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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Joana Gramata da Gafanha da Encarnação

Crónica de um professor, 
por Maria Donzília Almeida

Joana Gramata

Está no imaginário de quase todos os habitantes da Gafanha da Encarnação, este gentílico, nomeadamente nos mais antigos, os que emergem do século passado. Integra até um topónimo, que me traz gratas recordações, pois foi lá que nasci e passei os verdes anos da minha meninice e adolescência. Perdeu o sentido, quando dali partiu o patriarca, deixando a casa que habitou, cheia de recordações e amargura! 
A Gafanha da Gramata, ou Gafanha da Maluca começou a designar-se por Gafanha da Encarnação, só em 1848, um século anterior ao meu aparecimento neste mundo. Joana Maluca e o seu segundo marido tinham mandado erigir, nesse ano, a primeira capela dedicada a Nossa Senhora da Encarnação, neste lugar.
A designação de Gramata, proveio de uma planta marinha existente na zona. A atual vila da Gafanha da Encarnação tomou aquele nome, não só pela existência da tal planta, mas pela necessidade de a distinguir da Gafanha da Nazaré.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

De novo a «Joana Gramata»

Um texto de Senos da Fonseca


Estávamos no dealbar do séc. XIX.
Joana Rosa de Jesus, descendente do velho Gramata, um dos primeiros que tinha posto pé por aquelas beiras disposto a «lançar ferro», e ali ficar, tinha naquela noite em que o luar espargia, quente e prateado aquele «mar dunar», decidido ir ao encontro do vento. Que se tinha esquecido de espinotear como garrano selvagem, permitindo que o bafo quente saído da terra, ainda a cheirar a salsugem, penetrasse, bofes adentro, como sussurro de búzio. A noite estava calma. Vindo lá do suão a aragem leve, estival, tinha tomado conta da planície, fustigando ao de leve os caniços secos e as hastes de milho que começavam a enverdecer aquelas paragens maninhas. A planura era um mar de silêncio que só o bulício dos milheirais quebrava.

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