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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O Presépio abre-nos a porta a um mundo mais fraterno


“Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos, como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado”


Com votos de Santo Natal para todos os meus amigos que frequentemente visitam o meu blogue. 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

MaDonA — A Prenda

Museu Guggenhein

Basílica de Lourdes




Basílica de Santo Inácio de Loiola 

Cena do Presépio

Cena do Presépio

Com a aproximação do Natal, anda toda a gente num corrupio a fazer as compras para por no sapatinho. Ainda se usará? Eu optaria por um chinelo ortopédico, mais adaptado a uns pés cansados de tanto calcorrear as veredas da vida. Alguém preocupado com a minha saúde já me deu de presente. 
As prendas que a sociedade de consumo fomenta e alimenta, acabam por ser para muitos, a mais importante componente do Natal. Dá-se tudo, aquilo que se desejou ao longo do ano, aquilo que o marketing impõe pelos olhos dentro nos mass media, a que os mais afortunados têm acesso. Os outros, que lutam diariamente pela sobrevivência, ficam-se pela miragem. 
O dinheiro compra tudo, menos aquilo que não tem preço e que só está ao alcance de alguns: uma fatia de tempo, um sorriso magnânimo, dois dedos de conversa a quem está só, um ombro amigo a quem precisa, etc, etc Isto não faz parte do rol das prendas que se trocam pelas festas. São muito dispendiosas, custam os olhos da cara...só para quem pode! 
Apesar de preferir as últimas, ainda sou um pouco materialista (!?) e recebi a minha prenda de Natal antecipadamente. 
Mal entrou dezembro, o Menino Jesus, solícito e sempre atento, depositou-ma na caixa de correio, a clássica, não a eletrónica como se usa hoje em dia. Modernismos à parte, Ele que tudo sabe e tão bem conhece os seus filhos diletos (Serei?) trouxe a esta criatura algo que lhe é muito caro. Nada de guloseimas, vestuário, perfumes, eletrodomésticos...mas sim um cheque viagem, com prazo de validade. Teria que ser usado de três até nove de dezembro. Conhecedor profundo do gosto que esta criatura tem de conhecer, enfim, andar por este mundo de Cristo, satisfez-lhe este desejo. 
Desta vez, conduziu-a ao País Basco, outrora tão badalado pelas lutas independentistas, mas agora mergulhado na maior tranquilidade 
Uma pausa, após a longa viagem, foi feita nas Termas de Cestona, em Zestoa, num ambiente rodeado de montanhas e coberta por uma exuberante vegetação. Fomos a banhos, num antigo edifício de construção renascentista, em que o salão de jantar de tetos altos e lustres magníficos nos deleitava com o espetáculo de pinturas murais 
Aí perto ficam as praias de Zumaia e Zarautz convidativas na estação quente. 
Como a oferta foi feita pelo Menino Jesus, o grupo resolveu fazer turismo religioso, seguindo a rota das catedrais, a iniciar no País Basco, em Loyola. 
O Santuário construído na casa natal de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus dos padres jesuítas, localiza-se em Azpeitia. 
É de estilo barroco, destacando-se a sua cúpula de 24 metros de diâmetro. O museu que integra o majestoso monumento é um repositório de arte sacra do século XVIII. 
Dada a relativa proximidade, demos uma saltada a Bilbau, onde visitámos o Museu Guggenheim. De arquitetura moderna, vanguardista, passou a fazer parte de um plano de desenvolvimento maior, cujo objetivo era renovar e modernizar a cidade industrial. Quase imediatamente após sua abertura em 1997, o Guggenheim de Bilbau tornou-se uma atração turística popular, com visitantes de todo o mundo. 
Embora a forma metálica exterior pareça uma flor observada pelo topo, o edifício mais se assemelha a um barco visto do solo, evocando o passado industrial portuário da cidade. Construído em titânio, calcário e vidro, as curvas aparentemente aleatórias do exterior são projetadas para captar a luz e reagir ao sol e ao tempo. 
A imponência deste museu fica-se pela arquitetura do edifício de linhas ousadas e materiais inovadores 
Em seguida e porque estávamos a dois passos da fronteira, rumámos a Lourdes onde Nossa Senhora é venerada após a sua aparição, no dia dia 11 de fevereiro de 1858, a Bernadette Soubirous, na gruta de Massabielle. Era uma camponesa de 14 anos, enquanto recolhia lenha com a irmã e uma amiga. Este santuário mariano é local de concentração de peregrinos que acorrem de todas as partes do mundo. Lado a lado com a sumptuosidade da basílica, convivem as lojinhas, onde se vende toda a espécie de artigos religiosos e outros, levados como souvenirs. De entre toda a amálgama de artefactos e bugigangas saltou-me à vista a quantidade enorme de pequenos bidãos de plástico para transporte de água de Lourdes, local sagrado. 
De regresso ao país basco, visitámos a Catedral de Burgos, um dos monumentos mais bonitos da arte gótica, que mereceu o título de Património Mundial da Humanidade em1984. A sua construção foi iniciada em 1221, seguindo os padrões góticos franceses. Possui modificações importantes nos séculos XV e XVI, como as que incluíram o pináculo da fachada principal e a cúpula do transepto, elementos de gótico flamejante que conferem ao templo o seu perfil único e inconfundível. 
Para terminar em beleza, após a despedida de nuestros hermanos, no regresso, pernoitámos no Sabugal. Em gratidão ao Menino Jesus, o patrocinador da viagem, fomos visitar o presépio, organizado pela autarquia, que merece uma apreciação detalhada pela sua espetacularidade. Uma notável recriação da vida social do tempo, a uma escala, que quase envolve o visitante nas cenas do quotidiano, retratadas com enorme realismo. 
Obrigada Menino Jesus. 

3 a 10 de Dezembro 

M.ª Donzília Almeida 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O melhor Presépio



«O melhor presépio de Jesus será sempre o coração dos pobres em espírito, dos puros, dos misericordiosos, dos pacíficos, dos que fazem das bem-aventuranças critério de vida e se sentem tocados de perto pelo amor do nosso bom Deus.» 


António Francisco, 
Bispo de Aveiro

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um Conto de Natal: O meu amigo Xavier



No recreio da escola que frequentámos, já lá vão boas décadas, o Xavier dava nas vistas. Na formação das equipas, com a malta alinhada à espera da escolha, o Xavier orientava o processo e ditava as leis, sem ninguém resmungar, não fosse isso motivo para em próxima operação o resmungão ficar de lado. E os jogos, de futebol e outros, lá decorriam com o Xavier a tirar dúvidas ao jeito de árbitro sabido e experimentado. Era um líder natural e respeitado. 
Noutros momentos, sem jogos por não haver tempo para isso, as conversas em que participava mostravam um jovem atento e dialogante, amigo do seu amigo, parcimonioso com os colegas menos conhecidos, frontal na defesa das suas posições e ideias, mas respeitador, aceitando que cada um era livre de pensar e de dizer o que bem entendesse, sem ferir ninguém. A nossa amizade vem daí e assim tem continuado. 
A vida do Xavier deu muitas voltas. Profissional competente e esforçado foi saltando de emprego em emprego ao sabor da vida e das necessidades da família, que na idade própria constituiu por amor à Joana a quem se uniu para sempre. Filhos e netos encheram-lhe o regaço e disso me dava conta espontaneamente, em conversas fugazes ou mais prolongadas, em horas de confidências que nos eram comuns. 
Viajar, por razões profissionais ou familiares, passou a hábito apaixonado. E quando regressava das suas andanças gostava de me contar o que havia deparado de belo, desde paisagens e ambientes que lhe emolduravam o sorriso, desde pessoas e culturas exóticas que o levavam a garantir que haveria de conhecer melhor, desde regimes políticos e civilizações que o entusiasmavam e sonhava ver entre nós, desde catedrais esplendorosas que o deixavam extasiado e até capelinhas que indiciavam devoções fervorosas. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 268


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 51 


FIGURAS DO MEU PRESÉPIO 

NATAL – 2011 

Os pastores vieram a toda a pressa 
e encontraram Maria, José 
e o Menino deitado no Presépio
Lc 2, 16 



Caríssima/o: 

Cada Natal que se aproxima é mais um desafio que nos enche a alma e lembra o montar do Presépio, sempre com as mesmas figuras mas renovado com as que vamos descobrir nos barristas da Terra. 
Forçoso é irmos por elas que o tempo se esgota e as pressas nunca deram bom resultado. Como o ano ficou cheio de bicicletas, alonguemos a nossa vista e em cada curva divisemos um novo figurante na pessoa do ciclista que aí vem... 

Primeiro é o grupo que vai para Aveiro, para o Liceu e para a Escola... Companheiros e Amigos... Todos bons ciclistas e cada um com a sua bicicleta, ou seja, olhando para a bicicleta sabe-se quem é o dono! Todos concordarão que o lugar pertence ao Manel Rito; sem desprimor para ninguém, era ele o mais animado e o mais fogoso, sempre pronto para mais um esforço e uma nova figura em cima do selim – depois que a altura permitiu que o colocasse no sítio.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Júlio Dinis - O desarmar do Presépio




O desarmar do presépio 

Em criança arrasavam-se-me de água os olhos quando assistia ao desfazer do presépio que, em honra do Menino-Deus, se armava em minha casa pelo Natal. Cerrava-se-me o coração de melancolia, ao ver guardar outra vez na arca — e por um ano!— o Menino, Nossa Senhora, S. José, os grupos dos pastores, a vaca, o jumento, os três Reis, os anjos e todos os mais acessórios do pitoresco santuário, diante do qual, nesses quinze dias, se rezava a coroa em família, e se cantavam as loas da ocasião!
Amargo dia de Reis, último desta abençoada quinzena, já te não via assomar sem que se me enevoassem aquelas puras alegrias infantis. Que não encontrásseis mais estorvos pelo caminho, venerandos Magos! Que aquela milagrosa estrela que vos trouxe a Belém, vos não fizesse errar mais tempo antes de lá chegardes! Fatal 6 de Janeiro! 
Com o seu anoitecer, anoitecia-me o coração: voltava a vida normal, voltavam os bancos das aulas, a aritmética, a caligrafia, oh! a caligrafia sobretudo tão associada à férula do mestre-escola! e — o que era pior que o mais — acabava aquela santa comunidade, em que durante quinze dias vira a família; o lar doméstico já não ofereceria o alegre tumulto e desordem, em que velhos e crianças tomavam parte, esse ruído e confusão que tão fundo calava no coração de todos. 
A solenidade que nos reunira sob o mesmo tecto, que nos fizera viver a mesma vida, ia acabar. Nós, as crianças, chorávamos às claras na despedida; mas suspeitávamos que as nossas lágrimas tinham companheiras envergonhadas. 
Quantas vezes surpreendíamos segredos de comoção, que nos redobrava o choro! Suspeitava-o eu então, mas acredito-o agora que, apesar de na idade em que a lei me autoriza a não me considerar criança, ainda não sou superior a cenas daquelas.

Júlio Dinis

In “Serões da Província”