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terça-feira, 29 de junho de 2021

Dia do Papa

Confesso que não sabia que hoje se celebrava o Dia do Papa. Mas há toda a razão para o aceitar e celebrar, sobretudo pelos católicos. Pelo que li, tal comemoração apoia-se no Dia de São Pedro, um dos pilares da Igreja Católica e primeiro Papa.
Já agora, importa dizer que o atual Papa, que assumiu o nome de Francisco, tem o número 266 e é conhecido em boa parte do mundo pela sua simplicidade, frontalidade e humanidade. Os católicos não deixarão de rezar por ele para que Deus o ilumine até ao fim da sua vida terrena. É o que farei hoje com todo o empenho. 

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Papa Francisco - A fome aumentou durante a pandemia

O Papa alertou para o aumento da fome no mundo, durante a pandemia, apelando a um sistema alimentar global “capaz de resistir a crises futuras”. Numa carta dirigida à 42ª sessão da Conferência da FAO, a decorrer em Roma, Francisco pede à comunidade internacional que desenvolva os esforços necessários para “alcançar a autonomia alimentar, tanto através de novos modelos de desenvolvimento e consumo, quanto através de formas de organização comunitária que preservem os ecossistemas locais e a biodiversidade”.
A crise provocada pela Covid-19, indica a mensagem, deve ter como resposta, entre outras, a promoção de “uma agricultura sustentável e diversificada” que leve em conta “o papel precioso da agricultura familiar e das comunidades rurais”.
Francisco observa que são “exatamente aqueles que produzem alimentos que sofrem com a falta ou escassez” dos mesmos, sublinhando que “três quartos dos pobres do mundo” dependem principalmente da agricultura, mas estão afastados “dos mercados, da propriedade da terra, dos recursos financeiros, das infraestruturas e das tecnologias”. O Papa alerta que o número de pessoas “em risco de insegurança alimentar aguda” atingiu o seu máximo em 2020, um quadro que “pode piorar no futuro para milhões de pessoas”

Fonte: "Correio do Vouga"

domingo, 22 de dezembro de 2019

O Papa não pode fazer tudo sozinho

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje


«O que Bergoglio não faz, nem deve procurar fazer, é substituir-se às comunidades cristãs. É a elas que pertence garantir, por actos, palavras e iniciativas, a expressão fiel da presença actuante do Espírito de Cristo na complexidade do mundo contemporâneo.»

1. O Papa fez, no passado dia 17, 83 anos. Não precisa nada dos meus parabéns. Sou eu, como membro da Igreja Católica, que preciso de lhe exprimir, publicamente, o agradecimento por ele estar a realizar, na linha de João XXIII e do Vaticano II, uma viragem, espantosa a muitos títulos, no pontificado romano. Tão admirável que eu nunca supus chegar a ver antes de morrer.
Há quem diga que os seus desejos de reformas nunca se concretizam, em modificações reais, quanto à orientação e às práticas efectivas no governo da Igreja Católica. Não partilho nada essa opinião. Não é só pelas muitas medidas, como agora esta da abolição do abominável “segredo pontifício” a que o PÚBLICO deu o devido destaque [1]. A sua intervenção destina-se a criar condições que tornem irreversível o próprio processo de reformas e não se extinga com o seu pontificado.
O que Bergoglio não faz, nem deve procurar fazer, é substituir-se às comunidades cristãs. É a elas que pertence garantir, por actos, palavras e iniciativas, a expressão fiel da presença actuante do Espírito de Cristo na complexidade do mundo contemporâneo.
Não se pode deixar tudo para o Papa como se ele não tivesse, desde o começo, recusado continuar um regime de monarquia absoluta! Mas, quem está disposto a participar na mobilização multifacetada de voluntárias e voluntários preocupados com a revitalização das comunidades cristãs, sobretudo quando parecem ressequidas ou estéreis? Sem convocatórias locais, é difícil criar movimentos que suscitem uma nova cultura de serviço que substitua as muitas artes de dominação económica, política e religiosa, cujas redes são cada vez mais abrangentes.
Se existem cegos que não reconhecem as inovações de Bergoglio, também não faltam os indignados poderosos por ele já ter ido longe demais. A verdade é que abriu uma grande clareira, destapou o horizonte e abriu um caminho à liberdade criadora, tantas vezes impedida, mesmo num passado recente.

domingo, 28 de maio de 2017

BENTO XVI RENUNCIOU À SUA RENÚNCIA?

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO 


1. Enviaram-me, com expressa tristeza, uma entrevista com a enigmática pergunta do título desta crónica. Que se passa, afinal?
Não foi de modo clandestino, nem de repente, nem contra a sua vontade que Bento XVI deixou de ser o Papa da Igreja Católica Romana. Não foi sob pressão que, a 10 de Fevereiro de 2013, se pronunciou expressamente: declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro.
Justificou publicamente a sua decisão: as suas forças, devido à idade avançada, já não lhe permitiam exercer, adequadamente, o pontificado. Foi destacada a dignidade desse gesto sem precedentes desde Gregório XII, em 1415 — no contexto do Grande Cisma do Ocidente —, e o primeiro a renunciar, sem pressão externa, desde o papa Celestino V, em 1294.
Seguiram-se os procedimentos previstos no Vaticano e foi eleito o Papa Francisco, a 13 de Março de 2013. Não temos dois Papas, como a ignorância e obscuros interesses procuram fazer crer. Sob o ponto de vista institucional, o Papa Bento XVI morreu. Acabou.
Permitiu, no entanto, fazer supor que, ao ficar por perto, iria ser o conselheiro obrigatório do novo inquilino. Decidiu, de facto, continuar a residir dentro da Cidade do Vaticano, num antigo convento adaptado para o receber.
Não foi boa ideia, segundo Andrea Grillo, professor de Teologia no Pontifício Ateneu Sant’Anselmo (Roma). O Bispo emérito deve afastar-se do Vaticano e calar-se para sempre. Só nestas condições é possível configurar uma real sucessão e não dar a enganosa ideia de uma coabitação de dois Papas. 
Tanto para Ratzinger como para Bergoglio, esta é uma experiência totalmente inédita. O uso da veste branca e os contactos manipuláveis com o exterior deveriam ter sido pormenorizadamente regulamentados, sustenta o citado teólogo romano.

2. Esta situação permite, com efeito, todos os boatos e conjecturas. Há mesmo quem diga que o cardeal Ratzinger tem ligações a “submarinos” espias que o usam para controlar e dificultar as decisões que os ultraconservadores consideram desvarios do Papa Francisco. Este, com a descentralização do governo da Igreja e a sua evangelização inculturada, estaria a fazer da Igreja Católica uma federação de seitas à imagem do protestantismo. Devido à sua determinação na Reforma da Cúria e na denúncia do clericalismo e carreirismo, acusam-no de autoritário. Os neoliberais da economia e da política acusam-no de falar do que não sabe.
Alguns cardeais já manifestaram publicamente a sua oposição, não apenas ao seu estilo pastoral, mas também às suas posições doutrinais. Serão os únicos?
Não creio que o cardeal Ratzinger defenda esse caminho, mas acontecem coisas esquisitas. Ele acaba de prefaciar o livro do cardeal Sarah, La Force du silence (O Poder do silêncio), ainda não traduzido para italiano, mas o prefácio já saiu publicado, antecipadamente, no Corriere della Sera e na Nuova bussola quotidiana.
Donde virá o incómodo desse elogioso prefácio que entristeceu os entusiastas das orientações do Papa Francisco e que também não querem ficar de mal com a imagem do Papa anterior?
O cardeal Sarah é o Prefeito da Congregação para o Culto Divino, nomeado pelo próprio Papa Francisco. Agora, usa processos pouco recomendáveis para contrariar quem o escolheu. Os seus esforços estão focalizados na “Reforma da Reforma” litúrgica proposta pelo Vaticano II.
É esse personagem a remar contra o Papa Francisco que o cardeal Ratzinger veio recomendar como “mestre espiritual, que fala das profundezas do silêncio com o Senhor, expressão da sua união íntima com Ele, e que por isso tem algo a dizer para cada um de nós”. Diz-se grato ao Papa Francisco por “ter nomeado um tal mestre espiritual à frente da Congregação para a celebração da liturgia na Igreja”. Daí a declaração final que soa como um aviso: “Com o cardeal Sarah, mestre do silêncio e da oração interior, a liturgia está em boas mãos”.
A publicidade desta gratidão parece uma indevida defesa, pois o Papa Francisco já manifestou, várias vezes, que não está nada contente com a nomeação que fez. Não é segredo que, ao longo do último ano, o cardeal Sarah foi, de facto, gradualmente cercado por elementos abertamente hostis à chamada “reforma da reforma conciliar”, desejada por Bento XVI, que o purpurado guineense tenta efectivar no actual pontificado que a não quer. Ao continuar a defender que “a crise da Igreja é uma crise da liturgia”, deve dizer-se que a cura que ele pretende é o seu veneno. Já não consegue fazer nada da Congregação a que preside.
O Papa desautorizou a ideia da Missa de costas para o povo e favoreceu a nova tradução dos textos litúrgicos, resultado de estudos de uma comissão criada sem o conhecimento e contra o cardeal Sarah, segundo consta. Os movimentos para estudar o ritual de uma missa “ecuménica” parece que também ignoram a própria Congregação, presidida pelo dito cardeal.
Por outro lado, esse cardeal, em nome da união da Igreja, em torno do Sumo Pontífice, trabalha na sua desagregação. Está decididamente contra a orientação social de Bergoglio: enquanto a Igreja “não conseguir dissociar-se dos problemas humanos”, ela acabará por “falhar na sua missão”. Transforma o programa da Evangelii Gaudium numa caricatura: “A Igreja está gravemente equivocada quanto à natureza da crise real, se ela acha que sua missão essencial é oferecer soluções para todos os problemas políticos relacionados com a justiça, a paz, a pobreza, a recepção de migrantes, etc... enquanto negligencia a Evangelização”. Ora, o Papa Francisco, pelo contrário, inclui na referência vital a Cristo a luta contra a pobreza imposta. Foi o próprio Jesus, ao apresentar o seu Evangelho, o seu programa de libertação dos oprimidos e marginalizados, que o identificou com o acontecimento da graça de Deus, um ano jubilar.
3. Ratzinger foi uma grande figura da Cúria romana, durante muito tempo. A sua obsessão em neutralizar e condenar os teólogos que o não repetiam parece que não lhe deixou energia para enfrentar as exigências da reforma dessa instituição degradada.
Compreende-se que, por muito que goste de estudar, de escrever e de rezar, depois de tantos anos de intervenção nos destinos da Igreja, perante o que lhe contam, não aguente o silêncio que se impôs. Como disse Monsenhor Georg Geinswein, Ratzinger acompanha atentamente tudo o que acontece na Igreja.
Bento XVI, sob o ponto de vista institucional, morreu, mas julga que não. Está obrigado a ter um comportamento que não leve as pessoas a pensar que está arrependido de ter renunciado a ser o Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Um Papa anticlerical?

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


1. A religião é uma das grandes dimensões mentais e culturais dos seres humanos. Hoje, no Ocidente, é uma realidade controversa, mas não apagada. O acolhimento ao Papa Francisco não resulta apenas, nem sobretudo, de qualquer estratégia publicitária. Nele, as pessoas vêem uma das expressões mais genuínas da atitude de Jesus Cristo, no meio do seu povo.

O divórcio entre as Igrejas e o mundo moderno não foi provocado, apenas, pela má vontade dos incréus e dos anticlericais. O anticlericalismo foi, muitas vezes, o reverso do clericalismo. Nasci numa zona do país em que não se podia viver sem padre, desde o baptismo ao funeral. Passava-se o tempo a dizer mal deles por causa do seu autoritarismo e da arbitrariedade ameaçadora dos seus comportamentos pouco pastorais. Não eram especialmente maus, mas apenas o resultado da formatação recebida.

Hoje já não se repetem estas palavras de Pio X (1), mas elas modelaram gerações: “só na hierarquia reside o direito e a autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros para os fins da sociedade. Em relação ao povo, este não tem outro direito a não ser o de se deixar conduzir e seguir docilmente os seus pastores”.

A Civiltà Cattolica (2), na época da definição da infabilidade do papa, escrevia: “a infabilidade do papa é a infabilidade do próprio Jesus Cristo […]. Quando o papa pensa, é o próprio Deus que pensa nele”.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Papa Francisco



Seguidores ou simples admiradores?



«O Papa dá-nos também um exemplo eloquente de que não veio para destruir o que está feito e responde às urgências do Reino, nem para passar por cima de quem o fez ou promoveu, sejam os papas seus antecessores ou outros, como se com ele é que tudo, finalmente, estará bem. Já disse, de muitos modos, que, acima da sua pessoa, está o Senhor, o único a quem a Igreja tudo deve. O único a merecer aplausos, dentro ou fora dos templos. O único ao qual os crentes são chamados a seguir e a ser fiéis.»

D. António Marcelino

sábado, 16 de março de 2013

O Papa é um bispo que tem o primado pastoral

O maior afrodisíaco
Anselmo Borges

Anselmo Borges



Ainda Papa, J. Ratzinger disse o que é decisivo: "Nós somos a Igreja; a Igreja não é uma estrutura; nós, os próprios cristãos juntos, todos nós somos o Corpo vivo da Igreja. Naturalmente, isto é válido no sentido de que o 'nós', o verdadeiro 'nós' dos crentes, juntamente com o 'Eu' de Cristo, é a Igreja."

Mas, de facto e desgraçadamente, quando se pensa e fala e escreve sobre a Igreja, no que se pensa e fala e sobre que se escreve é, em primeiro lugar, a Igreja enquanto instituição e concretamente a organização central - em que se pensa, quando se diz o Vaticano? -, com o Papa, o cortejo de cardeais, arcebispos, bispos, monsenhores da Cúria e o Banco do Vaticano e regras e normas e escândalos e intrigas que se diz aninharem-se por lá e, evidentemente, também o espectáculo nem sempre edificante, e o folclore. Aliás, quem se não quiser enganar, mesmo dentro da Igreja, que se pergunte: o que juntou os mais de 5000 jornalistas estrangeiros em Roma para a eleição do novo Papa? Foi verdadeiramente a Igreja viva, constituída pelos discípulos de Jesus, que procuram real e verdadeiramente segui-lo no amor de Deus e do próximo?

quarta-feira, 13 de março de 2013

Já temos Papa: Francisco


Papa Francisco I



Já temos Papa. O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, o eleito no Conclave, adotou o nome de Francisco e veio da Argentina, o «fim do mundo». Não era dos cardeais badalados nos últimos dias  para a cadeira de Pedro nem é dos mais novos.  Vai para Bispo de Roma e passa a ser o chefe da maior e mais antiga instituição do mundo, precisamente na idade em que os bispos residenciais são levados a pedir a resignação. Mas é o novo Papa para um mundo em convulsão, com a Igreja Católica a necessitar urgentemente de reformas que têm de promover mais transparência da Cúria Romana e mais dignidade dos seus clérigos e leigos. 

sábado, 9 de março de 2013

Igreja aberta ao pluralismo

Desafios para a Igreja com o novo Papa
Anselmo Borges

Anselmo Borges


A Igreja Católica leva consigo um imenso paradoxo. O sociólogo Olivier Bobineau descreveu bem a situação. "A Igreja católica é uma junção paradoxal de dois elementos opostos por natureza: uma convicção - o descentramento segundo o amor - e um chefe supremo dirigindo uma instituição hierárquica e centralizada segundo um direito unificador, o direito canónico. De um lado, a crença no invisível Deus-Amor; do outro, um aparelho político e jurídico à procura de visibilidade. O Deus do descentramento dos corações que caminha ao lado de uma máquina dogmática centralizadora. O discurso que enaltece uma alteridade gratuita coexiste com o controlo social das almas da civilização paroquial - de que a confissão é o arquétipo - colocado sob a autoridade do Papa. Numa palavra, a antropologia católica tenta associar os extremos: a graça abundante e o cálculo estratégico. Isso dá lugar tanto a São Francisco de Assis como a Torquemada."
Esta junção paradoxal é superável? Os desafios para a Igreja com o novo Papa são muitos. Ficam aí alguns, sem cuidar muito da sua ordem.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Papa: José Manuel Fernandes prevê figura de continuidade



«Para o antigo diretor do jornal ‘Público’, entrevistado pela Agência ECCLESIA, há hoje “muito a preocupação, sobretudo fora da Igreja, mas também em alguns setores desta”, de que a hierarquia católica “esteja em sintonia” com as tendências atuais, “com tudo o que tem a ver com a doutrina moral e com os costumes”.
Em causa estão situações como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que tem estado a ser debatido em diversos países, e que tem merecido até a desaprovação da Santa Sé.
José Manuel Fernandes não espera qualquer tipo de mudança de paradigma, com a eleição do sucessor de Bento XVI, porque no seu entendimento, “uma coisa é a Igreja compreender que a forma como as pessoas se relacionam, as famílias se constituem, outra coisa é submeter a uma moda a sua doutrina”.
“O que está no centro da doutrina da Igreja é a ideia do amor, não é a ideia da felicidade instantânea, e às vezes há confusão entre uma e outra, felicidade não é prazer imediato, isso muitas vezes cria mais desgosto, mais infelicidade, mais desestruturação em nome de valores muito fugazes”, aponta o colunista.»

Li aqui

quarta-feira, 6 de março de 2013

A Europa e o Papa

Diz Vasco Graça Moura: «Hoje, e sobretudo a partir de magistérios recentes como os de João XXIII e Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, está à vista que a Europa, crente ou não crente, pelo menos no tocante ao quadro dos valores que defende, de algum modo se revê na figura desses pontífices. Lembremo-nos do ecumenismo e do diálogo com outras religiões reafirmado pelos dois primeiros em termos inovadores, ou da contribuição de João Paulo II para o desmoronamento da cortina de ferro, ou de como Bento XVI é referenciado como um paradigma do espírito europeu, procurando conciliar razão e fé, filosofia e existência, espírito cristão e tolerância.»

Li aqui 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bento XVI deixa a cadeira de Pedro



Bento XVI deixa a cadeira de Pedro, mas continua com a Igreja. Direi que continua a sofrer com os que sofrem e com os que, dentro dela, não conseguem fugir às tentações, mas também se alegrará com as alegrias dos heróis, dos santos e de todos os homens de boa vontade, que lutam pela verdade, pela justiça e pela paz.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Papa terá sofrido com a Cúria Romana

Uma decisão com interpelações incómodas 

António Marcelino



«Este gesto é um sinal a exigir discernimento. Muitos, mesmo estranhos à vida da Igreja que não à sua missão na história, o vêm lendo com perspicácia que falta, talvez, a alguma gente de dentro. Conhecendo Bento XVI, não é difícil admitir quanto terá sofrido com a situação da Cúria Romana, a estrutura criada para apoio ao Papa no governo da Igreja. Fez algumas reformas significativas, mas sentiu-se impotente ante os conflitos, manobras e até traições, que se foram levantando a seus olhos, a ponto de tolher o seu caminho. Fala-se de favorecimentos e corrupção no Vaticano e há sempre algum fundamento neste falar livre. A reforma da Cúria não se faz sem o Papa e a colaboração séria dos que aí trabalham. Esta colaboração parece ainda faltar.» 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa anunciou resignação esta manhã




Palavras do Papa proferidas esta segunda-feira 
no Consistório sobre datas de canonizações 
em que anunciou a resignação.

“Queridíssimos irmãos,

Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração.

A resignação do Papa Bento XVI: exemplo para os instalados

Bento XVI em Portugal

A resignação do Papa Bento XVI, anunciada esta manhã, é uma grande lição para todos nós. Extraordinário exemplo que não tem similar, ao que suponho, desde o século XV. Exemplo para os instalados e para os que se consideram insubstituíveis e únicos em muitos cargos religiosos e cívicos. Direi melhor, em linguagem popular, os agarrados aos tachos. É que, deixar os lugares de responsabilidade, em qualquer área, não significa fazer nada, mas tão-só dispor-se a colaborar no que for possível e necessário, sem as "honras" do mando.
Bento XVI, goste-se ou não dele, marcou o seu e nosso tempo. Terá sofrido, como é público e notório, a ação maléfica de quem o traiu e a incompreensão de quem o não entendeu. Não terá feito tudo bem e sempre de acordo com o mundo católico de muitíssimas diversidades no pensar e no agir, mas quem há por aí, dentro e fora da Igreja Católica, imune ao erro? O Papa, como ser humano, também está sujeito a essa condição… Contudo, para os mais atentos ao que ele disse e diz, ao que pensa e proclama, dia a dia, numa demonstração clarividente de quem está aberto ao mundo, sobretudo de quem sobre, nas guerras, nas catástrofes naturais, nas perseguições desumanas, nas lutas fratricidas, nas ditaduras políticas e étnicas e nas contendas sem sentido entre religiões, Bento XVI terá, indubitavelmente, um lugar marcante na história da Igreja Católica e da sociedade global. 

Fernando Martins


Papa vai resignar a partir de 28 de fevereiro



«Cidade do Vaticano, 11 fev 2013 (Ecclesia) - Bento XVI anunciou hoje numa reunião com cardeais sua decisão de resignar ao cargo a partir do dia 28 de fevereiro, abrindo assim caminho para a eleição de um novo Papa.
“Cheguei à conclusão de que as minhas forças, por causa da idade avançado, já não são adequados para exercer de forma apropriada o ministério petrino”, refere, num texto publicado pela Rádio Vaticano.
O Papa revelou a sua decisão durante o consistório (encontro com cardeais) que tinha sido convocado para decidir três causas de canonização.
Bento XVI admitiu que este é um momento “de grande importância para a vida da Igreja” e diz ter chegado à conclusão de ser melhor resignar “após ter repetidamente examinado a minha consciência diante da Deus”.
Joseph Ratzinger, que foi eleito em abril de 2005 para suceder a João Paulo II, vai completar 86 anos de idade dentro de 2 meses.
A partir das 20h00 (menos uma em Lisboa) do dia 28 de fevereiro, a Igreja fica em estado de "Sé Vacante", sendo convocado um Conclave para a eleição de um novo Papa.»


OC, na Ecclesia

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Mensagem do Papa para o 46.º Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 2013

Bem-aventurados os obreiros da paz


«Há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz. Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as obras de paz concorrem para realizar o bem comum e criam o interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmos¬fera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar »,[7] de modo que os erros e as ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma pedagogia do perdão. Na realidade, o mal vence-se com o bem, e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento, porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença. Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão, solidariedade, coragem e perseverança.»

Ler mensagem aqui 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Papa e as injustiças no mundo




«Gostei muito das suas explicações biblicas que primam, como sempre, pelo rigor e pela serenidade. Mas gostava de lhe colocar uma questão: nos tempos que correm, quando tantos de nós sofrem as injustiças de um mundo em que a economia se sobrepôs às pessoas, não acha que seria muito mais importante ver o Chefe Supremo da Igreja Católica aproveitar para se referir, como fez Cristo, aos vendilhões do templo e ser a voz dos que a não têm? Eu lamento imenso que, de uma maneira formal, a Igreja não se manifeste com mais veemência como afinal o fez o seu criador. desejo que tenha passado um Natal em paz, junto dos seus.» 

Albertina Vaz 


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Boa noite, minha cara amiga 

Muito obrigado pelo seu comentário, sinal de que gosta de partilhar opiniões e de manifestar inquietações, rumo a uma sociedade mais justa e mais fraterna. Nesse espírito, permita-me que também me pronuncie sobre o tema que é por demais pertinente. 
O assunto que põe à minha consideração não tem sido e penso que nunca será esquecido pelo Papa Bento XVI, na sequência do que outros Papas fizeram, e que é, afinal, obrigação deles, na qualidade de cristãos atentos e responsáveis. O mesmo, aliás, compete a todos os que foram batizados. Essa competência advém da missão profética que lhes (nos) cabe exercer: denunciar o erro e anunciar a Boa Nova, que mais não é do que a Mensagem Evangélica entregue aos homens e mulheres de boa vontade há dois mil anos. Não apenas denunciar nem só anunciar, mas ambas as coisas, conforme as circunstâncias, porém, com base no testemunho pessoal. 
É certo que, como humanos, muitas vezes nos esquecemos dessa missão profética. Papas e demais clérigos, mas também leigos, não estão suficientemente atentos às realidades quotidianas dos que mais sofrem, tanto no corpo como na alma. Ao longo da história, houve erros e lapsos imperdoáveis, como é sabido, a par de muita coisa ótima e digna de registo. Contudo, permita-me que não concorde consigo, quanto ao comportamento do Papa Bento XVI. 
Quem estiver atento ao que ele diz, denunciando os erros e anunciando os caminhos evangélicos, sabe, como eu sei, porque todos os dias procuro estar informado, que o Papa, com a serenidade e a competência que se lhe reconhece, nunca se cala perante o sofrimento que grassa na humanidade. Catástrofes, fomes, guerras, violências, xenofobias, perseguições, genocídios, tudo tem merecido de Bento XVI a palavra certa na hora exata, com condenações e apelos à paz e ao diálogo, com intervenções diplomáticas e encontros que proporcionem a justiça e o bem das pessoas mais sofredoras. Há imensos escritos dos Papas no site do Vaticano e dos Bispos nos sites das dioceses, bem como na Agência Ecclesia e noutras, que permitem leituras livres.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um novo livro do Papa



As narrativas da infância de Jesus contidas nos primeiros capítulos dos evangelhos de Mateus e Lucas não são lendas nem reconstruções fantasiosas. Nem são um "midrash", isto é, uma interpretação da Escritura através de um estilo típico da literatura hebraica. São «história, história real, acontecida, certamente história interpretada» com base na Palavra de Deus.

É este o entendimento de Bento XVI no livro "A infância de Jesus" (ed. Princípia, 112 pp.), o terceiro volume de Joseph Ratzinger dedicado ao Nazareno. É o regresso do teólogo e exegeta que com esta parte dedicada à vinda de Cristo ao mundo conclui a obra que há muitos anos queria redigir, e que acabou mesmo por escrever, não obstante ter sido eleito pelo conclave reunido após a morte de João Paulo II.

Li aqui

sábado, 22 de setembro de 2012

Bento XVI no Líbano

Por Anselmo Borges,
no DN



As circunstâncias podiam não aconselhar a viagem do Papa ao Líbano. Por um lado, o conflito sangrento - 27 000 mortos - na Síria, com o risco de reabertura de tensões no próprio Líbano, já com combates em Trípoli. Por outro, a violência dos radicais no mundo islâmico, indignados com um vídeo de um extremista copta americano -Inocência dos Muçulmanos -, ridicularizando Maomé.

Mas a Bento XVI, que tem o sentido de missão e do dever, não faltou coragem, aproveitando precisamente o momento tão delicado da região, para levar aí a mensagem da paz e encorajar os cristãos a não abandonar o Médio Oriente, onde o seu número tem caído constantemente ao longo do último século, podendo o cristianismo desaparecer. Como disse ao Público o antigo arcebispo católico de Argel H. Teissier - ele sabe por experiência de que é que está a falar -, "é nas situações de tensão que a Igreja deve estar presente, mesmo que tenha de assumir riscos para tentar anunciar a sua mensagem de paz, de respeito recíproco."