Bruxas. Amada pelas crianças que vêem, neste dia, um escape para a sua irreverência e desculpa para pregar partidas, o Sweet or treat, confirma este fenómeno, é simultaneamente contestada e repudiada por muitos outros. Alegando que não tem nada a ver com a nossa cultura, contestam uns tantos que estamos a sofrer uma aculturação, em relação aos povos de origem anglo-saxónica, nomeadamente dos EUA, donde foi importada esta celebração. Materializando-se numa série de objectos comercializados profusamente pelo comércio, tem a sua expressão e simbologia máximas na utilização das abóboras. Estas são descarnadas, abre-se-lhes uma tampa em cima e desenha-se uma cara, pela excisão de pequenos pedacinhos que correspondem aos olhos, nariz, boca. Dentro das mesmas é colocada uma vela e aí temos o que nos países de Língua Inglesa chamam, o Jack-o’-Lantern! Esta figura bizarra e fantasmagórica era colocada em locais frequentados, mas pouco visíveis. Este ritual acontecia no Outono, em plena época das colheitas. Reportando-me aos meus tempos de juventude, e porque nasci no século passado, na época áurea dos Beatles, evoco algo que, pela sua similitude, merece a minha referência. Terminada a colheita do milho, que por estas terras das Gafanhas tinha um cultivo muito abundante, procedia-se ao seu acondicionamento: primeiro, fazia-se a desfolhada, aqui para nós designada por desmantadela, seguida da debulha, por debulhadoras mecânicas. Finalmente, depois de permanecer na eira por vários dias, sob os raios do sol escaldante, para ficar completamente seco, era armazenado em celeiros próprios, de grandes proporções, aqui chamados caixas do milho. Quando se viam os campos despidos, o milho recolhido e as abóboras colhidas e arrumadinhas em linha, por cima dos telhados, acontecia esta cena tão habitual, quanto insólita. Os membros mais jovens das famílias dos agricultores, ou semiagricultores, dedicavam-se a esta tarefa invulgar: desventravam as abóboras e construíam cabeças-fantasma, com uma vela dentro. Acabada a operação, punham a tampa na abóbora e iam colocá-la nas encruzilhadas dos caminhos e em sítios esconsos. Remontando às origens primitivas da utilização destas “lanternas”, ressalta aqui um paralelismo entre a tradição anglo-saxónica e estes costumes de terras gafanhenses. Isto foi vivenciado por mim, mas é possível que haja relatos orais mais aprofundados, desta mesma tradição, aqui na nossa terra.
Madona