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sábado, 23 de setembro de 2023

OUTONO


Começou hoje, 23 de Setembro, o Outono. Esta data tem a curiosidade de o dia ser igual à noite.
Acabou o Verão, oficialmente a estação dos dias mais quentes e luminosos, e o Outono não sei o que nos reservará. Disso falaremos nos próximos três meses. Contudo, temos de reconhecer que o mundo tem andado às avessas. Temporais e terremotos devastadores, calamidades, fomes e misérias sem soluções à vista. E o que nos espera? Espera-nos a necessidade de intervir com determinação,  olhando para os que nos são próximos, sem esquecer os que estão longe!

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

OUTONO


Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga

sábado, 22 de janeiro de 2022

O Outono no Inverno

 


O Outono no Inverno sabe bem. É quente e sóbrio.  E encanta-me  neste dia de vento e frio. Bom fim de semana para todos.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

O Outono ficou à porta

 

O Outono, cansado da agitação provocada pelo vento, quis entrar em casa para descansar um pouco, mas ninguém lhe abriu a porta. E ali ficou à espera. Acontece a tanta gente!

sábado, 9 de outubro de 2021

sábado, 21 de novembro de 2020

CAMINHO DO FORTE - MACHICO


Forte de Nossa Senhora do Amparo - Machico 


No caminho onde aprendi o outono
sob o azul magoado
os pescadores cruzam ainda linhas
províncias clareiras
e esse gesto masculino de apagar a dor

chegava pelos percalços da terra
o carro do gelo
e os miúdos tiravam bocados para comer às dentadas
em retrato selvagem mas, juro-vos, havia encanto
havia qualquer coisa, outra coisa
nesse instante em perda

as mulheres sentavam-se à porta com os bordados
quando passavam estrangeiros
ficavam sempre a sorrir nas suas fotografias

José Tolentino Mendonça,

Cardeal, poeta, teólogo, cronista e homem de uma cultura multifacetada 

No livro "A NOITE ABRE MEUS OLHOS" 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

ARES DO OUTONO: JARDIM OUDINOT

O outono no Jardim Oudinot na Gafanha da Nazaré - Foto de Carlos Duarte

O casamento do castanho outonal com o verde da esperança é um desafio à nossa imaginação, sobretudo se ela anda toldada pela dor pandémica sem fim à vista. A beleza de qualquer estação ameniza as nossas inquietações. Bom fim de semana, apesar dos confinamentos. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

ARES DE OUTONO – As nuvens



Gosto muito das nuvens a ilustrarem o céu. O céu azul em toda a sua pureza é bonito, mas com nuvens tem mais vida, mais expressão. Nestas nuvens há mesmo sinais que dizem muito: temporal à vista, anúncio de chuva intensa, conselho para nos aquietarmos em casa, tempo de recolhimento. Seja como for, o outono é para ser sentido e vivido. Sabemos que nos prepara, física e psicologicamente, para a chegada do inverno. E logo depois teremos a sonhada primavera. 

domingo, 22 de dezembro de 2019

O Inverno começa agora


O Outono despediu-se hoje sem honra nem glória. O vento e a chuva, com frio à mistura, fizeram estragos e deixaram marcas para serem esquecidas. Houve dias bons, outonais como deve ser, mas este final foi dramático. Que o Inverno tenha um comportamento decente, em jeito de não incomodar ninguém. Chuva quando tiver de ser, vento que não faça estragos e frio adequado à roupa de cada um. Tal qual. 
Bom Inverno ao calor da fogueira com conversas e mais conversas. Será que nos desabituámos disso? 

Fernando Martins

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Um poema para este tempo


Outono

Os tons dourados
Do teu manto
E os avermelhados
Em espanto
Ou nostalgia,
Descem em nós
A melancolia.
Cobre-se a natureza
Que rescende a mosto
Dum véu de tristeza.
Sentido ao sol-posto.
E neste sabor
Há pranto
Ou louvor?

Madona

domingo, 28 de outubro de 2018

Um poema de Eugénio de Andrade



SE DESTE OUTONO

Se deste Outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.

Eugénio de Andrade

In O Sal da Língua

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Ares de Outono — Voz de Outono de Antero de Quental

São Miguel - Açores
Voz de Outono

Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima solidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel devesa,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!

Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,

(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!» —

Antero de Quental,
in "Sonetos"

Nota:  Durante este ano de 2017, entraram em minha casa duas edições de Sonetos Completos de Antero de Quental. A primeira,  com prefácio de Ana Maria Almeida Martins,  e a segunda, de José Manuel dos Santos. Foram outros tantos motivos para reler os sonetos do grande Antero e para saborear os textos dos prefaciadores.
Ana Maria sublinha que «Sonetos Completos é uma das obras mais traduzidas de toda a literatura portuguesa», acrescentando que «Miguel de Unamuno referir-se-á sempre a Antero como “el autor de los immortales Sonetos […] Quental ha sido una de las almas más atormentadas por la sed de infinito, por el hambre de eternidade. Hay sonetos suyos que vivirán cuanto viva la memoria de las gentes”».
Por sua vez, José Manuel dos Santos diz, logo a abrir, que «Ler poesia é dar a um segredo a possibilidade de ser nosso. O livro que o leitor tem nas mãos esteve, desde a sua primeira edição, nas mãos de sucessivos leitores, que o leram como quem ouve uma voz que o silêncio atacou, mas não conseguiu possuir». E mais adiante refere: «Nos “Sonetos”, há a força feroz dos mares, o risco rápido do relâmpago e do raio, a rouquidão rupestre das pedras e dos penhascos.»
Aqui fica uma sugestão de leitura, integrada na rubrica Ares de Outono.

FM

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

No Outono da vida



Estamos no outono da vida sem cansaços nem desânimos. A vida continua em nós e irradia, indelevelmente, para os que nos cercam. A primavera e o verão deram-nos o aconchego necessário para mantermos o sorriso da felicidade vivida com esperança de continuidade. Eis-nos no outono do calendário com a mesma disposição de sempre, de espírito aberto a quem nos ouve e quer bem. Também a tantos com quem nos cruzamos nas inquietudes dos tempos incertos, porém enriquecidos pelos encantos que a natureza se encarrega de matizar os nossos dias. Não há nem pode haver pessimismos entre nós. O otimismo é norma de vida constante.
A natureza dá-nos lições extraordinárias que nem sempre captamos com a pressa dos dias. Floresce na primavera, frutifica no verão, fica depenada no outono e adormece em sono semelhante ao da morte no inverno. E depois, como que por milagre, salta para a luz do dia... 
Os seres vivos são assim. Nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem e morrem. Os humanos, contudo, preservam memórias e deixam rastos de luz ou de sombras nos que lhes sucedem. Bom seria que todos deixássemos apenas luz. 
No outono da vida os humanos têm a sua riqueza: revivem o passado, sentem-se membros ativos da família e da sociedade, oferecem experiências, partilham saberes e sabores, recomendam atitudes benfazejas, estabelecem uniões, constroem pontes, dão e recebem amor. E esperam pacientemente o inverno, com a grata certeza de que fizeram o melhor que souberam e puderam durante a longa existência. 
Bom outono para todos.

Fernando Martins

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

OUTONO


No outono da vida
Estamos no outono, depois das mais bonitas estações do ano: primavera e verão. O outono também tem os seus encantos que a natureza se encarrega de matizar. E depois habituamo-nos a sentir esta estação como marcante das nossas vidas.
A natureza vai-se adaptando a ela, como às outras estações. Floresce na primavera, frutifica no verão, fica depenada no outono e adormece em sono semelhante ao da morte no inverno. E depois, como que por milagre, salta para a vida... 
Os seres vivos são assim. Nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem e morrem. Os humanos, porém, preservam memórias e deixam rastos de luz ou de sombras nos que lhes sucedem. Bom seria que todos deixássemos apenas luz. 
No outono da vida os humanos têm a sua riqueza: revivem o passado, sentem-se membros ativos da família e da sociedade, oferecem experiências, partilham saberes e sabores, recomendam atitudes benfazejas, estabelecem uniões, constroem pontes, dão e recebem amor. E esperam pacientemente o inverno, com a grata certeza de que fizeram o melhor que souberam e puderam durante a longa existência. 
Bom outono para todos.

Fernando Martins

domingo, 18 de outubro de 2015

Ares de Outono: arbustos secos


Não pude fotografar a trovoada que se abateu sobre nós esta tarde. Com chuva forte a incomodar quem ousou sair de casa, que não a mim, que fiquei no quentinho da minha tebaida. Sem protestos, que o outono é isto mesmo, quer queiramos quer não. E com esperança de que esta estação do ano, por natureza mais cinzenta, traga a chuva que faz falta, para a nossa agricultura e para os nossos agricultores que teimam em desafiar as políticas da UE, Dispensamos, claramente, as trovoadas, os relâmpagos e as ventanias. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

OUTONO

23 de setembro
8.21 horas



O outono aí está. Logo mais, rigorosamente, às 8.21 horas. Os cientistas garantem que é assim. Nem mais um minuto nem menos um minuto. Para não desencadearmos guerras (não há guerras por tudo e por nada?), vamos aceitar as certezas dos homens e mulheres da ciência. Ponto final. Parágrafo.
O outono veio de mansinho e assim vai continuar para nos preparar para o inverno. As folhas começam a cair, as temperaturas baixam paulatinamente, as plantas preparam o sono reparador. Que descansem bem, que na primavera a vida volta. Renovada. Esperançosa. Luminosa. Bonita. Abençoada. 
Mas por agora não é assim. Tropeçamos nas folhas secas de tons castanhos e as chuvas decerto surgem apressadas. É preciso matar a sede ao nosso mundo. E a vida prossegue no seu ritmo. Mas do outono da vida, o tal das pessoas tristes e pessimistas, hoje nada digo aqui.
Bom outono para todos.

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sábado, 5 de outubro de 2013

Pincelada do outono




Outono

Chega o outono…
A natureza adormece
A árvore se desnuda
Atapetando o chão…
Libertação
Recolhimento
Prostração
Do amadurecimento!
Solidão
Do envelhecimento!
A vida estremece
E desaparece…
Restando
A hibernação.
Mas acontece
Que a letargia
Do outono
Em longo sono
Que nos intriga
É a fadiga
Consumação
Da canseira
Do verão!

M.ª Donzília Almeida


27.09.2013

domingo, 22 de setembro de 2013

Chegou o outono

Um Poema de Miguel Torga




OUTONO

Outono.
(A palavra é cansada...)
Tudo a cair de sono,
Como se a vida fosse assim, parada!

Nem o verde inquieto duma folha!
O próprio sol, sem força e sem altura,
Olha
Dum céu sem luz e levedura.

Fria,
A cor sem nome duma vinha morta
Vem carregada de melancolia
Bater me à porta.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Chegada do outono: 23 de setembro

Por Maria Donzília Almeida


Couve-galega


O Outono pachorrento,
Com seus matizes de cor.
Abre a porta à chuva, ao vento
E à paleta do pintor!

Ainda há dias, referi as estivais temperaturas da estação cessante, a imiscuírem-se neste Outono incipiente e eis que a chuva e o vento, característicos da nova época, se fazem anunciar e entram em força!
Nunca, como hoje me senti tão agradecida ao Criador, na pessoa do seu assessor S. Pedro. Quando, no seu dia, 29 de Junho, plantei, na horta, a que os Ingleses, poeticamente, chamam, kitchen-garden, um punhado de couve-galega, entreguei nas mãos do santo a supervisão celeste da minha plantação!
Passaram três meses de pleno verão, com temperaturas altas a contrariar a vontade das couves de crescerem e ficarem viçosas, na promessa de um saboroso caldo verde.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sonata de outono

Por José Tolentino Mendonça 



E o outono vai-se instalando. A princípio nem parece uma estação. É quase um estado de alma, este tempo assim um pouco vago, em declive delicado, com a chuva ainda rala (mesmo se em alguns dias chega por aí aos tropeções) e o vento que parece um miúdo a aprender a assobiar. Olhamos com íntima estranheza para a brevidade destes primeiros dias, dos quais já não nos lembrávamos. Nas árvores, as folhas tremeluzem, indecisas e iluminadas, transmutadas em incríveis tonalidades. Os frutos têm perfume e sabores densos, tão diferentes daqueles que se saboreiam no verão. 
Lembro-me de um poema de Miguel Torga, que gosto de pôr a tocar como uma pequena sonata de outono: 

O que é bonito neste mundo e anima,
é ver que na vindima
de cada sonho
fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura que se não prova
se transfigura
numa doçura
muito mais pura
e muito mais nova