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domingo, 8 de abril de 2018

FRANCOS — Caminhos Percorridos

Um livro de Manuel Olívio Rocha 



Não sendo do Porto, a cidade invicta, gosto muito do Porto, e quando lá vou, mesmo de fugida, regalo-me com o casario antigo e suas ruas e ruelas estreitas, mais do que das grandes avenidas e do corre-corre das pessoas com ares de permanentemente atarefadas. Mas ainda gosto de ler o que me aparece sobre a mui nobre e invicta cidade onde, há séculos, os fidalgos tinham algumas restrições em ali passar mais dias do que ditavam as leis dos homens bons. E quando me chega um livro da terra que deu nome a Portugal, então ainda mais me prendo ao burgo, também designado por capital do Norte… com muita honra dirão muitos. Vem isto a propósito de um livro, em edição familiar, que me foi oferecido pelo meu familiar e amigo, Manuel Olívio Rocha, ali radicado há décadas. 
“FRANCOS — Caminhos Percorridos”, de sua autoria, tem edição da Paróquia de Nossa Senhora da Boavista, com capa de Domingas Vasconcelos e impressão e acabamento de “Clássica, Artes Gráficas”. O livro, que tem 247 páginas,  com ilustrações a cores e a preto e branco, apresenta um  recheio que vem desde o século X até aos nossos dias, merece ser lido. É justo sublinhar que o autor, meticuloso na busca, na análise, na seleção, no encadeamento dos acontecimentos e na forma escorreita que usa no que escreve e publica, merece o nosso aplauso e o apreço de todos os residentes na paróquia de Francos, mas não só. 
Manuel Olívio refere, em Agradecimentos, os que o ajudaram nas suas pesquisas e pede compreensão «para eventuais imperfeições, omissões ou erros» involuntários, mas eu estou em crer que o muito que nos apresenta, como fruto de laborioso trabalho, nem tempo nos dá para considerações críticas. Confesso que, na leitura que fiz, só tive oportunidade de me sentir enriquecido pelo que aprendi. E desde já o meu muito obrigado pela oportunidade que me foi dada para mais ficar a gostar do Porto e das suas gentes.

sábado, 8 de julho de 2017

“Itinerários de A a Z” — Um livro de Manuel Olívio Rocha


“Itinerários de A a Z” é o mais recente livro do nosso conterrâneo e amigo, Manuel Olívio da Rocha, radicado no Porto desde há décadas com a família, O livro, de edição familiar, apresenta-se com inúmeras fotos a preto e branco sobre todos os temas abordados, completando assim uma ronda exaustiva por nações, terras e lugares relacionados com todos os membros dos agregados familiares que tiveram por base a Virgínia Costeia e o Manuel Olívio, ela da Murtosa e ele da Gafanha da Nazaré.
O título diz claramente que a caminhada da Família Costeia da Rocha oferece aos leitores, circunscritos aos avós, filhos, netos e amigos, uma multifacetada e riquíssima mostra ao nível de dados pessoais e referências históricas abrangentes, dignas de nota. Lê-se, pois, com muito agrado e até com curiosidade, por todos  e especialmente por quem, como nós, conhece desde sempre a família, que faz parte do nosso ADN, por banda dos Rochas. 
Este seu trabalho, que vem na senda de outros, anualmente editados, traduz, de forma concreta, a capacidade de trabalho e a rica imaginação do autor, que ano a ano nos surpreende com assuntos interessantíssimos, merecedores, em minha opinião, de divulgação mais ampla, numa perspetiva de estimular obras semelhantes, que a vida de gerações passa, indubitavelmente,  por livros deste tipo. 
A abrir, na rubrica que tem por título PRONTOS?!..., o autor deixa como aperitivo algumas ideias, ao jeito de informação preliminar, para aguçar o apetite. Assim:

À guisa de Escuteiro: SEMPRE PRONTO!
Percorrer “Seca e Meca” 
onde nos levará?
Alguns pontos ficaram perdidos…
Cada um lá voltará.
Todo o material que se expõe 
vem do baú da memória 
e algum encontrado no rabusco.
Que a todos traga boa diversão 
e avive recordações!

E agora é preciso ler e reler, como fizemos, de A a Z, com a garantia de que, em cada letra do alfabeto, há inúmeras curiosidades e informações, algumas das quais tivemos o grato prazer de partilhar, que nos enriquecem, fazendo-nos recuar no tempo e reviver um passado que está em nós como tesouro imorredoiro.
Este é o 28.º caderno de Família. Capa de Domingas Vasconcelos. São 353 páginas A5 com muito para ler. 
Os meus parabéns ao autor e família.

Fernando Martins

sábado, 21 de fevereiro de 2015

“As sopas da Avó entr’outros sabores e saberes”

Mais um livro de Manuel Olívio da Rocha


“As sopas da Avó entr’outros sabores e saberes” é mais um livro de Manuel Olívio da Rocha em edição familiar, com capa de Domingas Vasconcelos. Trata-se de um brinde de Natal, o 26.º da coleção “Cadernos de Família”, extensivo apenas a alguns amigos, que não deixarão de saborear o trabalho decerto intenso do autor, durante todo o ano. Se Deus quiser, no próximo Natal há mais, talvez com tema que ninguém ousará adivinhar. 
Quando este brinde me chega, é certo e sabido que fica logo no sítio ideal para uma leitura serena, até porque o seu conteúdo não é nem tem sido para ser engolido sem mastigar, como quem bebe um batido de amoras silvestres.
Devo confessar que este livro  está profusamente recheada de informação consistente, de curiosidades inesperadas para muitos, de saberes acumulados ao longo de anos pelo Manuel Olívio, criteriosamente guardados na sua memória poderosa e nos seus arquivos certamente bem ordenados.

terça-feira, 25 de março de 2014

“365 DIAS COM O FIEL AMIGO”

Um livro de Manuel Olívio Rocha





Manuel Olívio Rocha


“365 DIAS COM O FIEL AMIGO” é um livro de Manuel Olívio da Rocha, que vem na senda de outros que costuma publicar pelo Natal, para oferecer à família e a alguns amigos. Trata-se de uma coleção de trabalhos a que ele chama cadernos, sendo este o n.º 25. São edições familiares que não estão à venda, mas podiam estar. 
Este caderno, chamemos-lhe assim no respeito pela opção do autor, foi dedicado ao Fiel Amigo, nome popular de batismo dado ao bacalhau, por há anos se adequar à bolsa das famílias mais pobres. Hoje, com as alterações que a vida levou, o Fiel Amigo está predominantemente, na mesa dos mais abastados, sobretudo os tipos graúdo e especial. Mas voltemos ao livro do meu conterrâneo, familiar e amigo Olívio.
A cada dia do ano, o autor brindou-nos com nacos saborosos da história do bacalhau. Sublinha ele a abrir que «o bacalhau é fundamental da cozinha na noite de Consoada». E adianta: «Sentados comodamente, busquemos algumas raízes do nosso viver e do nosso ser — e lá encontraremos o bacalhau, como fiel amigo que ao longo dos séculos pautou o ritmo das pessoas, da região e até do País. Desde há muito, muito tempo!»
O livro, o tal caderno, tem várias leituras, lembrando o autor que, «Cada um de nós, tem maneira própria de pegar e abordar o livro», este como qualquer outro. Pode ser lido de uma ponta à outra, tudo seguido; pode ser lido por temas; pode ser lido de forma errática. E conclui, aconselhando cada leitor a seguir o seu instinto. 
Cada dia do ano tem o seu quê de interessante e importante:

+ História da pesca do bacalhau: datas, factos, figuras;
+ O peixe bacalhau, desde que nasce até chegar ao nosso prato;
+ A pesca do bacalhau, passando pelos mares até à salga no convés;
+ O barco, desde as origens aos modernos arrastões;
+ As secas e tudo aquilo que em “terra” contribuía para se ter bacalhau;
+ Figuras que marcaram o universo do bacalhau;
+ Gastronomia, onde o bacalhau é rei.

Em nota, Manuel Olívio refere que, «ao longo do ano, abrindo cada uma das semanas, sempre no mesmo espaço encontrar-se-á o mesmo assunto».

Na semana em que estamos, entre 23 e 29 de março, no livro “365 DIAS COM O FIEL AMIGO”, podemos ler “Os predadores do bacalhau”, “O dóri e a sua palamenta”, “Palhabote”, “Acessos ao Porto de Aveiro”, “Ria de Aveiro”, “Bacalhau de cebolada” e, ainda, retalhos de 1588 (Os ingleses e o mau tempo derrotam a “Invencível armada” filipina; 1600 (Aveiro era uma das povoações marítimas de Portugal, proporcionalmente mais rica em gente, comércio e indústria…); Século XVI (Os pescadores de Aveiro “não curavam o peixe nas praias vizinhas ao lugar da pesca, como outros, conservavam-no a bordo e depois vinham curá-lo e secá-lo aqui”).
Como facilmente se pode deduzir, este trabalho do Olívio bem merecia ser conhecido das nossas gentes. É pena, portanto, que fique limitado a um reduzido número de pessoas.

Fernando Martins

domingo, 15 de outubro de 2006

Gotas do Arco-Íris – 35

AI A COR, A COR!...


Caríssimo/a: Brincar, jogar, viver a vida e aproveitar tudo o que de bom a Natureza nos oferecia para crescer. Assim era quando a correr nos atirávamo à água com o nosso “barco”. Tudo nos servia para as nossas corridas e regatas: bacias, alguidares, gamelas, pneus de camionetas, grandes troncos. E como nós nos esticávamos da ponte da Cambeia à entrada do Esteiro Grande, se éramos dos grandes; porque os mais pequenotes contentavam-se com as águas mais calmas do Esteiro Pequeno. Com remos ou com as mãos, lá havia um que chegava à meta e muitos riam e folgavam com a água que os 'afundou'.
Quando apareceu uma 'jangada', a festa foi de arromba – agora, além dos mergulhos, ouviam-se os berros do “arrais-construtor” que via a sua obra desmantelar-se e também só lhe restava mergulhar e deixar-se ir com a corrente... Grande animação, muita sementeira de amizade e de saudade. Nesses tempos, outros barcos os homens governavam e dispunham ao longo da Ria, junto das secas. 
Paisagem de postal vivo e com pujança. Mudaram-se as correntes. Que é dos barcos? E dos homens que os governavam? Outros barcos vão surgindo; outros lemes traçam rotas alternativas; os sonhos vão e vêm... Porém, e foi destes que parti, outros há que levantam o ferro, recolhem as amarras, fazem-se aos ventos e às marés mas nunca encontram o farol; seja, talvez alguns dos barcos cheguem mas deixando, espalhados pelo sal das ondas do mar, os sonhos que os olhos povoavam na hora da despedida. E quantos acompanharam os restos dos barcos? E dos que conseguiram a bóia quantos saltaram para bom bordo? E o que dói, mas dói a valer, é vermos que a cor marca a diferença, tal como há quinhentos anos; ou há sessenta em que a raça traçava a fronteira da vida... 
Quase apetece perguntar ainda e uma outra vez: E tu Senhor a dormir e a permitir tal horror!? Não, não respondas, custa-nos voltar a ouvir: Tu, sim tu, que fizeste ao teu irmão? Onde está o Abel? 

Manuel