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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Outono - Pranto ou Louvor?


OUTONO

Os tons dourados
Do teu manto
E os avermelhados
Em espanto
Ou nostalgia,
Descem em nós
A melancolia.
Cobre-se a natureza
Que rescende a mosto
Dum véu de tristeza.
Sentido ao sol-posto.
E neste sabor
Há pranto
Ou louvor?

Madona

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Um poema para este tempo


Outono

Os tons dourados
Do teu manto
E os avermelhados
Em espanto
Ou nostalgia,
Descem em nós
A melancolia.
Cobre-se a natureza
Que rescende a mosto
Dum véu de tristeza.
Sentido ao sol-posto.
E neste sabor
Há pranto
Ou louvor?

Madona

domingo, 28 de outubro de 2018

Pessoas que nos marcam...

Professora Helena Pessoa

MaDonA

A figura do professor primário sempre constituiu uma referência, sobretudo nos meios rurais. A par com o regedor e o padre era um marco e uma autoridade, pois levava a literacia ao povo, quando o ensino primário ainda nem era obrigatório. Nos meios pequenos como eram as Gafanhas, havia apenas um professor para todos os alunos que iam à escola. Ouvia da boca dos meus progenitores os nomes de Prof Cesário e Mª Augusta, que ensinaram as primeiras letras a gerações de alunos, que ainda os guardam na memória. Hoje, são topónimos em ruas próximas do lugar que habito. 
O ensino primário era uma das fases mais importantes na vida de uma pessoa. Afinal, é nela em que alguns traços de personalidade são construídos, e o ambiente escolar desempenha um papel socializador em que a criança começa a ampliar sua rede de relações, sendo que é através do professor que ela consegue construir conhecimentos expressivos. 
Por isso, o papel do professor é fundamental pois ele é o mediador entre a criança e o conhecimento. como elas veem e sentem o mundo, criando oportunidades para elas  manifestarem seus pensamentos, linguagem, criatividade, reações, imaginação, ideias e relações sociais. 

domingo, 20 de maio de 2018

Deambulando

MaDonA

O tempo é um bom tema de conversa, pois interessa a todos e qualquer um pode opinar sobre ele. Os britânicos até o usam, na falta de qualquer outro assunto.
Com a chegada da primavera, o sol voltou a convidar aos passeios pelo campo, às atividades de ar livre e às caminhadas pela nossa pitoresca vila. Com o ar lavado do pólen que a natureza explodiu em jorros, sabe bem deambular por entre ruas e ruelas que se cruzam. Os cheiros e sons misturam-se numa sinestesia dos sentidos.
À medida que me solto neste emaranhado de sensações vou-me envolvendo com este e com aquele que me interpela. Um conhecido que me saúda, a quem dou dois dedos de conversa, um antigo aluno que vem cumprimentar a teacher. Algum em quem a semente caiu em terra boa.
Há algum tempo, fui abordada pelo T. que me atirou dois beijos como o projétil de uma bala. Arremessado tinha sido ele de Herodes para Pilatos e a vida madrasta moldara-lhe um temperamento instável. Foi essa a ideia que me ficou dos tempos em que me passou pelas mãos, na sala de aula. Hoje, é um esbelto rapaz em que os traços masculinos são esteticamente harmoniosos.

sábado, 10 de março de 2018

O REVERSO DA MEDALHA

MaDonA



Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, 
não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? 

1 João 3:17


Foi no dia de S. Valentim, adotado pelo mundo ocidental como o Dia dos Namorados. Uma correria desenfreada às lojas, às floristas, aos grandes hipermercados, na ânsia de adquirir a prenda mais requintada ou um simples mimo, com o mesmo objetivo – demonstrar ao mais-que-tudo, a prova, a intensidade do amor. 
Faço parte do mundo atual, com tudo o que tem de bom e de mau e não me refugio “No meu tempo...” como muitos seniores fazem num saudosismo a saber a mofo. 
Fui também fazer as minhas compras do dia, já que celebrar a amizade, o amor, enfim a vida é a palavra de ordem, todos os dias. 
Foi neste contexto comercial, na entrada de um hipermercado da zona, que me deparei com a cena: um homem mal vestido, com ar subnutrido e aspeto acabrunhado, a pedir. Confrangeu-se-me o coração, ao constatar as desigualdades de uma sociedade consumista e hedonista, que gasta o dinheiro em coisas supérfluas, futilidades, enquanto há uma franja da população que não tem com que matar a fome. O olhar suplicante do pedinte cruzou-se com o meu, mas não obteve resposta. Há tanta gente desnaturada, insensível à miséria alheia, que responsabiliza o governo por este estado de coisas e delega nele a resolução do problema, enquanto grassa a fome!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Crise de valores

Crónica de MaDonA



Não busque ser um homem de sucesso, 
busque ser um homem de valor.” 

Einstein 

Todos os dias nos entram, pela casa adentro, as misérias que grassam no país e que os mass media nos apresentam, sem dó nem piedade. A sociedade assiste, hoje, ao que tem vindo a aumentar de dia para dia, uma crise de valores institucionalizada. 
Os portugueses, considerados, um "povo de brandos costumes", estão a acordar para esta realidade, que os leva a pôr em causa instituições e figuras nacionais, habitualmente consideradas acima de qualquer suspeita. 
Casos de corrupção nas forças de segurança, em figuras políticas, o escândalo da Casa Pia, e tantos outros são notícias que fazem as parangonas de grandes jornais. Há um desrespeito, pelos padrões éticos: hoje tudo é admissível e confunde-se liberdade com permissividade. Há uma grande falta de qualidade das elites nacionais: os portugueses não têm referências, o que é confirmado pela detenção de figuras públicas. 
Hoje domina o materialismo. Uma pessoa é identificada, pelos bens materiais que possui: uma mansão com piscina, uma casa de férias, um iate, um bom automóvel, roupas de marca, não por aquilo que é: um homem honesto, um bom amigo, uma pessoa íntegra. 
Vivemos numa sociedade que privilegia o ter em detrimento do ser. O dinheiro não deverá ser um objetivo, mas sim um meio de vida. Com isto, não pretendo fazer a apologia do despojamento total, da vida de eremita. O dinheiro deve proporcionar-nos conforto e bem-estar, não opulência e fausto. “O dinheiro é a raiz de todos os males, mas quão bela é a sua folhagem!”_ Dizia um amigo meu. 
Ainda hoje, veio a notícia da morte do homem mais rico de Portugal. Uma vida curta para a esperança média de vida, quase noventa anos. Terá Américo Amorim sido tão feliz, quanto foi rico? Foi justo no ordenado que pagou aos seus trabalhadores, distribuiu algum do seu património pelos mais desfavorecidos, enfim, foi benemérito? 
O meu pai, que foi feliz sem ser rico, sendo que rico não é o que mais tem, mas o que menos precisa, viveu até aos 93 anos de idade. E, mais viveria se eu tivesse sido dona de casa, e pudesse ter-lhe dado o apoio necessário, no final de vida. Antigamente, isto acontecia numa sociedade rural, em que os seniores eram acolhidos e acarinhados no seio familiar. Os valores da família, do trabalho, da honestidade existiam. Hoje estão démodé. 
Um exemplo de despojamento, a seguir pelos nossos políticos, foi o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, que afirmou "O que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, numa casa simples, que ando num carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o normal surpreende." 
Isso tudo nos mostra que, nos dias de hoje, as pessoas já não tem o ser humano como fundamental, mas, sim, o dinheiro, o lucro. A pergunta básica que se faz ao planear uma ação é “O que eu vou ganhar com isso?” Podemos compreender: acidentes que ocorrem em edifícios e matam pessoas porque houve algum tipo de “economia” na construção; pessoas que morrem em hospitais porque a verba atribuída pelo governo já não é suficiente, etc 
Como exigir que as crianças interiorizem os verdadeiros valores, se nós mesmos não damos o exemplo? 
E os meios de comunicação que visam o lucro e satisfação imediatos tiram partido disso. As novelas fazem apologia do sexo sem responsabilidade, glorificando o egoísmo, a vingança, a mentira e a truculência, nas relações humanas. 
O facto de alguns, pela prática de atos ilegais, demonstrarem uma ausência de padrões éticos, não significa que toda a sociedade padeça do mesmo mal. Eu ainda acredito no HOMEM. Apesar da onda de marginalidade, e outras doenças sociais, ainda há as boas exceções à regra. 
Quando, há dias, estacionava o carro, junto à Loja do Cidadão, dois senhores, em simultâneo, ofereceram os tickets de estacionamento, que não tinham esgotado o tempo, a quem se dirigia às máquinas. O meu tinha a duração de mais duas horas. “Eles já ganham muito!” — Disse-me o senhor de forma jocosa. 
Tal como Martin Luther king, eu tenho um sonho! De ver a harmonia entre as pessoas, sem haver exploradores e explorados, prepotentes e submissos, ricos e pobres. Utopia? O ativista americano também acreditava nela. 

MaDonA 

28.07.2017

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

DIA DO FESTIVAL DO SONO - 3 de janeiro

MaDonA


Sleeping is my favourite homework and I want more of this!” (Dormir é o meu trabalho de casa preferido e eu quero mais disto...) foi a inscrição estampada em letras brancas sobre o fundo preto da t-shirt. O Bruno tinha a irreverência de um aluno de onze anos e a força indomável do mar a correr-lhe nas veias. O mar da sua Costa Nova! Entrou na sala com ar desafiador, à espera da reação da teacher. Esta esboçou um sorriso de bonomia, pois não havia motivo para qualquer repreensão. Além do mais, os olhos do aluno de um azul celeste, em dia primaveril, enfeitiçavam a teacher. Tal como os do irmão mais novo: verde água, no rosto emoldurado por cabelos louros ondulados. Sempre que passava nas coxias da sala e me abeirava do Raimundo, quedava-me a contemplá-lo...”Tão pródigo o Criador” cogitava eu. E ele sabia, o malandro, lia-se no seu sorriso cúmplice. Aquela mãe, uma antiga aluna, roubara as cores do arco-íris. 
Se, nessa altura, soubesse da existência deste dia, a 3 de janeiro que coincide com o início do 2º período, ter-lhe-ia dado uma folga para “comemoração” da efeméride. 
Por mais hilariante que pareça, o Festival of Sleep Day tornou-se uma celebração popular, um feriado não oficial, promovido a nível mundial, há alguns anos, por gente bem humorada que gosta muito de dormir. 
Depois dos presentes de Natal, dos excessos alimentares, dos saldos e da festa de fim do ano, nada melhor do que um dia de descanso … a 3 de Janeiro, dedicado ao sono. 
Para recarregar energias para o novo ano de trabalho ou de escola que começa, deve-se descansar ao máximo, sendo este dia para lembrar a importância do sono. No caso dos adultos recomenda-se dormir 6 a 8 horas por noite. 
Como não há regras para a celebração deste dia, a pessoa pode simplesmente fechar os olhos e descansar da forma que mais lhe agradar, seja na cama, no sofá ou na cadeira favorita. Com o frio do inverno a convidar ao recolhimento, esta é uma oportunidade de ouro para hibernar e recuperar forças. 

Recomendam os organizadores do Festival: 

1 - Durma com o seu mais-que-tudo, o seu animal de estimação, o seu urso de  peluche... mas durma o mais possível a 3 de Janeiro! 

2 - Determine quanto tempo deseja “comemorar”! Uma sesta, as oito horas da praxe, ou simplesmente passar pelas brasas. O melhor é ser o dia inteiro… 

3 - Vista o seu pijama mais confortável e coloque a melhor roupa de cama (Lençóis polares!?) que tiver para o sono ser “delicioso”. 

4 - Se levar o Festival do Sono mesmo a sério, a cama não é tudo. Estire-se no sofá, ponha uma  almofada no chão e descontraia. Se tiver uma rede para balouçar tanto melhor… 

Uma espreguiçadeira num solário foi a minha opção..

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

MaDonA — A Prenda

Museu Guggenhein

Basílica de Lourdes




Basílica de Santo Inácio de Loiola 

Cena do Presépio

Cena do Presépio

Com a aproximação do Natal, anda toda a gente num corrupio a fazer as compras para por no sapatinho. Ainda se usará? Eu optaria por um chinelo ortopédico, mais adaptado a uns pés cansados de tanto calcorrear as veredas da vida. Alguém preocupado com a minha saúde já me deu de presente. 
As prendas que a sociedade de consumo fomenta e alimenta, acabam por ser para muitos, a mais importante componente do Natal. Dá-se tudo, aquilo que se desejou ao longo do ano, aquilo que o marketing impõe pelos olhos dentro nos mass media, a que os mais afortunados têm acesso. Os outros, que lutam diariamente pela sobrevivência, ficam-se pela miragem. 
O dinheiro compra tudo, menos aquilo que não tem preço e que só está ao alcance de alguns: uma fatia de tempo, um sorriso magnânimo, dois dedos de conversa a quem está só, um ombro amigo a quem precisa, etc, etc Isto não faz parte do rol das prendas que se trocam pelas festas. São muito dispendiosas, custam os olhos da cara...só para quem pode! 
Apesar de preferir as últimas, ainda sou um pouco materialista (!?) e recebi a minha prenda de Natal antecipadamente. 
Mal entrou dezembro, o Menino Jesus, solícito e sempre atento, depositou-ma na caixa de correio, a clássica, não a eletrónica como se usa hoje em dia. Modernismos à parte, Ele que tudo sabe e tão bem conhece os seus filhos diletos (Serei?) trouxe a esta criatura algo que lhe é muito caro. Nada de guloseimas, vestuário, perfumes, eletrodomésticos...mas sim um cheque viagem, com prazo de validade. Teria que ser usado de três até nove de dezembro. Conhecedor profundo do gosto que esta criatura tem de conhecer, enfim, andar por este mundo de Cristo, satisfez-lhe este desejo. 
Desta vez, conduziu-a ao País Basco, outrora tão badalado pelas lutas independentistas, mas agora mergulhado na maior tranquilidade 
Uma pausa, após a longa viagem, foi feita nas Termas de Cestona, em Zestoa, num ambiente rodeado de montanhas e coberta por uma exuberante vegetação. Fomos a banhos, num antigo edifício de construção renascentista, em que o salão de jantar de tetos altos e lustres magníficos nos deleitava com o espetáculo de pinturas murais 
Aí perto ficam as praias de Zumaia e Zarautz convidativas na estação quente. 
Como a oferta foi feita pelo Menino Jesus, o grupo resolveu fazer turismo religioso, seguindo a rota das catedrais, a iniciar no País Basco, em Loyola. 
O Santuário construído na casa natal de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus dos padres jesuítas, localiza-se em Azpeitia. 
É de estilo barroco, destacando-se a sua cúpula de 24 metros de diâmetro. O museu que integra o majestoso monumento é um repositório de arte sacra do século XVIII. 
Dada a relativa proximidade, demos uma saltada a Bilbau, onde visitámos o Museu Guggenheim. De arquitetura moderna, vanguardista, passou a fazer parte de um plano de desenvolvimento maior, cujo objetivo era renovar e modernizar a cidade industrial. Quase imediatamente após sua abertura em 1997, o Guggenheim de Bilbau tornou-se uma atração turística popular, com visitantes de todo o mundo. 
Embora a forma metálica exterior pareça uma flor observada pelo topo, o edifício mais se assemelha a um barco visto do solo, evocando o passado industrial portuário da cidade. Construído em titânio, calcário e vidro, as curvas aparentemente aleatórias do exterior são projetadas para captar a luz e reagir ao sol e ao tempo. 
A imponência deste museu fica-se pela arquitetura do edifício de linhas ousadas e materiais inovadores 
Em seguida e porque estávamos a dois passos da fronteira, rumámos a Lourdes onde Nossa Senhora é venerada após a sua aparição, no dia dia 11 de fevereiro de 1858, a Bernadette Soubirous, na gruta de Massabielle. Era uma camponesa de 14 anos, enquanto recolhia lenha com a irmã e uma amiga. Este santuário mariano é local de concentração de peregrinos que acorrem de todas as partes do mundo. Lado a lado com a sumptuosidade da basílica, convivem as lojinhas, onde se vende toda a espécie de artigos religiosos e outros, levados como souvenirs. De entre toda a amálgama de artefactos e bugigangas saltou-me à vista a quantidade enorme de pequenos bidãos de plástico para transporte de água de Lourdes, local sagrado. 
De regresso ao país basco, visitámos a Catedral de Burgos, um dos monumentos mais bonitos da arte gótica, que mereceu o título de Património Mundial da Humanidade em1984. A sua construção foi iniciada em 1221, seguindo os padrões góticos franceses. Possui modificações importantes nos séculos XV e XVI, como as que incluíram o pináculo da fachada principal e a cúpula do transepto, elementos de gótico flamejante que conferem ao templo o seu perfil único e inconfundível. 
Para terminar em beleza, após a despedida de nuestros hermanos, no regresso, pernoitámos no Sabugal. Em gratidão ao Menino Jesus, o patrocinador da viagem, fomos visitar o presépio, organizado pela autarquia, que merece uma apreciação detalhada pela sua espetacularidade. Uma notável recriação da vida social do tempo, a uma escala, que quase envolve o visitante nas cenas do quotidiano, retratadas com enorme realismo. 
Obrigada Menino Jesus. 

3 a 10 de Dezembro 

M.ª Donzília Almeida 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

MaDonA — Dia Internacional da Preguiça - 7 de novembro

Preguiça

Bicho-Preguiça

Curiosidades sobre o Bicho-preguiça


Dizem que a preguiça é a mãe de todos os vícios? Onde está a igualdade de género?

“Ai que prazer 
Não cumprir um dever, 
Ter um livro para ler 
E não fazer!”

Fernando Pessoa, 
não pretendia exortar à preguiça, mas a um sentimento de pura liberdade.

Apesar de todas as segundas-feiras parecerem o dia da preguiça, a verdade é que existe um dia especial para o celebrar. Aproveitar o dia para explorar a arte de não fazer nada, o "dolce far niente", que os Italianos criaram e transmitiram ao mundo .
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Pode subentender um processo criativo.
A preguiça crónica pode ser preocupante e indício de algum transtorto grave. Se se tratar de uma “preguicite aguda”, é tão passageira como uma faringite, sinusite ou nevrite, tratável com um chá de pau de marmeleiro, na pedagogia dos nossos pais! Hoje, os psicólogos recomendam mezinhas mais suaves, sem recurso a medidas dráticas, que possam machucar as adoráveis criancinhas...
As pessoas ditas preguiçosas tendem a dormir sesta com alguma frequência. Estas têm o poder de reduzir a pressão sanguínea, melhorar a saúde cardiovascular e reduzir significativamente o stress – tudo coisas positivas para o bem-estar e a saúde em geral.
Foram importadas dos “nuestros hermanos”que fizeram uma invenção genial – “La siesta”. Os povos latinos, sempre, na vanguarda do descanso. Preguiça é o nome de um mamífero, cujo nome advém do metabolismo muito lento do seu organismo, responsável pelos seus movimentos extremamente lentos. É um animal de pelos longos, que vive na copa das árvores de florestas tropicais desde a América Central até o norte da Argentina.
De hábitos solitários, o preguiça tem, como defesa, a camuflagem e as garras. Para se alimentar, utiliza-se de "dentes" que se apresentam em forma de uma pequena serra. É herbívoro, tem hábitos alimentares restritos e dorme cerca de catorze horas por dia,
(Que inveja!) também pendurado nas árvores. Na reprodução, dá apenas uma cria, e apenas a fêmea cuida do filhote. Um pai preguiçoso, seguido por muitos humanos. A mãe é que paga as favas todas! Reproduz-se, como tudo o que faz, na copa das árvores. Raramente desce ao chão, apenas aproximadamente a cada sete dias para fazer as suas necessidades fisiológicas. Quer manter a casa limpa!
Um hino à preguiça!

Maria Donzília  Almeida

NOTA: Por dificuldades técnicas, só hoje me foi possível editar esta mensagem da minha amiga e colaboradora Maria Donzília. Apresento as minhas desculpas à autora e aos seus e meus leitores.

domingo, 22 de outubro de 2017

MaDonA — Dia Internacional da Gaguez


A data, estabelecida em 1998, visa mostrar as dificuldades, traumas e receios que as pessoas com gaguez enfrentam, diariamente, no ato de comunicação. 
De um modo geral, a gaguez é uma perturbação da fluência do discurso em que se verificam bloqueios, repetições e prolongamentos de sons. Estas manifestações podem ser acompanhadas de movimentos faciais e ou corporais. 
 A pertinência da sua avaliação verifica-se porque a gaguez afeta a comunicação e provoca um profundo sentimento de desconforto ao seu portador, pois quer comunicar e acaba por ser discriminado pelos demais que dele fazem chacota. Em regra, o gago apresenta problemas de isolamento social, de angústia e de um aumento da ansiedade. 
É comum que, as pessoas que gaguejam não sejam capazes de assumir o seu problema, pelo que tendem a aparentar uma falsa tranquilidade. 
 Como estratégia para evitar serem vistos como gagos, costumam fugir às palavras e letras em que gaguejam mais o que compromete o sentido do discurso. 
 Nesta situação o gago fica com a frustração de não ter dito o que queria ou obriga-se a reformular a conversa passando novamente pelo suplício de falar.  
Neste contexto, a gaguez é tida como um problema vital e uma limitação na qualidade de vida do sujeito.  
Perante este cenário, estas pessoas precisam de ajuda técnica para aliviarem esse sofrimento. O apoio familiar é fundamental, bem como o do grupo de amigos, na escola e demais atividades em que participa.  
 Um exemplo clássico de autossuperação, relativamente ao problema, foi Demóstenes (384 a.C. a 322 a.C.) um proeminente orador e político ateniense. A sua oratória constitui uma importante expressão da capacidade intelectual de Atenas e um olhar sobre a política e a cultura da Grécia antiga, durante o século IV AC. Demóstenes aprendeu retórica estudando os discursos dos grandes oradores antigos. 
Garoto ainda, Demóstenes assistiu a um julgamento no qual um orador chamado Calístrato teve um desempenho brilhante e, com a sua verve, mudou um veredicto final. Demóstenes ficou impressionado com o poder da palavra, que parecia tudo vencer. Assim, alimentou a esperança de se tornar um grande orador - sonho que parecia impossível devido à sua gaguez. Conta-se que Demóstenes, à força da sua perseverança, ultrapassou o problema declamando poemas enquanto corria na praia contra o vento e forçando-se a falar com pedrinhas na boca. 
Do Latim balbutius (=pedra) derivou para português, por via erudita, o verbo balbuciar (gaguejar). Após treino intenso, Demóstenes venceu a gaguez e tornou-se o maior orador da Grécia. 
Desta lição de vida, se pode tirar a ilação: querer é poder. 

MaDonA 

11.10.2017

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

MaDonA — Dia Mundial de Combate ao Bullying


"Você tem inimigos? Que bom. 
Isso significa que você luta por algo 
em algum momento da sua vida." 

Winston Churchill 

O termo em inglês "bullying" é derivado da palavra "bully" (tirano, brutal).
Corresponde à prática de atos de violência física ou psicológica, intencionais e cometidos por um ou mais agressores, contra uma determinada pessoa.
Essas vítimas ficam marcadas e podem ter sequelas para toda a vida. Em alguns casos, a ajuda psicológica é fundamental para amenizar a difícil convivência com memórias tão dolorosas.
O agressor, em geral, tem uma mente perversa e às vezes doentia. É consciente dos seus atos, mas agride como forma de se afirmar no grupo.
Se “O melhor do mundo são as crianças” como diz Fernando Pessoa, e “Não há rapazes maus” como afirmou o Pe Américo, também é verdade, que por vezes são muito cruéis no relacionamento interpares.
Conflitos entre crianças e adolescentes são comuns, numa fase de insegurança e autoafirmação. Porém, quando os desentendimentos são frequentes e partem para humilhação, aí instala-se o bullying.
Em meio escolar, as agressões são praticadas fora do alcance dos adultos. Ocorrem normalmente, na entrada ou saída do edifício, ou ainda quando os professores não estão por perto. Podem também acontecer de forma camuflada, em sala de aula, na presença do professor, com gestos, bilhetes, etc
Os agressores procuram vítimas que se destacam da maioria por alguma peculiaridade. Os alvos preferenciais são: os caloiros; os tímidos; os que se distinguem por algum traço físico particular; os bons alunos, pois despertam inveja aos menos estudiosos ou cábulas. A frustação daqueles que não conseguem impor-se pela positiva, gera agressividade que descarregam nos mais vulneráveis.
As praxes académicas que ocorrem, anualmente no início do ano letivo, são uma forma mascarada e institucionalizada de bullying. Não está longe a memória das trágicas consequências, resultantes da sua aplicação a estudantes indefesos.
As agressões físicas levam, por vezes, a família a transferir o aluno para outra escola, desenraizando-a do seu ambiente.
Esta data é um alerta internacional para o problema que muitos jovens enfrentam.
Consciencializar a população mundial para esta forma de violência, apoiar e incentivar as vítimas a denunciarem estas situações e preveni-las, são os desafios que se colocam. A luta contra o bullying não é uma tarefa de um dia, nem de um grupo de pessoas, mas sim de todos os dias e de todas as pessoas.
Família e escola são estruturas importantes na prevenção e no combate à violência praticada contra crianças e jovens. Os pais devem dialogar, diariamente, com os filhos sobre o dia-a-dia na escola e despistar qualquer sinal indicativo de bullying. Encorajar os filhos a expressarem o que sentem sobre atos de violência dos colegas.
Felizmente que nos meus quarenta anos de prática letiva, metade passada na Escola Básica 2/3 da Gafanha da Encarnação, não me dei conta desta realidade. Se a houve, passou-me ao lado. Na metade anterior, que passei no distrito do Porto, o anglicismo bullying não tinha entrado na nossa sociedade.
A mansidão da nossa ria terá influenciado, certamente, a compostura, o respeito pelo outro, das nossas crianças e adolescentes. Graças a Deus e à ação dos seus professores!

MaDonA

20.10.2017

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

MaDonA — O Dia Mundial do Sorriso


A cada passo, nos cruzamos com pessoas de rosto crispado, que parecem estar de mal com Deus e com o mundo. São incapazes de esboçar um sorriso, ao seu semelhante, (Será que paga imposto?) como se vissem em cada pessoa, um adversário, um inimigo. Por isso, resolvi debruçar-me sobre o tema.  
O Dia Mundial do Sorriso, conhecido como World Smile Day foi criado em 1999, sendo celebrado, na primeira sexta-feira de outubro. Deve-se a Harvey Ball, um artista de Worcester, Massachussets, sendo esta imagem do smiley, reconhecida internacionalmente. Um ícone, profusamente, usado por todos. 
Já que rir é a melhor terapia, a mais económica, ao alcance de todos, o sorriso abre-lhe a porta, de par em par. 
Pode ter múltiplos sentidos: desde o sorriso acompanhado de um piscar de olhos, como o do JRS no Telejornal, ao sorriso de cumplicidade, num aceno/intenção de conquista, ao sorriso amarelo de ironia, desdém, conveniência, até ao sorriso genuíno e cândido de uma criança que cativa e cria, imediatamente, empatia nas pessoas. 

sábado, 30 de setembro de 2017

MaDonA — Dia Internacional do Coelho - 30 de setembro


Está no imaginário infantil, a história do coelhinho branco que nos encantava, bem como o cartoon do Bugs Bunny, o Pernalonga que mantinha a miudagem grudada à televisão. O coelho visto como uma bolinha de pelo, sempre despertou nas crianças e até nos adultos uma grande ternura, sendo-lhe atribuído vários significados. Tem um dia no calendário, sendo celebrado todos os anos, no último sábado de setembro. 
O seu objetivo é promover a proteção dos coelhos selvagens e domésticos do mundo. São cobaias do homem, na realização de testes para a indústria cosmética e farmacêutica. A sua pele é usada no vestuário, mas nunca vesti um casaco de pele de coelho, nem de raposa, nem de vison, nem de antílope. Sou contra o abate destes animais. 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

MaDonA — Dia Internacional do Direito ao Saber - 28 de setembro


Longe vão os tempos do obscurantismo, em que manter um povo analfabeto era condição sine qua non para manter o poder instituído e dar-lhe continuidade. Um povo iletrado não contesta, não reivindica não se queixa e aceita passivamente o status quo. 
Até meados do século XX, quando cheguei a este mundo, o ensino obrigatório era o ministrado, até à quarta classe, nas Escolas Primárias. A sua criação começou a ser regulamentada em 1835, pleno século XIX, mas muita gente ainda lhe escapava. 
Já em 1960, quando ingressei no LNA (Liceu Nacional de Aveiro) o prosseguimento de estudos contemplava uma faixa muito restrita da população, quer por razões económicas quer pelo número limitado de estabelecimentos de ensino públicos. A distância a que ficava a escola, apenas nas capitais de distrito era outro óbice. Graças a Deus e à visão larga do Zé da Rosa de dar um bom futuro aos filhos, eu fiz parte dessa minoria. O meu eterno agradecimento a ambos! 
Esta efeméride enaltece o direito de acesso à informação de toda a gente e as vantagens de um governo transparente. Promover a liberdade de informação como condição essencial para a democracia e para a boa governação foi um dos objetivos traçados em 2002, num encontro de organizações mundiais que trabalham com liberdade de informação, em Sófia, Bulgária. Deste encontro resultou o primeiro Dia Internacional do Direito ao Saber. 
Sendo um direito humano fundamental, neste dia, apela-se à partilha de informação governamental a todos os cidadãos. 
Todos os anos se realizam, nesta data, campanhas de sensibilização para o direito à informação e para conseguir sociedades abertas e democráticas onde o cidadão pode efetivamente participar. 
Realizam-se, neste dia, conferências, concertos, competições, peças de teatro, filmes, abertura de novos de sites, lançamento de livros, etc. Podem participar todos os cidadãos, com destaque para os jornalistas, os professores, os ativistas, os funcionários públicos, os membros de organizações não-governamentais e os membros das organizações civis. 
Neste âmbito, os mass media desempenham um papel de relevo na apresentação e divulgação da informação. 
A liberdade de expressão, como veículo da informação, foi uma das conquistas da Revolução de abril. Usemo-la com discernimento e não como arma de arremesso. 

MaDonA, 28 de setembro de 2017