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quinta-feira, 28 de maio de 2020

TOCAR OU NÃO TOCAR, A ETERNA QUESTÃO

Foto da rede global
O regresso à vida, paulatinamente mas com segurança, dá-nos que pensar. Usar máscaras está assumido com um ou outro esquecimento. Ainda hoje, fomos obrigados a voltar a casa, apenas porque faltava a máscara. Com elas no sítio certo, lá seguimos viagem para as habituais compras do dia. E logo voltámos às transgressões porque admitimos que estava tudo dentro das normas. Desinfeção à entrada. Muito bem. Mas não estaria: Era preciso pôr fruta nos sacos, escolher legumes e conservas, adoçante, pão, peixe e mais umas coisas, normalmente embaladas. E estaria tudo virgem? E não andaram por ali a mexer, tão típico do nosso povo? E não é verdade que todos aprendemos a ver com as mãos? E os carrinhos estariam isentos do coronavírus? E os cartões? E os balcões e corrimões? E os multibancos e semelhantes? E tudo e mais tudo o que está à venda? Pois é. O perigo espreita.
Estamos atados a correntes higiénicas sem precedentes. Medrosos e duvidosos. Frente a frente com ameaças. Lado a lado com a dúvida. E onde está o caminho imaculado?

F. M. 

sábado, 12 de setembro de 2009

Fui hoje ao Mercado da Gafanha da Nazaré

Jovem vendedora com arte para convencer clientes

Nos mercados há de tudo

Não estando muito habituado a frequentar mercados e feiras, nem sei o que tenho perdido. Hoje fui ao Mercado da Gafanha da Nazaré. Acompanhei a minha esposa, que me garantiu que lá se compra tudo mais barato. A primeira lição que registei foi a forma de negociar, com vendedores e compradores a discutirem preços. Pede-se mais para vender por menos.
- A como é o feijão verde? Não pode ser mais barato?
- É a euro e vinte, mas vai por um euro.
- E as nabiças?
- São a um euro e vinte a molhada, mas faço-lhe um euro.
E por aí adiante. Quem não regatear perde dinheiro. E assim se vai enchendo o saco do que era preciso e do que não era. A persuasão dos vendedores, cheios de experiência, é muito forte.
A minha esposa acabou por comprar uma série de coisas, tudo a um euro, embora a vendedora garantisse que valiam um euro e vinte.
- Venha cá, freguesa, que tenho os melhores produtos e muito mais baratos. Quem vai na conversa, encontra mais barato logo a seguir. Vem o protesto: - Então garantiu-me que era mais barato! Resposta: - A freguesa não regateou!…
A minha memória diz-me que antigamente os vendedores, normalmente agricultores da terra ou da região, eram gente madura. Hoje vi no Mercado gente moça com o mesmo desembaraço dos pais. E até com arte para cativar quem vai para comprar maçãs e até compra pão, cebolas, alhos, peixe. E santinhos, que ali há de tudo.
Gostei do fervilhar de pessoas que se vão abastecer para toda a semana.
Depois há os amigos que encontramos e que não víamos há muito. Os que passeiam simplesmente. Os que ali vão para saborear uma rosca doce. Os que, sentados, a ver quem passa, tomam um café ou uma cerveja. Os que conversam sobre tudo e sobre nada. Os mercados são um pequeno retrato do nosso povo. Do povo que não tem tempo nem dinheiro para andar pelas grandes superfícies.
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FM