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sábado, 18 de julho de 2020

Um encontro de família





Tínhamos programado para o domingo que passou ficar por aqui no cumprimento das leis do confinamento, assumindo essa realidade como aconselhável ou até obrigatória. Alguém telefona, entretanto, a sugerir um almoço em comum, sem esquecer as regras impostas pelo bom-senso do distanciamento. Anuímos e assim aconteceu. Antes, porém, demos voltas à cabeça a pensar na melhor forma. O problema estava no modo de almoçar sem temores. E a solução, afinal, até foi fácil: fora de casa, sim senhor, até porque temos um relvado adequado à situação. Transmitida a ideia e tudo correu bem, graças a Deus. Consideramos que o difícil até se pode tornar fácil. Foi o que aconteceu. 
Vem isto a propósito da necessidade que temos de reunir a família, de estar em família a conviver, a partilhar alegrias e alguns problemas, a degustar uns petiscos, a trocar impressões sobre o dia a dia de cada um e  sobre projetos realizados ou idealizados, a contar histórias de outros tempos, a reviver momentos agradáveis, a olhar e sorrir sobre tudo e quase nada... a falar... falar... falar. 
O coronavírus lá vinha à baila com a forma de o evitar, se é que tal é mesmo possível, sobre a maneira de se fugir de ambientes duvidosos... e assim se passou o tempo. Sentados por aqui e por ali, usufruímos da sombra do pinheiro e da nogueira, não faltando um ventinho que lavava o ar que íamos respirando. E tenho para mim que o Covid-19 não encontrou ambiente propício para nos estragar a vida. As famílias não podem descurar os convívios e os encontros, sob pena de se perder a riqueza da unidade e da proximidade, fundamental no amor. 
Bom fim de semana.

F. M. 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A VIDA VAI CONTINUAR


Ontem, domingo, parte significativa da minha família reuniu-se para um almoço-convívio, o primeiro da nova era das nossas vidas, sob a lupa atenta de todos, não fosse o danado coronavírus atacar-nos sem dó nem piedade. Estava patente na mente e nos gestos de todos o respeito rigoroso pelas regras ditadas pelas leis em vigor e pelo bom senso de quem, desde que a crise se instalou no mundo, sem olhar a políticas, etnias e horizontes, sentiu as ameaças e as angústias de milhões de pessoas. 
Ao ar livre, no relvado e no coberto anexo, duas mesas à distância necessária, comes e bebes bem acondicionados e divididos, nada de abraços e beijos, conversas e alegrias partilhadas, máscaras prontas para entrar em ação… E assim se passou o primeiro dia das nossas vidas de família alargada, ao ar livre, dia soalheiro, sem o vento incomodativo, sem pressas, com os receios postos de lado, que deles andávamos todos fartos e ansiosos de procurar a natureza. 
Nos meus silêncios habituais, que deles por temperamento não consigo fugir, lembrei os que não puderam vir, que tudo aconteceu por acaso, por parte dos que desejavam libertar-se por umas horas da grande cidade que é o Porto e porque as saudades eram muitas. 
Tenho para mim que a vida vai continuar. As autoridades já escancararam os portões com regras à mistura a partir de hoje, segunda-feira. Ontem, fizemos em família o primeiro ensaio. Correu bem porque  quisemos que assim fosse. Assim toda a gente queira fazer o mesmo.

Fernando Martins

sexta-feira, 14 de junho de 2019

A Festa de Deus Família




Georgino Rocha 


Jesus, na ceia de despedida, fala abundantemente do Espírito Santo. Atribui-lhe funções de companhia amiga, mestre que faz memória do sucedido e ajuda à sua compreensão, conforto dos discípulos e testemunha qualificada, perante o mundo adverso, luz do coração que discerne a maldade do pecado e a bondade da graça, presentes nas situações de vida, guia seguro para a verdade plena. É sobretudo esta função que mais se destaca na festa da Santíssima Trindade. Jo 16, 12-15.
O pintor crente Roublev faz uma expressiva visualização desta realidade inabarcável pelas capacidades humanas: Um ícone de três pessoas que se entreolham e, no modo como se olham, fazem brilhar o amor de cada uma pelas outras. Traduz, assim, a relação que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito. São um só na comunhão e três pessoas na pluralidade das funções que manifestam ao longo da história da salvação. Todas estão presentes no agir de cada uma que assume o protagonismo. É pelo seu agir em nosso benefício que temos acesso ao mistério insondável da sua existência. É pelo que Jesus promete aos discípulos que podemos sentir a “mão” segura do Espírito Santo a conduzir-nos para esta verdade admirável.
O Papa Francisco, na exortação apostólica pós-Sinodal sobre os Jovens, afirma: “Deus ama-te. Nunca duvides disto na tua vida, aconteça o que acontecer. Em toda e qualquer circunstância, és infinitamente amado. Talvez a experiência de paternidade que tiveste não seja a melhor: o teu pai terreno talvez se tenha mostrado distante e ausente ou, pelo contrário, dominador e possessivo; ou simplesmente não foi o pai que precisavas. Não sei! Mas o que posso dizer-te com certeza é que podes lançar-te, com segurança, nos braços do teu Pai divino, do Deus que te deu a vida e continua a dá-la a cada momento. Sustentar-te-á com firmeza e, ao mesmo tempo, sentirás que Ele respeita completamente a tua liberdade”.

domingo, 10 de junho de 2018

O doido da família

Frei Bento Domingues

«Em nome do cristianismo, em nome da sua exclusiva posse da verdade, foram muitas vezes condenadas as outras religiões, pois a verdade e o erro não merecem o mesmo respeito.
Do anátema passou-se à tolerância. Não eram igualmente verdadeiras mas, para superar as guerras de religião, o melhor era suportá-las. Mal menor.
O pluralismo humano e cultural apontava para algo mais positivo. Nasceu a teologia sobre as outras religiões, baseada na pergunta: qual a significação que a diversidade religiosa pode ter no plano de Deus?»


1. A Catalunha continua a ser notícia por vários motivos, sobretudo por razões de ordem política. Os meios de comunicação portugueses não foram excepção, mas esqueceram a grande homenagem à figura marcante da cultura catalã actual e de significação universal.
A Generalitat de Catalunya i l'Ajuntament de Barcelona estão a celebrar, em 2018, o Ano de Raimon Panikkar (1918-2010), centenário de um sábio do nosso tempo [1]. Filho de pai indiano e hindu e de mãe catalã católica romana, nasceu em Barcelona, viveu na Índia e morreu rodeado da beleza em Tavertet.
Era padre, cientista, filósofo, teólogo e místico. Sem deixar de ser católico integrou, na sua identidade, vários elementos de outras crenças religiosas. Como diz Ignasi Moreta, editor das suas Obras Completas, das quais já saíram dez volumes, "era uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, entre as Letras e as Ciências, entre as expressões do Cristianismo, do Induísmo, do Budismo e do Pensamento Secular".

domingo, 18 de fevereiro de 2018

A FAMÍLIA NASCE DE UMA BÊNÇÃO DIVINA

Bento Domingues 


«O humor não faz mal ao amor à família. Em Granada, encontrei um pequeno azulejo com estes dizeres: família só a Sagrada e, mesmo esta, na parede pendurada.»

1. Da religião da tristeza resvalou-se para a tristeza da religião. Os primeiros gestos, palavras e atitudes do Papa Francisco mostraram que era possível virar essa página: a da Igreja e a da sociedade. Não queria fazer nada sem Deus e sem os irmãos. Mas o Deus de que fala e vive não é o da tristeza e da ameaça. Os irmãos convocados não são, apenas, os praticantes dos rituais católicos.
É bem conhecido que, em muito pouco tempo, enviou ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos uma convocatória para levarem o Evangelho da Alegria ao mundo actual. Inscreveu-se, deste modo, no caminho aberto por Jesus de Nazaré, assumido por João XXIII e esboçado no Vaticano II. Entretanto, o mundo mudou e está a mudar com uma velocidade estonteante.
Para Klaus Schwab, entre os muitos e diversificados desafios fascinantes que enfrentamos, o mais intenso e importante é como compreender e definir a nova revolução tecnológica, que implica nada menos do que a transformação de toda a humanidade. Estamos no início de uma revolução que alterará radicalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Na sua escala, amplitude e complexidade, o que considera ser a Quarta Revolução Industrial é diferente de tudo o que a humanidade viveu antes [1].

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Georgino Rocha — Em família, Jesus cresce em sabedoria



Festa da Sagrada Família


Lucas, o narrador dos relatos da Infância de Jesus, traz-nos, hoje, o estilo de vida da família de Nazaré, após a apresentação do Menino no templo de Jerusalém. (Lc 2, 22 e 39-40). E a Igreja destaca este estilo de vida como característica peculiar da Sagrada Família, dedicando-lhe a festa que estamos a celebrar, e como foco inspirador de toda a família humana, especialmente a cristã.
De facto, é neste modelo ideal, que os textos evangélicos apresentam, que se vão “desenhando” os valores estruturantes de toda a convivência humana, relacional, conjugal, eclesial; de toda a família em que as relações interpessoais estão marcadas pela vida de “comunhão” no seio de uma comunidade que São João Crisóstomo qualifica de “igreja doméstica”. Feliz expressão que desvenda horizontes novos que mobilizam as melhores energias humanas. Feliz expressão que mostra a riqueza de uma realidade insubstituível, apesar da fragilidade que a constitui. Feliz expressão que alia a seiva que circula nas veias do corpo aos laços da fé, gerando uma harmonia digna do maior apreço.
Hoje, somos convidados a relançar o olhar atento e carinhoso à nossa família de sangue, a admirar o que lhe dá vigor e consistência e é fruto do nosso cuidado constante, a reconhecer que há sombras a iluminar e limites a superar. Numa atitude sadia, sem ingredientes de fantasia adolescente nem de desilusão acabada. O Natal ensina-nos a viver um realismo confiante.
Lucas condensa o que acontece a Jesus na família de Nazaré em duas simples frases: “ O Menino crescia, tornava-se robusto e enchia-se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele”. Resumo denso e eloquente, onde brilha a luz que irradia para todo o mundo; onde, para evitar dispersões, se resume o núcleo da novidade cristã, que convém saborear e transmitir.
A família de Nazaré mostra-nos o valor do acolhimento que se abre à surpresa de Deus e, como humana que é, dá o seu consentimento livre após o diálogo de clarificação indispensável. O Evangelho de João faz-nos ver a origem da decisão de Deus quando o Seu Verbo de faz carne. Lucas e Mateus narram com delicados pormenores o que acontece a Maria e José. E, segundo eles, Jesus é o Mestre do acolhimento incondicional. Que oportunidade de mensagem quando tantas atitudes mostram fronteiras fechadas, casas trancadas, corações blindados. A par de tanta abertura e solidariedade, a sociedade e a Igreja, a família e as associações humanitárias ainda persistem na discriminação e na exclusão. Nem todas por igual, é certo. Mas com acentos bem notórios e indignos da nossa dignidade comum.
Maria e José acolhem-se mutuamente: como noivos que aguardam o tempo necessário para a vida em comum; como responsáveis pela vida nascente da parte de Deus em Maria; como fiéis cuidadores do Menino e de suas múltiplas necessidades. O relato deste cuidado traz-nos um fio de ouro a brilhar nas peripécias que vão ocorrendo e nas atitudes de paciência humilde e de coragem confiante que vão cultivando.
Da experiência inicial de acolhimento mútuo, abrem-se aos outros, a Isabel e a João Baptista, a Simeão, a Ana e a tantos nazarenos que lhe batem à porta ou encontram na rua. A vizinhança constitui um bom espaço para o exercício deste valor humano. E a família alargada, também, sobretudo os idosos que o Papa Francisco considera, por vezes, “exilados ocultos” nas suas casas ou na dos filhos, em lares e residências.
Do aconchego na gruta de Belém, apesar da pobreza inclemente, e silêncio contemplativo e da admiração suscitada pelo que se diz do seu Menino, são forçados a partir para o desterro, a enfrentar a intempérie do deserto, a abrigar-se em qualquer recanto do país de destino. São induzidos a regressar à terra natal, a estar em Jerusalém e satisfazer as prescrições legais, a debater-se com desencontros numa das idas ao Templo com o seu Menino, agora adolescente.
As fronteiras do seu coração iam alargando. E as margens do possível atingem uma medida única: a de ver o Filho deixar a casa familiar e começar a sua missão em público, como profeta itinerante nas terras da Galileia. Atitude quem nem os outros familiares compreendem. Só se aceita por amor confiante e dedicação exclusiva porque “a graça de Deus estava com Ele”, afirma Lucas na conclusão da leitura de hoje.
Maria, sua Mãe, deixa-nos um eco da sua estranheza: “Filho, porque procedeste assim connosco?” Pergunta a que Jesus responde com outra que desvenda a nova dimensão que já vive e que se propõe anunciar: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”. O caminho para Jerusalém deixa-nos indicações preciosas e claras sobre este ponto.
Os conterrâneos de Nazaré fixam-se no tempo em que vive com eles, ia à sinagoga, trabalha e convive. “Nascido de Maria, Jesus de Nazaré andou pelos caminhos de terra da humanidade, afirma em síntese de retrato que alarga os tempos iniciais.
Sim é Ele, podemos dizer nós com fé de convicção. A sua Família ficará a ser para sempre o referencial para a nossa humanidade e os seus valores a iluminar os nossos esforços generosos em lhes darmos rosto irradiante de beleza, amor e paz. E a Igreja, como mãe solícita, sobretudo das pessoas mais necessitadas, recomenda o Papa Francisco: “deve pôr um cuidado especial em compreender, consolar e integrar”, evitando agravar a sua situação já tão sofrida. (AL 49).
A família de Nazaré ensina-nos a ser agradecidos. Tal como Jesus tem em José e Maria os seus referentes iniciais, assim todo o ser humano necessita absolutamente de os ter. Não pode haver orfãos biológicos, sociais, culturais ou religiosos. O sentimento de pertença está primeiro. O olhar sorridente da mãe e os braços robustos do pai ajudam a estrurar a personalidade de cada um/a.
Em família, Jesus crescia em humanidade, robustecia-se em sociabilidade e enchia-se de sabedoria. Oxalá se possa dizer o mesmo de todas as crianças do mundo porque beneficiam do suporte de um ambiente familiar tão consistente que os pais e avós lhes proporcionam.

Georgino Rocha

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Georgino Rocha - A Alegria do Amor dá novo impulso à Família



O apelo chega de Boston, Estados Unidos, onde o cardeal de Chicago, Blase Cupich, e o teólog jesuíta, James Keenan, promovem um Congresso sobre o novo impulso que a exortação do Papa Francisco “A Alegria do Amor” quer dar à Igreja e à sociedade. É mais uma iniciativa feliz que vem juntar-se a tantas outras que visam renovar as práticas pastorais em relação às famílias. E realiza-se num momento em que parece ser necessário fazer “o ponto da situação” à recepção deste documento pós-sinodal pelas dioceses e seus serviços, designadamente pelas paróquias, âmbitos eclesiais mais próximos às pessoas.

"Quando Amoris Laetitia foi divulgada, foi discutida brevemente... mas não houve um interesse geral da paróquia em ler o documento na íntegra", confessa um leigo participante no referido congresso. Confissão que, certamente, muitos outros podem subscrever. 

"É triste dizer que a maioria dos que responderam (a um inquérito lançado para auscultar a realidade) diz que houve pouco impacto", revelou Vanessa White, leiga teóloga da União Teológica Católica, dos Estados Unidos. Revelação que constata o que estará a acontecer, ainda agora, em outras comunidades.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Vamos libertar o amor que há dentro de nós




Enquanto aguardava a minha vez de votar para as autárquicas na Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré, no domingo, 1 de outubro, ao mesmo tempo que cumprimentava quem saía e entrava na sala, apreciei o cartaz que ilustra esta mensagem. Pelo seu peso e medida na educação dos jovens alunos e dos adultos, nomeadamente professores e outros colaboradores, bem como pais e visitantes, resolvi fotografar o princípio básico que toda a gente devia seguir nos relacionamentos humanos, que se consubstancia no respeito integral pela defesa do bem, da verdade e da justiça. De mãos dadas, como grande família, vamos acabar com o ódio e libertar o AMOR que há dentro de nós.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

1.º de Maio de 2017 – um desafio à nossa coragem

O descanso do guerreio

Não vou hoje à procura do que escrevi sobre o 1.º de maio durante anos, nem desejo escrever sobre as lutas encetadas que levaram à festa dos trabalhadores, celebrada, tanto quanto sei, apenas nos países de regimes democráticos. Escrevo tão-só na qualidade de aposentado e de trabalhador que continuo a ser, não remunerado, mas feliz por isso. E agradeço o dom da vida que me permite sentir que a dignidade humana passa, indubitavelmente, pela alegria do trabalho, seja a que nível for.
Hoje acordei cedo. A presença de filhos no almoço e na tarde luminosa, com cenário de relvado para o neto mais novo, o Dinis, jogar e traquinar à vontade, despertou-me para ajudar na festa. Não para suster os seus remates indefensáveis, com os meus músculos já incapazes de reações bruscas no momento próprio, mas para ao menos preparar uma sopa. Foi o que fiz, para além de sair às compras inevitáveis.
Nestas andanças, de preocupações leves e gostosas, ainda me lembrei de passar, um momento curto que fosse, pelas festas do 1.º de Maio que de há bons anos a esta parte se realizam à sombra da Senhora dos Campos, na zona da antiga Colónia Agrícola da Gafanha, mas o receio de não suportar a caminhada impediu-me de sair. 
Fiquei então por aqui a pensar no mundo do trabalho com tanta gente sem o ter. Mundo com imensas áreas onde homens e mulheres, novos e velhos, dão o seu melhor, nem sempre remunerados com justiça e garantias de emprego, mas ainda sem certezas de uma velhice digna. O futuro incerto é o pior cenário de quem trabalha nesta sociedade de horizontes sombrios. Haverá outras melhores? Esse é o grande dilema que me assalta frequentemente. 
Apesar de tudo, a festa é sempre uma excelente oportunidade de cultivar amizades, de rever amigos, de partilhar saberes e… sabores. A festa pode aliviar as dores, afugentar temores, despertar para novos caminhos de esperanças sadias e fraternas. A festa… a festa… a festa … pode ser motivo de libertação, de motivação, de abertura a novas partidas, a novos desafios, que parar é morrer.
Gosto muito de ver jovens corajosos e empreendedores que se abalançam a construir projetos jamais imaginados. Que não se quedam à espera que lhes caia do céu um emprego bem remunerado. Não há milagres desses. O milagre é inerente ao nosso esforço determinado para saltar da modorra que conduz ao desânimo. 
Até para o ano… Com um 1.º de Maio mais feliz.

Fernando Martins

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cultura do encontro

Temos de trabalhar pela cultura do encontro 
na família e sociedade 
e combater a indiferença, afirma papa


«À mesa, na família, quantas vezes se come a ver a televisão ou se escrevem mensagens no telemóvel. Cada qual é indiferente [ao] encontro. Inclusive precisamente no núcleo da sociedade, que é a família, não há encontro», frisou Francisco. «Se eu não vejo – não é suficiente olhar, não, ver –, se eu não me detenho, se eu não vejo, se eu não toco, se eu não falo, não posso fazer um encontro e não posso ajudar a fazer uma cultura do encontro.»

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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ponte da Cambeia e família em grande plano

Seria inverno ou dia de frio

Esta fotografia não engana ninguém. Foi tirada por mim de posição diferente. A Lita e os nossos filhos de tenra idade. Marca indelével da nossa terra de há décadas. Não é em nome de qualquer tipo de nostalgia porque o progresso faz parte da vida, salvaguardadas as condições de vida das pessoas e o ambiente que nos envolve. Naqueles tempos também havia poluição na Ria, com a agravante de a censura impedir a publicação de denúncias desse teor. Um dia poderemos falar disso.

sábado, 10 de outubro de 2015

Casamento católico: indissolúvel?

Crónica de Anselmo Borges 

«E a falta de amor, 
quando o casamento 
se torna um inferno?»

1. A família estável, no amor fiel e para sempre, é célula de base da sociedade e da Igreja, valor essencial pelo qual vale a pena bater-se, tanto mais quanto é o espaço ideal para ter filhos e educá-los, porque ali se junta o afecto e a autoridade. A desestruturação da família afunda a sociedade. Mas a vida é o que é. O próprio Papa Francisco, embora evitando a palavra divórcio, veio reconhecer que a separação pode ser "moralmente necessária". No caso da violência doméstica, por exemplo: "Quando se trata de proteger o cônjuge mais frágil ou as crianças das feridas mais graves causadas pela violência."

domingo, 17 de maio de 2015

Dia Mundial das Comunicações Sociais

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO 

Comunicar a família: 
ambiente privilegiado do encontro 
na gratuidade do amor


«Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.»

Ler Mensagem 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

Comunicar a família: 
ambiente privilegiado do encontro 
na gratuidade do amor


«Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é «o espaço onde se aprende a conviver na diferença» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida.»

domingo, 18 de janeiro de 2015

Papa nas Filipinas

Francisco apela à luta contra a pobreza 
e à defesa da família,
em Missa com seis milhões de pessoas

Papa nas Filipinas

«O Papa presidiu hoje em Manila à Missa conclusiva da sua viagem às Filipinas, perante uma multidão de vários milhões de pessoas, e desafiou os católicos a lutar contra a pobreza e defender a família.
“Pelo pecado, o homem destruiu a unidade e a beleza da nossa família humana, criando estruturas sociais que perpetuam a pobreza, a ignorância e a corrupção”, denunciou Francisco, durante a maior celebração do atual pontificado, junto ao estádio ‘Quirino Grandstand’, na área do Parque Rizal.
A Autoridade Metropolitana para o Desenvolvimento de Manila avançou oficialmente com o número de seis milhões de participantes, o que representa um recorde na história dos pontificados.
Como fizera esta sexta-feira, o Papa alertou para a necessidade de promover a família e a natalidade.»

Ler mais na Ecclesia

sábado, 4 de outubro de 2014

DEBATES SOBRE A FAMÍLIA

Crónica de Anselmo Borges

«O Sínodo não pode não ter em conta os avanços da ciência com incidência neste domínio: por exemplo, o início da pessoa humana, as técnicas de reprodução assistida, o controlo da natalidade com métodos anticonceptivos proibidos pela Humanae Vitae. Espera-se uma palavra de abertura para que os casais divorciados e recasados possam aceder à comunhão. A formação terá de ser para a liberdade na responsabilidade, sem esquecer "o primado da consciência" que "deve guiar as decisões dos cristãos e cristãs adultos, muito especialmente na sua vida íntima e familiar".»

domingo, 21 de setembro de 2014

CONVIDADOS PARA JANTAR, PROIBIDOS DE COMER (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 

1. No contexto da preparação do Sínodo dos Bispos, convocado para o Vaticano pelo Papa Francisco, a realizar de 5 a 9 de Outubro, sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização, é normal que se tenham intensificado, nos diferentes continentes, os confrontos de tendências pastorais e teológicas sobre os antigos e novos modelos de família.

Na realidade, desde o Vaticano II, não houve pausa nas controvérsias sobre as implicações da celebração católica do casamento. Não serão extintas no próximo Sínodo dos Bispos. O Papa Francisco não pode nem deve fazer tudo sozinho e tem de contar com os pedregulhos que os adversários da sua orientação lhe colocaram e colocam no caminho.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A família: a felicidade controversa?

No PÚBLICO de hoje

A Pastoral da Família não se destina a restaurar 
uma herança em ruinas e algo idealizada, 
por isso é ainda mais necessária e urgente.


1. Não há só um modelo de família. Ao longo dos tempos e segundo a diversidade de povos e culturas, os historiadores e os antropólogos podem testemunhar tanto a pluralidade das suas formas como a sua presença constante.

Mesmo hoje, em Portugal, apesar da maior fragilização dos laços conjugais, o aumento dos divórcios, a diminuição dos casamentos e dos filhos, a família apresenta-se, do ponto de vista da realização e da estabilidade emocional, a grande referência. Mais de 70% dos portugueses continua a associar a felicidade à vida em casal. O fim de uma relação não põe em causa esse ideal, embora seja vivido em novos cenários (1). É sugestiva a descrição que alguns sociólogos espanhóis fizeram do ciclo vital dos nascidos no ano 2000. Antigamente, o ciclo vital constava de três ou quatro etapas, agora, de modo mais complexo e diluído, pode estender-se a nove.

sábado, 23 de novembro de 2013

As perguntas do Papa Francisco. I

Anselmo Borges


É normal, antes de cada Sínodo dos Bispos, auscultar os diferentes episcopados sobre a problemática a debater. Mas, desta vez, foi diferente, de tal modo que os media mundiais deram e dão imenso relevo ao tema. Que se passa?

Por um lado, o Papa Francisco não dirige o seu inquérito apenas aos cardeais, bispos, padres. Ele quer que todos sejam ouvidos, que o inquérito chegue às bases, pois, como constantemente acentua, a Igreja somos nós todos. Ele tem uma visão da Igreja enquanto um Nós, Povo de Deus. Por isso, não mantém uma concepção vertical de governo da Igreja, mas sinodal (a palavra é rica, quando se atende ao étimo grego: reunião, caminhar juntos, fazer juntos o caminho). No fim, será ele, em última instância, a decidir, mas sinodalmente, não separado dos outros bispos nem dos fiéis.

Por outro lado, sendo a próxima Assembleia do Sínodo sobre a família, Francisco quer saber o que pensam os católicos sobre esse tema fundamental e decisivo, sem ocultar as questões, mesmo que difíceis e fracturantes.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Jejum de televisão




Tenho estado a viver uma experiência enriquecedora, com a televisão fechada para me não distrair com o que os diversos canais nos oferecem. Eu sei que há canais temáticos de interesse e que mesmo as nossas televisões nos brindam, de vez em quando, com belos programas. Não nego essa realidade, mas tenho confirmado que me perco com banalidades, ficando sem tempo para leituras e outras alegrias, nomeadamente a escrita. 
Com a televisão ligada, caio na tentação de esperar por algo mais e melhor, coisa que raramente acontece nesta grande janela que dá  para o mundo, apesar de tudo importante, sobretudo quando nos mostra realidades da aldeia global que é o planeta em que moramos. Mas a opção por fechar a televisão prende-se, também, com o muito que se acumula na mesa e nas estantes, à espera de ser lido. Livros, revistas e jornais, sobretudo.
Com este jejum, tenho sentido uma certa paz de espírito e uma tranquilidade enorme  para viver à minha maneira, com filhos e netos que me vão dando o prazer das suas conversas, dos seus sorrisos e até brincadeiras. E quando eles se vão, que as suas vidas são de trabalhos persistentes, então tenho os amigos, os livros, sempre disponíveis para me ensinarem, formarem,  informarem e divertirem, numa ação pedagógica extensiva a todo o universo... 

Fernando Martins