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sábado, 12 de março de 2016

Adúltera perdoada vai em paz

Reflexão de Georgino Rocha

«Todos possuidores 
de uma dignidade inalienável» 

Por que me trazeis apenas a mulher? Onde está o homem que a acompanhava quando foi apanhada em flagrante? Ninguém é adúltero sozinho. Sois cúmplices da sua fuga? Quereis sonegar a sua responsabilidade? Não sabeis ler o que Moisés prescreveu? “O homem que cometer adultério com a mulher do seu próximo tornar-se-á réu de morte, tanto ele com a sua cúmplice” (Lev 20, 10; cf Dt 22, 22).
Estas e outras questões decorrem do episódio protagonizado por escribas e fariseus que apresentam a Jesus uma mulher surpreendida em adultério e, em jeito de armadilha, querem saber o que fazer em tais situações. Cobrem-se com a autoridade de Moisés. Aguardam o parecer de Jesus que, parece, não tem alternativa. Ou diz pura e simplesmente: Cumpram a lei e negaria a misericórdia que tanto evidenciava na sua prática ou preferia esta e distanciava-se dos preceitos recebidos e religiosamente observados.

sábado, 22 de agosto de 2015

As mulheres nas religiões

Crónica de Anselmo Borges 




«Que caminho longo a percorrer 
até à dignidade na igualdade 
e à igualdade na dignidade!»


O Papa João Paulo I disse que Deus tanto é Pai como Mãe e, estando para lá do sexo, também poderia ser representado como mulher. O Vaticano não gostou. Mas é neste contexto do feminino e Deus que se conta uma estória. Ao contrário do que se lê e diz, Deus criou primeiro Eva e não Adão. Eva aborrecia-se, sentia-se só e pediu a Deus alguém semelhante a ela, com quem pudesse conviver e partilhar. Deus criou então Adão, mas com uma condição: para não ferir a sua susceptibilidade, Eva nunca lhe diria que foi criada antes dele. "Isso fica um segredo entre nós..., entre mulheres!"

As primeiras figurações da divindade foram femininas, por causa da fertilidade e maternidade. Depois, explica o filósofo F. Lenoir, com a sedentarização segundo um modelo maioritariamente patriarcal, aconteceu com as religiões o mesmo que com as aldeias e as cidades: "Os homens tomaram o seu controlo, relegando a mulher para um papel secundário ou até para uma ausência de papel, a não ser no seio do lar e sob a tutela do marido. As justificações teológicas vieram posteriormente." E o que é facto é que a maior parte das religiões têm "uma forte tendência para a misoginia". O taoísmo é significativamente diferente, porque é essencial nos seus ensinamentos a fusão do yin e do yang, do feminino e do masculino, como "penhor de acesso à imortalidade".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hoje a Igualdade tem novos nomes


Hoje a Igualdade tem novos nomes.


Dizer Igualdade é dizer: Respeito pela Vida; Dignidade; Reciprocidade; Paridade; Parceria; Relação; Encontro na Diferença; Multiculturalidade; Reconhecimento; Interdependência; Assumir de direitos e deveres.

Dizer Igualdade é dizer: O eu e o outro; A aldeia e o planeta; A parte e o todo.

É dizer: Complementaridade; Co-responsabilidade; Inclusão; Colaboração; Diálogo entre pessoas e culturas; Desenvolvimento sustentável; Economia solidária; Educação para todos; Construção do Bem comum; Novas aprendizagens; A arte de cruzar afectos; A arte de aproximar o diverso; Cuidar; Dar a vez; Dar as mãos à roda de uma grande dança. Dar e receber.

Ver aqui

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ONU: QUE OBJECTVOS PARA 2015?


“Nós, Chefes de Estado e de Governo, reunimo-nos na Sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre os dias 6 e 8 de Setembro de 2000, no início de um novo milénio, para reafirmar a nossa fé na Organização e na sua Carta como bases indispensáveis de um mundo mais pacífico, mais próspero e mais justo.” (…) “Decidimos ainda”: 1. Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome, até ao ano de 2015; 2. Alcançar o ensino primário e universal, até ao ano de 2015; 3. Promover a igualdade entre sexos; 4. Reduzir em dois terços a mortalidade das crianças, até ao ano de 2015; 5. Reduzir em três quartos a taxa da mortalidade materna, até ao ano de 2015; 6. Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves, invertendo a tendência de crescimento até 2015; 7. Garantir a sustentabilidade ambiental; 8. Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Caros leitores, o que leram não é ficção. Trata-se de um pequeníssimo resumo de oito objectivos que fazem parte da Declaração do Milénio das Nações Unidas, assinada, no ano 2000, por todos os seus Estados-membros, e a atingir até ao ano de 2015!
Passados cerca de 8 anos, é razoável que se pergunte: o que é que se tem feito para que estes compromissos estejam a ser cumpridos. Afinal, o ano de 2015 está próximo!
Infelizmente, estamos, mais uma vez, perante um conjunto de boas intenções, que não passam disso mesmo. O declínio de uma sociedade humana inicia-se quando os princípios apregoados pelos seus responsáveis políticos não correspondem à realidade e aspirações, legítimas, dessa sociedade, tendo como premissa as reais necessidades dos seus cidadãos, fundamentadas na paz, na verdade, na justiça e igualdade, a que se junta a execução, eficaz e imediata, dos mesmos princípios, junto das populações.
No último texto que partilhei com os leitores, perguntava pelo futuro da ONU. Hoje, a pergunta que deixo, vai um pouco mais além: qual o futuro da humanidade? Em rigor, não há uma resposta exacta, ainda que existam sinais preocupantes por todo o mundo.
O mês de Abril, tem sido fértil em manifestações, algumas bem violentas, devido ao aumento brutal do preço dos cereais, como o milho, trigo e arroz, e da fome que está a originar nas pessoas. Haiti, Egipto, Costa do Marfim, Camarões, Bolívia, Filipinas e México foram alguns dos países onde decorreram incidentes, já que estes cereais são a base da alimentação dos seus cidadãos. No dia 9 de Abril, em Nova Deli, Jacques Douf, Director-Geral da FAO, fez um alerta, veemente, para as consequências do aumento dos preços dos cereais (houve casos de aumentos de 181%) e dos seus efeitos na alimentação dos países mais pobres. O FMI também tem feito alertas importantes.
No Quénia, Etiópia, Paquistão, Indonésia, Bolívia, também já começaram a surgir sinais de insegurança alimentar e os países mais ricos não estão imunes a esta crise.
O aumento brutal do preço do petróleo (ainda não explicado) está a estimular, cada vez mais, a produção de biocombustíveis, à base, sobretudo, do milho, que devia ir para a alimentação, gerando profundos desequilíbrios em toda a cadeia alimentar e afectando todo o circuito alimentar envolvido. A isto, há que juntar as alterações climáticas, em algumas zonas do globo, com a consequente baixa da produção dos cereais e as alterações da dieta alimentar na China e na Índia.
Ao crescimento económico e à extraordinária evolução científica e tecnológica, que se tem verificado em todos os domínios, nos últimos anos, não têm correspondido medidas para que a desigualdade e a pobreza deixem de aumentar e as doenças deixem de alastrar um pouco por todo o planeta.
A Declaração do Milénio das Nações Unidas parece estar a transformar-se numa nova miragem, das tantas que, os que nos (des) governam, são pródigos em prometer.
Até quando o mundo e os seus povos aguentam este somatório de disparates?
Vítor Amorim