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quarta-feira, 8 de junho de 2022

No Porto com Gaia à vista

 

De passagem pelo Porto, tive oportunidade de apreciar o Douro e o casario da outra margem, a Vila Nova de Gaia, como sempre a conhecemos. É cidade, mas gosta de ser conhecida como Vila. É o terceiro município mais populoso do país, depois de Lisboa e Sintra. O Vinho do Porto estagia por ali, com rio à vista. E quem sabe se logo mais, depois do jantar, não saborearei um cálix do precioso néctar que os ingleses ajudaram a internacionalizar!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

O Douro fica sempre na alma de quem o visita

Ontem, a RTP ofereceu-nos no programa da Carlos Daniel um debate sobre o Douro e suas potencialidades, que segui com interesse. Tanto bastou para me trazer à memória uma viagem oferecida pela Câmara de Ílhavo  em 2008. Por isso, aqui partilho o que então escrevi.




“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…

Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”

Miguel Torga, 
in “Portugal”

Ontem subi o Douro com olhos bem abertos à contemplação das belezas de que tanto tenho ouvido falar. E lido, em autores que cantam o rio que cortou cerce o seu leito, deixando marcas de feridas que os séculos fizeram secar. As chagas sararam, mas as crostas ressequidas lá estão, oferecendo a quem as aprecia a dureza da corrida desenfreada das águas soltas e apressadas com vontade de descansarem no oceano.
E se a beleza da paisagem é indiscutível, ao modo de nos obrigar a voltar, a paisagem bonita das velas dos barcos, de que fala Miguel Torga, já se foi com a voracidade do progresso. Os rabelos há muito que perderam o privilégio de temperar e refinar o Vinho Fino nas bolandas da descida da Régua até Gaia. Aqui recebeu o baptismo de Vinho do Porto, numa clara manobra de marketing, bem engendrada há séculos, que tais técnicas não são exclusivas dos nossos tempos.

sábado, 4 de dezembro de 2021

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O DOURO

 

Há viagens que nos ficam na memória para sempre.- Do único passeio que fiz ao Douro, de barco, ficou-me esta imagem, entre outras, que permanece no meu espírito. Aqui fica para a não perder.

terça-feira, 18 de maio de 2021

Gaia e Porto abraçam o Douro

Em dia de chuva molha-tolos, sempre impertinente e cansativa, saí de Gaia com a oportunidade gorada de desfrutar uma paisagem de beleza típica. Não deu para mais. De qualquer modo, aqui fica um simples registo do que foi possível apreciar.

Ali, bem ao pé de nós
O casario portuense com o Douro aos pés
Os barquinhos na hora de treino nas águas mansas 
O pescador, indiferente à chuva, continuou à espera que o peixe picasse
A chuva não  perturbou os velejadores 
A Ponte da Arrábida, a cujo fecho do arco assisti por volta de 1960

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Recordação do Douro

Douro

Há imagens que jamais nos deixam de vez. Como esta que um dia registei com a minha digital no Douro. O enquadramento bonito, com rio, encosta e céu, bem casados, na minha ótica, convida-me a voltar logo que possível. Talvez no verão.

domingo, 11 de outubro de 2009

Para começar o dia: A Beleza do Douro



"Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe." 

Miguel Torga

In Portugal

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

AINDA O DOURO

O grande desfiladeiro

“O rio Douro é, seguramente, o rio mais rico de grandiosas perspectivas do velho mundo. No entanto (diga-se a verdade), apesar de tudo quanto tem sido escrito e publicado, desenhado e divulgado – parece não ter tido ainda a fortuna de encontrar um verdadeiro escritor ou pintor que eternize a sua estranha e tácita beleza. Junqueiro, que tantos anos viveu junto deste vale, que calcorreou os seus pendores – não o viu. Antero creio que nunca o avistou senão junto do Porto. António Nobre apenas o contemplou na Foz. Raul Brandão só lhe viu a grandeza nos dias de temporal, do alto da Cantareira, sonhando com o avô, alto e loiro como ele, desaparecido no mar. Pascoaes apenas conheceu, pode dizer-se, o seu último filho: o Tâmega. Camões jamais o avistou. Eça olhou-o com os olhos do Jacinto. Em resumo: nenhum escritor ou poeta português teve a fortuna de abrir decididamente os olhos para a pujança, a austeridade, a força telúrica deste estranho desfiladeiro aberto para esta serpente líquida e milenária vinda dos Montes Ibéricos!”

 Sant’Anna Dionísio

 In ALTO DOURO IGNOTO, 2ª edição, 1977

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

UM DIA NO DOURO




O Douro fica sempre na alma de quem o visita

“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho… Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.” 

Miguel Torga, 
in “Portugal” 

Ontem subi o Douro com olhos bem abertos à contemplação das belezas de que tanto tenho ouvido falar. E lido, em autores que cantam o rio que cortou cerce o seu leito, deixando marcas de feridas que os séculos fizeram secar. 
As chagas sararam, mas as crostas ressequidas lá estão, oferecendo a quem as aprecia a dureza da corrida desenfreada das águas soltas e apressadas com vontade de descansarem no oceano. E se a beleza da paisagem é indiscutível, ao modo de nos obrigar a voltar, a paisagem bonita das velas dos barcos, de que fala Miguel Torga, já se foi com a voracidade do progresso. 
Os rabelos há muito que perderam o privilégio de temperar e refinar o Vinho Fino nas bolandas da descida da Régua até Gaia. Aqui recebeu o baptismo de Vinho do Porto, numa clara manobra de marketing, bem engendrada há séculos, que tais técnicas não são exclusivas dos nossos tempos. 
O dia nasceu enevoado, com humidade cortante, junto à foz do Douro, assim chamado pela cor amarelada das lamas barrentas que as fortes correntes arrastavam dos montes e montanhas que guardam o rio e o tingiam. Mas nem por isso proibia os olhares dos que gostam da novidade. Mais tarde, o sol furou as nuvens que nos vieram saudar. E então, o deslumbramento caiu sobre o “Infanta”, um barco que oferecia tranquilidade a quem viajava, pela serenidade com que enfrentava as águas doces que buscavam o casamento, apressado, com as águas salgadas do mar.
O verde da paisagem entrava-nos na alma, vindo de todos os cantos. Do arvoredo que não acusava falta de rega e do rio que o reflectia, como sinfonia de acordes que nos emoldurava o espírito em dia de mais nada que fazer. Aqui e ali, casas semeadas pela encosta, ruas serpenteantes que as uniam, solares com capelinhas que abençoavam as vinhas, fonte que ainda não secou, dando "petróleo" tinto e branco àquele povo. 
Mais pontes que ligavam gentes e terras do alto e do baixo Douro, pás de moinhos de vento, não para a farinha, mas tão-só para as novas energias arrancadas do cimo das montanhas que o deus Éolo, com a sua brutalidade, de quando em vez nos oferece. O que mais encanta o viajante, contudo, como marca indelével, são as escadarias de pomares e vinhas, quais altares ao deus-natureza, fonte de subsistência de povos que teimosamente procuraram adaptar-se a circunstâncias adversas. 
Hoje, talvez poucos tivessem a coragem de ficar agarrados à terra-mãe, com tal tenacidade e paixão, a não ser que encontrassem pelo caminho outra Antónia Ferreira, a Ferreirinha, com artes de convencimento e de estímulo. O Douro, rio e região, fica sempre na alma de quem o visita e o observa de perto, admirando a obra de Deus e de homens e mulheres determinados, que nos deixaram como herança a ter em conta a força e a importância do trabalho. 

Fernando Martins 

Nota: Esta viagem foi organizada pela Câmara Municipal de Ílhavo e integrou-se na Semana da Maioridade. Ela serviu, também, para reencontrar e conviver com gente que não via há muito tempo.