Poços de rega
faziam parte das nossas paisagens
Passei há dias pela Casa Gafanhoa a convite da direção para apreciar mais um motivo de interesse — um poço de rega — que merece ser apresentado a quem nos visita, com o intuito de não deixar cair no limbo do esquecimento uma excelente forma de regar os campos cultivados de solo arenoso, muito permeável à água da chuva ou de outra natureza. Imagino, por isso, os sacrifícios por que terão passado
os nossos ancestrais para evitar que determinadas culturas não morressem de sede, sendo certo que alguns cereais, por natureza, não necessitassem tanto de rega, nomeadamente, o centeio, a cevada, a aveia e o trigo.
O poço ali está nas traseiras da Casa Gafanhoa com engenho que inclui os alcatruzes, de furo na base, para o ar se escapar e deixar entrar a água sem pressão. O precioso líquido, fundamental à vida, caía na caldeira feita de zinco, passando por um tubo até à caneja, rumo aos produtos agrícolas cultivados, sobretudo milheirais com feijoeiros à mistura. Também batatais e hortaliças.