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domingo, 9 de dezembro de 2018

Um poema de Geraldo Alves para este tempo



Entre o preto e o branco

Quando
No teu abraço sinto o cansaço
Eu estou aqui.
Quando
Sobra viagem e falta coragem
Eu estou aqui.

E aqui
Afasto medos, guardo segredos
Longe de mim
Aqui
Cavalgo o vento e abraço o tempo
Até ao fim.

Aqui
Pela inocência perdida
Pela  fúria contida
Pela revolução…
A esperança na mão
À espera da paz
Que o tempo não traz
Nem aqui, nem agora.

Mas estou.

Aqui,
Entre o preto e o branco,
Entre o riso e o pranto,
E num show solidário
Viro o palco ao contrário
Num tema que diz:
— Tens que ser feliz
(Aqui e Agora!)

Geraldo Alves

In “Poetas de um tempo presente”
Edição da Confraria Camoniana de Ílhavo

domingo, 17 de abril de 2016

“Poetas de um Tempo Presente”

Poetas Ilhavenses

Com edição da Confraria Camoniana de Ílhavo (CCI), veio a lume, recentemente, integrado nas celebrações do Dia Mundial da Poesia, o livro “Poetas de um Tempo Presente”. Trata-se de uma antologia de Poetas Ilhavenses, cujos nomes aqui ficam para memória futura e para nos convencermos, de uma vez por todas, que no concelho de Ílhavo não faltam poetas inspirados para todos os gostos. São eles, Augusto Nunes, Bastos Cachim, Clara Sacramento, Diogo Santos, Domingos Cardoso, Geraldo Alves, João Mulemba, José Barreto, Orlando Figueiredo, Paula Pinto, Rosa Calisto, Senos da Fonseca, Vieira da Silva e Viriato Teles. 
Em Nota de Abertura, António Ferreira, Presidente da Direção da CCI, lembra que a associação tem promovido ao longo dos anos «a organização e desenvolvimento de projectos diversos de âmbito social e da cultura», enquanto agradece «os cuidados havidos na organização da antologia “Poetas de um Tempo Presente” a José Barreto, bem como o formato e desenho de capa a Adélio Simões». Sublinha ainda que esta coletânea de poetas ilhavenses «é uma publicação de edição limitada e distribuição gratuita».

sábado, 16 de outubro de 2010

Um poema de Clara Sacramento



ERRO NA PAISAGEM

Todos somos seres errantes
e a paisagem
é a certeza
de estarmos sós

Aprendi a paisagem horizontal
Na lonjura mortal do infinito

Nela encontro
Os seres suaves

só ela persiste
no silêncio dos espaços

Nós erramos
verticalmente
efémeros
como as árvores

Clara Sacramento

"Antologia de Poetas Ilhavenses", organizada  por Jorge Neves

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Poetas ilhavenses: João Mulemba


TEMPO

Sonhos atados nos mastaréus do tempo,
matam o tempo, do tempo-homem.
O Homem-tempo, soltando velas,
cruza o Além, no Além dos tempos.
Não há cais para o Tempo.
Não há ferros para o Homem.
O homem rasgando o tempo
Faz o Tempo. Faz o Homem.
Homem?
Tempo?
Tempo do Além?
Além do Tempo?
Homem. Só.

João Mulemba

In "Antologia de Poetas Ilhavenses", organizada por Jorge Neves

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Poetas Ilhavenses: Vieira da Silva


CANÇÃO DE MÁGOA

Tantos sonhos esquecidos
Perdidos no pó da estrada
Tantos dias tantas noites
À espera da madrugada.

O que foi feito de nós
Companheiros de viagem
Que é da nossa liberdade
Feita de fé e coragem.

Vai-se o tempo e nós aqui
Adormecidos no cais
Entretidos com o medo
De já ser tarde demais.

Teimosamente morrendo
Por detrás desta janela
A fingir que somos livres
Com um cravo na lapela.

Vieira da Silva

In "ANTOLOGIA de Poetas Ilhavenses", organizada por Jorge Neves