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domingo, 23 de maio de 2021

Sopro criador vem

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Ainda nos custa lidar com o Espírito do Pentecostes: em nome da unidade, sacrificamos a diversidade; em nome da diversidade, não cuidamos da unidade. É assunto para futuras crónicas

1. Todas as celebrações cristãs implicam três dimensões: não perder a memória, enfrentar os desafios do presente e abrir o futuro. A essência do cristianismo não é uma ideia abstracta. Está intrinsecamente ligada a uma pessoa histórica viva: Jesus de Nazaré.
S. Paulo advertiu que ninguém pode colocar um alicerce diferente deste [1]​. Como observa Hans Küng, a vida, os ensinamentos e a actividade de Jesus de Nazaré destacam-se, claramente, em comparação com outros fundadores de religiões. Jesus não foi uma pessoa formada na corte, como aparentemente foi Moisés, nem filho de príncipe como Buda. Também não foi um erudito e político como K’ung Fu-tzu nem um comerciante rico e cosmopolítico como Maomé. É precisamente pela sua condição social tão insignificante que se torna tão espantosa a sua inultrapassável importância.
Não defende: a validade incondicional de uma lei escrita que se desenvolve sem cessar (Moisés); um modelo de vida monástico, dentro de uma comunidade regulamentada (Buda); a renovação da moral tradicional e da sociedade estabelecida, em consonância com uma lei cósmica (K’ung Fu-tzu); as revolucionárias conquistas violentas, em luta contra os infiéis, e a fundação de um Estado teocrático (Maomé).
Não se identifica com os poderosos, com os rebeldes, com os moralizadores nem com os submissos. A sua vida é um permanente desafio inovador [2].

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Interpelações aos vivos do Deus da Vida

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus aproveita a oportunidade que a pergunta insidiosa dos saduceus proporciona para mostrar quem é Deus e afirma sem rodeios que é o Deus dos vivos e da vida. Procura assim “configurar” o rosto de Deus Pai, fonte de vida e de felicidade, aliado incondicional de cada ser humano que trata com seu filho querido. Mesmo quanto este vive situações indignas e degradantes, vítima de si mesmo ou de condições sociais e religiosas, consciente da dignidade perdida e desejoso de a ver reabilitada ou resignado na sua passividade induzida.
A pergunta dos saduceus, elite aristocrática de Jerusalém, pretende “entalar” Jesus sobre uma questão delicada: a ressurreição dos que morrem, a relação entre eles, a compreensão da vida futura. Assunto em que eles não acreditam, mas que lhes dá jeito pelas questões que envolvem. E recorrem a um suposto caso de vida em que uma família tem sete filhos que, sucessivamente, vêm a casar com uma mulher que vai ficando viúva à medida que cada um deles morre. Finalmente morre também ela. “A quem pertence no futuro, uma vez que foi esposa dos sete?
Jesus eleva a questão ao seu verdadeiro nível e diz-lhes com apoio na tradição bíblica em que eles também acreditam que Deus é Deus dos vivos, que para Ele todos vivem, que a todos oferece a ressurreição feliz. Fica desmontada a armadilha e esclarecida a verdade a respeito de Deus, do ser humano, da vocação da humanidade: acolher a vida como dom de Deus e missão nossa. A ressurreição não é um regresso, nem um prolongamento da vida presente. É novidade completa garantida por Deus e acontecida em Jesus de Nazaré, que ressuscita após a sua morte de cruz.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Festa da Sagrada Família

Reflexão de Georgino Rocha


Sagrada família de nazaré - Pesquisa Google:



«Jesus adolescente 
surpreende pela positiva»

Jesus, após ter feito doze anos, vai com os país a Jerusalém tomar parte na celebração da festa da Páscoa. Vai e fica, sem dizer nada a ninguém. Apresenta-se na reunião dos doutores que debatem a interpretação das Escrituras. Ouve explicações e faz perguntas. Dá respostas que causam espanto aos reconhecidos letrados. Deixa-os surpreendidos pela inteligência revelada. Questiona a mãe que, angustiada, o procura com José. Ouve calmamente a sua queixa e acolhe o seu desabafo colocando-lhes uma questão: ”Porque me procuráveis?” Abre horizontes novos aos estreitos espaços familiares de sangue: “Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?”. E não acrescenta mais nada, apesar deles não haverem entendido o alcance do que lhes disse. Compreenderão mais tarde em Nazaré e na realização da missão itinerante por terras da Galileia e arredores. 

sábado, 27 de setembro de 2014

COERENTES E RESPONSÁVEIS

Reflexão semanal de Georgino Rocha


As autoridades andam preocupadas e dão sinais visíveis de animosidade. E não era para menos. No templo, coração da religião e centro principal da economia, o Nazareno desafiava tudo e todos: expulsa os comerciantes, derruba as mesas dos cambistas e parte as cadeiras dos vendedores de pombas; acaba com o negócio explorador, denuncia a atitude dos que fazem do templo um covil de ladrões e realiza gestos de cura a cegos e a aleijados, gente marginalizada pela classe dirigente. Cita, em jeito de justificação, a Escritura: “A Minha casa será chamada casa de oração”.

Perante tal atitude, os responsáveis do templo aproximam-se de Jesus e pedem explicações, fazem-lhe a pergunta chave: Para procederes desse modo, que autoridade tens e donde te vem? A questão é séria. Está em causa a legitimidade, a honra e a honestidade, que são a base da sociedade de então. A autoridade consiste na capacidade de influir nos comportamentos dos outros e pode provir do nascimento e da posição social alcançada. O seu exercício era credível se o falar e o agir em público estivessem proporcionados ao estatuto social. Se não, era necessária outra forma de legitimação válida. De contrário, surgia a acusação de a pessoa estar inspirada pelo demónio.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ratzinger quer ir além do Jesus "histórico"

Jesus tem futuro. Na versão de Ratzinger


O Jesus de Nazaré de Ratzinger quer ir além do Jesus "histórico" que a investigação tem revelado nos últimos dois séculos. Os especialistas criticam aspectos de um livro que já é um best-seller

Artigo de António Marujo no PÚBLICO de hoje