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sexta-feira, 16 de julho de 2021

Que bom! Descansar com Jesus em missão

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVI do Tempo Comum



O descanso convida à contemplação da beleza e da bondade, à experiência fruitiva do lazer, à valoração da sabedoria, ao crescimento humano, à satisfação das carências fundamentais a fim de alcançar uma personalidade amadurecida.

“Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco” é o apelo/convite e a recomendação de Jesus, após ter acolhido e ouvido os discípulos regressados da primeira experiência missionária. Como Jesus é humano, está atento, é compassivo! Mc 6, 30-34.
A narração do que acontecera deixava perceber que a missão decorrera bem. As instruções tinham sido observadas. A confiança na palavra do Mestre estava confirmada. O êxito enchia de alegria contagiante o coração de todos. A sobriedade de meios, a simplicidade de vida, a itinerância doméstica, a eficácia do anúncio, a libertação do espírito oprimido pelas forças do mal são credenciais comprovadas e adquirem valor distintivo de quem é discípulo de Jesus em qualquer circunstância. Partilham o belo da missão. Nada que pareça fofoquice, reacções negativas das pessoas, sacudidelas do pó das sandálias, comentários negativos ao que viram e ouviram.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Jesus chama os discípulos e envia-os em missão

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XI do Tempo Comum


Jesus chama os discípulos, após ter percorrido aldeias e povoados, ensinado nas sinagogas, pregado a Boa Notícia do Reino e curado enfermos. Desperta o interesse das pessoas que O seguem em multidão. O seu proceder era diferente do habitual entre os pregadores itinerantes, contrastava com a mentalidade predominante, preferindo a misericórdia ao sacrifício e o amor à lei e sua observância. 
Ao ver a multidão e sentindo compaixão por ela pois estava cansada e abatida, abandonada como ovelhas sem pastor, Jesus chama os discípulos pelo seu nome. São os Apóstolos, os DOZE. Mt 9, 36 e 10,1-8. São eles: Simão chamado Pedro, André, Tiago e João, filhos de Zebedeu, Filipe e Bartolomeu, Tomé e Mateus, o publicano, Tiago, filho de Alfeu e Tadeu, Simão, o Cananeu e Judas Iscariotes.
Que diversidade de pertenças e de situações sociais. E que grande iniciação lhes faz Jesus, antes de os enviar em missão. Depois o Espírito Santo se encarrega de prosseguir esta formação. Alguns exemplos facilitam o acesso a este labor. Os irmãos de sangue vêem as suas relações determinadas pelo fazer a vontade do Pai (Mt 12, 50); Mateus, de cobrador de impostos e colaboracionista do sistema administrativo romano torna-se discípulo e Apóstolo; Simão, o Cananeu, de um passado de zelota, de resistente armado contra os Romanos, de igual modo; Judas que de amigo vem a ser o traidor. (Manicardi).
Jesus revela o seu propósito original – o de dar início ao projecto de um relacionamento humano de iguais, onde se valorizem as diferenças e se promova a liberdade. A partir do seu grupo, esteios da Igreja e luzeiros da nova humanidade. Por isso, os envia em missão e lhes indica o mundo como horizonte, o serviço de libertação integral como acção concreta, a compaixão como atitude constante e solícita.
“Ide”, diz-lhes Jesus. Percorrei os caminhos da vida, entrai em casa de quem vos receber e proclamai a Boa Nova de que sois portadores.
O Papa Francisco no seu comentário afirma: “Se um discípulo fica parado e não sai, não dá aos outros aquilo que recebeu no Batismo, não é um verdadeiro discípulo de Jesus: falta-lhe a missionariedade, falta-lhe sair de si próprio para levar gratuitamente alguma coisa boa aos outros vindo”.
E o Papa continua: “Contudo, há outro percurso do discípulo de Jesus: o percurso interior, o percurso dentro de si, o percurso do discípulo que procura o Senhor todos os dias, na oração, na meditação. E conclui: Se não procurar continuamente a Deus, o Evangelho que leva aos outros será um Evangelho débil, diluído, sem força”.
Como “encaixamos” no nosso dia-a-dia estas indicações de Jesus? Que sentido lhes damos? Sentimos “o fogo” da missão, saímos da nossa zona de conforto e vemos com olhos novos as situações gritantes que nos rodeiam e nos chegam de toda a parte a pedir ajuda para aliviar a sua desumanidade?
Tolentino de Mendonça, cardeal madeirense que, no passado dia 10, presidiu às Comemorações do Dia de Portugal, diz na sua solene mensagem:
“Uma comunidade desvitaliza-se quando perde a dimensão humana, quando deixa de colocar a pessoa humana no centro, quando não se empenha em tornar concreta a justiça social, quando desiste de corrigir as drásticas assimetrias que nos desirmanam, quando, com os olhos postos naqueles que se podem posicionar como primeiros, se esquece daqueles que são os últimos. Não podemos esquecer a multidão dos nossos concidadãos para quem o Covid-19 ficará como sinónimo de desemprego, de diminuição de condições de vida, de empobrecimento radical e mesmo de fome. Esta tem de ser uma hora de solidariedade.”

Pe. Georgino Rocha

sexta-feira, 22 de maio de 2020

ACOLHE A MISSÃO QUE JESUS TE CONFIA

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Ascensão do Senhor

“Ide e ensinai”, ordena Jesus, com toda a sua autoridade, na declaração final que precede a sua Ascensão. Os discípulos vivem um “feixe” de sentimentos que vão da dúvida ao reconhecimento e à adoração. Acolhem a ordem/envio com docilidade e “temor” pois os horizontes da missão são desproporcionados às suas forças e capacidades. Ir por todo o mundo, ensinar todas as nações, fazer discípulos de todos os povos, baptizar os que acreditam, constituem expressões que configuram a amplitude da sua nova responsabilidade. E eles, seres humanos frágeis e hesitantes, limitados nas capacidades e nos conhecimentos, marcados e formatados pelos hábitos de trabalho duro e da cultura judaica, eles a sentirem a desproporção do que lhes é incumbido e a realidade das suas forças, sem contar com a adversidade de certas e surpreendentes circunstâncias. Mt 28, 16-20.
Quem se atreveria a aceitar tal mandato ou, pelo menos, não pediria algum esclarecimento? Quem não sentiria a tentação da debandada, deixando o lugar vago à espera que outros viessem fazer o que era da sua responsabilidade? Quem não hesitaria em fazer “ouvidos moucos” a tal imperativo, ainda que se retardasse o ritmo do que estava planeado? Estas e outras interrogações trespassariam qualquer coração humano que contasse apenas com os seus recursos. A probabilidade do fracasso era grande.
Mas os discípulos não dão sinais de reagir desfavoravelmente, não manifestam qualquer temor e dispõem-se a tudo. Reconforta-os, sem dúvida, a promessa/garantia de Jesus: “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos” e ainda: Enviar-vos-ei o Espírito para que esteja em vós e habite convosco.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Georgino Rocha - Enviados em missão: Que alegria!



Jesus prossegue o seu caminho para Jerusalém. Decidido e firme. Cria oportunidades e aproveita ocorrências para lançar os discípulos em experiências de missão. De forma ousada e confiante. Faz-lhes advertências e dá-lhes instruções sobre o modo de agir. Com clareza e determinação. Envia-os a anunciar a paz, sinal de que o reino de Deus está próximo. Sem demora e com leveza. Lc 10, 1-12. 17-20.
Acolhe-os, com solicitude, no regresso, escuta, com minuciosa atenção, a comunicação do que havia sucedido a cada um, rejubila com eles pelas maravilhas ocorridas e encaminha as razões do seu estado de espírito, dizendo: “ alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos Céus”.
O caminhar de Jesus tem estes e outros horizontes. Trata-se de aproveitar a metáfora do percurso terreno, com sábia pedagogia, para clarificar opções e definir critérios, moldar sentimentos, amadurecer atitudes, alargar espaços de liberdade, marcar o ritmo e o rumo da missão a realizar em todos os tempos: Ir às aldeias – agregados do povo simples e solidário, visitar cada casa familiar – espaço da proximidade e do perdão que gera a paz, entrar nas cidades e aceitar a hospitalidade oferecida de quem aí mora – gestos de bom acolhimento, de abertura a novas formas de convivência e de partilha, de entrar em círculos mais estreitos de amizade, de dizer em público a relação nova que está a surgir.
O envio dos discípulos é dirigido a todos. O número 72 comporta este símbolo. Eram os povos conhecidos. Neles, está toda a humanidade. A missão é universal. Realiza-se na reciprocidade de dons: oferecer o que cada um tem de valioso e, simultaneamente, receber a oferta que expressa o ser do outro. Todas as culturas estão dotadas de bens apreciáveis, todas as religiões contém expressões e rituais de grande significado. Também as confissões católicas/Igreja encerram ricas mensagens de humanização da pessoa e das sociedades, criam laços de fraterna convivência entre os seus membros, configuram, de modo sacramental, a pessoa e obra de Jesus Cristo prosseguida pelo seu Espírito na Igreja. Entrar em comunhão com os valores humanos e valorizar a originalidade fiel do Evangelho, eis o desafio da missão católica.

sábado, 14 de abril de 2018

RUMO AO CONGRESSO EUCARÍSTICO

Georgino Rocha 




ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO

A esperança faz parte da vida humana. É o impulso confiante que dá ânimo à mulher grávida durante a gestação, à noiva que vive a proximidade do casamento, ao atleta que sonha com a vitória enquanto treina esforçadamente, ao estudante que deseja o curso profissional, à equipa médica na mesa de operações, ao lavrador que lança a semente, à pessoa idosa que tem pressa de viver porque o tempo se encurta. Outras referências podem ser feitas. O objectivo está em avivar a importância da esperança, enquanto seiva da vida e força de crescimento para a maturidade. Por experiência, pode afirmar-se: a esperança é o motor da vida, enquanto a caridade é o “óleo de lubrificação” e a fé a certeza de alcançar a meta avançando “como se víssemos o Invisível”.

Nota pedagógica: Seria muito valioso identificar pessoas da nossa terra, de preferência, que sejam rostos de esperança. Sem pretender a perfeição, mas com traços notáveis facilmente reconhecidos.

O Papa Francisco, nas suas catequeses sobre a esperança, no ano 2016-2017, afirma: “Esperar é uma necessidade primária do homem: esperar no futuro, acreditar na vida, o chamado «pensar positivo» ”. E recomenda ser “importante que esta esperança seja posta naquilo que pode deveras ajudar a viver e a dar sentido à nossa existência. É por isso que a Sagrada Escritura nos admoesta contra as falsas esperanças que o mundo nos apresenta, desmascarando a sua inutilidade e mostrando a sua insensatez”.
Os discípulos de Emaús acompanharam Jesus, alimentando sonhos de grandeza. Os relatos evangélicos fazem-se eco desse desejo. E é legítimo querer ser o primeiro, ocupar um lugar importante, fazer render talentos e capacidades. Jesus não o nega nem proíbe, mas redimensiona-o. Ser o primeiro para servir; ocupar um lugar importante para olhar com misericórdia os que não “têm voz nem vez”; fazer render talentos, não para acumular, mas para partilhar. E assim em todas as situações humanas. A esperança é o sentido nobre da acção pessoal e em grupo.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

IDE, CONFIANTES, EM MISSÃO DE PAZ

Reflexão de Georgino Rocha

Jesus envia 72 discípulos
Jesus está desejoso de partilhar a sua missão de anunciador da novidade do projecto de Deus. Apesar dos revezes que vai sentindo – a fúria dos que ouvem a sua primeira homilia em Nazaré seguida de expulsão da cidade, os apóstolos não conseguem realizar certas curas, os habitantes de uma aldeia da Samaria manifestam ostensiva hostilidade…–, prossegue a sua firme decisão de avançar para Jerusalém e reforçar o ânimo dos discípulos missionários. Designa setenta e dois e dá-lhes instruções precisas. Este número de enviados, além de histórico, tem um sentido simbólico: indica a totalidade dos povos então conhecidos e visa transmitir a universalidade da missão em que todos ficam envolvidos. Dá assim mais um passo na realização do seu “sonho em acção” que Lucas descreve maravilhosamente no Evangelho e nos Actos dos Apóstolos. A Igreja nesta visão surge como a continuadora emblemática da missão de Jesus. E nós como os beneficiários e herdeiros responsáveis de a gerir fielmente.