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sexta-feira, 11 de março de 2016

Um poema para amenizar a imaginação

Entrei no café com um rio na algibeira 

Entrei no café com um rio na algibeira 
e pu-lo no chão, 
a vê-lo correr
da imaginação... 

 A seguir, tirei do bolso do colete 
nuvens e estrelas 
e estendi um tapete
de flores 
— a concebê-las.

Depois, encostado à mesa, 
tirei da boca um pássaro a cantar 
e enfeitei com ele a Natureza 
das árvores em torno 
a cheirarem ao luar 
que eu imagino. 

 E agora aqui estou a ouvir 
a melodia sem contorno 
deste acaso de existir 
— onde só procuro a Beleza 
para me iludir
dum destino. 

José Gomes Ferreira 

NOTA: Poema da série "Café"

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ainda o falecimento de Maria Keil




A árvore

Há lá renda que se assemelhe
a este tecido
de árvores no ar…
(hei-de pedir à Maria Keil
para as pintar.)

Árvores do jardim do Aqueduto
sem flor nem fruto
nem nada de seu.
Só este azul de pássaros a cantar
que vai da terra ao céu.

José Gomes Ferreira

FERREIRA, José Gomes (2005). Abre um buraco no tecto que eu quero ver a lua. Porto: Junta de Freguesia de Santo Ildefonso, p. 25. (ilustração: Gémeo Luís)
(Dados bibliográficos, selecção e organização dos textos: Isabel Ramalhete e José António Gomes).

NOTA: Por gentileza de Sara Reis da Silva