Mostrar mensagens com a etiqueta Ria de Aveiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ria de Aveiro. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Belezas que nos envolvem



Tenho cá para mim que nem sempre sabemos apreciar as belezas que nos envolvem. As nossas minimarinas, permitam-me que assim as batize, são atrações a qualquer hora. Barcos e barquinhos, com predominância do branco, tão frequentemente espelhados na laguna, emprestam às nossas paisagens momentos únicos de contemplação. Não vale passar pela Ria de Aveiro a correr, quando há tanto que ver. E o belo que se vê enche-nos a alma. Experimentem!

Nota: Publicado neste dia há anos.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

RIA DE AVEIRO - BARCO MOLICEIRO


RIA DE AVEIRO

Na ria de Aveiro
Quero um pequenino
Barco moliceiro.
Também sou menino.

Na ria de Aveiro
Podeis vir comigo,
Barco moliceiro
Nunca tem perigo.

Nunca se naufraga
Na ria inocente:
Da crista da vaga
Vêm braços à gente.

Quer vão ao moliço,
Quer soltem as redes,
O mar é submisso
Aos barcos que vedes.

Brancas, amarelas,
Na ria de Aveiro
Se espalham as velas:
Brinquedo ligeiro.

Também sou menino,
Ó moças de Aveiro!
Dai-me um pequenino
Barco moliceiro

RIBEIRO COUTO
1944

Ribeiro Couto (1898-1963)
 terá passado por Aveiro em 1944 
– pelo menos é essa a data do seu poema –,
onde se deixou cativar pela graça 
quase alada dos barcos moliceiros. 
Caso Curioso, na mesma época
estabeleceria relações de Índole literária 
com Mário Sacramento.

“Aveiro e o seu Distrito”, 
n.º 20, Dezembro de 1975

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Ria de Aveiro — Harmonia e tranquilidade

A laguna no seu melhor

 A Ria de Aveiro, com o seu ar harmonioso, mostra cores para muitos gostos. Mas o que mais me impressiona é a serenidade de todo um ambiente capaz de nos transmitir tranquilidade ao corpo e à alma.

domingo, 14 de agosto de 2022

Ria de Aveiro — Cheiro a peixe

 

Quando nasci, num mês de Novembro, devo ter sido apanhado pelo cheiro da maresia. Daí o meu gosto em apreciar a nossa laguna, com barcos e gaivotas, sonhando estas com uns peixitos frescos. Assim começo o meu domingo neste Agosto que tanto saboreio.

sábado, 2 de julho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Eça de Queirós

… Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido «palheiro de José Estêvão».

Eça de Queirós, “Carta a Oliveira Martins”, 1884

+++
… a Costa Nova — e eu considero esse um dos mais deliciosos pontos do globo. É verdade que estávamos lá em grande alegria e no excelente chalé Magalhães.

Eça de Queirós, “Entre os Seus, Cartas Íntimas”, 15 de Julho de 1893

                                                       +++

Apesar de ter retardado ontem o meu jantar até às nove da noite, não pude desbastar a minha montanha de prosa. Levar as provas para os areais da Costa Nova, não é prático — ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha — coisas essenciais para a inspiração — mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho.

Carta a Oliveira Martins, 1884

terça-feira, 28 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Frederico de Moura


(...)
Em certas manhãs, doiradas pelo sol nascente, a Ria parece toda um espelho onde, apenas, um trémulo de evaporação – ténue e vibrátil – põe um vestígio de movimento ritmado.
E, então, os malhadais, os montes de sal, os palheiros exíguos e pintados a zarcão, duplicam-se, invertidos, nas águas quietas onde, de vez em quando, uma gaivota, maleabilíssima e ágil, raspa uma tangente quase imperceptível.
As pálpebras cerram-se sobre a pupila magoada por esta duplicação da luz que se remira no espelho da água e, no silêncio inundado de sol, o chap chap de uns remos, ou o golpe da ponta de uma vara que empurram o barco que desliza, põem uma nota fugidia de onomatopeia.
Um homem de músculos individualizados – como num quadro mural de anatomia – corre sobre a borda de uma bateira mercantel como se andasse sobre o asfalto de uma avenida. Visto de longe, recortado na luz diáfana da manhã que lhe aviva as linhas e delimita os contornos, não sabe a gente se tem na frente um ginasta, se um bailarino. Os pés parece que não pisam e os movimentos de vaivém, desembaraçados e leves, semelham passos coreográficos.»

Frederico de Moura
"Aveiro e o seu Distrito", n.º 5, junho de 1968

terça-feira, 7 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por António Arroio



«A região de Aveiro é uma pequena Holanda em clima e luz ocidentais. Provavelmente pela extensa superfície de evaporação de centos de hectares de água salgada, toda esta região se distingue no norte do país pela luz irisada que a banha e de momento a momento muda de tom. Por vezes julgamo-nos aí transportados a uma região ideal.»

António Arroio, engenheiro e crítico, 
Porto, 1856; Lisboa, 1934

"Origens da Ria de Aveiro”, 
de Orlando de Oliveira

domingo, 5 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Luís de Magalhães

Palheiro de José Estêvão

Destes ocasos d’oiro e deste cerúleo mar,
Desta mesma risonha e plácida paisagem,
Quantas vezes, meu Pai, a luminosa imagem
Se reflectiu no teu embevecido olhar!

Era aqui, nesta paz, que vinhas descansar,
Refazer, para a luta, as forças e a coragem,
Vendo a planície verde ao fundo e, sob a aragem,
Brancas, no azul da Ria, as velas deslizar…

Por isso o coração aqui me prende assim!
E, da saudade, quando, ao remorder acerbo,
Tua figura evoco e ressuscito em mim,

Vejo-te errar na praia — emocionado engano! —
Buscando a inspiração do teu ardente verbo
No esplendor do Infinito e o tumultuar do Oceano!

Luís de Magalhães
"José Estêvão — Estudos e Colectânea”

quinta-feira, 2 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Ribeiro Couto


RIA DE AVEIRO

Na ria de Aveiro
Quero um pequenino
Barco moliceiro.
Também sou menino.

Na ria de Aveiro
Podeis vir comigo,
Barco moliceiro
Nunca tem perigo.

Nunca se naufraga
Na ria inocente:
Da crista da vaga
Vêm braços à gente.

Quer vão ao moliço,
Quer soltem as redes,
O mar é submisso
Aos barcos que vedes.

Brancas, amarelas,
Na ria de Aveiro
Se espalham as velas:
Brinquedo ligeiro.

Também sou menino,
Ó moças de Aveiro!
Dai-me um pequenino
Barco moliceiro.


RIBEIRO COUTO
1944


Ribeiro Couto (1898-1963) 
terá passado por Aveiro em 1944 
- pelo menos é essa a data do seu poema -, 
onde se deixou cativar pela graça 
quase alada dos barcos moliceiros. 
Caso Curioso, 
na mesma época estabeleceria 
relações de índole literária 
com Mário Sacramento.

"Aveiro e o seu Distrito", 
n.º 20, Dezembro de 1975



quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Sem rumo




Será que da pandemia poderemos colher ideias novas? Tenho para mim que sim. Para já, admito que aprendi a importância de andar por aí ao deus-dará. Sem rumo definido, sem norte, como se dizia noutros tempos, sem pressas de regressar a casa, sem objetivos definidos, mas andar. Há dias fizemos isso. Porque era preciso caminhar, porque era importante desentorpecer os membros perros.   
Saímos sem metas à vista. Parávamos onde calhava para desfrutar o silêncio. Olhávamos o horizonte sem olhar o relógio. Estávamos por ali. Conversávamos por vezes para não estarmos calados. A Lita reparava nos que nem dos carros saíam. Nós fomos os únicos que enfrentámos a aragem húmida e fresca da maresia, que apreciámos os pescadores solitários da ria e que assistimos à chegada com partida logo depois do ferry-boat “Cale de Aveiro” que faz regularmente a ligação  a São Jacinto. Naquela viagem de poucos carros e pouca gente, o ritual da atracação e partida foi feito com serenidade e saber.  Ontem como sempre, naturalmente.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Pescador solitário no esplendor da nossa laguna

 
Nunca fui pescador por mais tentativas que fizesse. Bem me explicavam como devia proceder, mas o peixe não queria nada comigo. Um dia veio um robalito por engano e eu, miúdo, fiquei aflito para o safar do anzol. Como havia de fazer para o não ferir?

domingo, 5 de setembro de 2021

As mais belas fotografias - 1


Todos os anos, há uma regata de moliceiros entre a Torreira e Aveiro. Estas embarcações sobrevivem graças à carolice da população apaixonada pelas tradições da ria de Aveiro. Há agora menos de vinte moliceiros nestas condições. Fotografia: José Mariano

NOTAS: 
1. A National Geographic Portugal, que desde há anos  entra em nossa casa, delicia-nos com as suas fotografias e reportagens, que abordam os mais diversificados temas, muitos dos quais de civilizações exóticas;
2. Tentarei  divulgar algumas com regularidade.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Tranquilidade na Ria





Ontem, a Ria estava tranquila e convidativa. Talvez por isso, não faltaram barquinhos à vela em jeito de treino, aprendizagem e recreio. O dia estava claro e só para olhar a paisagem valeu a pena sair de casa para andar por ali, com a Costa Nova nas minhas costas. Ganhei uns momentos de tranquilidade plena. Experimentem...

terça-feira, 15 de junho de 2021

Desafio do tempo?


Pelos vistos, o bom tempo vai começar a desafiar-nos para umas saídas. Já era tempo de termos bom tempo. Com a Primavera de triste figura que este ano nos calhou, tenho para mim que o Verão está a chegar para nos aquecer o corpo e a alma. Registámos na agenda que logo mais sairemos para dar uma espreitadela às nossas paisagens. E o azul da ria não nos cansará. Nunca nos cansará!

domingo, 9 de maio de 2021

Três dias a pedalar pela Grande Rota da Ria de Aveiro

Mais um desafio de Maria José Santana 
ilustrado por Adriano Miranda

Foto de Adriano Miranda 

A reportagem vem no suplemento Fugas do PÚBLICO de ontem. Descrições e fotografias desafiantes. Se eu tivesse pernas para caminhar e pedalar, não hesitaria. Como não tenho, faço o que posso de carro. Permitam-me que sublinhe que das rotas da Ria de Aveiro já  conheço algumas, mas há sempre algo para descobrir. A nossa Ria, afinal, surpreende-nos em cada esquina. Por isso, não percam neste verão, que há de chegar no seu tempo próprio. Aliás, não faltarão ocasiões, mesmo nas outras estações do ano, para abrirmos os pulmões ao ar livre temperado pela maresia, enchendo a alma de belezas sem par. 

Diz a conhecida jornalista a abrir: 

«São mais de 100 quilómetros de percurso a bordejar a laguna, com diferentes paisagens e atractivos para descobrir. Sempre em terreno plano. Só mesmo o vento poderá tornar a aventura um pouco mais exigente, mas não faltam (belíssimos) cais e pontos de descanso para recuperar o fôlego.»

E sublinha:

«Prontos para dar ao pedal? Há um longo percurso pela frente, repartido entre trilhos de terra batida, caminhos agrícolas, estradas urbanas e passadiços. Atravessando seis concelhos – Ílhavo, Aveiro, Vagos, Estarreja, Murtosa e Ovar – e quase sempre com a ria ao alcance da vista, tomará consciência que, por mais que se considere um conhecedor da laguna, ela está sempre pronta para o surpreender. Por mais que já tenha calcorreado as suas margens ou navegado nos seus canais e esteiros, esta grande rota terá, certamente, algo novo para lhe oferecer. Palavra de quem cresceu de frente para um dos seus canais.»

Enão, aqui ficam os meus votos de que não ponham de lado este desafio e ala que se faz tarde.

FM 

terça-feira, 20 de abril de 2021

Manhã de Abril

 Zé Penicheiro - Acrílico s/ tela



As cores do artista Zé Penicheiro, o figueirense que tinha a nossa ria no coração. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Viagem pela Ria de Aveiro




A viagem pela Ria de Aveiro é uma viagem sempre apetecida em qualquer época do ano. Faça uma experiência e depois conte-nos como foi. 

Ver informações detalhadas aqui

sábado, 17 de outubro de 2020

POSTAL ILUSTRADO: Mais vale só...


Mais vale só que mal acompanhado, diz um velho e sempre atual ditado. O barquinho por ali ficou à espera de se tornar útil. Ou então optou pelo estado de pose para a fotografia, em moldura bem conhecida das gentes lagunares. Aqui a ofereço para este fim de semana.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

A Ria de Aveiro merece ser visitada

Moliceiro no Canal Central 

Boca da Barra

Regata de moliceiros

Murtosa - Bestida

A beleza da nossa Ria é incontestável. Quem está atento à comunicação social sabe muito bem que, por variadíssimas razões, se fala da laguna, sublinhando os seus encantos e recantos que justificam programas especiais. O blogue Tempo de Viajar não ignorou aquelas belezas e delas falou hoje na Antena 1. Consultado o referido blogue, pude confirmar quanto foi dito. Aliás, como gafanhão, sei que o entrevistado tem motivos, mais do que suficientes, para recomendar a nossa região. Podem ver  o blogue aqui. 

Nota: Fotos dos meus arquivos