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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Recordando um amigo: Georgino Rocha

Lembrei-me hoje de um amigo que já está no seio de Deus: Georgino Rocha. Um padre amigo e sempre disponível para colaborar neste meu blogue, com reflexões adequadas aos tempos litúrgicos. Não era preciso telefonar-lhe nem sugerir-lhe assuntos para os seus escritos. Estou convicto de que o meu amigo de tantos anos não me levará a mal este modesto elogio, mas sinto que devo fazê-lo por razões de justiça.
A sua fidelidade era tal, que, mesmo doente, os seus escritos não faltavam na hora própria, dando testemunho da sua fé e da sua cultura, que era muito acima do normal. Não será necessário citar os seus doutoramentos porque o padre Georgino não fazia gala disso, embora o provasse, quando escrevia ou falava para gente humilde ou culta.
Em sua memória, republicarei alguns textos seus. É que o padre Georgino continua a acompanhar-me na minha vida terrena.

Fernando Martins

quarta-feira, 10 de maio de 2023

O Padre Georgino já está no seio de Deus

Os seus escritos pautaram-se por uma sensibilidade marcada por uma atenção ao mundo e à época em que viveu, realçando em cada momento as convicções que o definiam como crente, mas ainda como cidadão comprometido num mundo melhor, fundamentalmente aberto à paz, à fraternidade e à justiça social.

O Padre Georgino Rocha, colaborador do meu blogue há anos, faleceu na Casa Sacerdotal, onde residia, deixando em quantos o conheciam e com ele lidavam uma memória riquíssima, aberta e atenta aos homens e mulheres do nosso tempo.
Estranhando a falta das suas reflexões que semanalmente me enviava, telefonei-lhe e senti então, pela sua voz fragilizada, que o meu amigo de longa data não estava bem. Tranquilizei-o com a nota de que escrevesse quando pudesse. E fiquei à espera.
O Padre Georgino, como pessoa culta e de fé esclarecida, assumiu, por isso, o propósito de formar, informar e esclarecer os seus leitores através do que dizia, escrevia e publicava. Quem leu as suas reflexões e crónicas no meu blogue e nos jornais, quem saboreou os livros que publicou, abordando temas de âmbito eclesial, mas não só, compreenderá que o Padre Georgino sempre pugnou por uma pastoral de mudança na Igreja, mais aberta ao futuro de um mundo que tende a descristianizar-se.
Os seus escritos pautaram-se por uma sensibilidade marcada por uma atenção ao mundo e à época em que viveu, realçando em cada momento as convicções que o definiam como crente, mas ainda como cidadão comprometido num mundo melhor, fundamentalmente aberto à paz, à fraternidade e à justiça social.
A faceta de professor, que na qualidade de aluno posso testemunhar, enriqueceu-me não só pelo que explicava, mas ainda pelas pistas de pesquisa que sugeria. E a sua postura como cidadão identifica em cada momento um homem bom, aberto ao diálogo e ao testemunho da fé que o animava.
Que Deus o acolha no seu regaço maternal.

Fernando Martins

Notas:


1 - Os restos mortais do Padre Georgino estarão amanhã, quinta-feira, 11 de maio, a partir das 12h00, na Igreja do Seminário de Aveiro, onde se celebrará a Eucaristia, pelas 14h00. Seguirão depois para Calvão, sua terra natal, onde terá lugar o funeral, pelas 17h00;

2 - Sobre o Padre Georgino ler mais aqui

sábado, 18 de março de 2023

ESCUTAR JESUS QUE ME CHAMA PELO NOME

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana


A cura do cego de nascença provoca uma subida de tensão entre os fariseus e Jesus. A oposição é clara. O povo inclina-se para dar razão ao proceder de Jesus e distanciar-se dos mestres da Lei. A polémica sobe de tom e a linguagem também. O confronto avizinha-se e estala na Festa das Tendas. Jesus pronuncia o seu último discurso em público, o discurso do Bom Pastor, que João, o narrador do episódio, recompõe e relata de modo admirável. Discurso em que Jesus recorre a metáforas de sabor bíblico e reafirma a sua identidade. “Eu sou a porta”; “Eu sou o bom pastor”. Afirmações repetidas duas vezes. Em contraposição, os outros ficam excluídos e desautorizados. Que sentimentos terão assaltado o coração dos ouvintes e, sobretudo, o dos fariseus!

sábado, 11 de março de 2023

A ÁGUA DE JESUS SACIA A NOSSA SEDE

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana 


O encontro de Jesus com a samaritana contém uma riqueza admirável de ensinamentos. Pelo que mostra e pelo que simboliza. Para todos os tempos. Centrado nas sedes humanas, envolve outras dimensões pessoais e colectivas, conjugais e familiares, étnicas e religiosas, espirituais e transcendentes. Centrado em dois protagonistas – o judeu Jesus e a anónima samaritana – decorre em ambiente de diálogo pedagógico esclarecedor. Quem necessita passa a dar ajuda e quem dispõe de meios acolhe os que lhe são oferecidos. João, o evangelista encenador e narrador do episódio do poço de Jacob, em Sicar da Samaria, elabora uma excelente catequese que a Igreja integra na preparação dos candidatos ao baptismo, início da vida cristã. (Jn 4, 5-42).

sexta-feira, 3 de março de 2023

TRANSFIGURAÇÃO: A DE JESUS. A NOSSA

Reflexão de Georgino Rocha 
para o II Domingo da Quaresma


A Quaresma faz-nos acompanhar Jesus no percurso da Paixão, do Tabor ao Calvário. A Vida cristã pode ser comparada a uma caminhada que deve ser percorrida na escuta atenta de Deus, na observância total aos seus planos. A Quaresma é um momento forte para rever essa caminhada Esta é uma reflexão do Padre António Homilética 2203/2. A Trindade é Luz bem como o Jesus da Transfiguração. As Leituras bíblicas de hoje nos ajudam…
Na 1.ª Leitura, vemos a caminhada de Abraão: (Gén. 12,1-4): Deus chama Abraão, convida-o a deixar a terra e a família e a partir ao encontro de uma outra terra, para ser um sinal de Deus no meio dos homens. Deus lhe oferece a sua bênção e a promessa de uma família numerosa, que será testemunha da Salvação de Deus diante de todos os povos. Diante do desafio de Deus, Abraão pôs-se a caminho.

sábado, 18 de fevereiro de 2023

EXEMPLO DE JESUS: AMAR A TODOS SEM DISTINÇÃO

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo VII do Tempo Comum

Imagem Pixabay  
Deus humanizou-se é a verdade mais admirável da mensagem deste VII Domingo. Deus não apenas se faz humano em Jesus Cristo, mas em todos os seres humanos. Ao Deus de Jesus Cristo não o encontramos no «sagrado», mas no humano. Mensagem clara que Deus nos deixa: A relação com o/a outro/a espelha a nossa relação com Deus. De contrário será engano. José M. Castillo, La Relligión de Jesús, pág. 106
Agrada-nos ver o Evangelho e observar Jesus. Observar a sua pedagogia, observar como educa, como ajuda a crescer os seus discípulos e o povo simples. A tomar nota de como procede connosco. Olhamos porque olhando aprendemos e aprendendo, crescemos e crescendo, somos. Somos filhos da mesma história a guardar e artesãos de uma história a construir.
“Se não sois melhores que os escribas e os fariseus…, não entrareis”. Sentença dirigida a todo aos ouvintes e extensiva a todos. Ricardo Fernandez, Homilética 2023/1, pág. 50 Sentença glosada por Jesus e recordada no domino passado. Segue o exemplo deste autor que, servindo-se de casos casos convida a ampliar os círculos.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

SER HUMILDE, REFLEXÃO DOMINICAL

Reflexão de Georgino Rocha
para este fim de semana

O domingo passado apresentava a mensagem litúrgica sobre o que é ser humilde; o de hoje propõe-nos a boa nova do que é ser justo, viver na justiça, praticar a justiça,
Justos são os cristãos que se relacionam vitalmente com Deus Trindade e com os seres humanos fraternalmente já que têm o seu coração posto firmemente neles. Não se apoiam na sabedoria humana, mas na divina, embora pareçam débeis aos olhos do mundo e tementes, assiste-os o poder do Espírito que guiava Jesus no processo da paixão e crucifixão.
Justos são testemunhas fortes, que as suas boas «obras» dão «glória ao Pai que está nos céus»; colaboram a chegada do reinado de Deus, indicando os caminhos da salvação.
Jesus elogia o povo simples indicando a sua identidade cristã: Ser sal da terra e ser luz do mundo chamando assim a viver a sua dignidade cristã.

sábado, 28 de janeiro de 2023

A GRANDEZA DE SER HUMILDE

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

Jesus é perentório no evangelho deste domingo: Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo. Longe de vós só há trevas e corrupção. E se não há luz fica tudo às escuras, tudo a deteriorar-se. Junta â sua palavra o exemplo da vida e a força do testemunho dizendo: Aprendei de Mim que sou manso e humilde do coração. A Homilética destaca no seu comentário a humildade como núcleo base da liturgia de hoje.
A humildade, ensina a Igreja, faz-nos realistas e permite-nos relacionar-nos com Deus e com os outros seres humanos admirando neles o rasto divino num amor feito serviço e não orgulho nem vã glória.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

JESUS ANUNCIA O DEUS DA MISERICÓRDIA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

Um mundo em que haja paz

Os nazarenos ouviram notícias acerca de Jesus e sentiam-se orgulhosos. Finalmente um “filho” da terra tinha nome e fama. De Cafarnaum, sobretudo, provinham comentários muito abonatórios e religiosos. E Jesus lembra-os no comentário tenso ocorrido na sinagoga após a proclamação do «manifesto do Reino» feita a partir do texto de Isaías. “Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. Finalmente, alguém podia “resgatar” a memória das vítimas trucidadas pela repressão romana e fazer ressurgir a consciência e a dignidade da autonomia “nacional”.
Orgulhosos acolhiam Jesus nas visitas que fazia à terra natal, depois do início da missão em público. A fama credenciava a recordação agradável da vida em família, da convivência com a vizinhança, do cumprimento dos preceitos religiosos, na simplicidade na arte de ganhar ao pão e de fazer algo socialmente útil. Acolhiam e gostavam de o ouvir falar, pois dizia “palavras cheias de graça” de que suscitavam pergunt7as existenciais.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

VIVE A LIBERDADE QUE JESUS TESTEMUNHA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

O desejo ilimitado de ser ouvido
Jesus escolhe a sua terra natal para fazer a proclamação oficial da sua missão. Vai à sua sinagoga, participa na celebração, pega no livro que lhe é apresentado, lê com clareza o texto, enrola o pergaminho, fecha o livro, entrega-o ao ajudante e declara com serena firmeza: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. Movimenta-se livremente na assembleia que, n’Ele, tinha os olhos fixos. Adopta atitudes de mestre reconhecido. E Lucas, autor do relato evangélico, adianta a observação pertinente: “Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras que saíam da sua boca”.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal de ontem, natal de hoje

A maravilha de crescer em humanidade

Reflexão de Georgino Rocha
para esta época

Fé que não se faz cultura não chega a ser fé cristã. Festa que não ajuda a crescer em humanidade, não é festa cristã.

O nascimento de Jesus suscita um dinamismo extraordinário que Lucas narra de forma sóbria e discreta. Maria e José aconchegam o Menino e vêem realizadas as promessas feitas há meses pelo enviado de Deus. Contemplam-no, mais com o coração do que com os olhos, e deixam que seja o silêncio a falar. Acolhem quem O visita e ouvem quanto se diz a respeito do recém-nascido. Lc 2, 1-20.
Os pastores acorrem apressados e expectantes. Querem confirmar o que lhes havia sido anunciado. Os magos, despertos e orientados na sua curiosidade, põem-se a caminho e, errantes, vagueiam até chegar ao local do encontro. Herodes e os seus conselheiros reúnem de emergência e, temendo o pior, armam ciladas a quem os consulta e procuram eliminar a presumida ameaça ao poder. O Céu une-se à terra em admirável exultação festiva e maravilhosa coincidência.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Luz de Natal: São José, homem dos sonhos de Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IV do Advento
 
Ilustração de Daniele Crespi


 Deus sonha. E São José aparece no Evangelho deste 4º domingo como um homem que sonha, que configura o sonho de Deus ao fazer-se humano. E acontece o Nascimento. O Papa Francisco, grande devoto de São José, dedica-lhe uma Exortação Apostólica com pertinentes e sábias observações.
O sonho na Bíblia e nas culturas antigas, simboliza a vida espiritual. É através dele que Deus se manifestava e falava no íntimo de cada um. No entanto, adianta o Papa Francisco, dentro de nós não existe apenas a voz de Deus, existem muitas outras vozes: a voz dos nossos medos, de experiências passadas, de esperanças, e até a voz do maligno que nos quer enganar e confundir. Por isso, é importante discernir qual é a voz de Deus.
São José, porque se acostumou ao silêncio e à oração, foi capaz de dialogar com Deus no seu interior. Isso mesmo testemunham quatro sonhos que teve. No primeiro, o anjo ajuda-o a resolver o drama que lhe causou a inesperada gravidez de Maria; a partir do segundo decide fugir para o Egito, porque a vida de Jesus corria perigo; já em terra estrangeira, José espera um sinal de Deus, que chega no terceiro sonho e lhe permite voltar para casa; por fim, quando José regressava, ao saber que a Judeia ainda não era lugar seguro, sentiu medo, mas graças à mensagem do quarto sonho, não se deixou abater e decidiu ir para Nazaré, na Galileia.

sábado, 12 de novembro de 2022

Pela perseverança, alcançareis a vida plena

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum

Jesus e os discípulos estão nas imediações do templo de Jerusalém, termo da sua caminhada missionária iniciada na Galileia. Conversa sobre a majestade, a beleza e a consistência do que vêem. Estão maravilhados e confiantes. Contemplam a afluência de pessoas devotas que vão lançar as suas ofertas nas caixas do tesouro. Sentem um orgulho compreensível pela história e funcionalidade do centro de peregrinação “nacional”, aonde todos acorrem. Jesus, bom observador e insigne pedagogo, aproveita este cenário para fazer um dos seus ensinamentos mais expressivos sobre o valor do tempo presente, numa perspectiva do futuro definitivo, sobre a atitude fundamental a cultivar na esperança activa e perseverante, sobre os comportamentos corajosos, alicerçados, não na fragilidade humana, mas na convicção consistente de que o Espírito de Jesus estará presente e actuante.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

ELOGIO A QUEM SABE AGRADECER

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXVIII  do Tempo Comum

A salvação é oferecida a todos, sem qualquer excepção. Salvação que abrange a pessoa toda: sensibilidade e razão, corpo e espírito, vida privada e pública, saúde e doença, tempo e eternidade. Salvação que se expressa na harmonia do ser em si mesmo, na boa relação com os outros, no uso correto dos bens materiais, culturais e espirituais, no acolhimento e resposta a Deus, fonte primeira da vida e herdeiro único da humanidade.

O elogio surge da boca de Jesus, numa povoação onde passava a caminho de Jerusalém. Com ele, iam os discípulos desejosos de colher os seus ensinamentos. Sai-lhe ao encontro um grupo de dez leprosos que, em voz alta, imploram a sua compaixão. Jesus põe-nos à prova, encaminhando-os, de acordo com a Lei judaica, para os sacerdotes. E não diz, nem faz mais nada. No percurso, acontece a maravilha da cura. O grupo continua a viagem; mas um, não, e regressa junto de Jesus, para lhe expressar a gratidão pelo benefício alcançado. E este era estrangeiro, samaritano, de outra etnia cultural e religiosa, excluído das bênçãos prometidas aos Judeus. Lc 17, 11-19

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Deixa-te convencer: A vida é só uma




Todos nascemos para ser felizes e vamos construindo a felicidade, sobretudo com pequenas coisas e em momentos fugazes

“Deixa-te convencer” é exortação velada e insinuante, que encerra a parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro. “Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos”. Esta resposta está posta na boca de Abraão como ponto final a um diálogo persuasivo sobre o valor das coisas, vistas da “outra margem do rio”, sobre a importância de saber aproveitar as oportunidades que o tempo nos proporciona, sobre a articulação consequente que existe entre a fase presente da vida e o futuro definitivo - Lc 16, 19-31.
Deixa-te convencer, pois a vida é uma só, no tempo e na eternidade, embora com ritmos diferentes, tem uma dignidade própria que se manifesta, progressivamente, nas opções que fazemos e nas atitudes que assumimos, nas relações que criamos e alimentamos e nas associações que organizamos, na sociedade que constituímos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Igreja Sinodal — A fé permeia a vida secular

Uma reflexão de Georgino Rocha
para este tempo

Nunca antes uma reflexão tão participada e sobre tantos aspectos relevantes da vida da Igreja e da sua relação com o mundo havia sido produzida e publicada em Portugal.
Análise crítica, coragem e novidade que traduzem confiança na capacidade das comunidades cristãs em “fazer florescer a esperança (…), ouvir uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações e restitua força às mãos” e de nesse caminho serem assistidas pelo Espírito Santo.

O discernimento pastoral

“O que Jesus faria em nosso lugar?, constitui a pergunta chave que guia a reflexão e partilha dos participantes no congresso de Católicos e Vida Pública, no Chile, a 23 e 25 de Agosto de 2022.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Aviso de Jesus: Sede honestos na posse do dinheiro

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXV do Tempo Comum


 Os bens materiais têm o seu valor, 
mas estão ao serviço de valores maiores

O elogio à esperteza é feito por um proprietário rico, a um seu administrador desonesto. E surge na narração de uma parábola de Jesus sobre o uso dos bens materiais. Visa despertar o entusiasmo dos discípulos para procederem de igual maneira. E aponta, claramente, para a urgência de, perante situações de risco e de crise, saber encontrar soluções criativas e sensatas, estar atento à vinda do senhor que vem pedir contas da administração. Lc 16, 1-13.
Os adversários de Jesus riem-se dos seus ensinamentos sobre o dinheiro, considerado por eles como uma bênção de Deus, um sinal da sua providência, uma garantia de predestinação. Quase absolutizavam a sua posse e ostentação. Sem olharem muito à licitude dos meios para o alcançar. E assim, a gente humilde mais empobrecia, enquanto uma minoria, alavancada numa interpretação deficiente da Escritura Sagrada, enriquecia cada vez mais.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O convite de Jesus: Alegrai-vos comigo

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXIV do Tempo Comum 

Lucas, médico de grande sensibilidade e ternura, anota as “intenções” dos que seguiam Jesus e o contraste que se ia acentuando. Os indesejados da sociedade escutam-no com interesse. Os defensores da ordem estabelecida fazem-se ouvir em comentários críticos. Publicanos e pecadores aproximam-se. Fariseus e escribas distanciam-se. Jesus, como sábio narrador de contos e “histórias”, aproveita a circunstância para realçar, uma vez mais, a sua missão de dar a conhecer o autêntico rosto de Deus Pai. E que bem que o faz! - Lc 15, 1-32
Recorre a exemplos da vida corrente: pastor que busca a ovelha perdida, dona de casa que procura a moeda desaparecida, o pai de dois filhos com comportamentos diferentes. Em cada um destes casos, destaca traços que configuram o modo de ser e agir de Deus: o apreço pela harmonia e proximidade que se alteram inesperadamente: a ovelha perdida do rebanho, a dracma desaparecida na casa da dona, o jovem aventureiro ansioso de liberdade e de novas experiências.

sábado, 27 de agosto de 2022

Formação Sinodal — Nó górdio da Igreja

O nó górdio da Igreja está no desafio de desatar os nós da instituição para lançar as pontes de união indispensáveis para vivermos em comunhão missionária. Esta dinâmica passa necessariamente pela formação sinodal como tem sido atestado pelos relatos diocesanos.
“Que é isso? Questiona um canonista que com a sua jurisprudência se apressa a fazer uma leitura do que acontece na Igreja e acrescenta: Não se fala disso nem se manifesta alguma curiosidade.
Realismo? Distância crítica? Outras hipóteses são possíveis. Assumo neste artigo os relatos dos mencionados autores e proponho-me fazer um espécie de retrato da situação.

Renovar e restaurar a esperança

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Jesus convida-te: Amigo, vem ocupar o teu lugar

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXII do Tempo Comum

Na comunidade de Jesus, as atitudes devem ser diferentes, convergindo, todas, na humildade e na verdade, na gratuidade e no amor desinteressado, na atenção preferencial e delicada ao esquecido e abandonado.

Este apelo-convite surge na parábola do banquete, narrada por Jesus, na conversa, à mesa, com um fariseu que o havia convidado a tomar uma refeição em sua casa. Constitui uma espécie de resposta às atitudes dos comensais que buscam os primeiros lugares, sinal ritual da importância social e religiosa de cada um. Serve de contraponto e realça valores fundamentais a quem pretende ser discípulo e fazer parte da comunidade dos que o seguem. Lc 14, 1. 7-14.
“Jesus contrapõe à conduta regida pela lei da reciprocidade comercial – dou-te se me dás… e para que me dês também – a atitude da generosidade gratuita. Esta é a do discípulo: amar a fundo perdido. Jesus quer que os discípulos colaborem na construção do Reino para ir forjando o mundo mais humano e fraterno querido por Deus”. J. Casanova, Homilética 495, Ano C.