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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Um olhar sobre o passado

Tenho andado a consultar jornais antigos, onde depositei, como se fossem bancos, centenas de textos. Confesso que até fico espantado com a diversidade de trabalhos jornalísticos que produzi, paralelamente às minhas ocupações profissionais, oficiais e particulares, tão absorventes. Escrevi sobre tudo e sobre todos. Uns textos estão assinados e outros não. Mas todos identifico, sem me enganar, como filhos diletos que todos são. Disso, naturalmente, darei conta daqui a uns tempos, quando estiver mais folgado.
Estas deambulações pela minha vida jornalística trazem-me à memória recordações preciosas e evocações saudosos. Tanta gente que conheci ao longo da minha vida e que já nos deixou. Tanta gente generosa com quem convivi. Tantos eventos que divulguei e tantas histórias que contei.
Até um dia destes.

FM

Publiquei aqui

NOTA: Quando reli este texto, editado já lá vão uns sete anos, admiti a hipótese de dar conta do muito que escrevi «daqui a uns tempos», quando estivesse «mais folgado». Afinal, promessa nunca cumprida, tão-só por não estar «mais folgado». E nestas circunstâncias como poderia assumir esse desafio? Acresce a ideia de que, afinal, a tarefa seria ingrata. Como poderia eu cortar o joio sem ferir o trigo? 

FM

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Parque Infante D. Pedro: 26 de junho de 1927


“Foram inauguradas as obras da construção do Parque do Infante D. Pedro, levadas a efeito pela Câmara Municipal de Aveiro, da presidência do Dr. Lourenço Simões Peixinho (O Democrata, 2-7-1927) – J.”

Calendário Histórico de Aveiro”, 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota: Enquanto as atuais gerações deambulam, em horas de folga das suas escolas e universidade de Aveiro pelo Fórum, grandes superfícies, cafés e bares, a minha geração passeava pelo Parque Infante D. Pedro, com o seu lago, arvoredo e jardim superior. Não havia trânsito que incomodasse e por ali se circulava à vontade. Na altura da Feira de Março, era ela com os seus desafios que concentrava todas as atenções da juventude escolar. 
Guardo mais recordações do parque, onde de vez em quando até remávamos em barquinhos fáceis de governar. Um dia, medi mal a distância quando quis pôr pé em terra, e molhei-me um pouco. Tempo quente secou-me as calças e os sapatos, num já. A minha saudosa mãe nem deu por ela. 
Há dias visitei-o.  Acho que passei por todos os recantos para matar saudades. Vi pouca gente, é certo, mas eu, nesse dia, fiz a desejada viagem no tempo para recordar amigos de há uns sessenta e tal anos.                                  

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Um passeio a Arganil


Uma boa recordação
Arganil
Se eu pudesse, andava por aí a ver coisas interessantes. De preferência pelo interior do país. Sabe-se lá porquê. Talvez por estar habituado a ver o mar e a ria no dia a dia. 
Ao arrumar umas fotografias no meu PC, de um montão delas postas a granel em várias caixas, encontrei boas recordações dessas fugazes viagens pelo interior. Digo fugazes porque raramente saio deste recanto gafanhão. Coisas da vida de quem até gosta de algum isolamento. Parece um paradoxo, mas não é, porque as pessoas como eu também precisam de espairecer, mesmo que raramente. 
Há anos, nem sei há quantos, saímos (eu e a Lita) da Figueira da Foz para uma visita à aldeia de Piódão. Parámos em Arganil e gostámos do que vimos. Andei pela rua estreita que ilustra este curto texto, onde se vendia de tudo. Parecia um supermercado, com a vantagem de se cultivar o sentido de proximidade. Depois passámos pela homenagem ao conhecido político e homem bom Fernando Vale e entrámos no espaço museológico que alberga o consultório do médico Adolfo Rocha (Miguel Torga na literatura). Fomos ainda ao museu etnográfico e seguimos viagem. Hoje, à conta da fotografia que encontrei, voltei a Arganil. Já valeu a pena a reorganização do meu computador. 
Bom fim de semana com ou sem histórias como esta.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Senhora dos Aflitos na Chave

Capela de Nossa Senhora dos Aflitos


O Padre Resende, primeiro prior da Gafanha da Encarnação, diz na sua “Monografia da Gafanha” que «O Rev. António da Silva Caçoilo, tendo paroquiado as freguesias de Trouxemil, Taveiro e Arega, mas impossibilitado de continuar no exercício da vida paroquial, por motivo de doença, regressou à Gafanha da Nazaré, terra da sua naturalidade, e mandou construir na Chave, junto à sua casa, uma capela pública, que é propriedade sua, e que dedicou a Nossa Senhora dos Aflitos. A licença episcopal para a sua bênção tem a data de 24 de Dezembro de 1921». 
Na referida capela, celebrava regularmente a Eucaristia e confessava, provavelmente até ao seu falecimento, que ocorreu em 6 de novembro de 1948, com 60 anos de idade. 
Na monografia da paróquia, “Gafanha — N.ª S.ª da Nazaré”, afirma-se que, quando celebrava na Capelinha de Nossa Senhora dos Aflitos, o Padre António «era acolitado pelos sobrinhos que lhe serviam de sacristão, à vez, um de cada casa — Capitão Ferreira da Silva, Samuel da Silva Caçoilo, José Maria Filipe… ». Ainda se diz que, «Durante vários anos, houve ali festa anual, com mordomia, com procissão e arraial». Daí, portanto, a devoção a Nossa Senhora dos Aflitos no lugar da Chave.

F.M. 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Segunda-Feira da Páscoa

Apontamentos do meu diário




1. Hoje é segunda-feira da Páscoa. Dia de trabalho, muito embora no Concelho de Ílhavo seja feriado municipal. De qualquer forma, está enraizado em muitos a ideia de que esta segunda-feira, afinal, é especial, ao jeito de quem precisa de vencer a ressaca dos abusos que a mesa pascal exige. Vivemos estes dias, carregados de simbologia ligada à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, de forma muito intensa. Cerimónias para cada momento em todas as famílias católicas, mas ainda na diocese e paróquias. Depois, as tradições, há séculos como agora, vão-se mantendo, readaptadas às circunstâncias e modas, mas também manipuladas pelas indústrias e comércios. E nós, que no fundo gostamos de festas, vamos na onda, sem vir daí grande mal ao mundo.
Realmente, a vida não pode ser só trabalho, tristeza, sofrimento e canseira. A vida precisa cada vez mais de muita alegria, porque o ser humano não pode confundir-se com uma qualquer máquina, porque dela se distingue pelos sentimentos, pela inteligência, pela ternura, pela beleza do sorriso, pela capacidade de amar, pela opções de patilha e de fraternidade, pelas artes que cultiva. Daí a necessidade da festa para a confraternização, para a celebração dos grandes dias da existência pessoal, familiar  e das comunidades.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Farol da Barra de Aveiro

Uma evocação para avivar memórias

Farol em construção
O Farol da Barra de Aveiro, situado em pleno concelho de Ílhavo, na Gafanha da Nazaré, é um ex-líbris da região aveirense. Imponente, não há por aí quem o não conheça como o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa. Já centenário, faz parte do imaginário de quem visita a Praia da Barra.
Quem chega, não pode deixar de ficar extasiado e com desejos, legítimos, de subir ao varandim do topo, para daí poder desfrutar de paisagens únicas, com mar sem fim, laguna, povoações à volta e ao longe a dominar os horizontes, os contornos sombrios das serras de perto e mais distantes.
À noite, o seu foco luminoso, rodopiante e cadenciado, atrai todos os olhares, mesmo os mais distraídos, tal a sua força. Mas são os navegantes, os que podem correr perigos ou desejam chegar à Barra de Aveiro em segurança, os que mais o apreciam, sem dúvida.

Ler mais aqui

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Recordando o Padre Manuel Maria



Hoje, sem saber porquê, recordei o Padre Manuel Maria Carlos. Não estava em maré de nostalgias, mas as memórias não têm hora própria para nos dominarem. E para o homenagear, lembrei-me de publicar um texto seu, que um dia, em resposta a um pedido meu, teve a gentileza de me enviar para publicação no Timoneiro, jornal mensal da nossa comunidade. Voltarei ao assunto mais tarde.

O texto do padre Manuel Maria Carlos ser lido aqui.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A NOSSA GENTE: PADRE LÉ

Um bom amigo 
que faz parte das minhas memórias



O tempo escoa-se e nem sempre temos ocasiões para recordar bons amigos e tantas estórias que com eles partilhámos ao longo da vida. Vida que frequentemente atafulhamos com inutilidades. Pois hoje, em maré viva de recordações, evoquei um bom amigo que tive o privilégio de entrevistar uns meses antes de falecer [24 de maio de 2010]. Já se pronunciava  com dificuldade, mas falou depois de estimulado, não mostrando cansaço. Até chegou a entusiasmar-se. 

Ver aqui

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

UM ALUNO DA MANTA ROTA

Fernando Neves, Veríssimo Salvador,
Lucílio Marçalo e Hélder Mateiro

Recordo aqui um antigo aluno da Escola da Chave, que veio, com a família, para a Gafanha da Nazaré, há 50 anos. Veio da Manta Rota e no dia 2 de agosto fez parte do grupo de antigos alunos meus de há meio século que tiveram a gentileza de me convidar para um almoço no restaurante Traineira.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um livro da Fernanda Matias

"De mangas arregaçadas pela escada da vida"

No sábado, 24 de agosto, à noite, na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, foi apresentado um livro de Fernanda Matias, conhecida gafanhoa que à sociedade se deu com entusiasmo, espalhando e criando imensas amizades. Daí os amigos, cerca de 200, de diversos quadrantes, que quiseram manifestar-lhe a sua simpatia, direi mesmo o seu carinho, tanto mais que ela foi, durante décadas, uma dedicada catequista, deixando em cada catequizando e nos seus familiares genes de ternura para toda a vida. 
Lurdes Matias, filha da autora, afirmou na abertura da sessão que o livro de sua mãe «não é nada de especial», mas não deixa de ser um seu irmão «que vai nascer hoje». E acrescentou: «Ao fim de 50 anos ter um irmão é uma festa.» Ainda frisou que para si é uma alegria grande saber que a sua mãe «tem muitos amigos».

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Escola da Marinha Velha

O meu retrato

Os alunos que participaram no encontro


Estive hoje na escola da Marinha Velha, onde trabalhei muitos anos. Dela recordo gratas alegrias de muitos alunos, colegas e empregadas. 
Quando abri a porta de entrada, os meus olhos fixaram-se em vestígios da minha passagem pelo edifício, e do saco das memórias brotaram gargalhadas, correrias, atropelos, bolas e berlindes, piões e sorrisos. Jogos que já se não usam, brinquedos nascidos da imaginação de crianças traquinas entre outras mais contidas. Ali joguei à bola, saltei à corda e ensaiei o jogo da macaca, com o ringue das meninas que se estatelou no meu boné.
Dirigi os meus olhares para as salas de aula e recordei lições de História, Matemática, Língua Pátria, Ciências, Religião e Moral Católicas. A Biblioteca, uma das minhas paixões, a sala dos Computadores e o recreio trouxeram-me até ao presente vivências inesquecíveis. 

Os meninos da ATL quiseram entrevistar-me e ensaiaram as perguntas. E perguntaram pela minha idade e gostos, e admiraram-se dos jogos que citei, e questionaram sobre crianças menos educadas do meu tempo de professor, e quantos alunos tive ao longo da vida, e o que fazia para além da escola, e por aí fora.
Lá fui respondendo ao sabor da maré, satisfazendo curiosidades. Todos se portaram muito bem, respondendo aos meus pedidos: que fizessem silêncio porque eu não podia falar alto, cansado da idade; que não falassem todos ao mesmo tempo, que as próteses auditivas provocavam ecos que me impediam de perceber o que diziam.
Ao identificarem-se, regra que cumpriram quando formulavam perguntas, alguns dos seus apelidos eram-me familiares. E assim se passou uma hora bem cheia. Depois, talvez exaustos de tanta conversa, um ou outro até se deitou no chão. E ofereceram-me, à despedida, o meu retrato… bem desenhado, claro, pela Sofia, com a lista autografada dos presentes…
A professora, denotando uma serenidade muito grande, fruto decerto da experiência e da dedicação, encaminhou os alunos para esta iniciativa muito louvável, proporcionando o convívio de gerações. 
Até outro dia, meus bons amigos… 

Fernando Martins

segunda-feira, 25 de março de 2013

O jogo da "macaca" na hora do trabalho

A Deolinda veio de Fafe para a nossa terra em 1955. Tinha 11 anos e como habilitações possuía a 4.ª classe. Também já tinha feito a Profissão de Fé. Quando chegou, foi trabalhar com as irmãs, Maria da Luz e Ilda, para a seca do Milena. Na Cale da Vila. Como ela, assim menina, havia outras. Na altura não se reparava no trabalho infantil.
A Deolinda não teria verdadeiramente a noção do trabalho, mas sentia que tinha de ajudar a família. A primeira tarefa que lhe deram resumia-se a guardar o bacalhau que secava pendurado nas redes da vedação da seca, não fosse algum transeunte tentar-se e sacar algum peixe ainda não completamente seco. Outro era estendido nas mesas de arame.
O tempo ali especada a olhar custava a passar. Vai daí, começou, para se entreter, a jogar “à macaca”, um jogo muito habitual naqueles tempos entre a criançada. E assim ganhava a vida. «Os patrões eram amigos e boas pessoas», confidenciou-me.
Depois, estendeu bacalhau pelas mesas e ao fim do dia de sol recolhia-o até à manhã seguinte, se a temperatura fosse adequada e se houvesse vento. Saltou a seguir para as tinas, onde se lavava o peixe mais consumido pelos portugueses naquela época. Era miúda e mal conseguia esfregar o fiel amigo. Não ganhava tanto como as mulheres, mas já nem recorda o preço da jorna. Era de facto pequena, a Deolinda. Mas uma irmã, mais crescida e mais sabida, apressa-se a sugerir-lhe, para se assemelhar às adultas, ganhando como tal:
— Estica-te, Deolinda, para pareceres uma mulher!

Fernando Martins

sábado, 14 de janeiro de 2012

Av. José Estêvão da Gafanha da Nazaré: 60 anos separam as duas imagens


A mesma avenida, com 60 anos a separar as duas imagens. A de cima exibe o seu traçado rectilíneo e quase sem casas a  ladeá-la. A segunda, que me foi remetida ontem pelo Ângelo, mostra claramente uma zona urbana, onde o casario tem lugar de destaque. Quase nem distinguimos a avenida, hoje chamada José Estêvão. As fotos foram tiradas da torre da igreja matriz. Como a vida se desenvolveu e tudo se alterou! 

sábado, 5 de novembro de 2011

Passagem por Pardilhó para recordar outros tempos

Monumento ao emigrante, com matriz, dedicada a S. Pedro, ao fundo

Aspeto do largo do centro de Pardilhó

Outro aspeto do largo 


De passagem por Pardilhó, a que me ligam tantos laços familiares e amigos, recordei, mais uma vez, tantas férias que lá vivi, com esposa, filhos pequenos e depois jovens. A Lita tem as suas raízes naquela simpática freguesia de gente cordata. À memória acudiram rostos, conversas e pessoas que já não estão fisicamente entre nós. Gente importante da terra e migrada em Lisboa e noutras paragens que vinha muito à terra natal. O largo de Pardilhó, com dois espaços distintos, era uma autêntica sala de visitas, onde confluíam diversas artérias dos vários cantos da freguesia. Por ali vi gente grada que em Lisboa se tornou importante e famosa, como os Ruela Ramos e Fernando Assis Pacheco, casado com uma pardilhoense. O Bispo Ferreira da Silva e seu irmão Monsenhor Ferreira da Silva também  se tornavam notados quando vinham a Pardilhó. Entre muitos outros, claro. 
O largo, com nome de Egas Moniz, esse mesmo do Prémio Nobel da Medicina, ficou  mais bonito e acolhedor com obras recentes. Egas Moniz foi educado em Pardilhó pelo seu tio, abade da paróquia de S. Pedro. Daí a ligação do sábio a esta terra.


Ver registo dessas férias  aqui

sábado, 27 de agosto de 2011

DIAS DA JUVENTUDE DE UM GAFANHÃO

Recordações do Ângelo Ribau

Entretanto, enquanto esperava, peguei num livro que ia lendo aos pedaços, quando a disponibilidade de tempo mo permitia. Era “As Pupilas do Senhor Reitor” um livro leve e agradável, escrito por Júlio Dinis. Terminado este, já punha o olho numa colecção de capas vermelhas que existia numa estante. Era uma extensa colecção do mesmo autor - Júlio Verne – vinte e tal livros, que resolvi, logo que tivesse tempo, começar a ler. Ordenei as minhas ideias, e decidi que começaria pelo número um: 
 - “Da Terra à Lua”. 
- Não se pensava em voar e ele descreveu “Cinco Semanas em Balão”
- Não se pensava no mundo submarino e ele descreveu com pormenor que impressionou, as “Vinte Mil Léguas Submarinas”. 
Quem o leu nunca mais esquece o Capitão Nemo, o construtor e comandante do Nautilus. Enfim, ler é viver quando não temos a possibilidade de viver, para depois escrever, e os outros lerem. No entanto Júlio Verne descreveu sem viver. A sua imaginação prodigiosa parece nada ter inventado. Ele via antes de qualquer mortal o fazer. O futuro deu-lhe razão. Praticamente tudo o que ele escreveu se concretizou. Estou a recordar um dos seus mais extraordinários livros “Miguel Strogoff”. Custou-me a acreditar que, tendo ele sido mandado cegar, passando-lhe um sabre aquecido ao fogo sobre as vistas, se verificasse, mais tarde, que as lágrimas que ele chorava, arrefecessem a lâmina do sabre, o que lhe evitou a cegueira. Este facto consta de um dos comentários que li, e foram vários, que aconteceram à personagem do livro. E estes comentários têm muito poucos anos.

MAIS SERRAZES







Ao ler as tuas recordações do Parque de Campismo de Serrazes, lembro-me que me falaste dele. Um dia estava "a banhos" nas Termas e uma tarde resolvi ir conhecê-lo. Foi no mês de Setembro. Ao aproximar-me do Parque apareceram no meio do caminho dois lobos! Parei o carro silenciosamente e aguardei que eles desaparecessem. Só depois avancei e ao chegar ao Parque, deserto, dei a volta e regressei às Termas. Nunca mais voltei ao Parque de Serrazes.
Ângelo Ribau

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OUTRAS FÉRIAS: Serrazes de paz e natureza virgem



Solar dos Malafaias



Serrazes foi uma grande experiência de férias diferentes. O contacto com a natureza, virgem e verdejante, deixou marcas indeléveis no meu espírito e no espírito de todos os meus filhos e esposa. Não conhecíamos tal povoação do concelho de S. Pedro do Sul, mas um casal amigo, Margarida e Jeremias Bandarra, teve a gentileza de nos indicar o parque de campismo ainda desconhecido de muita gente, mais dada a esta forma de gozar férias sem grandes custos.
 A primeira visita terá sido numas miniférias, ao que suponho de Carnaval. Chuva, muita chuva, estragou-nos a festa. Mas nem assim deixámos de programar o acampamento para o mês de agosto. E assim foi. Nesse longínquo mês de agosto e noutros que se lhe seguiram. O parque de campismo de Serrazes tinha o estritamente necessário, sem luz elétrica. Porém, lá nos adaptámos a essas raras condições de sobrevivência. A luz veio tempos depois.


Pedra da Escrita



O contacto com a natureza sem mácula, longe de ruídos e da poluição, sem multidões no acampamento, sem horários nem pressas, era a mais-valia desejada para quem precisava mesmo de descansar. E que recordações!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

No desfiar de 29 anos de recordações

Alegria nos rostos de todos


III CONVÍVIO DE CRISMADOS 
NO JARDIM OUDINOT

Cumpridas praticamente três décadas após a celebração do sacramento da Confirmação, os crismados de 1982, da Paróquia da Gafanha da Nazaré, estiveram mais uma vez reunidos em são e fraterno convívio, como forma de reforçar valores adquiridos ao longo do percurso catequético.
O local escolhido foi o Jardim Oudinot, espaço aprazível e acolhedor para os elementos que responderam positivamente à chamada. O encontro teve a presença do catequista Hélder Vidreiro da Rocha, um dos responsáveis pelo acompanhamento dos jovens, que teceu umas considerações iniciais acerca da importância dos valores cristãos na vida de todos, enfatizando a atitude altruísta como fulcral para manter relações sólidas e duradouras. Assim, prosseguiu, caberá a cada um ir ao encontro do seu ideal de vida e empenhar-se na construção de uma sociedade mais actuante, inspirados pelo amor como entrega ao outro.
Por reconhecerem o convívio como uma dádiva saudável de relacionamento que se pretende ainda mais aprofundado, cada elemento comprometeu-se a estreitar os laços de união entre as respectivas famílias, no sentido de consolidar os propósitos fundadores de cada encontro.

Texto de Hélder Ramos
Foto de Sandra Ramos

domingo, 19 de junho de 2011

Memórias de um combatente




O Homem do Monóculo

Ângelo Ribau Teixeira


O homem de que vos falo chama-se António Spínola. Era, salvo o erro, Comandante do Sector em São Salvador, com o posto de tenente-coronel. Pessoa reservada, parecia estar sempre com cara de mau. Amigo dos seus soldados como poucos. Dava o exemplo seguindo sempre na frente das colunas, quer fossem motorizadas ou apeadas! 
Uma vez tive a sorte de me cruzar com ele. Ele soube do acidente que tinha vitimado os nossos companheiros. Através das comunicações que havia entre as Unidades, sabia que nesse dia iríamos deslocar-nos a São Salvador. Esperava-nos à entrada da cidade, passeando de um lado para o outro, farda amarela vestida, a boina preta de cavalaria com as duas espadas cruzadas, o pingalim batendo na perneira das calças, e o indispensável monóculo. Parecia nervoso. A minha viatura era a primeira. Mandou-me parar. Parei e desci do Unimog, fazendo continência, que ele ignorou.