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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Dia dos Fiéis Defuntos

Oficialmente, o Dia dos Fiéis Defuntos celebra-se hoje, 2 de Novembro, em Portugal e no mundo de expressão cristã, tanto quanto sei. Por no dia anterior ser feriado, o nosso povo aproveita e recorda, com flores e orações, mas também com histórias alimentadas pelas saudosas memórias, os que já partiram para o Pai misericordioso que tudo e sempre perdoa, no dizer do Papa Francisco, quando veio a Fátima.
Aproveitemos, então, este dia para lembrar, sobretudo aos mais novos, os fiéis defuntos, cujo espírito permanece em nós.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Todos os Santos e Fiéis Defuntos


Os meus saudosos  pais
Novembro começa bem com Todos os Santos e Fiéis Defuntos. Depois voltamos à vida com as suas exigências envolventes que motivam trabalhos e geram esquecimentos. Mas em novembro, em todos os novembros, jamais esqueceremos os dois primeiros dias.
Como é meu hábito, gosto de visitar o nosso cemitério. Entro e deambulo livremente. Vou para visitar familiares e amigos, muitos familiares e muitos amigos. E falo com eles, rio e sorrio de histórias partilhadas, de conversas e convívios animados. Tantos rostos que me saúdam e me seguem quando me afasto, ao jeito de quem suplica que fique mais um bocadinho. E quantas vezes respondi a esse apelo para confirmar idades e datas de quem repousa naquele chão sagrado.
Naqueles dias, apreciei o carinho posto nas campas que ostentam nomes que me foram próximos e muitos outros que nunca vi na vida. E com que amor foram ornamentadas. Flores e mais flores de todas as cores e preços. Mas também me cruzei com campas abandonadas. Há tantos que não têm quem se lembre deles!
Os crentes, como eu, não se esquecerão dos nunca lembrados.

domingo, 1 de novembro de 2020

A vida é um exercício de esperança

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO



Neste doloroso tempo de pandemia, 
as bem-aventuranças estão a ser vividas 
por crentes e não crentes que ajudam 
a resistir à sua cruel devastação.

1. Segundo o grande historiador das religiões, Mircea Eliade, a crença na vida para além da morte está demonstrada desde os tempos mais remotos. As primeiras sepulturas conhecidas confirmam a antiguidade dessa crença. Os enterros direccionados para Oriente – e os usos dos seus rituais – indicavam a intenção de conectar a sorte da alma com o curso do sol, ou seja, a esperança num “renascimento”, a existência num outro mundo com marcas e utensílios das ocupações da vida anterior. Daí a sua conclusão: o homo faber era também homo ludens, sapiens e religiosus [1].
A festa de Todos os Santos e a celebração de Todos os Fiéis Defuntos podem ser estudadas como fenómenos internos do cristianismo, mas também em ligação com outra história subjacente: a história da cristianização de festas e mitos pagãos.
O desejo de viver e de renovar a vida parece fazer parte de qualquer ser humano. Para uns, a morte apresenta-se como o fim dessa utopia. Para outros, é inconcebível que esse desejo natural possa ser frustrado e acreditam, de modos muito diferentes, que a morte não é a última palavra.
Diz-se que a biomedicina actual promete a imortalidade do corpo neste mundo [2]. Veremos, como dizia o ceguinho.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

A VIDA DOS DEFUNTOS: ESPERANÇA E DESAFIO

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Dia dos Fiéis Defuntos

A fronteira da morte sempre me impressionou de forma interpelante, apesar de acreditar firmemente no convite e na promessa de Jesus: “Vinde a Mim… e encontrareis descanso para as vossas almas”. (Mt 11, 25-30); apesar de me rever na bela imagem da ovelhinha que Ele encontra nos silvados, resgata com esforço e dedicação e, cheio de alegria, conduz aos ombros para junto das outras, para o redil comum. 
“É inevitável que no dia dos defuntos recordemos os que morreram, especialmente aqueles que por vínculos de sangue, amizade ou admiração, representam algo importante na vida, confessa J. M. Castillo. Mas o mais importante não é olhar o que já passou, mas centrar a nossa atenção no que todos temos de afrontar: o problema do futuro, na morte e depois da morte”. Memória agradecida em relação aos que estamos vinculados pela passado, preocupação inquieta e confiante face ao que nos está reservado de acordo com a misericórdia de Deus e com as nossas atitudes fundamentais durante a vida terrena. 
Retomando a minha reflexão que é testemunho, pensava: E agora?. Sinto-me só face aos desafios da vida. Tenho de resolver problemas que não esperava, nem dependiam de mim... Recorro à memória e configuro o rosto dos meus familiares. Peço-lhes que me digam algo, me deem um sorriso, me inspirem uma solução. E o que recebo é um silêncio profundo, definitivo, que procuro interpretar. 

domingo, 30 de outubro de 2016

Todos os santos e fiéis defuntos

Reflexão de Georgino Rocha
  
FELIZES OS MISERICORDIOSOS



Jesus inaugura a sua missão pública com o manifesto da felicidade proclamado com a maior solenidade: Sobe à montanha, rodeia-se dos discípulos, tendo a multidão ao alcance da sua vista. Fala com autoridade, semelhante à de Moisés. Mateus e Lucas retratam a cena e emolduram-na com vários elementos de grandiosidade.
O discurso inaugural condensa-se nas bem-aventuranças de quem aceita e vive esta mensagem. E Jesus vai enumerando situações concretas de felicidade: ter um coração aberto e disponível, de pobre, como Maria de Nazaré a quem a prima Isabel saúda dizendo: “Feliz és tu porque acreditaste”; aceitar a verdade do seu ser, a humildade, sem falsas aparências, como Zaqueu que acolheu Jesus em casa e repartiu os bens; chorar lágrimas de dor e de arrependimento como a pecadora pública que reconheceu Jesus em casa do fariseu e o distinguiu com o perfume do amor; ter fome da justiça que faz brilhar a dignidade humana, como a viúva teimosa que não deixou em paz o juiz iníquo, enquanto não foi atendida; ser misericordioso, como Deus Pai de Quem Jesus é rosto qualificado e filho muito querido.

sábado, 1 de novembro de 2014

A VIDA DOS DEFUNTOS

Reflexão de Georgino Rocha 



A fronteira da morte sempre me impressionou de forma interpelante, apesar de acreditar firmemente no convite e na promessa de Jesus: “Vinde a Mim… e encontrareis descanso para as vossas almas”. (Mt 11, 25-30); apesar de me rever na bela imagem da ovelhinha que Ele encontra nos silvados, resgata com dedicação e, cheio de alegria, conduz aos ombros para junto das outras.
E agora? pensava. Sinto-me só face aos desafios da vida. Tenho de resolver problemas que não esperava, nem dependiam de mim... Recorro à memória e configuro o rosto dos meus familiares. Peço-lhes que me digam algo, me deem um sorriso, me inspirem uma solução. E o que recebo é um silêncio profundo, definitivo, que procuro interpretar.
Ressoa, então, o eco das suas vidas, das conversas havidas, das respostas dadas para as situações com que nos deparávamos. E a memória faz-se presença e a saudade gera encontro e comunhão. Nasce o desejo de entrar em contacto com eles, de os abraçar, de conhecer a sua sorte, de experienciar a qualidade da sua vida nova. 

sábado, 2 de novembro de 2013

Os nossos mortos com presença viva

Igreja matriz de Pardilhó
Ontem foi dia de irmos ao cemitério de Pardilhó, terra natal da Lita, para falarmos com os nossos familiares que ali dormem o sono sem fim. Crentes que somos, não podíamos deixar de rezar por eles e de com eles conversar sobre tantas vivências em comum, com os nossos filhos a colherem a ternura que deles dimanava de cada gesto e sorriso. Ainda hoje, quando à baila vêm recordações que jamais nos abandonam, sabem imitar e repetir palavras e atitudes de bem que nos perpetuam no tempo presente e para além dele. 
Era o Dia de Todos os Santos, que desde menino me  habituei a celebrar, com a ajuda de minha mãe que me ia introduzindo nos caminhos da fé. Os homens entenderam suprimir este feriado, dando primazia a outros. Foi pena.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aproveita a tua vez de ajudar o mundo a ser melhor




DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS 
Georgino Rocha 

Vivo este dia com um misto de saudade e de confiança. Saudade que me faz viajar no tempo e mergulhar no pós-morte; entro assim em relação com os que cessaram funções na terra e as iniciaram, de outro modo, na eternidade, os queridos defuntos. É uma relação que, normalmente, recorda a sua bondade, o contributo que deram para tornar mais humana a vida em família, na sociedade na comunidade cristã. Se lembro algum episódio menos edificante é para “tirar” partido do humor que, nele, sempre se esconde e pode ajudar ver a realidade com olhos novos. E surge, espontaneamente, a gratidão que transformo em oração ao Senhor da Vida e a confiança que me anima a prosseguir e valorizar a herança recebida. Faço a visita ao cemitério, paro junto da campa dos meus pais e irmãos, contemplo o seu rosto esmaltado — memória no tempo sempre actuante que vai resistindo à intempérie —, medito na força do silêncio que me segreda: aprecia e aproveita a tua vez de ajudar o mundo a ser melhor.