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domingo, 7 de julho de 2019

Anselmo Borges - Confissões do Papa Francisco. 2

Papa Francisco e Valentina Alazraki
Dou sequência à longa e bela entrevista do Papa Francisco à jornalista Valentina Alazraki, de Noticieros Televisa, México. Porque, se é verdade que é sempre espontâneo no contacto com os jornalistas, raramente o terá sido tanto. Cordial, tratando a jornalista por “filha”, a quem revela que é “um conservador”, mas que mudou. 

2. 7. Os de fora e os de dentro. A jornalista observa: “Há quem diga que o Papa parece gostar mais dos que estão longe do que dos seus”. Francisco: “É um piropo para mim. É um piropo, pois é o que Jesus fazia, acusavam-no disso. E Jesus diz: ‘Não são os sãos que precisam de médico, mas sim os doentes’. Eu não prefiro os de fora aos de dentro. Cuido dos de dentro, mas dou prioridade aos outros, isso sim.” É como numa família. 
Acrescentou: “Alguns jornalistas acusam-me de que sou demasiado tolerante com a corrupção na Igreja; por outro, se carrego em cima dos corruptos, dizem que ‘lhes carrego demais’. Bonito. Assim, sinto-me pastor. Obrigado.” 

2. 8. E volta aos migrantes e refugiados, observando a jornalista que há quem o acuse de “falar muito mais deste tema do que dos temas, dos valores que antes se dizia serem valores irrenunciáveis do catolicismo como a defesa da vida.” 
Francisco: “Porque é uma prioridade hoje no mundo. Todos os dias recebemos notícias de que o Mediterrâneo é cada vez mais cemitério, para dar um exemplo.” 
Mas reconhece as tremendas dificuldades do problema. “Sobre migrantes, eu digo, em primeiro lugar, que é preciso ter coração para acolher; depois, é preciso acompanhar, promover e integrar. Todo um processo. Aos governantes digo: Vejam até onde podem ir. Nem todos os países podem, sem mais. E para isso é necessário o diálogo e que se ponham de acordo. É preciso integrar isto tudo, não é fácil tratar o problema migrantes, não é fácil.” 
A mesma dificuldade quanto aos repatriados. “Não sei se viu as filmagens clandestinas que há quando os apanham outra vez. Às mulheres e aos miúdos vendem-nos, e os homens são feitos escravos, torturam-nos... Por isso, digo: cuidado também para repatriar com segurança.” 

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Eu conheço aquela cara de qualquer lado

Uma saudação a todos os nossos emigrantes 
que passam férias este ano entre nós

Em férias, minhas ou de outros, há muitos encontros inesperados. Em qualquer esquina, há rostos que me levam a pensar: — Eu conheço aquela cara de qualquer lado. É o tal déjà vu, reação do cérebro, julgo eu, que o leva a processar a questão para chegar a uma conclusão sobre os tais encontros inesperados. 
Ontem aconteceu-me precisamente isso. Numa grande superfície, quando me sentei para ler uma revista sobre assuntos de história, o N. olhou-me tão fixamente que me levou  a questioná-lo sobre se me conhecia. Mesmo antes de lhe lançar a pergunta, disse-me: — É de… no Canadá! Respondi que não. E a esposa, à sua frente, que apenas tinha visto de costas, logo acrescentou: — Foi confusão, desculpe. 
O sol obrigou-me a mudar de lugar e agora, voltado para a senhora, tirei uma conclusão, fruto do tal processamento do meu cérebro, que, como todos os cérebros, deve funcionar como os computadores. Os psicólogos saberão explicar melhor o que se passou. 
De imediato, levantei-me e dirigi-me ao casal. — Estou cá a pensar que vos conheço mesmo. Por favor, digam-me: — Moram por aqui perto de Aveiro? E a resposta foi pronta e em simultâneo: — Somos da Gafanha da Nazaré e estamos cá de férias, pois vivemos no Canadá. 

Fernando Martins 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Agosto: Tempo de férias



Olhou para mim e perguntou: 
— Não me conheces?
— Não! — respondi.
Olhei melhor e a sua expressão dizia-me qualquer coisa. Nem assim consegui reconhecê-lo.
Foi então que ele me disse de quem era filho. E de imediato tudo se tornou claro. Era o João.
Aí começou a animar-me a minha memória. Que me visitava frequentemente quando na juventude estive doente dos pulmões e acamado. Que gostava de conversar comigo e dos truques que eu fazia para entreter os amigos que vinham saber da minha saúde. Só não conseguiu perceber como é que eu fazia desaparecer a moeda que caía no copo de água. 
— Ainda hoje me lembro desse truque e nunca descobri como é que fazias aquilo.
— São truques… — adiantei eu.
Falou-me dos pais, dos filhos e da reforma que está a viver. 
Disse-me que muitas vezes se tem cruzado comigo sem nunca ter tido a coragem de me interpelar.
Ralhei com ele e disse-lhe que nunca mais fizesse isso. Gosto que me falem ajudando-me a recordar o passado. Não faz sentido passar por alguém que conhecemos sem uma saudação, por mais simples que seja.
(…)
Agosto é, desde que me lembro, o mês de férias por excelência. Para quase toda a gente. E quando a emigração começou para a Europa, sobretudo, é certo e sabido que na Gafanha da Nazaré e demais povoações de Portugal as férias passaram a ser mais animadas. Há aldeias quase a desaparecer do mapa que se transfiguram, enchendo-se de vida. Quando passei férias em Trás-os-Montes com a família, senti de perto essa realidade. Nas vilas e cidades, as férias dos emigrantes ficam mais diluídas, mas nem por isso ignoramos que os nossos conterrâneos estão de volta durante pelo menos um mês.
Os anos passam a correr e os cabelos brancos ou a falta deles escondem fisionomias que nos foram próximas. Mas estamos sempre a tempo de as trazer até nós. Basta uma simples saudação para desfiarmos memórias de décadas.
Aqui fica uma saudação amiga para os emigrantes que chegam para férias, mas também para os que não puderam vir.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Brasileira procura familiares na Gafanha d'Aquém


Rodízio Estrela do Sul, Gafanha d'Aquém


Tânia Agostinho Romano Barros da Silva, brasileira, mas com ascendência portuguesa, mais concretamente da Gafanha d’Aquém, procura familiares porventura radicados nesta região.
Escreveu-me um e-mail, como muitos outros  já fizeram, com o mesmo objetivo de contatar com as suas raízes. Por vezes é fácil, sobretudo quando os apelidos coincidem com pessoas que conhecemos bem. Outras vezes nem tanto. E por estes e-mails já tenho conseguido dar informações preciosas para gentes de algumas partes do mundo.
Hoje lembrei-me de me dirigir aos meus leitores, no sentido de localizar familiares da Tânia. Talvez haja quem nos informe algo de importante.
A avó da Tânia emigrou para o Brasil em 1926 e morreu em 1979, com 75 anos de idade. Quando foi, com marido e filha, deixou na Gafanha d’Aquém pai, mãe e nove irmãos, dos quais haverá certamente descendentes. E diz que a sua bisavó se chamava  Maria Emília Ribeiro Martinho e que o seu bisavô tinha o apelido de Pata. A avó da Tânia, Maria Martinho Pata, e  seu avô,  João dos Santos Agostinho, viveram na Gafanha d’Aquém.

Quem dá uma ajuda?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Visita inesperada do Ruben e da Anabela



Ruben e Anabela


O Ruben Branco, que foi meu aluno, teve ontem a gentileza de me visitar. Vinha acompanhado de sua esposa Anabela. Já não os via há anos, mas foi com facilidade que os reconheci. Os mesmos olhos, as mesmas expressões, os mesmos sorrisos, as mesmas simpatias. Foi bom recebê-los e saber novas suas. Estão de férias entre nós e foi muito bom sentir que não se esqueceram desta nossa terra e sua gente. Lembrámos outras eras, amizades comuns e experiências vividas, ao mesmo tempo que vieram até nós pessoas e acontecimentos que perduram nas nossas memórias. E também fiquei a conhecer quanto apreciam o nosso país, com belezas que não nos cansamos de admirar e elogiar.A visita mostra que é possível e necessários conjugar outras eras com os tempos presentes, partilhando amizades, sensibilidades e emoções que alegram as nossas almas e enriquecem as nossas recordações ainda resistentes aos trabalhos da vida. Vão regressar e daqui, desde meu recanto, formulo votos sinceros de boa viagem e das maiores felicidades.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Migrantes em Fátima

Hoje e amanhã, o santuário de Fátima vai encher-se de emigrantes e imigrantes, que querem agradecer à Virgem Maria as graças recebidas durante um ano de trabalho longe das suas pátrias. É nas horas de muitos e duros trabalhos que os crentes normalmente se voltam para o divino. Compreensível e humano.
Admiro imenso quem tanto sofre para seu bem-estar e familiares, afastados das suas origens e tradições. Depois das promessas cumpridas e dos agradecimentos a Deus pelo bem recebido, voltam para mas um ano de trabalho.
Quando me cruzo com alguns, gosto de os ouvir e de recordar vivências partilhadas em horas felizes.
Aqui lhes deixo uma palavra de estima, com votos de boa viagem.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As saudades dos emigrantes

António Afonso


Uma carta do António Afonso

Graças aos meus blogues e ao que escrevo, tenho recebido inúmeros testemunhos das saudades dos nossos emigrantes por esta terra que os viu nascer. Principalmente por e-mail, mas também por carta. E até pelo telefone, como aconteceu ainda há pouco tempo, de um amigo que não ouvia nem via há muito.
Hoje quero partilhar com os meus leitores uma carta que recebi do amigo António Afonso, radicado nos EUA há 36 anos. Depois de alguns anos nas terras do Tio Sam, regressou à nossa Gafanha da Nazaré, mas acabou por voltar pelos laços familiares que o prendem àquela terra.
Comentando o livro “Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”, António Afonso sublinha que «tudo quanto seja possível dizer-se acerca da nossa querida Gafanha da Nazaré é bem pouco, porque a sua história é bem rica; quando eu cheguei ao mundo, ela tinha somente 14 anos, era uma jovenzita, mas já mostrava o seu potencial, que era o começo daquilo que hoje é e que virá a ser no futuro».
Louva, a seguir, o facto de no livro se recordar uma pessoa humilde — Armando Ferraz — «porque o mundo que Deus criou não é composto somente com grandes; também o é com humildes».
Porém, a carta do meu amigo António Afonso, a par dos votos de bom Natal, ainda trouxe o seu amor à Gafanha da Nazaré, traduzido em versos sentidos, que aqui partilho com os meus leitores, em especial com os nossos emigrantes. Diz assim:

«Ai minha querida Gafanha da Nazaré,
que nem sequer sabes quanto te amo!


E que vives na minha alma
E que sempre estás comigo.
Se de dia penso em ti
De noite sonho contigo.


Tanto tempo que lá vai
Mas da memória não me sai
A tua recordação.
Que farei desta saudade?
Longe da vista, é verdade,
Mas bem perto… no coração.


Vejo o fim que vai chegar
O que a mim me não afronta.
Já tenho minha mochila pronta
E nela te vou comigo levar.»


Meu caro amigo,
gostei de sentir o palpitar do seu amor à nossa terra, de pressentir o carinho que nutre pelos ares que lhe inundam a  alma e lhe dão ânimo para sonhar com um regresso, nem que seja passageiro.
 
Um abraço
 
Fernando Martins

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Visita de amigo emigrante

João Carlos


PRECISAMOS DA CULTURA DO NOSSO POVO


Há dias recebi a visita de um amigo emigrante, radicado há 30 anos nos EUA, mais concretamente em Elizabeth, New Jersey. Foi, enquanto jovem, meu vizinho e esteve recentemente em Portugal uns dias para celebrar o 80.º aniversário de seu pai, José Vareta, que reside na Gafanha da Nazaré. É ele o João Carlos Neto Rodrigues, filho do referido José Vareta e da Alice Neto, falecida há muito tempo.
Foi um prazer receber este nosso conterrâneo, pela simpatia e pela oportunidade de me levar a recordar tempos idos. É casado com a Fátima, natural de Sangalhos, e tem dois filhos, o André e a Lídia. Os filhos, americanos, não escondem o seu orgulho pelas origens dos seus antepassados e até «se assumem como portugueses», lembra o João Carlos.
Depois de evocarmos os seus avós, Manuel de Mira e Maria Merendeiro, o João Carlos fez questão de dizer quanto aprecia o meu blogue, que considera «uma janelinha por onde nós espreitamos para ver Portugal e a nossa terra; é uma fonte positiva de informações».
Formado em fisiologia, é presentemente investigador analítico numa empresa de fármacos genéricos, profissão que o faz feliz. Mas não deixou de lamentar o estado de abandono em que se encontram os emigrantes. «Os Governos não apoiam nem mostram interesse pelo ensino da Língua Portuguesa; nós pagamos pelo ensino do Português aos nossos filhos menores o que aqui se paga pelos filhos que frequentam as Universidades», adiantou.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Emigrantes no "Pela Positiva"

Professor Fernando Os meus respeitosos comprimentos O meu nome é Alberto Margaça e queria daqui do Canadá mais precisamente da cidade de Toronto saudá-lo e ao mesmo tempo dizer-lhe que aprecio muito o trabalho que vem fazendo no seu blogue, na Internet, “Pela Positiva”. Sempre atento ao que se passa na nossa terra, e não só, para assim a poder divulgar mais. E nós, que estamos longe, sabemos melhor que ninguém apreciar e valorizar tão excelente trabalho. Os meus parabéns e muito obrigado. Há já algum tempo atrás, na minha consulta ao blogue “Pela Positiva”, chamou-me a atenção o seguinte: “Escola da Ti Zefa - Antigos alunos querem encontrar-se.” Bem que eu gostava de ter sido um desses antigos alunos da escola da Ti Zefa, mas infelizmente não fui; e ainda hoje estou sem entender a razão de me mandarem a mim, e só a mim, daquela área, para a escola da Chave; porque todos os meus irmãos foram para a escola da Ti Zefa: a minha irmã Rosa, mais velha do que eu, e os meus irmãos mais novos, o Dimas, o João José, a Maria e a Regina, todos foram para a escola da Ti Zefa. E só eu é que fui para a escola da Chave e tinha que fazer essa caminhada todos os dias quatro vezes por dia, da casa dos meus pais até à escola, porque vínhamos comer a casa ao meio-dia. E é essa mágoa que eu carrego comigo toda a minha vida e que nunca esqueci. E devo-lhe dizer que ainda agora em Setembro, quando estive em Portugal, eu fui de propósito fazer essa caminhada da casa dos meus pais até à escola da Chave, só para ver o tempo que eu demorava e o sacrifício que naquele tempo me fizeram passar, quer estivesse sol, frio ou chuva, durante cinco anos. Nunca me vou esquecer destas coisas. Perdoar, sim; mas esquecer não consigo, nunca na vida. Senhor professor Fernando, desculpe este meu desabafo mas são coisas de outros tempos que eu não percebi, não percebo e nunca vou perceber. Coisas muito complicadas. Desculpe também o meu português, mas sabe que já estou fora de Portugal vai fazer trinta e sete anos e também os nossos computadores não tem os acentos e as cedilhas. Se quiser publicar esta carta no seu blogue “Pela Positiva”, por mim pode-o fazer. Não há problema. Um abraço Alberto Margaça Ramos NOTA: O Alberto, que tive o prazer de encontrar nas últimas férias que passou na Gafanha da Nazaré, escreveu-me esta carta, via e.mail, com a naturalidade de quem continua com saudades de todos nós. E vejam os meus amigos como ele recorda facetas da sua vida, que estão, como decerto tantas outras, bem guardadas num cantinho do seu coração e num saco grande das suas memórias. Claro, meu caro, que eu não iria publicar a tua carta sem pôr os acentos e as cedilhas nos seus lugares. Também corrigi uma ou outra gralha, substituindo letras maiúsculas por minúsculas e vice-versa. O que importa, Alberto, é partilhar vivências, sentimentos e emoções com os amigos, porque só partilhando aprendemos a ser solidários e fraternos. Aqui, no meu blogue, todos os emigrantes, e não só, têm o seu lugar à espera de ser preenchido, desde que venham até mim, sempre Pela Positiva. A foto reproduz, como facilmente se vê, a capa de um CD. É que o Alberto gosta mesmo de música. E como podia ele pôr de lado uma paixão de tantos anos?
Um abraço FM

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Emigrantes no “Pela Positiva”

É sempre com muita alegria que recebo notícias dos nossos emigrantes. Elas são a prova de que lêem os meus blogues e a certeza de que continuam sensíveis aos que se passa na nossa terra. Hoje ofereço parte de um e.mail do João Rodrigues, um gafanhão que não vejo há anos. “Gostava de fazer uma proposta... Frequentemente se fala no seu blogue acerca dos barcos bacalhoeiros, das secas, etc. Mas pouco se fala da ciência da construção de tais barcos. Os que sabiam construir tais embarcações estão a morrer, quase com a mesma frequência de grandes "símbolos"da nossa terra, e com eles toda uma ciência que bem poucos conhecem... Quantos contos e narrativas daí se poderiam tirar... Seria um grande favor para a história da Gafanha se alguém se propusesse a documentar tais factos. E segundo parece não há melhor qualificado de que o professor Fernando. E [outras pessoas], que tanto bem fizeram a muitos... será que as poderia entrevistar? Por favor, continue a falar da nossa gente com o mesmo brio e orgulho de sempre. Tal proposta vem ao encontro dos muitos artigos no blogue "Galafanha", que, para gente como eu, são um elo muito forte que nos une par além dos continentes. Obrigado, uma vez mais, pelo grande trabalho que está fazendo para benefício de todos os gafanhões.”
Um abraço João Rodrigues
NOTA: O João Rodrigues vive e trabalha num país sem acentos. Por isso, tive de fazer as devidas correcções. Diz o João que eu sou o "melhor qualificado" para escrever sobre o tema que sugere. Não é verdade. Há muita gente nas Gafanhas que sabem muito mais do que eu sobre esse assunto e sobre outros. Pode ser que eu convença algum a colaborar no meu blogue. Mas tens razão, João Rodrigues, quando dizes que há "símbolos" que começam a desaparecer, sem que alguém se preocupe com isso. Há tanto que fazer...
Um abraço
FM

terça-feira, 27 de maio de 2008

Searas de Portugal


Os nossos emigrantes fazem sucesso um pouco por todo o mundo. Desde sempre. Portugal foi desde as suas origens um país de emigrantes. Mas também de imigrantes. E disso nos tem dado nota a nossa história. Tão rica, mas nem sempre conhecida.
De vez em quando vamos sentindo essa realidade através dos meios de comunicação social, com reportagens saborosas, mostrando as marcas indeléveis dos portugueses através dos séculos.
Mas as actuais gerações também têm enriquecido o mundo com a exportação da nossa cultura para outros ambientes. E os nossos emigrantes, saudosistas como poucos, ou não fosse a palavra saudade uma das nossas criações mais sublimes, nunca esquecem as suas e nossas raízes.
Frequentemente, recebo reflexos de alguns que um dia partiram em busca de uma vida mais risonha. Como foi o caso de hoje. Outros terão ido pelo gosto da aventura, ou por um certo inconformismo com o que a terra-mãe lhes (não) dava.
O meu amigo e leitor José Ferreira remeteu-me um “site” que transportava uma entrevista com o Alberto Ramos, meu vizinho, que um dia emigrou para o Canadá, lá se radicando até hoje com a família. Não o vejo há muito, mas recorda o seu sorriso e a sua arte de executante musical.
Fiquei satisfeito de ver como ele nunca esqueceu a música e as canções, animando os portugueses, e não só, nas suas festas, que as pessoas não vivem nem podem viver só para o trabalho. O conjunto musical, Searas de Portugal, com Cantares do Nosso Povo, não se cansa de recordar as músicas de Portugal, do Minho ao Algarve, passando pela Madeira e pelos Açores.
Constituído por cinco homens e três senhoras, aqui ficam os nomes, com apelidos que estão na minha memória e nos meus ouvidos: Rosa Ramos (adufe e solista), Rosa Ribau (adufe e solista), Ilda Teixeira (acordeão), Alberto Ramos (solista, viola e cavaquinho), José Rebelo (acordeão e coro), João Ribau (viola baixo e coro), Paulo Lourenço (instrumentos tradicionais e coro) e João Cardoso (bombo e coro).
Sendo certo que o grupo musical tem actuado quase em todo o Ontário e Quebeque, alimenta, contudo, o sonho de cantar, um dia, nas festas e romarias do nosso País. E por que não nas festas das nossas Gafanhas? Quem o convida?

FM

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Para os nossos emigrantes





CASA GAFANHOA
À ESPERA DE MAIS VISITANTES
:
Posso garantir que, muitas vezes, sou interpelado por emigrantes de férias na Gafanha da Nazaré. Quando deambulo pelas ruas desta nossa terra, sobretudo em Agosto, encontro muita gente amiga que já não via há anos. É um prazer enorme para mim e decerto para eles. Então, há perguntas e mais perguntas de alguns deles, no sentido de saberem novas desta terra que nos viu nascer, que se vai modificando ano após ano. Muitas construções, ruas que vão nascendo ou que vão sendo melhoradas, ares modernos em muitos cantos. Porém, as recordações do passado, que brotam nas conversas que entabulo com eles, trazem a todos uma incontida alegria e um prazer inexplicável.
Às vezes dou comigo a pensar que seria muito interessante organizar um encontro para proporcionar aos emigrantes de férias entre nós uma oportunidade para recordarem os tempos em que por aqui todos brincávamos, rindo e folgando, ao sabor dos tempos livres e sem televisões que, como acontece hoje, nem espaço nos dão para falarmos uns com os outros.
A muitos vou dizendo que vale a pena visitar a Casa Gafanhoa, para que os seus filhos e netos vejam como era a vida dos nossos avós, tão diferente, obviamente, da vida dos nossos dias e da vida em terras da estranja.
A ideia do encontro e a proposta da visita à Casa Gafanhoa aqui ficam com votos de boas férias.
Fernando Martins