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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
domingo, 7 de fevereiro de 2016
Ainda a Nazaré, antes de me virar para outros lados
Santuário |
Volto à Nazaré antes de me virar para outros lados. Lá em cima, no Sítio, não podemos ficar indiferentes à majestosa fachada principal do santuário dedicado a Nossa Senhora da Nazaré, padroeira dos nazarenos há tantos séculos. Ao lado, na humilde ermida, de que falei ontem, pode ser apreciada a primeira imagem, segundo a tradição. Está guardada a sete chaves por razões óbvias.
No largo, com poucos turistas, há comerciantes, cafés, restaurantes e similares. Bugigangas também, que não falta quem goste de colecionar lembranças, por mais sem-graça que sejam. Olhar o mar, mansinho como nunca o imaginei, por pensar nas ondas gigantes, faz parte da vida turística. O mar é sempre o mar de largos horizontes e sonhos indizíveis E descemos para a baixa da cidade. O burburinho de quem se prepara para a festa do Carnaval estava no ar.
Nazarena |
Monumento aos Náufragos |
No Centro Cultural, foi fácil divisar a festa que se avizinhava. À entrada, do lado de fora, dois motivos escultóricos. A Nazarena, de rosto virado ao vento, disposta a vender o peixe e a ralhar com o mar, se não fosse ele amigo e generoso com belas pescarias; e o Monumento aos Náufragos, que mexeu com a nossa sensibilidade, e de que maneira!
Sinais do Carnaval |
Dentro, textos do neorrealista Alves Redol (e de outros), que tão bem soube descrever, com autenticidade e alguma poesia, que sem ela a literatura ficaria mais pobre, a canseira sofrida de tantos feridos da vida. Deu para ler e meditar, que a alegria, que o Carnaval proporciona, esconde porventura sofrimentos e desgostos, tão patentemente à vista nas viúvas carregadas de negro. Que essas, certamente, não vão em folguedos.
Numa pastelaria, onde descansámos da caminhada, dei de caras com uma recomendação pertinente, para ler e meditar. Realmente, o sorriso resolve muita coisa.
Numa pastelaria, onde descansámos da caminhada, dei de caras com uma recomendação pertinente, para ler e meditar. Realmente, o sorriso resolve muita coisa.
Barquinho em descanso |
Barcos do mar no areal e peixe do mar da Nazaré, seco ao sol com vento, desafiavam a nossa imaginação. Peixe assim, cujo sabor desconheço, e barcos, quais cascas de nozes, enfrentando o oceano de águas paradas a refletirem o azul do céu, ou as tais ondas gigantes capazes de tudo engolirem num trago. Barcos e homens na praia da outra banda, que a do norte é perigosa, com areal convidativo e mar tranquilo que vem saudar o povo que passeia num dia de sol de autêntico verão.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
Nazaré sem ondas
Nem sombras
de garrettmacnamaras
à vista
de garrettmacnamaras
à vista
Ontem, a famosa Nazaré da ondas gigantes, que Garrett-McNamara
tornou mundialmente conhecida no universo do surf, estava sem ondas. Mar chão em
dia de sol, sem grande frio, com alguns turistas a visitar a praia do norte. Foi ali, à
vista de muitos, que McNamara bateu o record numa onda de uns trinta metros,
quase metade da altura do nosso farol, o mais alto de Portugal.
Já não visitava a Nazaré há décadas. Ontem tive o
privilégio de a revisitar, completamente diferente da que morava na minha
memória. Igual, lá estava, porém, a ermida de Nossa Senhora da Nazaré, se
calhar “mãe” da nossa padroeira. Marcas do tempo a manter viva a lenda de D. Fuas Roupinho.
Com a minha Lita lá no cimo |
Diz Ramalho Ortigão, no seu livro “As Praias de Portugal —
Guia do Banhista e do Viajante”, que a capelinha foi edificada em 1370 pelo
rei D. Fernando. A imagem, lembra o escritor, é «de madeira pintada, tem palmo e meio [o
palmo corresponde a 22 centímetros] de altura e dizem que foi trazida de Nazaré para Mérida, onde esteve algum
tempo, e de Mérida para o lugar em que actualmente se acha». Como é natural, eu não
podia deixar de a visitar, até porque se diz que de alguma forma estamos
ligados àquela imagem.
Nazarena em festa |
A Nazaré estava a viver antecipadamente a festa do Carnaval, havendo
sinais disso pelas zonas mais turísticas. Por aqui e por ali as nazarenas
exibiam as sete saias. Questionei uma sobre o motivo de em dia de trabalho andar
com um traje tão antigo. Veio como resposta que nas festas é uso obrigatório e da tradição apresentarem-se assim, começando nas antevésperas. E a jovem, quando lhe pedi
autorização para a fotografar, de imediato procurou a pose ideal.
A visita à Nazaré foi apenas de algumas horas, mas deu para
perceber que em dia de ondas gigantes, decerto anunciadas com antecedência, não
faltarão visitantes curiosos para apreciar o Garrett-Mcnamara ou candidatos a heróis
como ele. Nesse ponto, tivemos azar. Ficará para a próxima.
Fernando Martins
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Quando a velhice chegar
Crónica de Maria Donzília Almeida
Falésia |
Passeio à Nazaré
16 de setembro de 2015
«Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres»
Séneca
Sete saias |
Já que envelhecer é uma inevitabilidade, só se sente velho, quem quer.
Esta evidência foi confirmada, no passeio à Nazaré, organizado pela autarquia de Ílhavo e que teve uma adesão massiva.
Hoje em dia, há um reconhecimento e valorização da idade madura e a sociedade começa a estar desperta para esta realidade.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
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