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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Evocando Jaime de Magalhães Lima


Neste dia, em 1957, foi solenemente inaugurado, no Jardim Infante D. Pedro, em Aveiro, o monumento à memória do insigne escritor aveirense Dr. Jaime de Magalhães Lima. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

EFEMÉRIDE — MUSEU DE SANTA JOANA

1912 – 7 de junho

«Atendendo à proposta do Conselho de Arte e Arqueologia da 2.ª Circunscrição, Coimbra, o Governo da República, por uma portaria da 2.ª Repartição da Direcção-Geral da Instrução Secundária, Superior e Especial do Ministério do Interior, criou um museu no edifício do extinto Mosteiro de Jesus e nomeou uma comissão local para o organizar e administrar que, por sua vez, escolheria para presidente o Dr. Jaime de Magalhães Lima e para secretário João Augusto Marques Gomes (Diário do Governo, n.º 135, 11-6-1912, pg. 2075; Arquivo, XLI, pgs. 241 e ss., onde aliás se erram datas) – A.»

“Calendário Histórico de Aveiro” 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar



NOTA: Faz hoje a bonita idade de 105 anos o Museu de Aveiro, mais conhecido por Museu de Santa Joana. O que se recorda, realmente, é a decisão do Governo da República de o criar, tendo sido nomeado para o cargo de presidente o Dr. Jaime de Magalhães Lima, conhecido e multifacetado escritor, mas também um amante da natureza e da cultura em geral. Recordo, hoje e aqui, a propósito da sua paixão pela natureza, um livro que li e reli — Entre Pastores e nas Serras —, em que descreve uma viagem à serra do Caramulo, que ele considerava a mais bonita de Portugal. Há uns dois anos tive a curiosidade e o prazer de calcorrear caminhos de aldeias que ele calcorreou há mais de 100 anos. 

F.M.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A Beleza de Aveiro


 «É um dogma a beleza de Aveiro.
Não se discute, nem na qualidade,
que é da natureza do cristal,
nem na profundeza,
que é da categoria do mistério.
Nem é de discutir;
aos nossos olhos se ostenta
com uma tal evidência e tão constante
que, só mentindo às instâncias da consciência,
poderíamos negar-lhe o domínio e o afago
que em nossos sentidos e em nossa contemplação
subtilmente se insinua.»

Jaime de Magalhães Lima
Em  “O Democrata”,
29-03-1930

Citado por João Gonçalves Gaspar em “Aveiro na História”

NOTA: Pode conhecer melhor Jaime de Magalhães Lima 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

CARAMULO: MONTES, VALES, PEDRAS, PAISAGENS

TENDO JAIME DE MAGALHÃES LIMA
COMO CICERONE HÁ UM SÉCULO


Caramulinho

Caramulinho - Pedra com arte

S. João do Monte: Igreja Matriz, Casa e Espigueiro

Por montes e vales, hoje segui rotas de Jaime de Magalhães Lima com data de 14 de setembro de 1914. Não a pé e de mochila às costas, com "um cesto de provisões que nos renove as forças e a gula, lá por uma qualquer quebrada tranquila onde paramos para uma curta sesta, enquanto não chega o tranquilo descanso da pousada da noite", mas de carro sem GPS, ao jeito de quem quer apreciar a natureza sem pressas nem baias.


Restos de Casa

E transcrevo um pouco da bonita e sentida prosa daquele ilustre aveirense:

"Durante o dia, em uma caminhada de umas nove horas bem contadas, explorámos a serra. Subindo ao cimo do Caramulo pelo Cadraço ainda no pendor oriental da montanha, descemos pelo lado do poente seguindo por Almofala e Dornas até S . João do Monte. De lá subimos novamente a Paredes por Espírito Santo de Arca e Varziela que apenas tocamos muito de perto, sem entrarmos no povoado. Ao fim, quando ao cair da tarde nos acolhemos de novo no repouso da nossa esmerada e linda pousada de Paredes, contávamos as riquezas que havíamos colhido, os muitos e salutares ensinamentos que os montes nos segredavam, os esplendores com que os seus caprichos e fulgores nos haviam alegrado os olhos, o vigor com que nos retemperavam o corpo nos esforços que lhe exigiam; e entretanto narrando com entusiasmo as proezas, e entre o desvanecimento das riquezas que conquistávamos e íamos cultivar, acrescentar e meditar com a nossa lembrança e reflexão, sentimos a vitória da desactivada e boa natureza que em breves horas tínhamos de deixar. Começavam as saudades; nem o cansaço e a mortificação de uma jornada penosa e prolongada por córregos escabrosos impediam a antecipação das mágoas do afastamento que se aproximava."


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terça-feira, 5 de agosto de 2014

ARES DA SERRA — CARAMULO


"Entre Pastores e nas Serras"



A partir de hoje e durante alguns dias estou em pleno com ares da serra. Fui para ares, como se dizia na minha meninice e juventude, o que significava para nós, os da beira-mar e beira-ria, passar uns dias na serra. O contrário também era verdade. Depois das vindimas, era certo e sabido que as nossas praias registavam a afluência das gentes bairradinas.


Este ano optei pelo Caramulo, de que guardo gratas recordações de visitas guiadas por amigo muito próximo nas terras caramulanas. Por lá andei, diversas vezes, calcorreando montes e vales por estradas de pouco uso automóvel e passando por aldeias aconchegadas em solos porventura mais férteis. E recordo que, numa dessas andanças, até parámos num café para lanchar, não se vislumbrando casario à volta. Qual não é o meu espanto, mal nos sentámos, logo o café foi invadido por homens que também petiscaram com "finos"  para refrescarem as gargantas secas pelo calor e trabalho duro. A explicação foi fácil: trabalhavam em obras e na floresta. 

Para conhecer um pouco melhor o Caramulo, busquei nas minhas estantes um livrinho que há anos me encantou, para me servir de cicerone. Trata-se de “Entre Pastores e nas Serras”, de Jaime de Magalhães Lima, editado pela Portucel em 1986, graças à revisão e prefácio de Mons. Aníbal Ramos, com capa de Jeremias Bandarra. 

O autor, porventura um dos pioneiros na arte e ciência da ecologia, «Calcorreou em várias direções as serras do Gerês, da Freita, da Gralheira, das Talhadas, do Marão e da Estrela. Mas a mais linda e a mais nobre era o Caramulo», no dizer de Aníbal Ramos no Prefácio. E acrescenta: «Percorreu o Caramulo em todos os sentidos, quer pelo caminho mais linear passando por Bolfiar, Castanheira e S. João do Monte, quer pelo Préstimo e Cabeça do Cão, quer de nascente para poente por Tondela e Guardão, quer indo pelo caminho de ferro até Vila Chã, perto de Oliveira de Frades, e depois, de caleche e a pé, por Pereiras, Campia, Alcobra e Paredes.»

As notas entretanto escritas ficaram na gaveta e assim permaneceram como tantas outras, e foi por deferência dos seus netos que este livro se tornou possível. E será com “Entre Pastores e nas Serras” que descansarei no Caramulo, sem descurar o encontro possível com locais, paisagens e vivências de Jaime de Magalhães,  na linda serra do Caramulo. Diariamente, se nada houver que mo impeça, farei referência ao que topar pelo caminho

5 de agosto de 2014