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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Dia Internacional dos Direitos Humanos



O Dia Internacional dos Direitos Humanos celebra-se anualmente no dia 10 de Dezembro, razão mais do que suficiente para este apontamento. A pretensão desta nota é lembrar o facto, mas também desejo sublinhar que não podemos ficar apenas pela informação, porque urge levar à prática a vivência deste espírito no dia a dia de cada um.
Contudo, a celebração da data foi escolhida para honrar o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, a 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, com o objetivo de promover a paz, em todos os momentos da nossa vida, sem nunca esquecermos que a 2.ª Guerra Mundial vitimou milhões de pessoas. Repare-se  que este dia nasceu três anos depois do fim daquela devastadora guerra, que se mantém viva na memória de muitos, nos quais me incluo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

 Aprovada pelas Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948


Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 10 de Dezembro de 1948. Completa hoje, portanto, 72 anos. Defende que os direitos humanos fundamentais devem ser protegidos em todo o mundo e difundidos por todos os cantos da Terra. Foi essa a intenção dos seus promotores, mas estará a ser seguida?



DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 


Artigo 1.º 

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2.º 

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3.º 

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

70 anos da Declaração dos Direitos Humanos

Os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos e os 40 anos da adesão 
de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos 
foram comemorados ontem, 11 de dezembro, 
na Assembleia da República.




Li aqui 

sábado, 8 de dezembro de 2018

Direitos e deveres humanos


Anselmo Borges
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de Dezembro de 1948, em Paris: "A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objectivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito por esses direitos e liberdades, e, pela adopção de medidas progressivas de carácter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efectiva." Nos artigos 1 e 2, lê-se: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos" e podem invocar os direitos e liberdades desta declaração, "sem distinção alguma de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião politica ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou qualquer outra situação". Numa vinheta de 1998, no jornal El País, referindo-se ao preâmbulo, aparece o próprio Deus a exclamar: "Que preâmbulo! Não tinha lido nada de tão bom desde o Sermão da Montanha." 

2. Lembrando os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, retomo uma síntese de outra declaração, infelizmente menos conhecida e invocada: a célebre Declaração Universal dos Deveres Humanos, de que há tradução em português. Para superar a crise e para que a esperança não seja mera ilusão, wishful thinking, precisamos todos de ser fiéis às nossas responsabilidades e cumprir os nossos deveres. 
Já na discussão do Parlamento revolucionário de Paris sobre os direitos humanos, em 1789, se tinha visto que "direitos e deveres têm de estar vinculados", pois "a tendência para fixar-se nos direitos e esquecer os deveres" tem "consequências devastadoras".

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

JUSTIÇA SOCIAL - UMA LUTA DE TODOS OS DIAS



Celebra-se hoje, 20 de fevereiro, o Dia Mundial da Justiça Social, criado precisamente há 11 anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi celebrada pela primeira vez em 2009 e precisa de todos nós, no sentido de despertar a consciência de toda a gente para as realidades concretas de injustiças ofensivas da dignidade humana.
Desde jovem, sempre me senti acordado para esta premência de lutar, no dia a dia, pela justiça social, graças ao meu envolvimento concreto na Ação Católica, nomeadamente na JOC (Juventude Operária Católica). Foi aí que tomei consciência das injustiças no mundo do trabalho e na sociedade em geral, ao ouvir, semana a semana, os relatos dos jovens trabalhadores, apesar de eu ser estudante. O método criado por Joseph Cardjin, um padre belga, filho de operários, apoia-se no Ver, Julgar e Agir, e ainda se mantém atual. 
Os jovens trabalhadores relatavam, com riqueza de pormenores, as injustiças de que eram alvos nas oficinas, fábricas, empresas de construção civil e outras, o que nos levava a refletir e a delinear estratégias de atuação, no sentido de repor a justiça de quem ganhava o pão com o suor do seu rosto. E se havia patrões compreensivos e justos, não faltavam os exploradores dos operários, quantos deles ainda na adolescência. Conheci humilhações que me marcaram para a vida. 
Presentemente, o Dia Mundial da Justiça Social, que deve ser vivido todos os dias do ano e de todos os anos, leva-nos a olhar para a pobreza que nos cerca, para o desemprego e exclusão, para os aposentados com reformas de miséria, para trabalhadores com o salário mínimo para sustentar a família, para a discriminação com base no sexo e na idade, para a xenofobia e marginalização dos migrantes e refugiados, no espírito de contribuirmos para que o mundo se torne verdadeiramente mais fraterno. 
Se é verdade que muitos já fazem muito pelos mais desprotegidos, importa continuar a lutar sem descanso pelos Direitos Humanos em todas as frentes. 

Fernando Martins

sábado, 18 de junho de 2016

A Igreja e os direitos humanos

Crónica de Anselmo Borges 


1 Em jornais espanhóis do século XIX, apareciam anúncios assim: "Vende-se uma pretita de 9 anos, natural de Havana, sã e sem manchas, que passou os testes da varicela e do sarampo, ágil, com boa presença e disposta a aprender toda a espécie de trabalhos"; "vende-se com equidade uma negra de 30 anos, robusta, fiel e trabalhadora, sabe fazer todas as lides de uma casa". Leio esta informação em L. González-Carvajal, que vou seguir, no seu Curso de Moral Social. Como foi possível a gente vender gente?

2 Foi lentamente que se tomou consciência da dignidade sagrada de todos os seres humanos. A Igreja institucional não foi de modo nenhum exemplar, mas é preciso reconhecer que essa consciência se dá com base também, e fundamental, no Evangelho, ao declarar que todos são filhos de Deus. E há o Génesis, dizendo que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Allahu Akbar

Crónica de Anselmo Borges 


«A verdade das religiões 
afirma-se na prática, 
no combate pela dignidade, 
justiça, direitos humanos»


1 Era uma viagem de altíssimo risco, que muitos desaconselharam. Mas Francisco achava ser seu dever visitar a África, o continente pobre. E foi ao Quénia, ao Uganda, à República Centro Africana, recusando colete à prova de bala e papamóvel blindado. Tinha mensagens essenciais para entregar: a denúncia do abismo entre a riqueza e a miséria; plantar uma árvore, num gesto simples, mas carregado de significado: "a mudança climática é um problema global" e exige "um novo estilo cultural": "frente à "cultura do descarte, "a cultura do cuidado"; sobretudo, apelar ao diálogo ecuménico e inter-religioso, que "não é um luxo, algo opcional, mas algo essencial" em ordem à paz. Na mesquita central de Bangui, recordou que cristãos e muçulmanos são "irmãos": "Juntos, digamos "não" ao ódio, à vingança, à violência, em particular à que se comete em nome de Deus. Deus é paz, salam."

domingo, 5 de julho de 2015

Papa Francisco na América Latina

Papa inicia viagem com mensagem 
em favor dos «mais vulneráveis», 
a «dívida» que a América Latina tem por pagar



«O Papa Francisco chegou hoje ao Equador, após um voo de quase 12 horas, iniciando uma visita de nove dias à América Latina com alertas contra a exclusão e apelos em favor dos mais “vulneráveis”.
"Que as realizações alcançadas no progresso e desenvolvimento possam garantir um futuro melhor para todos, prestando especial atenção aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis, que são a dívida que toda a América Latina continua a ter”, pediu, no primeiro discurso da viagem, no aeroporto internacional de Quito, perante autoridades civis e religiosas equatorianas, para além de representações das comunidades indígenas locais.»

Li aqui 

NOTA: Viagem a seguir porque não podemos ficar indiferentes ao seu testemunho profético de denúncia e de anúncio. Denúncia das ofensas aos direitos humanos e de anúncio do direito à liberdade e à justiça a todos os níveis.

sábado, 18 de abril de 2015

A barbárie e a indiferença

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges



O direito à liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Mas acaba por ser um dos menos respeitados. De facto, o cristianismo já esteve do lado dos perseguidores, hoje é a religião mais perseguida. Os dados são verdadeiramente trágicos, a ponto de o Papa Francisco ter feito um apelo à comunidade internacional para que não permaneça "silenciosa e inerte". Na via-sacra de Sexta-Feira Santa foram lembrados todos os que presentemente são perseguidos, nomeadamente na Síria, no Iraque, no Egipto, na Nigéria, no Quénia, na Coreia do Norte: "Os nossos irmãos são perseguidos, decapitados, crucificados por causa da sua fé, sob o nosso silêncio cúmplice." O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros espanhol, Ignacio Ybáñez, também reconheceu nesta semana que "presentemente a situação é dramática", atingindo o seu auge com o Estado Islâmico: "Em cada hora que passa um cristão é morto."

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

POBREZA E DIREITOS HUMANOS

Solidariedade: 
Erradicação da pobreza em defesa dos direitos humanos


«A jornada internacional pela erradicação da pobreza vai ser assinalada hoje em Lisboa com a apresentação do projeto ‘Impossible – Passionate Happenings, que pretende declarar a pobreza como ilegal.“Salvaguardar e promover a dignidade de tudo quanto existe, enquanto gratuidade, ou ser sem razão” é a missão da ‘Impossible – Passionate Happenings’ que vai ser apresentada na Rua Augusta, em Lisboa, explica o comunicado enviado à Agência ECCLESIA.»

Ler mais aqui

NOTA: Este desafio, que devia ser seguido em Portugal e no mundo, por todo o canto e esquina, bem merecia ser levado à prática por todas as gentes. Há pobrezas que são escandalosas ofensas aos direitos humanos, nem sempre ao nosso alcance de as combater. A denúncia, que não deixa de ser importante, precisa de ser acompanhada de intervenções concretas de entidades oficiais e comunidades, mas também de gestos de partilha com os mais desfavorecidos. Sabe-se que há muitos pobres que são extremamente  generosos  e alguns  ricos que gostam de ajudar, mas também é certo que há pobres muito ricos e ricos muito pobres,  na hora da caridade e da solidariedade.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

PORTUGAL SAI DERROTADO NA CPLP

Os direitos humanos foram ignorados 


«Portugal resistiu enquanto pôde à entrada da Guiné Equatorial na CPLP. Em 2010, ganhou tempo com uma moratória. Em 2012 resistiu. Mas agora, face ao ultimato de Angola e Brasil, acabou por ceder. “Portugal aguentou, aguentou, aguentou…”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no passado domingo, no seu espaço de comentário habitual na TVI, referindo-se ao processo de adesão da Guiné Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Portugal disse não uma vez, em 2010, na cimeira de Luanda. E outra, em 2012, em Maputo. Estabeleceu-se um roteiro, requisitos mínimos: o fim da pena de morte e medidas destinadas a promover o uso do português. Mas as pressões dos “países irmãos” foram tantas que o Governo cedeu. “Portugal baixou a bola”, disse Marcelo. O Observador sabe que as coisas foram mais complicadas do que isto, mas o “professor” resumiu bem a história.»

Texto de Fávio Monteiro no OBSERVADOR



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sábado, 9 de novembro de 2013

Na Internet: Cobardes escondidos no anonimato

Não é bom descer abaixo da razão

Anselmo Borges


Aristóteles definiu o homem como "animal que tem logos" (razão, palavra). Daí vem a definição tradicional do homem como animal racional. É claro que a coisa é mais complexa, mas não há dúvida de que a razão é determinante. E embora nas igrejas raramente se ouça o apelo à inteligência e à razão, o Evangelho segundo São João começa dizendo que "no princípio era o Logos (o Verbo, a Palavra, a Razão) e tudo foi criado por ele". É por isso que o mundo é investigável e inteligível: foi criado pelo Logos. Isto significa também que o homem se deve orientar pela razão. 
É evidente que o ser humano é um ser complexíssimo, com três cérebros e um só, com inconsciente e emoções. Mas determinante tem de ser a razão. Por conseguinte, não é bom descer abaixo da razão. Mas que tantas vezes se desce abaixo da razão - disso não há dúvida. Exemplos quotidianos um pouco a esmo. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dia Internacional de Abolição da Escravatura - 2 de dezembro


A escravatura não é um problema do passado
Maria Donzília Almeida

“Sou uma moira de trabalho!” ou “Trabalho como uma galega!” eram expressões, até há bem pouco tempo, muito recorrentes na linguagem popular e denotavam, de alguma forma, uma espécie de servidão, que pouco se distanciava da escravatura 
A captura de escravos em África era feita desde a Idade Média pelos Árabes, mas foram os europeus, desde o século XVI que se encarregaram do seu transporte para as plantações e minas do continente americano. As célebre roças das nossas ex-colónias, as que vi em S. Tomé, tiveram o seu período áureo, em plena escravatura. 
Por iniciativa da ONU, comemora-se a 2 de Dezembro, o «Dia Internacional para a Abolição da Escravatura», na globalidade das múltiplas formas, que esta execrável prática abrange e, todas elas, atentatórias do respeito pelos Direitos Universais do Homem e da mais elementar vivência democrática. O ano de 2004 foi declarado Ano Internacional para a Abolição da Escravatura, a fim de lembrar a todos os Estados que é preciso acabar com esta forma repugnante de opressão 
Portugal foi, no decurso do século XIX, dos países pioneiros a abolir a escravatura humana, atitude apontada como exemplar pelo célebre escritor francês Víctor Hugo. 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NOBEL DA PAZ PARA UM ACTIVISTA CHINÊS


Nobel da Paz atribuído ao dissidente preso Liu Xiaobo


O Nobel da Paz foi atribuído hoje ao dissidente chinês Liu Xiaobo, preso por protestar contra a ditadura do governo no seu país.
O PÚBLICO noticia que a mulher do galardoado se declarou «"absolutamente encantada" ao saber da atribuição do Prémio e pediu "com insistência" ao Governo chinês para libertar o seu marido.»
O Prémio Nobel da Paz de 2010, defensor dos direitos humanos e arauto da não-violência, tem mostrado, como salientou o Comité do Nobel da Paz, que «existe uma relação próxima entre os direitos humanos e a paz.»
Os ditadores, sejam eles da esquerda ou da direita, são gente diabólica e incapaz de reconhecer a importância da liberdade para o povo. Os protestos já se fizeram sentir, mas lá há-de vir o dia em que cairão do pedestal da tirania e da arrogância.
Na minha já longa vida, já vi cair algumas ditaduras e, se os homens livres quiserem, ainda poderei presenciar o estilhaço de outras estátuas nas pedras da calçada.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Fórum::UniverSal lança livro

"3 anos – 30 ideias: 
debate aberto sobre a actualidade"

Com a chancela da Universidade de Aveiro, Fundação João Jacinto de Magalhães e Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), foi publicado o livro “3 anos – 30 ideias: debate aberto sobre a actualidade”, nascido no âmbito das Conversas Abertas do Fórum::UniverSal. Nele se reflectem temas abordados na primeira quarta-feira de cada mês, com organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães, numa perspectiva de nos sensibilizar para as nossas responsabilidades, na linha dos direitos humanos. 
O livro acabou por ser lançado em 10 de Dezembro de 2008, aquando das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, em Paris, naquele mesmo dia. A riqueza e a variedade dos assuntos tratados só por si são um desafio a cada um de nós para uma leitura cuidada. E se soubermos que pelo CUFC passaram convidados de alto gabarito cultural, académico e humano, mais fortemente seremos impelidos a procurar o livro para o ler, não como quem lê um romance ou um livro de contos, mas como quem se debruça, com serenidade, sobre os temas apresentados em resumo ou em esquemas alargados, ao jeito de quem nos convida a reflectir sobre eles. 
Por esta casa de encontro de ideias e de projectos, passaram pessoas tão diversas como Guilherme d’Oliveira Martins, José Ferreira Mendes, Fernando Nobre, Júlio Pedrosa, Manuel Augusto Oliveira, Rui Marques, Laurinda Alves, Adriano Moreira, Margarida Santos, Fernando Vieira, José Carlos Vasconcelos, Ximenes Belo, João de Deus Ramos, Paulo Borges, Victor Sérgio Ferreira, João Gaspar, Élio Maia, Luís de Matos, Martinho Pereira, João Fernandes, Luís Antero Reto, Eduardo Marçal Grilo, Francisco Sarsfield Cabral, José Alfredo Martins, Nuno Rogeiro, Amaro Neves, Barbosa de Melo, Isabel Alçada, Polybio Serra e Silva e José Matoso. 
Saberes diversos, culturas diferentes e até divergentes, de tudo houve nestas Conversas Abertas, espelhando o livro sinais do que se passou no CUFC, nestes últimos três anos, em serões normalmente bastante participados. No prefácio, que o Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, intitulou de “um diálogo libertador”, síntese perfeita do que realmente aconteceu, foi sublinhado que “O verdadeiro diálogo não tem vencedores. Tem colaboradores honestos na investigação e beneficiários comuns dos resultados obtidos. O diálogo é sempre orientado a uma procura respeitosa e aberta da verdade que interessa a todos, que é um bem de todos e para todos e cada um”.
Por sua vez, Alexandre Cruz, a alma grande deste projecto, manifesta o desejo, na Nota Introdutória, de “que este Sal, partilhado em fórum plural, complemente a autocrítica de justo sabor como sentido de ética mundial, por forma ao reencontro apurado das actualidades em direitos e responsabilidades humanas”. E mais adiante sublinha que o Fórum::UniverSal, se traduz numa “experiência essencialmente errante de tertúlia em diálogo cultural e de saberes disciplinares que vence o unilateralismo fechado das dicotomias”, tendo sido, por isso, “um contributo aberto à reflexão”. Ler esta obra será, pois, uma boa oportunidade para cada um olhar o mundo à sua volta, nos mais diversos sentidos que nos são indicados pela rosa-dos-ventos. 
 
Fernando Martins

sábado, 27 de dezembro de 2008

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM

Há 60 anos, exactamente no dia 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em Paris a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Havia precedentes. Por exemplo, a famosa Charta Magna libertatum - a Magna Carta -, de 1215. Mas ela começa assim: "Estas são as demandas que os barões solicitam e o senhor rei concede", acabando, portanto, por abranger apenas os "homens livres". A Declaração de Direitos (Bill of Rights) do Bom Povo de Virgínia, de 1776, já reconhecia os direitos dos indivíduos enquanto pessoas, mas não se estendia a todos, pois não incluía os negros, considerados "uma espécie inferior". Em 1789, a Assembleia Nacional Francesa promulgou a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas este Homem era ainda só o varão branco e proprietário. Na Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclama-se, pela primeira vez, que toda a pessoa humana, independentemente do sexo, condição social, raça, religião, nacionalidade, é detentora de direitos fundamentais, que devem ser respeitados por todos, pois são universais e valem em todo o tempo e lugar. Mas não houve consenso. Oito países abstiveram-se de votar a favor. A Arábia Saudita e o Iémen puseram em causa "a igualdade entre homens e mulheres". A África do Sul do apartheid contestou o "direito à igualdade sem distinção de nascimento ou de raça". A Polónia, a Checoslováquia, a Jugoslávia e a União Soviética, comunistas, contestaram que alguém pudesse invocar os seus direitos e liberdades "sem distinção de opinião política". Entretanto, em 1966, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o "Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais" e o "Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos", que, para entrarem em vigor, precisariam de ser ratificados pelo menos por 35 países membros, o que só aconteceu dez anos mais tarde. Embora a sua violação continue uma constante, como permanentemente informa e denuncia a Amnistia Internacional, há uma consciência universal crescente dessas duas gerações de direitos - civis e políticos, e económicos e sociais -, a que veio juntar-se uma terceira geração, cujos titulares não são os indivíduos, mas os povos, como o direito ao desenvolvimento, o direito à autodeterminação, a um meio ambiente sadio, à paz. Continua o debate sobre a sua universalidade, que J.-Fr. Paillard sintetizou nesta pergunta: "Um instrumento ideológico ao serviço do Ocidente", para impor ao resto do mundo a sua visão do bem e do mal? M. Gauchet, por exemplo, disse: "Do ponto de vista de um dirigente chinês, indiano ou árabe, os direitos do Homem são antes de mais os direitos do homem branco a exportar o modelo de civilização que os tornou inteligíveis." No entanto, ainda recentemente - Junho de 1993 -, na Conferência das Nações Unidas sobre os Direitos do Homem, os Estados reafirmaram: "Todos os direitos do Homem são universais, indissociáveis, interdependentes e intimamente ligados." E, considerando a diversidade cultural em conexão com este universalismo, acrescentaram: "Se importa não perder de vista a importância dos particularismos nacionais e regionais e a diversidade histórica, cultural e religiosa, é dever dos Estados, seja qual for o sistema político, económico e cultural, promover e proteger todos os direitos do Homem e todas as liberdades fundamentais." No início de um novo ano, que melhores votos que os do cumprimento pleno destes direitos? Referindo o Preâmbulo da Declaração - "Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; considerando que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar, de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem..." -, um caricaturista do El País pôs Deus a ler e a exclamar: "Que preâmbulo! Não tinha lido nada tão bom desde o Sermão da Montanha."

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Na Universidade de Aveiro: 60 anos - Direitos Humanos em Globalização?

Nos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Amanhã, 10 de Dezembro, 21 horas, Grande Auditório da Reitoria da UA
Abertura: Coral da Associação Amizade – Associação de Imigrantes dos Países de Leste (Porto) Lançamento: FÓRUM UNIVERSAL – 3 ANOS, 30 IDEIAS – DEBATE SOBRE A ACTUALIDADE Conferência: com Pedro Jordão, do Centro de Estudos Internacionais António Eloy, da Amnistia Internacional Portugal Adriano Moreira, da Academia das Ciências de Lisboa Moderação: Teresa Soares, da UA:UNESCO Encerramento: Danças Tradicionais de Leste
NOTA: Entrada livre

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Declaração Universal dos Direitos Humanos

60 anos depois, a actualidade dos seus princípios mantém-se
No próximo dia 10 de Dezembro, o mundo celebra o 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A efeméride recorda a proclamação dos seus 30 artigos, em Paris, em 1948, pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, três anos depois de mais uma sangrenta guerra – a II Guerra Mundial - que abalou o mundo ocidental. Fruto, decerto, de tantos conflitos, a Declaração emerge como resposta à necessidade de pôr o homem no centro da civilização, com todos os seus direitos, assentes no respeito pela liberdade e pela dignidade de todos os seres humanos, rumo a uma sociedade mais justa, fundamento de uma paz duradoira. Mas se é certo que tal desiderato se impunha há 60 anos, não é menos certo admitir que, nos tempos actuais, as ofensas aos direitos do homem continuam na agenda de todos os órgãos de comunicação social, como realidade sentida na pele por multidões de refugiados e outras vítimas de conflitos armados, mas também de guerras psicológicas, de lutas tribais e de perseguições políticas e religiosas. Lendo e meditando sobre cada um dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, compreendemos como todos eles se mantêm actuais, justificando-se, contudo, uma maior e mais ampla divulgação, com sentido pedagógico, junto das mais diversas camadas das populações de todos os países. Sobretudo dos mais jovens, os que um dia hão-de segurar nas suas mãos os destinos do mundo. Sem esse trabalho de construção de um homem novo, com alicerces na Declaração, jamais daremos corpo a uma sociedade mais fraterna e mais solidária. Olhando para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com seis décadas de vida, temos de reconhecer que os seus artigos, sob o ponto de vista cristão, assentam ou se coadunam com a Boa Nova de Jesus Cristo. Mais uma razão para todos nos empenharmos na proclamação dos seus princípios, na defesa dos seus valores, na oportunidade de os levarmos à prática no dia-a-dia: na família, nas instituições, no lazer, no social, no político, no educacional, no ensino, no desporto, na arte. Fernando Martins