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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Igreja permite que padres continuem em funções depois de assumirem paternidade

P.e Giselo Andrade


Está a dar que falar o caso de um padre da Madeira, Giselo Andrade, que assumiu, recentemente, a paternidade de uma menina. O caso de padres que têm ou tiveram filhos não é inédito. Sempre os houve e sempre os haverá, apesar de terem assumido, como adultos responsáveis, a condição de celibatários, norma da Igreja católica estabelecida há séculos. Há muito que se defende que o celibato devia ser opcional e não obrigatório. Não me repugna nada aceitar a livre escolha dos candidatos ao presbiterado. Mas também sei que na Igreja católica as alterações às normas, mesmo que não tenham fundamento bíblico, não acontecem de um dia para o outro. Nas demais Igrejas cristãs, os presbíteros podem ser casados, o mesmo acontecendo na Igreja católica do oriente. De qualquer forma, penso que todos somos pecadores (Quem não é que atire a primeira pedra), razão por que não vejo mal nenhum em o padre Giselo Andrade continuar a exercer o seu ministério, sem fugir, covardemente, às suas responsabilidades paternas. Claro é, contudo, que não estará em condições de constituir família.

Para um mais completo esclarecimento ler o texto publicado hoje no Diário de Notícias

domingo, 23 de julho de 2017

Georgino Rocha — A beleza do ministério e a fragilidade humana do padre


O alarme chega de Dublin. Uma linha SOS-emergência foi pedida por uma associação de padres na Irlanda. A notícia adianta algumas razões do pedido, destacando o risco de crises graves que podem ser fatais. Crises a que não serão alheias situações como depressão, stress saturante, sobrecarga de responsabilidades, desproporção de recursos humanos face aos desafios a enfrentar, experiências de inadaptação às linguagens e culturas de hoje, sensação de inutilidade eclesial e de insignificância social. Entre outras, claro.
O alarme disparou numa altura em que estava a acompanhar a informação de nomeações canónicas para novos serviços pastorais feitas em várias dioceses da Igreja portuguesa. A impressão mais marcante que me veio à memória e agita a consciência é a de que muitos padres estão disponíveis para o exercício do ministério, para a mudança de funções, para o “morrer no seu posto”. Atitude admirável em que a beleza do ministério brilha na fragilidade humana! Espelho de Igreja que precisa de manter nos seus “postos de trabalho” aqueles que dão sinais claros de envelhecimento e desgaste, de inadaptação aos “novos tempos” e de desajuste emocional; aqueles que têm de assumir responsabilidades em áreas de grande exposição pública sem especial iniciação nem acompanhamento conveniente ou que, após anos de serviço generoso, sentem o peso da “meia-idade”, da vida em rotina, da solidão progressiva.
A par destes sinais facilmente verificáveis, há a outra face da realidade pastoral a merecer igual atenção: A situação dos leigos e das religiosas, pessoalmente e em associações e movimentos ou comunidades. À generosidade comprovada em muitos locais de missão, fruto dos dons do Espírito Santo e da acção de padres e diáconos, soma-se o desajuste de capacidades e ritmos, a deficiente valorização de habilitações específicas e de reconhecimento na Igreja e na sociedade.
“O futuro da Igreja depende dos leigos e esse futuro começa já”, defende o cardeal Kevin Farrell, responsável do Dicastério para «os Leigos, a Família e a Vida» que está convencido de que “este é o momento na vida da Igreja em que realmente podemos tentar implementar aquilo de que já falava o Vaticano II: o papel dos leigos”. E adianta o seu testemunho pessoal enquanto bispo de Dallas, nos Estados Unidos da América: “Sempre senti a necessidade de promover os leigos dentro da Igreja e dentro da sua organização”.
A apregoada hora dos leigos, feita aquando do concílio, parece que parou no tempo e, em alguns casos, os ponteiros do relógio estão a atrasar visivelmente. No entanto, não faltam vozes a clamar por um acerto com o ritmo da história, com a urgência da missão, com o reconhecimento efectivo e comprovado das funções de cada um e de todos na Igreja comunhão de diversidades articuladas na caridade, de modo razoável e fraterno.
Aludindo ao papel da mulher na Igreja o Cardeal Reinhard Marx declarou ao jornal francês La Croix: “Seríamos loucos se não utilizássemos os talentos das mulheres. De facto, seria um verdadeiro absurdo”. O arcebispo de Munique expressa o seu pensamento por ocasião de um encontro recente de mulheres líderes da sua diocese. E prosseguiu: “Precisamos de uma nova imagem do que a Igreja deve ser: uma Igreja mundial liderada por homens e mulheres de todas as culturas trabalhando juntos”. Conclui lembrando que, embora, o sacerdócio seja exclusivamente masculino, isto “não queira dizer que só os homens podem mandar na Igreja”.
Em resumo, o imperativo desta hora de “crise” manifesta-se na necessidade de trabalhar juntos, em espírito sinodal, dando e recebendo, articulando funções e ministérios, crescendo na verdade por meio da caridade, tendo sempre presente a fidelidade ao Evangelho de Jesus e a urgência missionária da Igreja. 
“Não somos chamados a fazer «tudo», a salvar o mundo (que já foi salvo por Jesus Cristo)”, afirma Francesco Cosentino ao reflectir sobre a figura e o papel do sacerdote hoje, em artigo publicado por Settimana News, 14-07-2017. E o autor, que é membro da Congregação para o Clero e professor da Pontifícia Universidade Gregoriana, continua: O padre “não é e não deveria ser o centro, a fonte e o ápice da comunidade e da ação pastoral”. E de forma interrogativa, adverte: “Não será que muitas frustrações, sofrimentos e depressões dependem também de nos termos superestimado a nós mesmos e feito exigências excessivas (ou ao menos em número) para o nosso ministério?”
A beleza do ministério brilha na fragilidade do padre. E toma o rosto humano de cada um, o sentido do serviço que cultiva e da espiritualidade que vive, da arte pastoral, alimentada na escola do Bom Pastor, que desenvolve no convívio com as pessoas e na animação da comunidade que “preside” para que se promovam e insiram as diversidades legítimas na harmonia da caridade missionária. À maneira da celebração da eucaristia (correctamente entendida). Gerir razoável e eficazmente a fragilidade é fruto também de saber definir e observar prioridades, de fazer uma boa gestão do tempo, de pautar o trabalho por objectivos acessíveis, de respeitar ritmos e valorizar os passos dados no rumo certo, de cultivar o realismo sadio e a esperança firme de que a paciência de Deus abre sempre horizontes novos aos nossos esforços positivos.

sábado, 7 de junho de 2014

CELIBATO DOS PADRES

Texto de Natália Faria,
no PÚBLICO de hoje



Celibato obrigatório dos padres tem “os dias contados”, 
mas mudanças serão “graduais”


O fim do celibato obrigatório para os padres não há-de ser imposto por via de nenhum decreto, mas nunca esteve tão próximo de se tornar uma realidade, segundo várias vozes da Igreja. “Ainda com este Papa vai haver ordenação de homens casados”, antecipa o teólogo Anselmo Borges. “Dentro de um ou dois anos, talvez três, haverá uma decisão do Papa Francisco”, reforça o teólogo Carreira das Neves, que, apesar de padre e celibatário, se mostra também a favor da liberdade de opção.

Fonte: Texto e foto do PÚBLICO

Li no PÚBLICO
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Presbíteros e Diáconos Permanentes ao serviço do Povo de Deus


Presbíteros e diáconos,
dificuldades reais sempre superáveis


António Marcelino


O último Simpósio nacional sobre o diaconado permanente, realizado em Fátima no início do mês, trouxe, mais uma vez, ao de cima, algumas dificuldades, reais mas superáveis, entre presbíteros e diáconos, tanto a nível da relação pessoal como pastoral. Não se podem universalizar as dificuldades, mas também não se devem menosprezar, pelo clima que se pode ir criando que não é bom nem para os diáconos já em exercício, quer para os novos candidatos.